Jardim Botânico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
| IPA.00007006 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António |
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Espaço verde científico. Jardim botânico de caráter pedagógico desde a sua fundação como elemento de apoio ao ensino de Botânica e dos Princípios de Agricultura*7, assumindo também um caráter de recreio e lazer. É um jardim de inspiração romântica, com o seu traçado orgânico e naturalizado, particularmente presente no Arboreto, mas sem abandonar o traçado geométrico, com o qual se funde na Classe. O Jardim Botânico é um dos mais importantes espaços verdes da cidade de Lisboa antiga. "Este jardim é, sem dúvida, uma das maravilhas do Sul da Europa. Não há retiro algum em Lisboa que se lhe possa comparar..." (CHODAT, 1909). O seu conjunto possui um valor botânico e cénico indiscutível, num espaço onde o recreio e o lazer se cruzam com o saber. A enorme variedade de espécies oriundas dos "quatro cantos do mundo", juntamente com a presença de elementos de água, proporciona uma atmosfera distinta que faz deste jardim um espaço único. |
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Número IPA Antigo: PT031106460435 |
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Registo visualizado 5949 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Jardim
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Descrição
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Jardim murado, de planta irregular, que se divide em duas zonas distintas a Classe e o Arboreto. A CLASSE situa-se a N. do edifício do museu, numa zona plana de forma quadrangular e o ARBORETO, de forma trapezoidal, situa-se a um nível inferior a NE e a E. do mesmo, ocupando uma encosta de declives acentuados orientada a E.. Ambas as zonas apresentam coleções de plantas que se distinguem pela diversidade de espécies que apresentam, oriundas de diferentes partes do mundo. O acesso ao jardim é feito pelo arruamento adjacente à fachada E. do museu, no início no qual se encontra um pequeno edifício que alberga a bilheteira e o ponto de informações do jardim. Deste ponto encontram-se dois portões de entrada para o jardim, um no extremo N. do arruamento que dá para o canto SE. da Classe e outro a E. que dá para o canto SO. do Arboreto*1. A CLASSE desenvolve-se ao nível do edifício do museu, paralelamente à sua fachada N., sobre um terraço quadrangular, sustentado por muros de suporte a N. e a E. O seu centro é marcado por um lago circular, o LAGO DE CIMA, a partir do qual se estrutura um conjunto de canteiros, delimitados por uma sebe de buxo (Buxus sempervirens) talhada e ocupados por uma enorme variedade de espécies identificadas com placas informativas metálicas, onde estão identificadas as principais famílias das dicotiledóneas, encontrando-se representadas espécies como jacarandá (Jacaranda mimosifolia), pau-branco (Picconia excelsa), saboeiro (Quillaja brasiliensis), tristânia (Tristania conferta), mocano (Visnea mocanera) e ginkgo (Ginkgo biloba). Em redor do LAGO DE CIMA estão dispostos um banco em madeira e toros que servem como assentos individuais. No interior deste lago encontram-se canteiros com espécies como o lírio-amarelo-dos-pântanos (Iris pseudacorus), planta-do-papiro (Cyperus papyrus), rabo-de-égua (Hippuris vulgaris) e golfão-branco (Nymphaea alba). Os canteiros organizam-se num jogo geométrico, estruturados por dois caminhos perpendiculares centrais, com origem no centro do lago e dois caminhos laterais, que se dispõem paralelamente ao caminho central e museu, um de cada lado. Os canteiros são delimitados por uma sebe de buxo (Buxus sempervirens) talhada que é interrompida para dar acesso aos caminhos principais. Este conjunto é definido a O., S. e E. por arruamentos e a N., enquadrado por canteiros, surge o edifício da Direção, Biblioteca e Herbário. A E. alinhado com o centro do lago e enquadrado pelos caminhos laterais, recortando parcialmente os canteiros, encontra-se o Observatório Astronómico. No