Igreja Matriz de Santa Maria de Sintra / Igreja de Santa Maria e São Miguel
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Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim) |
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Arquitectura religiosa, gótica, manuelina e barroca. Igreja paroquial de fundação românica, reconstruída nos períodos gótico, manuelino e barroco, dos quais mantém vestígios estruturais e formais. Da fase gótica é notória a influência mendicante, com o escalonamento das 3 naves; cabeceira de capela única de topo poligonal cntrafortada e encimada por cachorrada decorada, coberta com abóbada de cruzaria e rasgada por frestas, uma delas de dois lumes; na fachada principal permanece marcada a divisão das naves e o portal é enquadrado por gablete, em arquivoltas quebradas assentes em colunelos, sendo internamente mainelado com arcos conopiais manuelinos; o remate é barroco, em frontão volutado e decorado com acantos e concheados; sobre as pilastras e cunhais urnas clacissizantes. Fachadas laterais rasgadas por frestas e portas, a S. em arco conopial envolto por quebrado e a oposta de verga recta sobre 2 cachorros esculturados. Interior de 3 naves definidas por arcaria quebrada sobre colunas de fuste liso e capitéis de decoração vegetalista. Cobertura de madeira na nave e em abóbada de ogiva na capela-mor. Coro-alto sobre arco em asa de cesto entre 2 plenos, com guarda em cantaria de decoração vazada; sub-coro abobadado de polinervura rebaixada Do lado do Evangelho retábulo tardo-barroco. No portal N., o lintel apoia-se em cachorros decorados com carrancas; igualmente decorados são alguns dos cachorros que rematam a ábside. Interiormente, apesar do escalonamento das naves, a central é desprovida de clerestório, e todas unidas pela cobertura única de tecto de madeira de 2 abas. De destacar a pia de água benta sobre uma base esculpida à maneira de troncos podados torsos; uma lápide epigrafada alusiva à instituição da primitiva Capela de Santa Clara e vários azulejos hispano-mouriscos reaproveitados da capela-mor. Peça original é o sino quatrocentista e a respectiva inscrição, gravada em letras capitulares carolino-góticas, idênticas às capitais iluminadas dos códices, que reflecte a propagação do culto mediévico italiano de Santa Águeda e dos seus louvores hagiográficos em Portugal, e é copia, segundo as tradições, da epígrafe gravada no seu sarcófago; São conhecidos outros três sinos com legenda igual: um desaparecido na derrocada das torres sineiras da Sé de Lisboa provocada pelo terramoto de 1755 e conhecido como o "sino do relógio" (v. PT031106520004) , outro na Igreja da Misericórdia de Mora, datado de 1391 (v. PT030707030011), e um outro na extinta Igreja Paroquial de São Pedro de Évora, dos inícios do sé. 16 (v. PT030705210099). |
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Número IPA Antigo: PT031111090011 |
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Registo visualizado 3120 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal, regular, composta por corpo da igreja, rectangular, de 3 naves, e ábside de topo poligonal; do pano da dir. do frontispício eleva-se torre quadrangular e à fachada S. adossa-se transversalmente Sacristia rectangular. Massa horizontalista, exceptuando a torre, de volumes articulados. Coberturas diferenciadas em telhados a 2, 3 e 5 águas e domo sobre a torre. Fachada principal orientada, de três panos divididos por pilastras de cantaria, encimadas por pequenas urnas; ao centro, antecedido por degraus, portal inscrito em gablete de cantaria com abas de terminal ligeiramente curvo; o portal é internamente de duplo vão de