Capela e Albergaria do Espírito Santo / Capela e Albergaria do Paço da Rainha Santa Isabel

IPA.00006614
Portugal, Lisboa, Alenquer, União das freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)
 
Arquitectura religiosa e arquitectura assistencial, setecentista. Capela e albergaria com arcadas fechadas no 1º piso e janelas entre colunas no 2º piso. Revestimento azulejar monocromático setecentista do arco triunfal na face virada à capela-mor.
Número IPA Antigo: PT031101110034
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Edifício de Confraria / Irmandade  Edifício, igreja e hospital  

Descrição

Planta em L, composta pela justaposição de 3 corpos rectângulares, de volumetria paralelepipédica. Edifício da antiga albergaria com disposição volumetrica S. / N.; fachada principal a E. com 2 registos: no 1º, arco ao centro de acesso ao logradouro, a O., entre portas e janelas, e no 2º janelas de sacada; cobertura em telhado de 2 águas. A N. capela, com disposição volumétrica E. / O., composta pela justaposição de 2 rectângulos, correspondentes a nave única e capela-mor; fachada principal a E, em reboco pintado com soco de cantaria, vazada a eixo por portal inscrito em arco de volta perfeita encimado por janela rectangular de verga recta destacada, superiormente rematada por frontão triangular com acrotérios animados por pináculos piramidais e cruz ao centro; cobertura em telhado de 2 águas. A N., outro edifício da antiga albergaria com disposição volumétrica E. / O.; fachada principal a N., com uma arcaria de volta perfeita no piso térreo, sendo ainda reconhecíveis no 1º piso, as colunas que suportariam a cobertura de uma galeria aberta para o exterior hoje fechada por parede vazada por janelas rectangulares; fachada E. idêntica; junto à fachada O. campanário; cobertura em telhado de 3 águas. INTERIOR: da capela com coberturas a diferentes alturas, em tecto de madeira de 3 panos com pintura decorativa na nave e em abóbada de berço separada por cornija na capela-mor. A nave ostenta panos laterais animados de cada lado por 1 janela e 1 altar lateral inscritos em arcos de volta perfeita. Adossado à face interna da fachada reconhece-se a existência de coro-alto. Precedida de arco triunfal de volta perfeita revestido do lado da capela-mor por painel azulejar monócromo setecentistas com a representação do Espírito Santo, a capela-mor - sobrelevada por 2 degraus - ostenta no muro de topo retábulo em arco de volta perfeita em talha dourada, encimado por janela iluminante com malheiro de ferro.

Acessos

Largo do Espírito Santo. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,052751; long.: -9,009173

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 662/2018, DR, 2.ª série, n.º 237, 10 dezembro 2018 *1

Enquadramento

Urbano, destacado, adossado, junto ao rio Triana, nas proximidades da ponte e do Padrão da Ponte do Espiríto Santo (v. PT031101110022).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: edifício de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: igreja / Devoluto