arruamento O., junto ao limite do jardim, situam-se as ESTUFAS, atualmente ocupadas pelo Núcleo de Educação Ambiental, com um canteiro retangular que acompanha todo o seu comprimento, revestido por relvado e polígono-de-jardim (Polygonum capitatum), onde se encontram exemplares de medronheiro (Arbutus unedo), foguetes (Kniphofia uvaria), palmeira-rainha (Syagrus romanzoffiana), dasilírio (Dasylirion serratifolium), palmeira-do-México (Washingtonia robusta) e palmeira-de-Guadalupe (Brahea edulis). No extremo S. deste canteiro encontra-se uma placa comemorativa de homenagem ao Conde de Ficalho (1837-1903), fundador do jardim. Adjacente à fachada N. do museu, o arruamento S. apresenta canteiros retangulares contíguos ao jardim da Classe, ao longo dos quais se encontram diferentes espécies do género Ficus, nomeadamente figueira-da-Austrália (Ficus macrophylla), Ficus microcarpa e Ficus sur Forssk, com particular destaque para o notável exemplar de figueira-da-Austrália situado no extremo O.. Entre estes e junto à fachada do edifício, em canteiros de forma aproximadamente semicircular, encontram-se agapantos (Agapanthus africanus), clorófitos (Chlorophytum elatum), Plectranthus ecklonii e grama-preta (Ophiopogon japonicus). O arruamento E. encontra-se no alinhamento do portão de entrada. No extremo S. deste encontra-se o busto de Bernardino Gomes (filho) (1806-1877) e no extremo N. situa-se uma estação meteorológica actual e uma estrutura de ripas antiga estufa em madeira. Deste local, devido à diferença de cotas, para N. é possível gozar de uma excelente panorâmica sobre as restantes colinas da cidade e para E. da vista sobre o Arboreto e o seu denso copado. O ARBORETO, de maiores dimensões, surge contiguo ao limite E. da Classe, estendendo-se ao longo da encosta, numa composição orgânica de canteiros, riachos, cascatas e lagos e caminhos ao longo dos quais se dispõem bancos em madeira. Nos canteiros, revestidos ao nível do solo por grama-preta (Ophiopogon japonicus), predomina a vegetação arbórea de grande porte, encontrando-se diversas espécies exóticas, com destaque para as espécies tropicais e subtropicais. Aqui destacam-se as coleções de gimnospérmicas, particularmente cicadófitas e araucárias, palmeiras e figueiras tropicais. A ligação entre a classe e o arboreto é feita por uma DUPLA ESCADARIA. Esta, de forma oval, desenha-se a partir do extremo SE. do terraço da Classe, permitindo vencer o franco desnível existente entre estes dois espaços do Jardim. A escadaria, pavimentada em calçada de cor preta e branca formando um padrão geométrico, é envolvida lateralmente por dois canteiros revestidos por grama-preta (Ophiopogon japonicus) com vegetação como palmeiras-do-México (Washingtonia robusta), palmeiras-de-kentia (Howea forsteriana), estrelícias (Strelitzia reginae), chapéu-de-napoleão (Thevetia peruviana) e rosa-de-china (Hibiscus rosa-sinensis), sendo a base da escadaria enquadrada por duas palmeiras-do-México (Washingtonia robusta) envoltas por roseiras (Rosa sp.) e clorófitos (Chlorophytum elatum). A N. esta é delimitada por uma guarda revestida por trepadeira-de-arco (Pandorea jasminoides). Ao centro, a separar as escadarias encontra-se um canteiro oval relvado, com o busto em bronze de Bernardino Gomes (1768-1823), enquadrado por duas palmeira-rainha (Syagrus romanzoffiana), duas palmeiras-do-México (Washingtonia robusta) e por um exemplar notável de estrelícia (Strelitzia nicolai). Na base da escadaria encontra-se um LARGO, para o qual convergem os principais caminhos do Arboreto, onde se destaca um Cedro-do-Himalaia (Cedrus deodara) de grande porte. Para E., em direção ao portão da Rua da Alegria, parte o caminho conhecido como RUA DAS PALMEIRAS, pela variedade de espécies aqui plantada, entre as quais palmeira-do-México (Washingtonia robusta), palmeira-rainha (Syagrus romanzoffiana), palmeira-moinho-de-vento-chinesa (Trachycarpus fortunei) e palmeira-leque-de-saia (Livistona australis), que continua para N. até regressar ao largo, formando um CAMINHO PERIFÉRICO que