arcos conopiais deprimidos apoiados em coluna lisa com capitel coríntio, encimados por tímpano liso, tudo emoldurado por arco quebrado de 3 arquivoltas apoiadas em colunelos lisos de bases quadrangulares, entre as quais surge uma carranca, e capitéis de colchete, os intercolúnios da esq. são decorados com pequenas flores estilizadas e pontas de diamante; sobre o gablete, janela em arco rebaixado com moldura recortada e pedra de fecho saliente; remate em frontão triangular recortado e decorado com volutas nos ângulos inferiores e tímpano, motivos fitomórficos e concheados e uma pequena cartela com a data de 1757; os panos laterais são cegos, rematando-se o da esq. em meia-empena recortada com volutas, motivo que se repete em relevo no pano da dir., aplicado à fachada da torre sineira, que, no 2º registo é vazada em redor por 4 ventanas em arco pleno, assentes em impostas salientes e com pedra de fecho marcada, com sinetas a E. e S. e sino epigrafado a O.; remate em cornija encimada por urnas nos ângulos. Fachada S.: no pano da torre óculo tetralobado e no pano do corpo da igreja portal em arco conopial boleado, com 2 palmas em relevo nas enjuntas, enquadrado por arco quebrado sobre colunas lisas de capitéis vegetalistas estilizados e assentes em plintos altos; no 2º registo 2 frestas; remate em beiral; corpo da Sacristia com cunhais de cantaria: na face O. porta de verga recta encimada por cruz ladeada por 2 janelas estreitas rectangulares de capialços profundos, a S. uma janela rectangular e face E. idêntica à O.; remates em beiral. Ábside: mais baixa, em cantaria marcada por contrafortes de esbarro encimados por gárgulas com carrancas, sendo os 3 panos posteriores vazados por janelas: a central dupla, mainelada, em arco quebrado com óculo no tímpano, e as laterais estreitas em arco pleno de capialços profundos; remate em cornija assente em cachorrada parcialmente decorada. Fachada posterior do corpo da igreja: vazada superiormente por óculo e 2 pequenas frestas; remate em empena encimada por cruz. Fachada N.: pano do corpo da igreja desnivelado, a que se encostam 2 lanços de degraus, um deles de acesso ao portal de verga recta, com intradorso biselado e lintel assente lateralmente em 2 cachorros esculpidos com rostos humanos; no 2º registo 3 frestas; remate em beiral. INTERIOR: 3 naves escalonadas, separadas por arcadas de 4 arcos quebrados assentes em colunas de fuste liso e capitéis vegetalistas estilizados, todos diferentes, e, nos tramos extremos, apoiados em mísulas; a O. coro-alto a toda a largura da igreja, com varandim de cantaria vazado por quadrilóbulos, assente num arco de asa de cesto na nave central e plenos nas laterais que se elevam de grossos pilares rectangulares e pilastras facetadas, a delimitar e a apoiar a cobertura do sub-coro em abóbada polinervada rebaixada com bocetes decorados com grutescos, sobre mísulas vegetalistas; do lado do Evangelho o Baptistério, protegido por teia de madeira em ângulo recto a envolver pia com taça de caneluras assente em pé estriado; do lado oposto, adossada ao pilar, pia de água benta de taça gomada sobre supedâneo esculpida à semelhança de 2 troncos podados enroscados, e casa da escada de acesso ao coro e à torre, provida de porta rectangular. Na parede N. retábulo de talha dourada sobre altar de urna e, do lado oposto, um baixo-relevo de Santa Clara rodeada de estrelas e uma lápide epigrafada relativa à fundação da respectiva capela; pavimento lajeado com algumas campas epigrafadas; cobertura em tecto de madeira de 2 abas abrangendo as 3 naves. Arco triunfal quebrado de 2 arquivoltas assentes em colunas embebidas sobre plintos altos, de fustes