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Edifício e estrutura Edifício Religioso Edifício de Confraria / Irmandade Edifício, igreja e hospital
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Descrição
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Planta em L, composta pela justaposição de 3 corpos rectângulares, de volumetria paralelepipédica. Edifício da antiga albergaria com disposição volumetrica S. / N.; fachada principal a E. com 2 registos: no 1º, arco ao centro de acesso ao logradouro, a O., entre portas e janelas, e no 2º janelas de sacada; cobertura em telhado de 2 águas. A N. capela, com disposição volumétrica E. / O., composta pela justaposição de 2 rectângulos, correspondentes a nave única e capela-mor; fachada principal a E, em reboco pintado com soco de cantaria, vazada a eixo por portal inscrito em arco de volta perfeita encimado por janela rectangular de verga recta destacada, superiormente rematada por frontão triangular com acrotérios animados por pináculos piramidais e cruz ao centro; cobertura em telhado de 2 águas. A N., outro edifício da antiga albergaria com disposição volumétrica E. / O.; fachada principal a N., com uma arcaria de volta perfeita no piso térreo, sendo ainda reconhecíveis no 1º piso, as colunas que suportariam a cobertura de uma galeria aberta para o exterior hoje fechada por parede vazada por janelas rectangulares; fachada E. idêntica; junto à fachada O. campanário; cobertura em telhado de 3 águas. INTERIOR: da capela com coberturas a diferentes alturas, em tecto de madeira de 3 panos com pintura decorativa na nave e em abóbada de berço separada por cornija na capela-mor. A nave ostenta panos laterais animados de cada lado por 1 janela e 1 altar lateral inscritos em arcos de volta perfeita. Adossado à face interna da fachada reconhece-se a existência de coro-alto. Precedida de arco triunfal de volta perfeita revestido do lado da capela-mor por painel azulejar monócromo setecentistas com a representação do Espírito Santo, a capela-mor - sobrelevada por 2 degraus - ostenta no muro de topo retábulo em arco de volta perfeita em talha dourada, encimado por janela iluminante com malheiro de ferro. |
Acessos
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Largo do Espírito Santo. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,052751; long.: -9,009173 |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 662/2018, DR, 2.ª série, n.º 237, 10 dezembro 2018 *1 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, adossado, junto ao rio Triana, nas proximidades da ponte e do Padrão da Ponte do Espiríto Santo (v. PT031101110022). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: edifício de confraria / irmandade |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja / Devoluto |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 14 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 13 - instalação de um hospital nos paços reais que D. Sancha havia mandado construir neste local para substituir os que havia doado aos frades menores, onde se viria a construir o Convento de São Francisco (v. PT031101110030); 1279, 18 Setembro - carta de D. Beatriz a recomendar ao filho a albergaria do Espírito Santo de Alenquer; 1320 - fundação, pela rainha Santa Isabel, de uma capela sob a invocação do Espírito Santo, tendo anexa uma albergaria; a albergaria é doada ao povo de Alenquer, formando-se a Irmandade do Espírito Santo para a sua administração; 1437, 2 Maio - autorização de D. Duarte permitindo que os mordomos trouxessem da Ota a lenha necessária para o bodo; 1450, 2 Agosto - autorização confirmada por D. Afonso V; 1462, 17 Outubro - D. Afonso V confirmou uma carta da sua bisavó D. Beatriz; 1517 - extinção da Irmandade do Espírito Santo, passando a ser dirigida por um provedor, sendo o primeiro Francisco de Macedo; 1567 - data da sepultura de um provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, existente no pavimento da capela-mor; 1570 - data da sepultura de Bastião de Macedo, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, e de sua esposa Helena Jorge existente no pavimento da capela-mor; 1593 - data da sepultura de um provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, existente no pavimento da capela-mor; 1600 - data da sepultura de um provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer existente no pavimento da capela-mor; 1647 - referência à vacada da Casa do Espírito Santo; 1730 - total reedificação da capela que ameaçava ruína; 1747 - a capela apresentava no altar-mor um retábulo figurando o Pentecostes; 1750 - o hospital ainda se encontra em funcionamento; 1810 - na sequência das invasões francesas a capela e a albergaria sofrem consideráveis danos, sendo parcialmente destruído o retábulo do altar-mor; reconstrução da capela e albergaria pela Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, transformando parte da antiga albergaria em casas de habitação; 1873 - renovação da capela; 1886 - o edifício das arcadas é utilizado para a realização de espectáculos de teatro, recitais, concertos e bailes; 1891, 21 Nov. - abertura de um salão recreativo e ciêntífico, sob a direcção do Sr. Domenico Turella, no edifício das arcadas; 1893, 30 Abr. - inauguração do Teatro Operário Alenquerense no edifício das arcadas; 1894, 23 Jun. - instalação do Grémio Recreativo Alenquerense no edifício das arcadas; 1895, 5 Mai. - por deliberação da mesa da administração da Santa Casa da Misericórdia, procede-se ao arrendamento, por arrematação e em separado, da varanda e da arcada da Capela do Espírito Santo; 1895 - inundação no Largo do Espírito Santo danifica gravemente o pavimento e os frontais de altar da capela; 1901 - utilização do edifício das arcadas para espectáculos de teatro, efectuados pela Companhia Dramática; 1902, 9 Fev. - realização de uma Exposição Colonial e Industrial nas arcadas; 1902, Set. - foram feitos diversos arranjos na capela; 1902, 23 Nov. - arrendamento em hasta pública da parte superior da arcada do Espírito Santo; 1905, 8 Fev. - é executada a hipoteca sobre David Jorge e mulher que inclui a casa da Albergaria, com lojas, 1º andar, pátio e pequeno quintal, não lhe pertencendo a capela e a varanda e arcada próxima; 1906, 25 Fev. - está instalado nas arcadas um electro-cinematógrafo; 1924 - nas arcadas continua a haver bailes e espectáculos de teatro; 1956 - utilização da capela como garagem dos bombeiros; c.1965 - a capela reabre ao culto após diversas utilizações não religiosas; 2004, 28 julho - proposta de classificação por entidade privada; 2004, 09 agosto - solicitação de parecer sobre a pertinência de classificação do edifício à CMAlenquer; 2008, 26 fevereiro - proposta de abertura de processo de classificação pelo DRCLVTejo; 14 março - despacho de abertura do processo de classificação, pela sub-diretora do IGESPAR; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, publicado nesta data. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Cantaria de cálcário, alvenaria mista, estuque, ferro forjado, madeira. |
Bibliografia
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CARDOSO, Pe. Luís, Dicionário Geográfico, Lisboa, 1747; HENRIQUES, Guilherme João Carlos, Alemquer e o Seu Concelho, Lisboa, 1873; LEAL, Augusto S. B. de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. I, Lisboa, 1874; COUTINHO, Jaime Pereira, Jornal Damião de Góis, Alenquer, 1886 - 1925; BRÁSIO, António, As Confrarias medievais do Espírito Santo, paradigmas das Misericórdias, Lisboa, 1972; MARTINS, José Eduardo, GUAPO, António, MELO, António, O Concelho de Alenquer, vol. 1, Alenquer, 1989; AZEVEDO, Carlos, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, 2ª ed., Vol. I, Lisboa, 1990; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/12497122 [consultado em 8 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CMA: Arquivo GTL |
Intervenção Realizada
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SCMA: 2001, Set. - restauro da capela. |
Observações
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*1 - DOF: Capela e arcada do antigo Hospital e Albergaria do Espírito Santo, incluindo o património integrado. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 |
Actualização
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Joaquim Gonçalves, Mónica Figueiredo e Patrícia Costa 2002 |
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