circunda o arboreto. Para S. do largo segue o caminho que leva ao portão do Arboreto., e entre este e o limite O., numa pequena encosta contígua ao teatro da Politécnica, situa-se uma zona dedicada às PLANTAS XERÓFITAS. Aqui encontramos diversos exemplares, muitos deles de porte notável, nomeadamente de dragoeiro (Dracaena draco), yuca-gigante (Yucca elephantipes gigantea), Pata-de-elefante (Nolina recurvata), figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica) e cato-do-peru (Cereus peruvianus). Pontuado por um alinhamento de acácias-do-japão (Sophora japónica) e faias (Fagus sylvatica), o limite E. deste caminho é delimitado por um muro de suporte coberto por liane (Quisqualis indica), oferecendo vista sobre o JARDIM DAS MONOCOTILEDÓNEAS, um espaço de forma triangular, delimitado por sebe e atravessado por um riacho, onde se encontram exemplares de alegra-campo (Asparagus asparagoides), cila-do-Peru (Scilla peruviana), abrótea-da-primavera (Asphodelus ramosus), jacinto-de-água (Eichhornia crassipes), clívia (Clivea mineata), jarro (Zantedeschia aethiopica), feto-ninho-de-ave (Asplenium nidus), bambu (Bambusa tulda) e alpinia (Alpinia zerumbet). A E. do Jardim das Monocotiledóneas encontra-se uma ZONA DE CICADÓFITAS onde se encontram exemplares de cicas (Cycas revoluta e Cycas cicinalis), encefalartos (Encephalartos villosus, Encephalartos horridus e Encephalartos lehmannii) e dioon edule. A N. da escadaria, numa zona plana que acompanha a base do muro de suporte do terraço e é definida a E. pelo caminho periférico, encontra-se o LAGO DO MEIO, envolvido por escovilhão-vermelho (Callistemon rigidus), lagunaria (Lagunaria patersonii), cestro-púrpura (Cestrum elegans), pata-de-elefante (Nolina recurvata), salgueiro-chorão (Salix babylonica) e um grupo de palmeiras com varias espécies e a N. desta, no canto NO. do Arboreto, situa-se o BORBOLETÁRIO. A ZONA CENTRAL do Arboreto, onde confluem os seus caminhos de traçado orgânico, é assinalada por largo no centro do qual se situa um pequeno palco circular, suportado por um murete em toros de madeira. Na zua envolvente encontram-se exemplares de dombeia (Dombeya x cayeuxii), palmeira-das-vassouras (Chamaerops humilis), palmeto (Sabal palmetto) e plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus). Existem dois RIACHOS, um tem início na zona NO. do Arboreto e o outro no canto SO. no Jardim das Monocotiledóneas. Estes são conduzidos por canais que atravessam os canteiros e caminhos, tanto à superfície como subterraneamente, formando pequenas cascatas à medida que acompanham o declive do terreno, desaguando no LAGO DE BAIXO situado na zona NE. do Arboreto*2. Aqui encontram-se diferentes espécies, entre as quais plátano (Platanus x acerifolia), palmeira-das-vassouras (Chamaerops humilis), cica (Cycas revoluta), palmeira-de-kentia (Howea forsteriana), castanheiro-da-Índia (Aesculus hippocastanum), costela-de-adão (Monstera deliciosa) e estrelícia (Strelitzia nicolai). |
Acessos
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Rua da Escola Politécnica, n.º 58 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 18/2010, DR, 1.ª série, n.º 250 de 28 dezembro 2010 / ZEP, Portaria n.º 221/2013, DR, 2.ª série, n.º 72, 12 abril 2013 / Incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente |
Enquadramento
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Urbano. Situado no topo da sétima colina de Lisboa, antigo Alto da Cotovia, junto ao Jardim do Príncipe Real, é parte integrante do Museu de História Natural, antiga Escola Politécnica e posteriormente Faculdade de Ciências. O jardim é delimitado por um muro que é grande parte contíguo a edifícios habitacionais, sendo definido a S. pela Rua da Escola Politécnica, a N. pela Rua do Salitre, a O. pela Rua Nova de São Mamede, e a E. pela Calçada da Patriarcal e pela Rua da Alegria. |
Descrição Complementar
