Praça da Ribeira e Área envolvente
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Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória |
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Componente urbano. Espaço urbano de confluência. Praça da ribeira setecentista com origem em rossio medieval. Ao longo do Rio Douro, desde cedo se fixaram populações que se dedicariam a actividades com ele relacionadas, estruturando as suas construções segundo um eixo paralelo ao Douro. A existência do Rio da Vila cortou esse eixo dividindo-o em duas secções que viriam a dar origem à R. da Fonte Taurina e à R. da Lada. Por outro lado, o vale do Rio da Vila foi aproveitado para através dele se fazer o acesso da Ribeira, área de funções urbanas relacionadas com as actividades piscatórias e comerciais, para o morro da Sé, zona de funções administrativas e religiosas, o que daria origem à R. dos Mercadores. Este eixo constituía o acesso, não só à parte alta da cidade, mas também a ligação do Douro com as estradas que partiam em direcção a N. e a E. É na confluência destes dois eixos que se vai desenvolver um espaço não edificado que os relaciona entre si e os põe em contacto com o Rio Douro: a Pç da Ribeira. A actual R. Infante D. Henrique, anteriormente R. Nova, R. Formosa e R. dos Ingleses, constitui um 2º eixo, mais recuado, paralelo ao rio Douro, cuja abertura decorre dos propósitos reorganizadores do urbanismo ribeirinho pelo rei D. João I. A partir da 2ª metade do séc. 18, passa a ser interceptada perpendicularmente na zona E. do seu traçado pela R. de S. João. Esta rua foi aberta para facilitar o acesso à Pç. da Ribeira a quem se lhe dirigia desde o Lg. de S. Domingos e a R. de S. Catarina das Flores, um dos mais importantes eixos da cidade desde o séc. 16. A abertura da R. de S. João integra-se numa profundamente reforma da Pç. da Ribeira que lhe conferiu um aspecto muito semelhante ao actual. |
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Número IPA Antigo: PT011312130034 |
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Registo visualizado 1631 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto urbano Elemento urbano Espaço de confluência Praça
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Descrição
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ESTRUTURA URBANÍSTICA: a Pç. da Ribeira apresenta planta rectangular aberta a S. para o rio Douro e com um ligeiro pendor naquela direcção. Constitui o espaço de confluência de diversos eixos de sentido E. - O., ao longo do rio, e N. - S., permitindo o acesso da zona ribeirinha à parte alta da cidade. Entre os primeiros, são de referir o Cais da Ribeira que tem continuidade pelo Cais da Estiva, imediatamente sobre o rio; as ruas que se estruturaram à cota alta sobre os troços conservados da antiga muralha fernandina, a R. de Cima do Muro e a do Muro dos Bacalhoeiros; paralelas à antiga muralha, já no espaço intramuros, a R. dos Canastreiros, em grande parte do seu trajecto transformada em galeria, tendo continuidade para o lado O. da Pç. pela R. da Fonte Taurina. Com início no topo N. da Pç. da Ribeira, existe a R. dos Mercadores, de traçado estreito, rodeando o Morro da Sé, e a R. de S. João, de traçado mais amplo, aberta no séc. 18, para facilitar o acesso para NO. Transversal à R. de S. João, a R. do Infante D. Henrique é um eixo também paralelo ao rio mas mais recuado, de traçado largo. ESPAÇO CONSTRUÍDO: a Pç. da Ribeira tem o lado oposto ao rio rematado por uma fonte monumental entre o início das ruas de S. João e a dos Mercadores. A estrutura arquitectónica envolvente ocupa o espaço correspondente a um edifício de três andares, ostentando o escudo das armas de Portugal, sob as quais está um nicho destinado a receber uma imagem. Inserindo-se no mesmo projecto de reforma da Pç., as fachadas a O. apresentavam uma distribuição original em três registos. Posteriormente e por diversas vezes, estas fachadas foram ampliadas chegando a atingir actualmente sete pavimentos. Ao nível do r/c, existem arcadas formando galeria, hoje completamente fechada e constituindo espaço interior. O andar principal, é formado por altas aberturas com varandas, seguindo-se-lhe o 3º andar com janelas de peitoril de reduzidas dimensões. As fachadas a E., constituem um interessante conjunto de casas do tipo estreito e alto do Porto, recentemente restauradas. Apresentam portas largas ao nível do r/c e fachada de tabique com andares em ressalto, algumas, enquanto outras tem a fachada lisa de pedra. No centro da Pç. existe