lisos e capitéis vegetalistas (truncados); sobre o arco um óculo. Capela-mor de 2 tramos, o 1º rectangular e o 2º poligonal, com cobertura em abóbada de nervuras com "pseudo-cadeia longitudinal" marcada em friso com motivo zigue-zague, e com bocetes de rosetão, assente em colunas embebidas, colunelos e mísulas de decoração vegetalista em baixo relevo; junto à parede fundeira, pequeno altar revestido a azulejo de aresta e, ao centro, ara de altar sobre dois pilares; na parede S. porta em arco quebrado de acesso à Sacristia, cujo interior possui várias pedras sigladas. |
Acessos
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Calçada de Santa Maria. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,793825, long.: -9,384801 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 8 218, DG, 1.ª série, n.º 130 de 29 junho 1922 / ZEP, Portaria n.º 670/99, DR, 2.ª Série, n.º 150 de 30 junho 1999 *1 / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264) |
Enquadramento
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Peri-urbano. Isolada; implantada em terreno de forte pendor com inclinação para N.; a caminho do Castelo dos Mouros (v. PT031111120005), partindo da Fonte da Sabuga ( v. PT031111110109). O frontespício confina com a via pública e muro de propriedade particular. É circundada por amplo adro, desnivelado do lado N., murado e pavimentado a gravilha. |
Descrição Complementar
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O retábulo lateral é de planta recta e um eixo, com nicho central de perfil curvo, circunscrito por estípides e remate em frontão interrompido com espaldar recortado encimado por cornija; altar em forma de urna, com decoração apainelada. INSCRIÇÕES: 1. Inscrição alusiva ao elogio panegírico de Santa Águeda gravada na base de um sino circundada por moldura dupla *2; Dimensões: 70 x 65 (diâmetro); Tipo de Letra: Inicial carolino-gótica ornamentada com motivos vegetalistas e zoomórficos; Leitura: + MENTEM SANCTAM SPONTANEAM HONOREM DEO PATRIE LIBERACIONEM ERA MILÉSIMA CCCC L.XVIII(1468) ANOS; Tradução: Proclamo espontaneamente um espírito santificado à honra de Deus e à libertação da Pátria. (V) AQUI JAZ ÁLVARO GARCIA CLÉRIGO BENEFICIADO QUE FOI EM SÃO MARTINHO PER CUJA ALMA E DOS SEUS DEFUNTOS DIRÃO 18 MISSAS REZADAS PARA SEMPRE E UMA CANTADA. FALECEU A 6 DE JANEIRO DE 1575. (VI) SEPULTURA DE ANDR[É] BRANDÃO; (VII) AQUI JAZ MARIA FERNANDES POR ELA E SEUS DEFUNTOS SE DIZEM 24 MISSAS POR 24 ALQUEIRES DE PÃO. FALECEU A 5 DE NOVEMBRO ERA DE 1583; (VIII) Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, sem moldura nem decoração. Calcário.Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: AQUI JAZ CATARINA DA SILVA PELA QUAL SE DIZEM TRÊS ÓBITOS NESTA IGREJA PELOS BENS DE PEDRO LEITE E SEU SOBRINHO FRANCISCO DA SILVA CAPELÃO DO SENHOR DOM DUARTE. E SERVIU NESTA IGREJA 42 ANOS. FALECEU A 6 DE SETEMBRO DE 1589 ANOS. (IX) ESTA SEPULTURA É DE ANDRÉ FREIRE E DE SUA MULHER CATARINA NUNES. O QUAL FALECEU A 18 DE ABRIL DE 1598 ANOS E DE SEUS DESCENDENTES. E JAZ NELA LEONOR ÁLVARES POR CUJA ALMA E SEUS DITOS FILHOS SE DIZEM NESTA IGREJA 90 MISSAS COM SEUS RESPONSOS SOBRE ESTA SEPULTURA CADA ANO. E SE ALUMIA UMA LÂMPADA NA CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO CONFORME A INSTITUIÇÃO DA DITA CAPELA DE QUE É ORA ADMINISTRADORA MARGARIDA FREIRE FILHA DOS SOBREDITOS. (X) O PADRE JOÃO MIGUEIS RAÇOEIRO QUE FOI EM ESTA IGREJA E PRIOR DE PENELA ESTÁ ENTERRADO DEBAIXO DOS DEGRAUS DESTA CAPELA DE SANTA CLARA QUE ELE INSTITUIO. DEIXOU OBRIGAÇÃO COM CAPELA PERPÉTUA E MERCIEIROS E POR NÃO BASTAR OS RENDIMENTOS SE SUSTENTA POR ORA UM CAPELÃO E DOIS MERCEEIROS. (XI) SEPULTURA QUE O PRIOR DESTA IGREJA JOÃO FERREIRA DE MACEDO MANDOU FAZER PARA ENTERRO DE SUA MÃE LUÍSA DE MACEDO SEU(?) E DE SEUS HERDEIROS. (XII) AQUI JAZ JORGE DUARTE E SEU FILHO FRANCISCO DUARTE CLÉRIGO DE MISSA POR CUJA[S] (?) ALMAS SE DIRÃO NESTA IGREJA PARA SEMPRE CINCO MISSAS. (XIII) Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura; sem moldura nem decoração; Calcário; Dimensões: 195x90; campo epigráfico: 76x50. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE LEONOR FRANCISCA E DE SEUS PARENTES. FALECEU EM FEVEREIRO DE 1615; (XIV) AQUI JAZ ANTÓNIO DE MORAIS MESTRE DAS OBRAS DE SUA MAJESTADE DOS PAÇOS DESTA VILA PER CUJA ALMA SE DIRÁ NESTA IGREJA PARA SEMPRE UMA MISSA REZADA. FALECEU EM OUTUBRO ERA DE 1589. A QUAL SEPULTURA É DE SUA FILHA BEATRIZ DE MORAIS QUE ELA COMPROU COM LICENÇA DO ORDINÁRIO E QUER SE NÃO ENTERRE MAIS PESSOA ALGUMA. (XV) AQUI JAZ DOMINGOS JORGE CLÉRIGO DE MISSA QUE SERVIU NESTA IGREJA CINQUENTA E TRÊS ANOS PELO QUAL SE DIRÃO DUAS MISSAS NELA E FALECEU O PRIMEIRO DE FEVEREIRO 1614. (XVI) SEPULTURA DE MARTIM ALBERNAZ E DE SEUS HERDEIROS. (XVII) AQUI JAZ [...] E SUA MULHER CECÍLIA FERNANDES E SEUS HERDEIROS 1590. (XVIII) AQUI JAZ RUI [...] VICENTE(?) CAPELÃO DE[STA (?)] IGREJ[A] [...]; (XIX) SEPULTURA DO BENEFICIADO DIOGO(?) BIRRANO(?) E DOS ASCENDENTES DE SUA AVÓ CATARINA SANTA(?). XX (na sacristia) DEO OPTIMO MAXIMO SEPULTURA DE PEDRO DE BEM SALINAS PRIOR DESTA IGREJA E DE SEUS HERDEIROS ANO DE 1686. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 13 / 14 / 16 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1147 - D. Afonso Henriques conquista Sintra e cria quatro paróquias, pertença do padroado real, sendo uma delas Santa Maria; construção da primeira igreja de dimensões reduzidas, no denominado Campo do Arrabalde; 1241 - São Miguel estava anexada a Santa Maria e D. Sancho II cedeu os padroados das igrejas de São Martinho e São Pedro ao Bispo e ao cabido da Sé de Lisboa, suscitando grandes rivalidades entre os priores das quatro paróquias, por causa de direitos de autoridade; 1253 - Intervenção de uma comissão arbitral de dignitários eclesiásticos para pôr termo à contenda; 1254 - Instituida a Colegiada de Santa Maria, pelo prior Lourenço Anes; séc. 13, último quartel - O prior Martim Dade manda demolir a igreja primitiva e construir uma igreja maior; 1427 - O padroado passou para as mãos de Gil Lourenço, mestre da capela de D. Duarte; 1440, depois de - Obras na capela-mor e outras, por iniciativa de Luís Pires, capelão de D. Afonso V, obras que foram concluidas por Lopo da Silva; séc. 15 - A igreja pertencia à Casa das Rainhas (desde D. Isabel, mulher de D. Afonso V), sendo doada pelo rei à Ordem de Cristo com instituição de comenda e os párocos passaram a vigários, sendo o 1º Frei Pedro (até 1506); 1468 - Data gravada no sino; 1506 / 1521 - D. João Lopo, Bispo de Tânger, foi vigário de Santa Maria e prior de São Miguel de Sintra, mandando fazer grandes obras na igreja: forro do tecto com madeira de cedro com as armas da Rainha embutidas ao centro, portal principal e coro-alto; 1521 - Após extinção da comenda e do padroado ter regressado à casa real, foi apresentado como prior por D. Catarina, o castelhano D. Julião de Alva, que fez várias obras no interior; 1575, 6 Jan. - Morre Álvaro Garcia, clérigo beneficiado da igreja deixando bens para se rezarem 18 missas anuais; 1583, 5 Novembro - Morte de Maria Fernandes, que se fez sepultar na igreja e doou 24 alqueires de trigo para se rezarem 24 missas anuais por sua alma; 1589, 6 Setembro - Falecimento de Catarina da Silva, sepultada na igreja, dizendo-se 3 missas: uma por ela, outra por Pedro Leite e a 3ª