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É de salientar as vastas coleções de araucárias, cicas, ficus e palmeiras, que acrescem ao vastíssimo leque de outras espécies presentes no jardim e elencadas no campo material vegetal. Encontramos do género Aurocária árvores como: araucária colunar (Araucaria columnaris), araucária-da-Baía-de-Meton (Araucaria cunninghamii), araucária-de-Norfolk (Araucaria heterophylla), da família das cicadófilas, encontram-se as (Cycas revoluta e Cycas cicinalis), do género Ficus, plantas como: árvore-da-borracha (Ficus elástica), árvore-de-Buda (Ficus religiosa), ficus (Ficus coronata, Ficus habrophylla), Ficus isophlebia, Ficus superba japónica, Ficus sur e Ficus microcarpa), figueira (Ficus carica), figueira-da-Austrália (Ficus macrophylla), figueira-da-índia (Ficus benjamina), figueira-de-folha-pequena, (Ficus rubiginosa), mama-de-parede (Ficus pumila), sicómoro (Ficus sycomorus), e relativamente às palmeiras, palmeira-azul (Brahea armata), palmeira-azul (Brahea armata), palmeira-bambu (Rhapis excelsa), palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), palmeira-das-vassouras (Chamaerops humilis), palmeira-da-tara (Phoenix reclinata), palmeira-de-Guadalupe (Brahea edulis), palmeira-de-kentia (Howea forsteriana), palmeira-de-Norfolk (Rhopalostylis baueri), palmeira-de-saia (Washingtonia filifera), palmeira-do-açúcar (Arenga pinnata), palmeira-do-Chile (Jubaea chilensis), palmeira-do-México (Washingtonia robusta), palmeira-elegante (Archontophoenix cunninghamiana), palmeira-leque-de-saia (Livistona australis), palmeira-moinho-de-vento-chinesa (Trachycarpus fortunei), palmeira-Nica (Rhopalostylis sápida), palmeira-rainha (Syagrus romanzoffiana), palmeirinha-bambu (Chamaedorea karwinskyana), palmeto (Sabal palmetto), palmeto-de-São-Domingo (Sabal umbraculiferum), palmito-chinês (Livistona chinensis), tamareira (Phoenix dactylifera), tamareira selvagem (Phoenix sylvestris), tamareira-das-rochas (Phoenix rupicola), tamareira-de-jardim (Phoenix loureirii). Podemos acrescentar ainda outras espécies raras*3 como: árvores - açofeita-maior (Ziziphus zizyphus), apollonias barbujana, árvore-de-fogo (Brachychiton acerifolius), barbusano (Apollonias barbujana), barrileiro (Corynocarpus laevigata), bela-sombra (Phytolacca dioica), bordo-japonês (Acer palmatum), borrazeira-preta (Salix atrocinerea), bútia-capitata-maior (Butia capitata), bútia-lanosa (Butia eriospatha), calodendrum capense, canforeira (Cinnamomum camphora), carandá (Trithrinax brasiliensis), cercidiphyllum magnificum, cerejeira-de-hotentote (Maurocenia frangula), cipreste-do-México (Taxodium mucronatum), cipreste-dos-pântanos (Taxodium distichum), chapéu-de-napoleão (Thevetia peruviana), Cinnamomum tamala, Curtisia dentata, dombeia (Dombeya burgessiae e Dombeya x cayeuxii), eritrina (Erythrina caffra), feijoa (Acca sellowiana), firmiana simplex, flores-de-páscoa (Euphorbia pulcherrima), guapeba (Chrysophyllum imperiale), Halleria lucida, Harpephyllum caffrum, Iochroma coccineum, lagunaria (Lagunaria patersonii), laranjeira-de-osage (Maclura pomifera), malmequer-arbóreo (Montanoa bipinnatifida), Martiusella imperialis, Metasequoia glyptostroboides, mocano (Visnea mocanera), Nolina longifolia, ocna (Ochna serrulata), paineira-barriguda (Ceiba crispiflora), paineira-branca (Chorisia speciosa), pata-de-elefante (Nolina recurvata), pau-branco (Picconia excelsa), pau-ferro (sideroxylon inerme), Photinia nussia, photinia-chinesa (Photinia serratifolia), Poncirus trifoliata, sabal-anão (Sabal minor), sabal-das-bermudas (Sabal bennudana), saboeiro (Quillaja brasiliensis), sapindus marginatus, totara (Podocarpus totara), trachycarpus martianus, tristânia (Tristania conferta), yuca-gigante (Yucca elephantipes gigantea), yuca-pendula (Yucca gloriosa); arbustos - Adhatoda vasica, camarões (Justicia brandegeana), curro (Colletia cruciata), dasilírio (Dasylirion serratifolium), encefalartos (Encephalartos villosus, Encephalartos horridus e Encephalartos lehmannii), Euphorbia balsamífera adenensis, Fontanesia philliraeoides, Homalocladium platycladum, pomaderris apétala, rondeletia amoena, rondeletia amoena, rondeletia backhousii. |
Utilização Inicial
