Praça do Comércio / Terreiro do Paço
| IPA.00006491 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior |
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Componente urbano. Espaço urbano de confluência. Praça. Enquadra-se genericamente na tipologia urbana das "praças reais" cujo paradigma é a antiga "Place Royale" francesa (actual "Place des Vosges", Paris, 1604-1612). Esta constitui a cabeça de série de um modelo que a Europa das capitais glosou durante os séculos XVII e XVIII e cujos elementos essenciais são a arquitectura de programa e a estátua do rei. Trata-se de um espaço claramente representativo da ideologia do poder. A arquitectura padronizada é desenhada tendo em conta a definição do espaço "vazio" da praça, que é "preenchido" pelo rei, representado em efígie na estátua. No caso de Lisboa, esta situação é ainda reforçada pela presença do Arco do Triunfo que enquadra cenograficamente a estátua conectando-a ao resto da cidade. A relação com o Tejo também é significativa pois acrescenta um importante enquadramento paisagístico que é incluído no desenho da praça, voltada para o rio, em forma de U. Em termos de tipologia arquitectónica, a Pr. do Comércio tem um tratamento especial relativamente ao conjunto da Baixa Pombalina (v.PT031106190103). A utilização dos arcos e galerias foram decididos em exclusivo para aquela área, assim como o revestimento em pedra dos torreões impõe um leitura diferenciada e intencionalmente nobilitada do espaço. Nos edifícios surgem três tipologias de grades, a mais antiga com as faixas ornadas por florões, com bandeira composta por varões em leque; a segunda com faixas compostas por varas enroladas e contracurvas, surgindo, nas bandeiras, varões em leque intercalados por enrolamentos; a terceira elabora a anterior, com painéis de grandes dimensões e bandeira com cartela com letras e enrolamentos; a quarta tem faixas com círculos alternando com losangos, surgindo, nas bandeiras, com varões verticais cruzados por faixa. Um dos dados essenciais da definição da Pr. do Comércio é a sua composição pensada, deliberadamente, como espaço significante. Trata-se da porta simbólica da nova Lisboa, que se pretendia que fosse vista na sua dupla novidade: a da cidade como um todo, que se reerguia após a catástrofe e a da praça em si, que renovava o antigo Terreiro do Paço e o transformava na Real Praça do Comércio. Nesta nova denominação incluía-se a evocação da "place royale" de onde deriva o seu modelo formal (e ideológico), e o elogio do Comércio ao qual se associava a reconstrução da cidade, tornando-a no espaço emblemático tanto do poder iluminista como da burguesia mercantil. Mas a Pr. do Comércio é sobretudo o espaço onde se buscou com maior evidência uma imagem de síntese do projecto de renovação da cidade, tanto no discurso iluminista da cidade que é renovada pela razão, como na evocação da memória da cidade perdida com o terremoto. Não é à toa que as cerimónias de inauguração da estátua equestre tenham sido realizadas como uma inauguração simbólica da reconstrução, embora nem sequer a própria praça estivesse concluída na altura. A invocação do todo urbano também se faz pela memória da cidade destruída que ali se faz presente de várias maneiras. A forma da praça reinvoca, rectificando-o, o antigo Terreiro do Paço. Os arcos retomam a ideia das arcadas da R. Nova dos Ferros onde se reuniam os comerciantes e ao mesmo tempo fazem lembrar as portas da antiga muralha. E, em especial os torreões evocam, numa espécie de citação duplicada, o dito "torreão de Terzi" que constituía o elemento principal do paço da Ribeira e que tinha grande peso no imaginário urbano de Lisboa. A "citação" arquitectónica incorpora inclusivamente a alternância clássica de frontões curvos e rectos nas janelas dos torreões. Mais ainda, toda a praça faz-se ladear pelas estruturas renovadas do Arsenal e da Alfândega, que desde as reformas manuelinas faziam parte do mesmo conjunto ribeirinho, e que remetem para o papel fundamental de Lisboa como capital de um império ligado ao mar. |