por Francisco da Silva, seu sobrinho e capelão da igreja; Outubro - Enterrado na igreja António de Morais, mestre de obras régias no paço de Sintra, numa sepultura comprada por Beatriz de Morais, sua filha; 1598, 18 Abril - Morre André Freire sepultado na igreja; 1614, 1 Fevereiro - Morre Domingos Jorge que foi clérigo de missa na igreja; 1615, Fevereiro - Morre Leonor Francisca que comprou a cova para si e seus herdeiros; 1640, depois de - A autoridade diocesana do pós-Restauração suprimiu a Colegiada de Santa Maria ; execução de uma sineta para a torre e revestimento do interior com azulejo de tapete; 1686 - É enterrado em sepultura na Sacristia o prior Pedro de Bem Salinas; 1711 - Data inscrita no portal principal; 1755, 1 Novembro - O terramoto causou-lhe grandes danos; 1757 / 1760 - Reconstrução da igreja, a expensas do prior Sebastião Nunes Borges e dos beneficiados: renovação da fachada principal, acrescentando-se o remate decorado com volutas, substituição da antiga rosácea por uma janela, substituição das frestas das fachadas laterais por janelões, entaipamento parcial do portal da fachada S. e total do da fachada N., rebocando-se o interior, que recebeu novos retábulos de talha dourada; 1761 - Já estava reedificada e melhorada; séc. 20, 1ª década ou início da 2ª - Obras por iniciativa do Senhor Wan-Zeller; 1946, 13 novembro - fixação da Zona de Proteção e da Zona non aedificandi, publicada no DG, n.º 264; 1979 - A abertura de uma fossa séptica no adro da igreja põe a descoberto sarcófagos tardo-medievais, em número de 41 *3; 1996, 26 junho - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção, pelo Ministro da Cultura; 1997, 22 julho - fixação da Zona Especial de Proteção publicada na Portaria n.º 523/97, DR, 1.ª série-B, n.º 167. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista (naves); estrutura autónoma (ábside); paredes autoportantes (Sacristia). |
Materiais
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Cantarias de calcário (lioz e "azul" de Sintra), lavenaria mista rebocada, madeira, azulejos, vidro, telha. |
Bibliografia
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ALVES, Pereira Félix, O Sino Velho de Santa Maria de Sintra in Sintra do Pretérito, Sintra 1953, pp. 149 - 161; AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1963; AZEVEDO, José Alfredo da Costa, Obras de José Alfredo da Costa Azevedo, Memórias do Tempo, Vol. V, Sintra, 1998; CHICÓ, Mário Tavares, A Arquitectura Gótica em Portugal, Lisboa, 1981; DGEMN, A Igreja de Santa Maria de Sintra, Boletim nº 18, Porto, 1938; DIAS, Pedro, A introdução das primeiras formas góticas in História da Arte em Portugal, vol. 4, Lisboa, 1986, pp. 9 - 63; MENDONÇA, Henrique Lopes de, A Igreja de Santa Maria, de Sintra in O Archeologo Português, vol. XIX, Lisboa, 1914, p. 377 - 379; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; PEREIRA, Isaías da Rosa, Subsídios para a História da Diocese de Lisboa do século XVIII, Lisboa, 1980; PESSANHA, D. José, Santa Maria de Sintra in Athena, vol I, nº 2, Lisboa, 1924, p. 63 - 74; PESSANHA, José, Santa Maria de Arrabalde in Arquivo do Concelho de Sintra, Sintra, 1941, pp. 27 - 32; RIBEIRO, José Cardim (Coord.), Sintra. Património da Humanidade, s.l., 1996; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. II. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRML |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1932 - Reparação dos rodapés, pavimento e ferragens dos sinos; 1934 - vários trabalhos de conservação e reparação; 1937 / 1939 - Reabilitação e limpeza estética do imóvel: consolidação e limpeza geral do coro e da abóbada e pavimentação com tijolo; levantamento do soalho das naves e substituição por lajedo com aproveitamento das tampas de sepultura; substituição da grade de ferro do Baptistério por uma balaustrada de madeira; apeamento e reconstrução da armação e cobertura dos telhados com substituição das telhas por "tipo românico"; desentaipamento do portal lateral N.; retirada dos altares laterais de talha dourada que estavam a tapar os antigos portais laterais; apeamento das teias das naves, do púlpito de madeira e respectiva escada; entaipamento de janelas e reabertura de frestas nas fachadas laterais; demolição e reedificação da Sacristia, ficando menor; demolição de pequenas construções anexas; construção de escada do lado N., comunicando com o adro; picagem e substituição de rebocos interiores e exteriores; limpeza, consolidação e desentaipamento parcial dos pórticos das fachadas principal e S.; construção do altar-mor e revestimento com azulejos hispano-mouriscos; restauro das primitivas janelas da capela-mor; reparação da cobertura da torre sineira e da escada; assentamento de novas portas de madeira laterais e da Sacristia; colocação de vidraças coloridas armadas em chumbo nas frestas e janelas; colocação de degraus diante do portal principal; regularização do adro, lajeamento e calcetamento do mesmo e da rua de Santa Maria; 1947 - Diversos trabalhos de restauro; 1950 - assentamento de guarda vento; 1955 - reparação do telhado e vitrais; 1961 - limpeza do telhado; reconstrução do muro de suporte do átrio; tratamento de conservação das portas de madeira; 1967 - conservação dos telhados e das portas de madeira; 1973 - reparações exteriores; construção de instalações sanitárias na Sacristia; 1976 - construção de instalações sanitárias e outros trabalhos; 1979 - obras conservação exterior e limpeza e reparação do forro do tecto das naves e das paredes; 1982 / 1983 - escavações arqueológicas no adro da igreja, sob a responsabilidade dos Serviços de Arqueologia, Arte e Etnografia da Câmara em colaboração com o medievalista Dr. José Beleza Moreira; 1989/1990 - Beneficiações e alterações: construção de plataforma de pedra na ábside, sobre a qual assenta o altar; limpeza de cantarias com escovas de aço e ácidos e preenchimento de lacunas com cimento. |
Observações
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*1 - Zona Especial de Proteção Conjunta da Igreja de Santa Maria e do Castelo dos Mouros, retomando, no caso da primeira, o antigo perímetro de 1946. *2 - esta legenda foi copiada, segundo a tradição, da gravada no túmulo de Santa Águeda (mártir siciliana do séc. 3) passou depois para os antifonários medievais que a cantavam, em louvor da santa, no dia 5 de Fevereiro. No cartório da igreja ainda se conserva um antifonário, que pertenceu à colegiada de Santa Maria, onde se pode encontrar a frase em cantochão. *3 - foram definidos três tipos diferentes, com datações entre os meados da 1ª dinastia, as mais antigas escavadas na rocha, o séc. 15 / início do séc. 16, constituídas por sarcófagos de pedra, e os meados do séc. 18, constituídas por simples caixas, formadas por várias lajes mais ou menos irregulares; do espólio recolhido, e actualmente no Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, destacam-se os fragmentos cerâmicos medievais e pós-medievais, a vasta colecção de numismática, abrangendo do séc. 12 até ao séc. 18, e objectos religiosos de grande interesse. |
Autor e Data
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Paula Noé 1991/ Lina Oliveira 2003/ Filipa Avellar 2004 |
Actualização
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Paula Noé 1997 |
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