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Científica: jardim botânico |
Utilização Actual
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Científica: jardim botânico |
Propriedade
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Pública: Estatal |
Afectação
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Universidade de Lisboa |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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JARDINEIROS: Dr. Edmond Goeze (1872-1875); Henri Cayeux (1892); Jules Daveau (1892). |
Cronologia
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1837, 11 janeiro - a Escola Politécnica é instituída por se reconhecer a sua indispensabilidade, recebendo o espólio e os imóveis do antigo Colégio para Nobres e os terrenos da antiga cerca do colégio *4; 1837, 27 agosto - por decreto o Jardim Botânico da Ajuda é confiado à Administração da Academia de Ciências*5; 1838, 27 outubro - o professor Xavier de Almeida é encarregado de cuidar do Jardim Botânico; determinava a existência de um Jardim Botânico; 1838, 12 novembro - o Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda é incorporado na Escola Politécnica; 1839, 31 julho - o Jardim Botânico já figura no orçamento como parte da administração da politécnica; 1839, 17 outubro - efetiva-se a transferência para administração da politécnica perante o Visconde de Vilarinho de São Romão e o Dr. António Albino da Fonseca Benevides, sócios da Academia, e dois professores da Escola, o Dr. Guilherme Dias Pegado e o Bacharel Francisco Xavier de Almeida, servindo de secretário Manuel José de Jesus Gonçalves; 1840, 9 outubro - o Dr. Friedrich Welwitsch, botânico austríaco, pede ao Conselho para ser nomeado preparador de Botânica da Escola Politécnica; a administração do jardim da Ajuda constituía um elevado encargo para a Escola; 1842, abril - Dr. J. M. Grande inicia as tarefas preliminares necessárias ao estabelecimento do novo jardim junto ao edifício da Escola Politécnica, como sejam nivelamento do terreno, condução de águas e implantação dos viveiros para as plantações; para as primeiras despesas com o viveiro foi decidido abonar uma quantia que não excedesse 14$400; 1843, 7 janeiro - no Conselho é completada a discussão sobre o projeto de regulamento do Jardim Botânico apresentada pelo Dr. J. M. Grande; 1843, 24 março - Dr. J. M. Grande expõe ao Conselho a necessidade de se iniciarem os trabalhos do jardim, tendo sido autorizada a Junta Administrativa da Escola a despender a quantia necessária ao início dos trabalhos; 1843, 22 abril - um incêndio destrói a Politécnica e atrasa os trabalhos do jardim; 1854, novembro - é nomeada a comissão responsável pela elaboração do plano de aproveitamento para jardim botânico do terreno anexo à escola Politécnica; 1858 e 1878 - período de plantação do jardim na antiga Cerca do Colégio Real dos Nobres, para apoiar o ensino de Botânica e Princípios de Agricultura; fundação pelo Conde de Ficalho *6; 1859 - foi declarada a urgência em adquirir terra vegetal no "sítio das Amoreiras" para o novo jardim; 1872 - E. Goeze, jardineiro alemão, é incumbido de conseguir os planos para uma estufa no jardim e ainda de coadjuvar o governo português na recuperação das coleções que foram coligidas em Angola; 1873, 27 janeiro - o Conde de Ficalho considera oportuno o momento para encetar a criação do novo jardim e propõe a ampliação do empréstimo projetado para o acabamento do edifício de modo a se obterem as primeiras quantias necessárias ao pagamento das despesas da cerca; 1873, 9 outubro - Goeze endereça, da Alemanha, uma carta ao conde de Ficalho, referido que a transferência de pequenas árvores e arbustos da Ajuda só se devera realizar depois do seu regresso a Portugal em fins de novembro; 1873, 5 dezembro - assinatura do contrato por três anos com Goeze, proposto pelo Conselho da Escola; 1873, finais - o Conde de Ficalho preocupado com o estabelecimento de abrigos e com a arborização das avenidas de acesso ao jardim solicita à Direção das Obras do Mondego e à Direção das Obras Públicas do Distrito de Coimbra árvores de diferentes espécies; 1874, agosto - o Ministério do Reino autoriza a Escola a aceitar a dádiva do Barão de Castelo de Paiva para cultivar plantas medicinais; 1875, abril - a Escola recebe de Emmanuel d'Almeida, a soma de 2000 libras para as obras do jardim; 1875, 2.