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Número IPA Antigo: PT031106190031 |
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Registo visualizado 20900 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto urbano Elemento urbano Espaço de confluência Praça
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Descrição
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A Praça do Comércio define-se estruturalmente por um rectângulo (c. 177 m. x 192,5 m.) limitado por 3 alas dispostas em U com abertura a S. voltada para o rio onde se colocou um pequeno cais de acesso com escadaria em pedra. Um arco triunfal marca o centro da ala N. (na saída da R. Augusta) e dois torreões quadrados marcam as extremidades S. das alas E. e O. No centro geométrico de um triângulo equilátero, cujos vértices se localizam no eixo do Arco da Rua Augusta e nos eixos da portadas laterais dos dois torreões, encontra-se a Estátua Equestre de D. José, parte integrante da tipologia da praça e que remete para o modelo formal das "places royales". Cada uma das alas apresenta alçados de dois andares (que internamente dividem-se em andar e mezzanino). O rés-do-chão, em arcaria de pedra, corresponde a galerias com abóbadas de aresta e o primeiro andar é de alvenaria. Os alçados são constituídos por elementos modulares simples: arcadas em arco de volta inteira, descarregando sobre pilares de secção quadrada, encimadas a eixo por janelão rectangular com sacada de ferro, sobrepujado por vão quadrangular separado por uma cornija, ambos com emolduramentos de cantaria de pedra sem ornamentação. O remate da cobertura faz-se com cornija contínua, com gárgulas zoormórficas a intervalos regulares, sobre a qual assenta uma platibanda composta por módulos lisos intercalados com balaústres. Os alçados finalizam em cunhais de cantaria com pilastra dupla, encimados por acrotérios. No interior das galerias e no eixo das arcadas dispõem-se portas de madeira emolduradas por cantaria e em vários casos encimadas por janelas ou bandeiras de verga curva. Os torreões compõem-se de três pisos separados por frisos. Os alçados são integralmente revestidos de pedra, rusticada no rés-do-chão e lisa nos dois superiores, onde a fenestração, separada por pilastras, alterna (nos dois sentidos) vãos encimados por frontões curvos e triangulares. No rés-do-chão, um portão de verga recta ladeado por colunas e encimado por sacada saliente marca o centro dos alçados voltados para a praça e para o rio. Cornija e platibanda similares às do resto das alas rematam a cobertura dos torreões, tendo estes nas extremidades pequenos grupos escultóricos (representando troféus). ARCO DA RUA AUGUSTA É formado por três corpos integralmente revestidos de cantaria, sendo o central mais elevado e vazado por um arco de volta perfeita cujo fecho do vão se encontra acima do nível das platibandas. Na fachada S. vê-se sobre o arco um relevo figurando o escudo real ladeado por palmas, encimado por um grupo escultórico formado por três figuras que representam a glória coroando o génio e o valor. Uma inscrição em latim composta por letras de ferro completa o conjunto: VIRTVTIBVS MAIORVM VT. SIT OMNIBVS. DOCVMENTO P(ECVNIA). P(VBLICA). D(ATVM). Tradução: " À virtude dos antepassados para ser exemplos para todos.Oferecido por subscrição pública". Os dois corpos laterais fazem a transição para as alas contíguas e integram na sua composição as arcadas e janelas destas. Ainda na fachada S., o corpo central é precedido por dois pares de colunas com os respectivos entablamentos que ladeiam o vão do arco, sobre os quais se vêem esculturas de corpo inteiro representando Vasco da Gama e o Marquês de Pombal. Entre o corpo central e os laterais interpõem-se outras duas colunas também encimadas por estátuas, representando Viriato e Nuno