Palácio Nacional de Queluz
| IPA.00006108 |
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Queluz e Belas |
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Arquitectura residencial, rococó e neoclássica. Palácio real de planta irregular e composta por vários corpos construídos ao longo de dois séculos, articulados entre si, concebidos por arquitectos distintos e com formações variadas, resultando num conjunto pouco harmónico. Exceptuando o último pavilhão a ser construído, o de D. Maria I, com uma fachada exterior mais imponente, o palácio é virado para o interior, sofrendo as fachadas que abrem para os jardins um tratamento mais cuidado do ponto de vista decorativo, numa clara viragem para o estilo rococó, mais intimista. O corpo mais antigo apresenta uma vertente mais cénica, criando uma simetria à ala pré-existente, formando dois amplos braços de um piso, que convidam a aceder ao interior do corpo principal, de dois pisos, desenvolvido em torno de um pátio interno rectangular, com arcadas no piso inferior e estrutura arquitravada no superior. Esta estrutura, ainda de cunho barroquizante, revelando a formação da escola de Mafra do seu primeiro arquitecto, é pontuada por elementos inovadores, como o recurso às colunatas e aos motivos serlianos no pátio interno, revelando linhas clássicas. Também a Fachada de Cerimónias que abre para o jardim mostra uma estrutura barroquizante e simétrica aliada a elementos decorativos rococó, como as cornijas de inspiração borromínica, os concheados e os elementos vegetalistas delicados; este esquema é visível na estrutura central, de perfil côncavo, com as colunas dispostas em ângulo. Este corpo denota o período de viragem que se vivia no gosto artístico português. As alas e os pavilhões da responsabilidade do arquitecto francês Jean-Baptiste Robillion e de toda uma equipa que o acompanhou, mostra uma clara tendência rococó, com o recurso aos arcos abatidos, às modinaturas recortadas, e, especialmente, à utilização de vários fragmentos de frontão relacionados entre si, que marcam o remate do corpo central virado para o Jardim de Malta. A formação cenográfica do arquitecto encontra-se bem patente no Pavilhão Robillion, com colunata no piso inferior, que sustenta varanda corrida no superior, impedindo a visualização directa das janelas com molduras ornadas por profusa vegetação; nos interiores concebidos pelo arquitecto, aparecem amplas salas intercomunicantes na zona destinada ao aparelho de Estado, contrastando com os pequenos gabinetes dos aposentos privados. Em todos domina uma decoração de espelhados, que reflecte e amplia a luz que entra pelas portas - janelas que percorrem todas as alas. Também a gramática decorativa denota este gosto, com o recurso à talha dourada ou à pasta dourada ("papier maché"), contrastando com fundos claros, de tonalidade pastel, onde dominam concheados, "espagnolettes", atlantes, acantos, animais híbridos e exóticos, dando origem a uma gramática que se conota com a "Escola de Queluz", onde vários entalhadores receberam formação. A Capela, de estrutura barroca, com nave e capela-mor de ângulos curvos, revelando a tendência e o gosto pela centralização do espaço, mostra uma decoração rococó, sendo todo o espaço dividido em apainelados pintados a marmoreados fingidos, a imitar pedras semi-preciosas, como o lápis lazúli, com a tribuna assente em estípides, o púlpito no lado da Epístola, e a capela-mor com cobertura em cúpula rasgada por dois óculos, cuja luz se reflecte em dois espelhos, criando um efeito de camarim a iluminar a estrutura retabular principal, muito simples, apenas composta por painel pintado envolvido por talha; esta simplicidade também é revelada nos retábulos colaterais, dispostos em ângulo. O Pavilhão D. Maria I apresenta-se em dois pisos, perfeitamente simétricos, mas onde dominam as modinaturas típicas do final do séc. 18; o seu interior, como algumas salas com decoração renovada nas alas primitivas, apresentam painéis pintados de tendência neoclássica, onde estão presentes os elementos sinuosos, as flores estilizadas, pavilhões, figuras híbridas e mitológicas, influenciadas pelas gravuras que mostravam as ruínas de Pompeia e Herculano, recentemente escavadas, e que se propagaram por toda a Europa. Residência sazonal, articulando-se de forma privilegiada com extensos jardins e mata, ocupada a partir do séc. 17 por membros da Família Real, por se encontrar ligada à Casa do Infantado, recebendo um incremento construtivo com o Infante D. Pedro, que a transformou em habitação permanente, devido ao incêndio sofrido pelo seu Palácio, em Lisboa; ganharia apogeu com o casamento deste Infante com a princesa herdeira do trono, a futura D. Maria I, tendo que aliar salas de aparato, como a do Trono ou a dos Embaixadores, de apoio à actividade da Rainha, com pequenos gabinetes particulares, tipicamente rococós, onde habitavam os vários membros da