ª metade - é levantada a planta do terreno, sendo remetida à Escola em janeiro do ano seguinte pelo Ministério das Obras Públicas; 1876 - violentos temporais causaram graves danos na armação metálica da cobertura do corpo central da estufa; 1877, julho - é solicitada à Companhia das Águas de Lisboa a instalação de 6 bocas de rega e de vários ramais de canalização; 1877, finais - estão concluídas as obras dos corpos laterais da estufa; 1878 - o jardim contava com um total de 10900 plantas; 1878, 1883 e 1889 - há referências ao transporte de pedra para a cascata; 1879, julho - são pedidas mais 9 bocas de rega; 1884 - a área plantada rondava os 3 hectares; 1886 - o jardim estava em condições de poder oferecer elevado número de espécies à Câmara Municipal de Lisboa; com as obras da Avenida da Liberdade o município revela interesse em abrir uma comunicação fácil entre o jardim e a Avenida; 1887 - a abertura do túnel do Rossio da linha pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses vai intersetar a parte inferior do jardim; 1889 - a estufa de madeira encontrava-se em completa ruína, tendo sido substituída por um novo corpo de ferro e vidro; 1892 - J. Daveau, pede demissão de jardineiro-chefe; 1892, 25 outubro - a Escola propõe que Henri Cayeux seja contratado para o cargo de jardineiro-chefe, mediante um ordenado anual de 800$00 réis, tendo direito a casa de habitação: Cayeux introduz a criação de plantas ornamentais, inicia a cultura de crisântemos e a realização de exposições anuais destas plantas; 1913, 30 maio - na sessão de Conselho o novo regulamento do Jardim Botânico é lido e aprovado; 1920, junho - Gossweiler é proposto para jardineiro-chefe; 1921, 9 junho - o Professor Pereira Coutinho, no seu último relatório apresentado à direção da Faculdade de Ciências, refere as dificuldades que se põem à administração do horto botânico; 1921, 11 junho - o Professor R. T. Palhinha assume o cargo de diretor; 1923 - dado o comportamento reprovável de alguns utentes do jardim, e pela falta de vigilância, é decidido em Conselho o seu encerramento ao público; 1932, 1 novembro - o acesso do público é retomado; 1939 - novo encerramento ao público dada a inutilização de todos os arruamentos por motivo de obras na canalização das águas; 1941, fevereiro - um violento ciclone provocou danos graves no jardim; 1944, 27 maio - até à data o Professor Ricardo Jorge assumiu o cargo de Diretor, sendo substituído pelo Professor Flávio Ferreira Pinto Resende; 1962 - por intermédio do Ministério das Obras Públicas, o Governo fixa a zona de proteção do Jardim, do edifício e do Chafariz da Mãe de Água; 1967 - publicação de um guia do Jardim Botânico de Ciências de Lisboa, da autoria do Professor Catedrático Doutor Carlos das Neves Tavares, então diretor do Museu, Laboratório e Jardim Botânico, ao abrigo do Plano Intercalar de Fomento; 1970, 06 agosto - Despacho de classificação do Jardim como Monumento Nacional; 1970, 31 julho - proposta de classificação como Monumento Nacional pela Junta Nacional de Educação; 07 agosto - Despacho de homologação da classificação; 1999, 08 outubro - proposta de ampliação da classificação para abranger o Jardim Mexicano, pela DRLisboa; 02 novembro - Despacho de homologação da classificação do Ministro da Cultura relativo à classificação do Jardim, que alarga a classificação de 1970 com a inclusão no conjunto do "jardim mexicano"; 2012, 05 março - proposta de definição de Zona Especial de Proteção pela DRCLVTejo; 14 junho - publicação do projeto de decisão da fixação da Zona Especial de Proteção do Jardim, em Anúncio n.º 12 828/2012, DR, 2.ª série, n.º 114; publicação de retificação do teor do Anúncio anterior, Declaração de retificação n.º 812/2012, DR, 2.ª série, n.º 123; 2012, 14 junho - é assinado um protocolo entre a Universidade de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa, para apoio da recuperação e manutenção do jardim. |