Álvares Pereira e por trás destas, sobre a platibanda dos corpos laterais, representam-se os rios Tejo e Douro reclinados sobre aletas. No alçado N. aparece um relógio em posição similar ao escudo real. ESTÁTUA EQUESTRE DE D. JOSÉ I O conjunto escultórico, obra do escultor Joaquim Machado de Castro, é formado pela escultura em ferro fundido colocada sobre pedestal em forma de paralelepípedo terminado em dois meio-cilindros (desenho de Reinaldo Manuel dos Santos), revestido em pedra com molduras decorativas e ladeado por grupos escultóricos em pedra. O grupo lateral direito representa a "Fama", conduzindo um elefante que derruba um escravo e o esquerdo, o "Triunfo", conduzindo um cavalo que avança sobre os despojos da guerra. Na face S. do pedestal encontra-se um escudo com as armas reais e sob este um medalhão em bronze com o busto em baixo-relevo do marquês de Pombal. Na face N. encontra-se um baixo-relevo alegórico que representa a generosidade régia erguendo-se do trono para socorrer a cidade em ruínas, sendo auxiliada pelo governo da república, que lhe apresenta o amor da virtude, pelo comércio, que lhe depõe as suas riquezas, e pela arquitectura que mostra os planos da nova cidade enquanto a providência humana vela pela execução. O conjunto escultórico está cercado por gradeamento de ferro com pilares em pedra. |
Acessos
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Acessos terrestres principais: Avenida Ribeira das Naus (O.), Avenida Infante D. Henrique (E.), Rua do Ouro, Rua Augusta e Rua da Prata (N.); acesso fluvial: Rio Tejo (Estação Sul e Sueste). |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto 16-06-1910, DG nº 136 de 23 junho 1910 / Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) / Parcialmente incluído na Zona Especial de Proteção da Estação Fluvial Sul e Sueste (v. IPA.00005049) |
Enquadramento
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Urbano *1. Integrada no conjunto da Baixa Pombalina (v. PT031106190103) e desenhada deliberadamente no seu eixo central com uma face aberta para o Tejo, a Pr. do Comércio representa o ponto de intersecção formal e ideológico entre a cidade e o rio. O terreno onde se situa foi literalmente conquistado ao rio, ao longo de sucessivos aterros que se vinham fazendo pelo menos desde o séc. XIV, consolidando-se ainda mais o avanço com a plataforma criada para a reconstrução depois do terremoto. A partir do rio e numa escala mais abrangente, a praça, tal como todo o conjunto da Baixa, está enquadrada pelas colinas do Castelo, a E., e de S. Francisco, a O. Ainda a partir do rio, o seu enquadramento mais próximo é feito pelos edifícios do Arsenal, a O., e o da antiga Alfândega, a E.. Ambos partilham com a praça os respectivos torreões, mas de maneiras diferentes nos dois lados. A relação com o Arsenal faz-se estabelecendo uma espécie de outra praça para onde convergem as alas daquele edifício também voltadas para o rio (embora a construção da Av. Ribeira das Naus tenha modificado em parte esta relação). Do outro lado, ao contrário do "vazio" criado pela praça do Arsenal, o edifício da antiga Alfândega estabelece uma continuidade de fachada a partir do torreão. Esta situação é ainda reforçada pela existência, diante deste edifício, da Estação Sul-Sueste que fecha, de certo modo, a vista da praça. Para quem a alcança a partir do centro da cidade, a praça apresenta-se como uma intencional abertura e aproximação ao rio que é denunciada pelo acesso directo à água permitido pelo cais das colunas. Também neste caso, a construção da avenida diante da praça modificou, em parte, esta relação. |
Descrição Complementar
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Não aplicável |
Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Pública: Estatal |
Afectação