um fontanário reconstruído durante os recentes trabalhos de restauro o qual integra uma escultura de José Rodrigues. Na R. do Infante D. Henrique, tem destaque a casa da Feitoria Inglesa. A fachada principal de feição classizante organiza-se em 4 registos sendo o r/c formado por arcadas. O 3º andar possui altas aberturas, com varandas e frontões, enquanto o 2º e o 4º, concebidos sob a forma de mezzanini, possuem janelas de menores dimensões, de peitorial. A frontaria remata com uma platibanda, decorada por balaústres e festões. No interior é de salientar a escadaria com clarabóia, a sala de baile e, no último andar, a cozinha que conserva todo o equipamento original e a baixela primitiva. No extremo O. da mesma rua, localizam-se a Casa do Despacho da Venerável Ordem Terceira de São Francisco (v. PT011312130040) e a Igreja de São Francisco (v. PT011312130005). |
Acessos
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Porto, Praça da Ribeira, Rua de São João e Rua Infante D. Henrique |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 516/71, DG 1ª série, n.º 274 de 22 novembro 1971* / Incluído no Núcleo urbano da cidade do Porto (v. PT011312140163) |
Enquadramento
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Urbano. Localiza-se em pleno Centro Histórico, na zona ribeirinha, abrindo do lado S. para o rio Douro. Ocupa a parte terminal do antigo vale do rio da Vila, hoje completamente subterrâneo. É dominada a NE pelo Morro da Penaventosa onde se localiza a Sé do Porto. Actualmente vedada ao trânsito automóvel, dispõe, sobretudo do lado E. de um grande número de esplanadas. A R. Infante D. Henrique, ao dar acesso ao túnel sob o Morro da Sé e à Av. Marginal, constitui uma das mais procuradas saídas da cidade pelo trânsito automóvel que se dirige para E. ao longo do rio Douro. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Não aplicável |
Afectação
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Não aplicável |
Época Construção
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Séc. 14 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: John Whitehead (séc. 18). |
Cronologia
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1395 - são iniciadas as obras de construção da R. Nova, actual Infante D. Henrique; séc 15, finais / séc. 16, inícios - incêndio consumiu toda a envolvência da Praça da Ribeira levando à reconstrução da mesma;1763 - sob o governo de João de Almada, são elaborados planos de alteração da Praça tendo sido decidido reconstrui-la de acordo com um plano monumental que incluia arcadas: para a fachada ocidental da Praça surge um primeiro projecto, da autoria de Francisco Pinheiro da Cunha, depois abandonado, mas que chegou a ser iniciado, como se pode ver na esquina com a R. da Fonte Taurina, onde ainda se observam vestígios do maciço de pedra que constituiria o cunhal desse edifício; 1776 / 1782 - desenrolam-se obras segundo um novo projecto, da autoria de John Whitehead, que conferiu à fachada O. da Praça um aspecto muito semelhante ao actual; 1784, a partir - foi construído um novo cais, desde os Guindais até aos ancoradouros tradicionais; 1785 / 1790 - construção da casa da Feitoria Inglesa, situada na esquina das ruas Infante D. Henrique e S. João, cujo projecto é atribuído a John Whitehead; 1822 - demolida a Porta da Ribeira e o troço de muralha em que se inseria abrindo a Praça para o rio. |
Dados Técnicos
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Não aplicável |
Materiais
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Não aplicável |
Bibliografia
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MANDROUX-FRANÇA, Marie-Thérèse, Quatre phases de l'urbanisation de Porto au XVIIIe Siècle, Colóquio Artes, 2ª Série, 14º ano, nº 8, Julho 1972. p. 35 - 46; Porto a Património Mundial, Porto, 1993, p. 165, 166 - 167 e 178; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. II, Distrito do Porto, p. 59. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DREMN |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1981 - Obras de renovação do quarteirão com frente para o lado E. da Pç. pelo Projecto Municipal CRUARB. |
Observações
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* DOF: Conjunto urbano constituído pela Praça da Ribeira e suas naturais extensões, ou sejam, a Rua de São João e respectiva transversal, a Rua do Infante D. Henrique. |
Autor e Data
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Isabel Sereno / Paulo Dordio 1995 |
Actualização
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