Dados Técnicos
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Um muro de suporte de grandes dimensões, em alvenaria, permite criar o terraço, adjacente ao edifício do museu, onde se implanta o jardim da Classe. Os muros apresentam orifícios distribuídos de forma ritmada - os boeiros - destinados ao escoamento das águas. Os caminhos, pavimentados em terra batida, são abaulados de modo a que o escoamento das águas é conduzido para caleiras em calçada de calcário, e posteriormente conduzidos por gravidade a sumidouros. Os canteiros possuem no seu limite junto aos caminhos guardas em metal. A sinalética é em metal revestido para evitar a oxidação do mesmo. Os bancos em madeira são pintados para evitar o ataque da mesma por fungos. |
Materiais
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VEGETAL: outras árvores - abacateiro (Persea americana), abeto-branco (Picea glauca), acácia-do-japão (Sophora japónica), , árvore-da-princesa (Paulownia tomentosa), árvore-das-trombetas (Catalpa bignonioides), castanheiro-da-Índia (Aesculus hippocastanum), cedro-do-Himalaia (Cedrus deodara), dragoeiro (Dracaena draco), faia (Fagus sylvatica), fiteira (Cordyline australis), freixo (Fraxinus angustifolia), gardénia-branca (Gardenia thunbergia), ginkgo (Ginkgo biloba), jacarandá (Jacaranda mimosifolia), lodão (Celtis australis), loureiro (Laurus nobilis), magnólia (Magnolia grandiflora), magnólia-chinesa (Magnolia x soulangeana), nogueira (Juglans regia), Olea capensis, oliveira (Olea europaea), pinheiro-de-alepo (Pinus halepensis), plátano (Platanus x acerifolia), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus), robínia (Robinia luxurians), salgueiro-chorão (Salix babylonica), sequoia (Sequoia sempervirens), teixo (Taxus baccata), tipuana (Tipuana tipu), vidoeiro (Betula pubescens celtiberica); outros arbustos - alecrim (Rosmarinus officinalis), amieiro-negro (Frangula alnus), aucuba (Aucuba japonica), aveleira (Corylus avellana), bambu (Bambusa tulda), buxo (Buxus sempervirens), cana-da-Índia (Phyllostachys bambusoide), cameleira (Camellia japonica), cestro-púrpura (Cestrum elegans), escovilhão-vermelho (Callistemon rigidus), evónimo (Euonymus europaeus, Euonymus japonicus), hortênsia (Hydrangea macrophylla), lantana (Lantana camara), medronheiro (Arbutus unedo), pauletia forficata, pilriteiro (Crataegus monogyna), pitósporo (Pittosporum tobira e pittosporum heterophyllum), planta-do-chá (Camellia sinensis), quaresmeira-anã (Tibouchina grandifolia), rosa (Rosa sp.), rosa-de-china (Hibiscus rosa-sinensis), sabugueiro (Sambucus nigra), sálvia (Salvia officinalis e Salvia mexicana), tio tamal (Dioon edule), urze-branca (Erica arbora); herbáceas - abrótea-da-primavera (Asphodelus ramosus), agapanto (Agapanthus africanus), alegra-campo (Asparagus asparagoides), aloe ciliaris, aloé-do-natal (Aloe arborescens), alpinia (Alpinia zerumbet), amarílis (Amaryllis sp.), bergénia (Bergenia crassifolia), boldo-de-jardim (Plectranthus neochilus), calceolaria pavonii, cardo-do-coalho (Cynara cardunculus), cato-do-peru (Cereus peruvianus), cereus uruguayanus, cereus validus, cila-do-Peru (Scilla peruviana), cipero-de-jardim (Cyperus involucratus), cladium mariscus, clívia (Clivea mineata), clorófito (Chlorophytum elatum), cordyline rubra, coreopsis heterogyna, dianela (Dianella tasmanica), doryanthes excelsa, doryanthes palmeri, erva-besteira (Helleborus foetidus), espargo (Asparagus densiflorus), estrelícia (Strelitzia nicolai e Strelitzia reginae), feto (Nephrolepis exaltata), feto-ninho-de-ave (Asplenium nidus), figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica), flor-de-ananás (Eucomis punctata), foguetes (Kniphofia uvaria), gilbardeira-de-jardim (Ruscus hypoglossum), golfão-branco (Nymphaea alba), grama-preta (Ophiopogon japonicus), hibiscus palustris, hipérico (Hypericum