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Não aplicável |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Praça do Comércio - arquitectos: equipa da Casa do Risco das Obras Públicas, Manuel da Maia (1677-1768), Eugénio dos Santos e Carvalho (1711-1760), Carlos Mardel (1695-1763), Miguel Ângelo Blasco (m. 1771), José Monteiro de Carvalho (m. 1780), Reinaldo Manuel dos Santos (1731-1791), Manuel Caetano de Sousa (1742-1802); Alfredo César Reis Freire de Andrade (1857). mestres de cantaria e pedraria: Manuel da Costa Lima, Jorge Rodrigues e José Ferreira Cangalhas (mestre das Reais Obras Públicas). Estátua equestre de D. José I - escultores: Joaquim Machado de Castro (1731-1822), José Joaquim Leitão, João José Elvéni, Alexandre Gomes, Francisco Leal Garcia; fundidor: Bartolomeu da Costa. Arco da R. Augusta - arquitecto: Veríssimo José da Costa; escultores: Antoine C. Calmels (1822-1906), Vítor Bastos (1834-1894). Grades - mestres serralheiros: Manuel Álvares de Azevedo, Guilherme Weingarten; Pardal Monteiro e Costa Martins (1955) |
Cronologia
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Séc. 14 - No âmbito da construção das tercenas reais e da abertura da R. Nova, D. Dinis procede a aterros na zona do esteiro do Tejo; a muralha fernandina faz avançar ainda mais a cidade em direcção ao rio; séc. 15 - a partir de 1534 começam a surgir na Ribeira os primeiros estabelecimentos ligados à expansão ultramarina, a Casa de Ceuta (que depois seria Casa da Guiné, Casa da Mina e, a partir de 1501, Casa da Índia), a Alfândega Nova, o Paço da Madeira, a Casa dos Escravos, etc.; séc. 16 - D. Manuel ordena novos aterros na zona da Ribeira, rectificando a plataforma que daria origem ao terreiro onde faz instalar o Paço da Ribeira e suas dependências, entre as quais o Arsenal, a Armaria Real, a nova Casa da Índia e a Casa da Moeda; manda ainda construir um novo e grande edifício para a Alfândega que ficou a enquadrar o Terreiro do Paço do lado oriental e dividiu a Ribeira em duas praças, o Terreiro do Paço, a poente, e a Ribeira Velha, a nascente; séc. 17 - Filipe II faz construir na extremidade ocidental do Paço, o dito "torreão de Terzi" que viria a ser o elemento mais marcante do Terreiro do Paço até ao séc. 18; séc. 18, 1ª metade - D. João V investe sobremaneira na capela do Paço, para a qual obtém a dignidade de Patriarcal; 1755, 2 Abr. - inauguração do edifício da Ópera do Tejo, no Terreiro do Paço; 1 Nov. - violento terramoto, maremoto e incêndio arrasam o centro de Lisboa, destruindo todas as construções do Terreiro do Paço; 4 Dez. - "1ª Dissertação sobre a renovação da Cidade de Lisboa, por Manuel da Maia, engenheiro mor do Reino" é entregue ao duque de Lafões, Regedor das Justiças; 1756, 2 Jan. - os comerciantes de Lisboa oferecem uma contribuição de 4% sobre as mercadorias importadas para a reconstrução das alfândegas e da Bolsa; 16 Fev. - é entregue a 2ª parte da Dissertação de Manuel da Maia e a 3ª em 19 de Abril; 12 Jun. - constituição da Casa do Risco das Obras Públicas, Eugénio dos Santos é nomeado para a dirigir; 1757 - efectuam-se demolições em redor da Alfândega Velha para "saída de fazendas e passagem do povo"; iniciam-se obras no conjunto do Arsenal da Marinha; 1758, 12 Maio - publica-se o alvará que vincula a edificação da cidade ao plano definido pela Casa do Risco, este estipula definitivamente a forma e a tipologia da nova praça, que é pensada incluindo no seu projecto a existência da estátua equestre e do arco do triunfo; 16 Jun. - decreto régio autoriza a construção da Bolsa dos Comerciantes no sítio do antigo Terreiro do Paço; 1759, 19 Jun. - é assinada com os mestres-pedreiros e carpinteiros, a "escritura de obrigação da manufactura da Praça do Comércio" (que é referida com este título pela primeira vez); chegam os primeiros paus de pinho para assentamento do Arsenal e da Pr. do Comércio, provenientes dos pinhais dos arredores de Alcácer do Sal, assim como madeira de castanho e de souto da Beira; Eugénio dos Santos executa um desenho para a estátua equestre do rei; 1760 - morre