Castro da Cola / Cidade de Marrachique / Castelo da Cola

IPA.00006438
Portugal, Beja, Ourique, Ourique
 
Aglomerado proto-urbano. Povoado da Idade do Bronze e da Idade do Ferro com ocupação medieval islâmica. Povoado fortificado / castro com castelo medieval de planta poligonal, paredes espessas reforçadas por cubelos, entrada direita defendida por torre. O dispositivo defensivo completava-se por cercas muralhadas, de que existem ainda vestígios, implantadas nos cerros vizinhos protegendo o castelo e os acidentes geográficos circundantes, controlando uma das principais vias de passagem para o Algarve. Integra-se no parque arqueológico do Castro da Cola constituído por vários monumentos megalíticos, povoados calcolíticos e necrópoles das Idades do Bronze e do Ferro.
Número IPA Antigo: PT040212030001
 
Registo visualizado 2144 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoado  Povoado da Época do Bronze  Povoado fortificado  

Descrição

Panos de muralha esboroados, formando um polígono irregular alongado com 125 m. de comprimento por 60m de largura máxima, com 2,4 m. de espessura média, atingindo nalguns pontos entre 5 e 6 m altura. Cubelos quadrangulares desiguais reforçam a muralha em todo o seu perímetro. Porta rasgada na parede S., defendida por torre de maiores dimensões e parede mais espessa. Uma muralha espessa divide o recinto muralhado em 2 zonas, a menor do lado S.; aí encontra-se uma cisterna cavada na rocha (3,79 x 2,70 x 2,20 m.), de abóbada semicilíndrica e bocal quadrado. Sobre ela restos de um pavimento em formigão. Vestígios de casas de planta quadrangular.

Acessos

A 12 km a S. de Ourique, 6 km a S. da Aldeia de Palheiros

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria n.º 589/97, DR, 2.ª série, n.º 178, de 4 agosto 1997

Enquadramento

Rural, colina. Ocupa a crista de um monte, com 201 m. de cota máxima, junto da Ribeira do Marchicão e próximo do Rio Mira. O cerro, com um desnível de 70 m. em relação ao rio Mira, é protegido por restos de fortificações secundárias, uma cerca a SO., outra mais extensa a NE., o Pedacinho de Parede e ainda por 2 cercas defendendo os meandros do rio Mira, com 1159 e 600 m. de dimensão. Nas proximidades existe a Igreja de Nossa Senhora da Cola (v. IPA.00009838) onde anualmente se realiza uma romaria. O circuito arqueológico desenvolve-se numa área de c. de 15Km integrando 23 estações arqueológicas, do Neolítico à Idade Média, do qual se destacam o povoado calcolítico do Cortadouro, os monumentos megalíticos Fernão Vaz I e II e o Tholos da Nora Velha (v. IPA.00034690), as necrópoles do Porto de Lages, da Idade do Bronze, e do Pego da Sobreira e de Fernão Vaz, da Idade do Ferro e a da Vaga da Cascalheira (v. IPA.00034705).

Descrição Complementar

Espólio: machados de pedra polida, fragmentos de vasilhas da I. do Ferro, cerâmica campaniense, contas de vidro, conta de ouro, agulha em osso, braceletes em bronze, mós, percutores, esferóides; objectos históricos: cerâmica romano-visigótica, árabe e portuguesa medieval, objectos em metal (fusos, cossoiros, fivelas, chaves, argolas, etc.), objectos em pedra (mós, esferóides de arremesso, percutores), pedras lavradas romanas e visigóticas, lápides árabes, moedas, lucernas.

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCAlentejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Idade do Bronze / Idade do Ferro

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

Idade do Bronze, inícios - início da ocupação; reforço das obras de fortificação durante o período de ocupação islâmica; séc. 14 - abandono do povoado segundo Abel Viana; Séc. 15 - 16 - abandono do povoado segundo Rosa Varela Gomes; 1999 - incluido no Programa de Valorização e Divulgação Turística - Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve, do Ministério do Comércio e Turismo e da Secretaria de Estado da Cultura; 1999 - 2000 - obras de adaptação do edifício de arquitectura popular a centro de acolhimento e interpretação, projecto da arquiteta. Sofia Salema.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Alvenaria insossa, lajes de xisto. As muralhas são formadas por dois muros paralelos, com entulho e pedras a meio. Aparelho espinhado nos muros das habitações.

Bibliografia

PEREIRA, Gabriel, Notas d'Archeologia, Évora, 1879; VASCONCELOS, José Leite de, Excursões pelo Baixo Alentejo - 1897, in O Archeólogo Português, 29, 1933; VIANA, Abel, Notas Históricas, Arqueológicas e Etnográficas do Baixo Alentejo, Arquivo de Beja, vol. XV, 1959, vol. XVI, 1960; GOMES, Rosa Varela, A arqueologia militar muçulmana, in História das Fortificações Portuguesas no Mundo, Lisboa, 1989.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

1960 - realização de escavações e de trabalhos de consolidação por Abel Viana; 1961 - consolidação da muralha voltada a SE.; 1962 - escavação e consolidação do lado N. do Castelo; 1963 - continuação das escavações sob direcção de Abel Viana; IPPAR: 1999 - 2000 - obras de adaptação do edifício de arquitectura popular a centro de acolhimento de interpretação; IPPAR: DRE: 2001- escavações arqueológicas.

Observações

Autor e Data

Isabel Mendonça 1994

Actualização

 
 
 
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