Família, destacando-se, como melhor exemplo, os aposentos da Princesa Maria Francisca Benedita, redecorados com a presença do casal régio D. João VI e D. Carlota Joaquina, segundo um esquema neoclássico. O conjunto é composto por vários corpos construídos em épocas distintas, por arquitectos diferentes, com sucessivas remodelações, consoante o mentor que o ocupava, destacando-se, como uma das maiores perdas, o desaparecimento da Casa da Ópera para dar lugar ao Pavilhão de D. Maria I. De todo o conjunto, destaca-se, pelo carácter cenográfico e de inspiração romana, o Pavilhão Robillion, onde se inserem várias salas, nomeadamente o Quarto de D. Quixote, assim denominado por apresentar decoração alusiva à obra de Cervantes, onde se passaram episódios felizes e trágicos da Família Real, com o nascimento de vários príncipes no local e morte de figuras régias, como D. Pedro IV. Este pavilhão apresenta colunata e varandas balaustradas, encimadas por urnas e decoração alegórica, destacando-se, numa das fachadas, a porta - janela encimada por um relevo representando Baco; situa-se numa ala distante do exterior, dando para a Quinta e o respectivo canal, com vista privilegiada sobre a mesma, implantado em zona de forte declive, vencido por uma imponente escadaria angular, decorada por leões, que dá nome ao conjunto. As fachadas que abrem para os jardins são imponentes, compostas por corpos centrais de dois pisos, normalmente tripartidos por pilastras colossais, que definem o eixo de simetria das alas, que se prolongam lateralmente em apenas um piso. As janelas e portas possuem modinaturas recortadas, encimadas por frisos ou espaldares, decorados por elementos fitomórficos e sobrepujados por cornijas de vários tipos - angulares, curvas ou contracurvas, de inspiração borromínica. No interior, a sala mais imponente é a do Trono, recriando um típico ambiente rococó, onde a luz das janelas se reflecte nas portas espelhadas e nos elementos arquitectónicos, como pilastras e estípides, com fustes espelhados, profusamente decorada com elementos barroquizantes, aliados à concha recortada, remetendo para uma linguagem típica do primeiro ensaio rococó. O recurso aos espelhos é constante, quer nas portas das várias dependências, quer nas pilastras da Saleta da Princesa Maria Francisca Benedita, do Quarto de D. Quixote e sobretudo da imponente Sala dos Embaixadores, com pavimento em cantaria de mármore e cobertura com cenas alegóricas e, ao centro, a representação da Família Real a assistir a um serenim. A Sala do toucador destaca-se pela sua luminosidade, através do recurso a apainelados espelhados e à pintura de cenas de coqueteria, em tons vivos. A única sala que apresenta azulejos, exceptuando o caso de algumas dependências do Pavilhão D. Maria I, com silhares neoclássicos, é o Corredor das Mangas, com duas decorações cronologicamente distintas, surgindo, na base, silhares em monocromia azul sobre fundo branco, representando cenas de caça, encimados por painéis que revestem a totalidade dos nembos, com cenas mitológicas, "singeries" e "chinoiserie". No interior, destacam-se a qualidade dos pavimentos, com parquet de madeira exótica, formando desenhos geométricos simples ou em composições concêntricas, muitas vezes repetindo a composição pictórica dos tectos. O Quarto de D. Quixote tem a singularidade de ser rectilíneo, mas apresentar cobertura curva, assente em colunas, dando a ilusão de uma estrutura centralizada. A Capela é o elemento menos inovador do conjunto, mostrando uma profusão de cores e dourados que o barroco joanino já utilizara, sendo digna de nota a cobertura exterior da capela-mor, em cúpula bolbosa, rasgada por olhos de boi. Na ala mais antiga, mantém-se um interessante pátio de pequenas dimensões, intimista, para onde abrem janelas em arco abatido e portas flanqueadas por pilastras que sustentam frontões triangulares, denominado Pátio da Lontra. |
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Número IPA Antigo: PT031111070008 |
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Registo visualizado 7617 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Residencial senhorial Paço senhorial
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Descrição