Eugénio dos Santos, sucede-lhe Carlos Mardel na direcção da Casa do Risco; Mardel executa desenhos que vão estar na base de uma das tipologias utilizadas nos gradeamentos da praça; 1761 - medição e avaliação das casas do Terreiro do Paço pelos mestres Manuel da Costa Lima, Jorge Rodrigues e José Ferreira Cangalhas, mestre das reais obras públicas e dos canteiros e pedreiros, com obrigação de fiscalizar todas as obras e materiais; as pedrarias para as obras da Pr. do Comércio vêm de pedreiras propositadamente abertas na Quinta da Alagoa, esta pertencente ao provedor da Junta de Comércio, José Francisco da Cruz Alagoa, e na Quinta Velha, no lugar da Cartacheira, nas proximidades de S. Domingos de Rana, onde havia bancos de calcário de grande qualidade; 01 Dezembro - colocação da obra das grades a lanços, arrematada pelo serralheiro Manuel Álvares de Azevedo, por $240 cada arratel de ferro; 1761, 231 Novembro - a obra está concluída, tendo recebido 1:430$000 pela grade de ferro para a Mesa de Consciência e Ordens, a funcionar na ala oriental; 1763 - morre Carlos Mardel, sucede-lhe Miguel Ângelo de Blasco na direcção da Casa do Risco; 1765 - o pintor Vieira Lusitano executa um desenho para a estátua equestre; 1768 - morre Manuel da Maia; 1770 - Miguel Ângelo Blasco é nomeado engenheiro-mor, Reinaldo Manuel dos Santos substitui-o na direcção da Casa do Risco; construção da nova alfândega na ala E. e instalação da Bolsa de Comércio no piso térreo do torreão; é posta a concurso a execução da estátua equestre com base no desenho de Eugénio dos Santos; 1771 - Joaquim Machado de Castro vence o concurso para a estátua equestre e introduz algumas mudanças no desenho sobretudo dos grupos escultóricos laterais; 1775 - feitura das guardas metálicas das janelas na Fábrica da Fundição de Ferro em Paço de Arcos, estabelecida por Manuel Diogo Parreiras; 6 Junho - inauguração da estátua equestre de D. José I; as festas duraram três dias, com cortejos alegóricos, fogo de artifício, exercícios militares, iluminações públicas, espectáculo de ópera, baile e banquete; os festejos foram protagonizados pelo marquês de Pombal e pelo presidente do senado, o Conde de Oeiras, seu filho, que descerraram a estátua, enquanto a família real assistia "incógnita" numa das salas da nova alfândega; a Praça do Comércio estava apenas parcialmente construída, na parte terminada estavam instalados, para além da alfândega e da bolsa, a Mesa do Desembargo do Paço e outros tribunais, no piso nobre, e a Real Biblioteca Pública nos mezzaninos, na ala norte funcionavam o Senado da Câmara, a Real Junta do Comércio, as Secretarias do Reino e a Casa da Suplicação; o arco triunfal previsto para a entrada da Rua Augusta tinha sido iniciado; 1777 - início do reinado de D. Maria I e demissão do marquês de Pombal; demolição do Arco da R. Augusta e do quarteirão que lhe ficava anexo; 1778 - 1778, 26 Julho - Reinaldo Manuel dos Santos supervisionava as obras das grades de ferro para o torreão oriental, executadas por Guilherme Weingarten; 28 Agosto - o marquês de Angeja, presidente do Erário Régio, é nomeado Inspector Geral das Obras Públicas de Lisboa; 1779 - prosseguem as obras do "cais da praça", ao centro da mesma; 1781, Novembro - Weingarten recebe pelas grades do torreão metade da verba, correspondente a 1:890$400; 1782 - a "Gazeta de Lisboa" refere a Casa da Neve da Pr. do Comércio, o único estabelecimento comercial localizado nesta praça; 1791 / 1792 - morre Reinaldo Manuel dos Santos; Manuel Caetano de Sousa substitui-o no cargo de arquitecto das obras públicas; 1793 - o torreão ocidental da Pr. ainda não se encontrava construído; 1795 - surge o Café do Comércio no local da anterior Casa da Neve; 1797 - concluído o "cais da praça" que seria conhecido como "Cais das Colunas"; séc. 19 - feitura das grades das janelas da ala NO.; 1815 - são colocadas as colunas do arco da R. Augusta que ficam a espera de coroamento; 1842 - concluída o torreão ocidental da praça do Comércio, ficando assim completo o conjunto da Pr. à excepção do arco; 1843 - abertura de um concurso para o projecto do Arco da Rua Augusta; 1844 - é escolhido o projecto do arquitecto Veríssimo José da Costa; 1852 - realização da 1ª Exposição Agrícola de Lisboa, nas arcadas do terreiro do Paço; 1857 - alargamento do Terreiro do Paço, à custa de aterros no Tejo, conforme projecto de Alfredo César Reis Freire de Andrade; 1858 - recepção solene a D. Estefânia na Praça do Comércio, tendo a rainha desembarcado no Cais das Colunas, segundo gravuras da época estas eram esguias e completamente cilíndricas, rematadas com um vaso ou urna, a da dir., e com um fogaréu, a da esq.; década 1860 - aterro ligando a Pr. do Comércio com a Duque da Terceira (Pr. dos Remolares); 1873 - início da construção do arco segundo o projecto de Veríssimo da Costa, incorporando esculturas de A. Calmels e Vítor Bastos; 1875 - completada a construção do arco da R. Augusta; 1896 - uma fotografia publicada no "Semanário Ilustrado" mostra que as colunas que ladeiam o cais apresentam nova configuração relativamente a 1858, possuindo desta feita fuste de maior secção na base que diminui progressivamente até ao remate, composto por anéis e uma espécie de suporte, mas desprovido de ornato terminal, pelo menos da coluna dir. a única visível na imagem; Séc. 19, final - uma das colunas do cais caiu e outra foi pouco tempo depois apeada porque ameaçava ruína; 1903 - o bergantim real transportando o rei Eduardo VII de Inglaterra acostou ao cais das colunas, estando estas já repostas; 1910, 16 Jun. - a Pr. do Comércio é classificada como Monumento Nacional; 1932 - Estação Fluvial Sul e Sueste (Cottinelli Telmo); 1940 - Raul Lino decide pela pintura dos edifícios da praça em cor verde; 1947 - Av. Marginal que faz a ligação Pr. do Comércio / Cais do Sodré; 1957 - a rainha Isabel II de Inglaterra aportou no Cais das Colunas, tendo sido realizada uma inscrição epigráfica comemorativa da visita real; 1969 - alguns estragos provocados pelo sismo; 1976 - Pinta-se a praça de cor-de-rosa, provocando alguma polémica sobre a sua cor original que J-A França defende seria o "jalde"; 1994 - retomando a sugestão de J.-A. França, a praça é pintada de amarelo; 1997 - é retirado o estacionamento automóvel e realizada nova pavimentação central; início das obras do metropolitano de Lisboa que implicaram, entre outras alterações, a remoção do cais das colunas, tendo sido construído um aterro temporário; 1998, 9 Abril - elaboração da Carta de Risco do Conselho Superior das Obras Públicas pela DGEMN; 2011, 18 Ourubro - Despacho do director do IGESPAR a devolver o processo de fixação de Zona Especial de Protecção à DRCLVTejo para apresentar nova proposta. |
Dados Técnicos
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Estrutura estrutura mista e estrutura em betão armado; paredes estruturais em alvenaria de pedra, rebocadas com argamassa de cal e areia; pavimentos em pedra e madeira; coberturas revestidas com telha de canudo. |
Materiais
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Pedra: cantarias de calcário (das pedreiras da Quinta da Alagoa e da Quinta Velha, próximo de São Domingos de Rana), mármore; alvenaria mista rebocada e pintada; Cerâmica: tijolo, telha; Metal: ferro fundido, bronze; Madeira: pinho, castanho, souto e do Brasil; betão, vidro. |
Bibliografia