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 14 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 13 - instalação de um hospital nos paços reais que D. Sancha havia mandado construir neste local para substituir os que havia doado aos frades menores, onde se viria a construir o Convento de São Francisco (v. PT031101110030); 1279, 18 Setembro - carta de D. Beatriz a recomendar ao filho a albergaria do Espírito Santo de Alenquer; 1320 - fundação, pela rainha Santa Isabel, de uma capela sob a invocação do Espírito Santo, tendo anexa uma albergaria; a albergaria é doada ao povo de Alenquer, formando-se a Irmandade do Espírito Santo para a sua administração; 1437, 2 Maio - autorização de D. Duarte permitindo que os mordomos trouxessem da Ota a lenha necessária para o bodo; 1450, 2 Agosto - autorização confirmada por D. Afonso V; 1462, 17 Outubro - D. Afonso V confirmou uma carta da sua bisavó D. Beatriz; 1517 - extinção da Irmandade do Espírito Santo, passando a ser dirigida por um provedor, sendo o primeiro Francisco de Macedo; 1567 - data da sepultura de um provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, existente no pavimento da capela-mor; 1570 - data da sepultura de Bastião de Macedo, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, e de sua esposa Helena Jorge existente no pavimento da capela-mor; 1593 - data da sepultura de um provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, existente no pavimento da capela-mor; 1600 - data da sepultura de um provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alenquer existente no pavimento da capela-mor; 1647 - referência à vacada da Casa do Espírito Santo; 1730 - total reedificação da capela que ameaçava ruína; 1747 - a capela apresentava no altar-mor um retábulo figurando o Pentecostes; 1750 - o hospital ainda se encontra em funcionamento; 1810 - na sequência das invasões francesas a capela e a albergaria sofrem consideráveis danos, sendo parcialmente destruído o retábulo do altar-mor; reconstrução da capela e albergaria pela Santa Casa da Misericórdia de Alenquer, transformando parte da antiga albergaria em casas de habitação; 1873 - renovação da capela; 1886 - o edifício das arcadas é utilizado para a realização de espectáculos de teatro, recitais, concertos e bailes; 1891, 21 Nov. - abertura de um salão recreativo e ciêntífico, sob a direcção do Sr. Domenico Turella, no edifício das arcadas; 1893, 30 Abr. - inauguração do Teatro Operário Alenquerense no edifício das arcadas; 1894, 23 Jun. - instalação do Grémio Recreativo Alenquerense no edifício das arcadas; 1895, 5 Mai. - por deliberação da mesa da administração da Santa Casa da Misericórdia, procede-se ao arrendamento, por arrematação e em separado, da varanda e da arcada da Capela do Espírito Santo; 1895 - inundação no Largo do Espírito Santo danifica gravemente o pavimento e os frontais de altar da capela; 1901 - utilização do edifício das arcadas para espectáculos de teatro, efectuados pela Companhia Dramática; 1902, 9 Fev. - realização de uma Exposição Colonial e Industrial nas arcadas; 1902, Set. - foram feitos diversos arranjos na capela; 1902, 23 Nov. - arrendamento em hasta pública da parte superior da arcada do Espírito Santo; 1905, 8 Fev. - é executada a hipoteca sobre David Jorge e mulher que inclui a casa da Albergaria, com lojas, 1º andar, pátio e pequeno quintal, não lhe pertencendo a capela e a varanda e arcada próxima; 1906, 25 Fev. - está instalado nas arcadas um electro-cinematógrafo; 1924 - nas arcadas continua a haver bailes e espectáculos de teatro; 1956 - utilização da capela como garagem dos bombeiros; c.1965 - a capela reabre ao culto após diversas utilizações não religiosas; 2004, 28 julho - proposta de classificação por entidade privada; 2004, 09 agosto - solicitação de parecer sobre a pertinência de classificação do edifício à CMAlenquer; 2008, 26 fevereiro - proposta de abertura de processo de classificação pelo DRCLVTejo; 14 março - despacho de abertura do processo de classificação, pela sub-diretora do IGESPAR; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, publicado nesta data.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Cantaria de cálcário, alvenaria mista, estuque, ferro forjado, madeira.

Bibliografia

CARDOSO, Pe. Luís, Dicionário Geográfico, Lisboa, 1747; HENRIQUES, Guilherme João Carlos, Alemquer e o Seu Concelho, Lisboa, 1873; LEAL, Augusto S. B. de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. I, Lisboa, 1874; COUTINHO, Jaime Pereira, Jornal Damião de Góis, Alenquer, 1886 - 1925; BRÁSIO, António, As Confrarias medievais do Espírito Santo, paradigmas das Misericórdias, Lisboa, 1972; MARTINS, José Eduardo, GUAPO, António, MELO, António, O Concelho de Alenquer, vol. 1, Alenquer, 1989; AZEVEDO, Carlos, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, 2ª ed., Vol. I, Lisboa, 1990; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/12497122 [consultado em 8 agosto 2016].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CMA: Arquivo GTL

Intervenção Realizada

SCMA: 2001, Set. - restauro da capela.

Observações

*1 - DOF: Capela e arcada do antigo Hospital e Albergaria do Espírito Santo, incluindo o património integrado.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 1999

Actualização

Joaquim Gonçalves, Mónica Figueiredo e Patrícia Costa 2002
 
 
 
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