canariensis floribundum), jacinto-de-água (Eichhornia crassipes), jarro (Zantedeschia aethiopica), lírio-amarelo-dos-pântanos (Iris pseudacorus), lírio-cardano (Iris germanica), lírio-de-um-dia (Hemerocallis fulva), mil-folhas (Achillea millefolium), opuntia robusta, orelha-de-ovelha (Salpichroa origanifolia), pata-de-cavalo (Ligularia tussilaginea), planta-do-papiro (Cyperus papyrus), plectranthus ecklonii, polígono-de-jardim (Polygonum capitatum), rabo-de-égua (Hippuris vulgaris), ruellia strepens, sempre-noiva-das-floristas (Helichrysum petiolare), silphium perfoliatum, sisal (Agave sisalana), solda-branca (Galium mollugo), sombrinhas (Cyperus alternifolius), thalia dealbata, tritónia (Crocosmia áurea); trepadeiras - costela-de-adão (Monstera deliciosa), estrela-azul (Petrea volubilis), hera (Hedera helix), liane (Quisqualis indica), trepadeira-de-arco (Pandorea jasminoides), serenoa (Serenoa repens). |
Bibliografia
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CHODAT, Roberto - Excursions botaniques en Espagne et au Portugal. Genebra: E. Froreisen, 1909; TAVARES, C.N. - História do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, separata do Guia do Jardim Botânico da faculdade de Ciências de Lisboa. Lisboa: 1979; Jardim Botânico in Universidade de Lisboa, (http://www.mnhnc.ulisboa.pt/portal/page?_pageid=418,1391161&_dad=portal&_schema=PORTAL), consultado em 4 julho 2014; Jardim Botânico de Lisboa in DGPC, (http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70142/), consultado em 4 junho 2014. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CML: Arquivo Fotográfico (Planta da Cidade, 1911, levantamento de J. A. Vieira ad Silva Pinto, Folhas 10-G e 10-H) |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA, DGEMN/DSID; UE |
Documentação Administrativa
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CML: Arquivo de obras (Processo n.º 25.424) |
Intervenção Realizada
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1943 - obras de reparações, limpezas e pinturas de edifícios e equipamentos. |
Observações
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*1 - O portão da Rua da Alegria de momento não se encontra aberto. *2 - O lago de baixo encontram-se vazio devido ao fendilhamento das suas paredes, encontrando-se a aguardar obras de beneficiação no âmbito do orçamento participativo da Câmara Municipal de Lisboa. *3 - algumas destas espécies são tão raras que não possuem um nome vulgar em língua portuguesa. *4 - Inicialmente o Jardim Botânico da Escola Politécnica esteve instalado junto ao Paço Velho da Ajuda tendo sido transferido para este local, antiga Quinta do Monte Olivete, na altura da criação da Escola Politécnica. *5 - "A utilização do Jardim Botânico da Ajuda, embora afastado da politécnica e a despeito de vários inconvenientes de ordem técnica, seria de muito auxílio, enquanto não fosse possível criar um outro jardim na cerca anexa ao antigo Colégio dos Nobres." (C. Tavares, História do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, p. 10). *6 - "Aos primeiros anos de vida do novo jardim (...) não tinha o zeloso professor (o conde de Ficalho) para o ajudar senão um empregado, o segundo jardineiro da Ajuda, António Ricardo da Cunha da dedicação e boa vontade desse jardineiro dá testemunho honroso o Sr. Conde de Ficalho, mas essas qualidades do empregado apenas atenuas os consideráveis obstáculos que havia a vencer, para implantar num terreno quase inculto um jardim botânico, com todas as condições científicas de uma boa escola. O novo jardim levantou-se como por encanto, e hoje mais de dez mil plantas florescem onde não há ainda quatro anos não vegetava um arbusto." (C. Tavares, História do Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, pp. 18 - 19). *7 - Foi o sucessor desta função relativamente ao Jardim Botânico da Ajuda. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Paula Simões 1998 / Mafalda Jácome 2014 (no âmbito da parceria do IHRU / APAP) |
Actualização
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