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João III e o Império, Lisboa, 2004, pp. 947-967; Monumentos, nº 21 (dossiê Baixa Pombalina), Lisboa, 2004; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Sacavém, 1994; SENOS, Nuno, O Paço da Ribeira: 1501-1581, Lisboa, 2002; SILVA, Raquel Henriques da, Lisboa Romântica: Urbanismo e Arquitectura, 1777-1874, Diss. de Doutoramento, UNL-FCSH, Lisboa, 1997; TUDELA, José, As Praças e Largos de Lisboa. Esboço para uma sistematização caracteriológica, Lisboa, 1977; VALENTE, António José da Silva, A estátua equestre de D. José I de Machado de Castro, 1775 [Diss. mest., Univ. Lusíada], Lisboa, 1998; VITERBO, Francisco M. de Sousa, Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses, Lisboa, 1889-1922, (2ª ed., Lisboa, 1988-1989). |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREL/DRC, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRML; DGA/TT; AHMOP; BNP: Cartografia, Iconografia; CML: Arquivo Histórico Municipal, Museu da Cidade |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DESA, DGEMN/DRML; CML: Arquivo Fotográfico Municipal |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco (Conselho Superior de Obras Públicas), DGEMN/DSARH, DGEMN/DREL, DGEMN/DRML; CML: Arquivo Histórico Municipal; BNP: Colecção Pombalina; IAN/TT |
Intervenção Realizada
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1930 / 1931 - obras de conservação da estátua; 1960 - substituição de letras e algarismos em bronze (entretanto desaparecidos) no monumento a D. José I; DGEMN: 1961 - a remodelação das instalações do Ministérios da Justiça e do Ministério do Ultramar, prosseguiram a um ritmo moderado, devido à realização do respectivo plano; no Ministério da Justiça houve a necessidade de alteração do projecto, não permitindo o início das obras; no Ministério do Ultramar deu-se continuação ás obras na zona do gabinete de Ministros e serviços anexos, pela Delegação das Novas Instalações para ao Serviços Públicos; 1980 - ampliação das instalações, remodelação da cobertura e beneficiação das fachadas, melhoramento do sistema de prevenção contra incêndios e da rede de abastecimento de água, instalação eléctrica e de ar condicionado no MTC (R. da Alfândega); remodelação da rede telefónica no MFP; 1981/1982 - diversas obras de beneficiação, melhoramento da rede eléctrica e de ar condicionado no MOP (ala E.); 1983 - obras de escoramento e de reparação imediata estrutura, na ligação da ala E. com a ala N.; instalação de ar condicionado na SEOP (ala E.); 1985 / 1986 - obras de beneficiação ao nível da cobertura, da instalação eléctrica, assentamento de divisórias amovíveis e redimensionamento do sótão, na DGEMN (ala E.); 1989 - remodelação no MTC para instalação de novos serviços; 1992 - obras no átrio, instalação de guarda-vento, ascensores, remodelação da cobertura, beneficiação das redes de água, electricidade e ar condicionado na DGEMN (ala E.); 1992 /1995 - construção da sala de leitura, remodelação das coberturas e das instalações sanitárias da DGEMN (ala E.); colocada uma esfera de calcário branco de lioz na coluna da dir. do cais das colunas; 1994 / 1995 - obras de beneficiação das fachadas, conforme projecto da engenheira Tereza Almeida, obra adjudicada à Sociedade de Construções Tomé Ribeiro, Lda.; obras de beneficiação no claustro do MF (ala E.); 1996 / 1997 - remodelação do torreão oriental e espaços anexos para instalações da Junta de Crédito Público; instalação de ar condicionado e ventilação, instalação de sumidouros na entrada principal e carpintarias; 1997 - nova pavimentação central da praça(CML); 1999 - construção da biblioteca do MF; 2002 / 2003 - obras de beneficiação das coberturas e gabinetes das instalações da DGEMN (ala E.) e reposição da verticalidade do acrotério e balaustrada; 2005 - remodelação de parte do edifício para instalação do novo centro de dados do Ministério das Finanças (Instituto de Informática). Decorrem os trabalhos de remodelação das instalações no torreão Oriental para os serviços da Direcção-Geral do Tesouro. |
Observações
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*1 - Inclui, além da freguesia da Madalena, a de S. Julião. |
Autor e Data
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Paula Noé 1990 / Teresa Vale e Maria Ferreira 1997 / Helena Rodrigues, Filipa Avellar e Lina Oliveira 2004 / Renata Araujo 2004 |
Actualização
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