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Planta composta por vários corpos rectangulares adossados, construídos em períodos distintos, o mais antigo formando uma ala côncava exterior, adossando-se-lhe um corpo perpendicular, com eixo N. / S., correspondente à terceira e à última fase de obras no palácio, de corpos articulados, com volumetria horizontal e coberturas diferenciadas em telhados de duas e quatro águas, sendo em cúpula bolbosa sobre a capela, situada no ângulo NE.. A fachada principal, virada a E., é a visível pelo público, confinando com a via pública, dando as posteriores de cada um dos corpos, as mais elaboradas, para a ampla zona dos jardins e quinta (v. PT031111080158). Fachadas rebocadas e pintadas de rosa ou amarelo, evoluindo em um ou dois pisos, percorridas por embasamento de cantaria. Fachada principal virada a NE., onde são visíveis três dos quatro corpos que compõem o conjunto. O CORPO do lado direito, mais antigo, forma um amplo largo côncavo, de disposição mais ou menos simétrica, tendo, no fundo do largo, um corpo de dois pisos, flanqueado por dois braços de apenas um piso, tendo, no lado direito, a Cozinha Velha. Toda esta ala apresenta fachadas rebocadas e pintadas de rosa, com cunhais apilastrados, rematadas em friso, cornija e platibanda de balaústres, com gárgulas ornadas por volutas. O corpo de dois pisos, divididos por friso de cantaria, apresenta três panos, os laterais cegos e o central saliente; o piso inferior é marcado por cinco arcos de volta perfeita, o central em cantaria de calcário, em aparelho isódomo, com fecho saliente e assentes em pilares toscanos, formando um pequeno átrio, para onde abrem duas janelas e três portas, todas em arco abatido, com molduras de cantaria e sobreportas do mesmo material, formando almofadado. O piso superior divide-se em três panos, através de duas pilastras toscanas, tendo, ao centro, janelão rectilíneo, flanqueado por estípides e rematado por frontão triangular, com o lado inferior alteado, dando lugar ao escudo real; os panos laterais possuem duas janelas em arcos abatidos e molduras recortadas, encimadas por pequeno espaldar rematado por cornija angular. Adossadas aos panos laterais do corpo anterior, surgem duas alas perpendiculares semelhantes, formadas por um piso de seis arcos de volta perfeita, com fecho saliente e assentes em pilares toscanos, criando um átrio, para onde abrem, no lado esquerdo, uma porta e cinco janelas e, no lado direito, duas portas e quatro janelas, todas em arco abatido, com molduras de cantaria, rematadas por espaldares curvos e almofadados, sobrepujados por cornijas curvas. As faces viradas a E. possuem duas janelas em arco de volta perfeita, com molduras recortadas, que se prolongam inferiormente, formando brincos, rematadas por cornija angular. Recuado relativamente ao anterior, surgem dois corpos confrontantes, que prolongam a ala, cada um deles rasgado por uma porta e quatro janelas em arco abatido, com espaldares e cornijas curvas, sendo as portas de perfil contracurvado, com jambas de arestas boleadas, flanqueados por pilastras, a que se adossam mísulas, que sustentam frontão triangular sem retorno, o do lado esquerdo de acesso ao Restaurante Cozinha Velha. Sucedem-se as alas curvas, com portas e janelas semelhantes às anteriores, a do topo do lado esquerdo, de acesso à capela, sendo as pilastras que o flanqueiam encimadas por fogaréus. A fachada lateral esquerda, virada a SO., divide-se em dois corpos, um deles saliente, abrindo para o Jardim de Malta, com um corpo que o articula com o mais recuado, a Fachada de Cerimónias. Esta é rebocada e pintada de amarelo, de disposição simétrica, a partir de um eixo central de dois pisos, divididos por friso de cantaria, e três panos definidos por pilastras toscanas, com os capitéis ornados por festões, rematada em frontão triangular, com o tímpano decorado por medalhão central com a cruz de Cristo, envolvido por elementos vegetais, e platibanda balaustrada, surgindo, sobre os acrotérios, esculturas de vulto. O piso inferior é rasgado por cinco portas - janelas em arco abatido, com molduras recortadas e orelhas volutadas, rematado por cornija e folhagem; no piso superior, ao centro, três janelas que abrem para sacada corrida de cantaria, convexa e sustentada por quatro colunas jónicas, com guarda de ferro vazada; o vão central apresenta pilastras dispostas em ângulo, que sustentam cornija contracurvada, de inspiração borromínica, sendo as laterais semelhantes às do piso inferior, variando o motivo decorativo do remate; nos panos laterais, mais quatro janelas de sacada com modinaturas semelhantes. As alas laterais são de um piso, rematadas por platibanda balaustrada, cada uma delas com cinco janelas em arco abatido com molduras recortadas e remate em cornija e elemento fitomórfico. O corpo do lado direito é rebocado e pintado de rosa, com remate em platibanda balaustrada, com disposição simétrica, a partir de um portal central, de perfil côncavo, e arco de volta perfeita, com fecho saliente, flanqueado por duas pilastras e duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, que sustentam fragmentos de fronão, a centrar emblema e elementos florais. De cada lado, evoluem cinco portas - janelas em arco abatido e moldura recortada com orelhas volutadas, encimadas por friso, cornija e elemento assimétrico com concheados e acantos; entre cada uma delas, surge uma estípide, encimada por bustos. Os dois corpos são unidos por um pano rebocado e pintado de amarelo, rematado em platibanda balaustrada, onde se rasgam sete portas - janelas, com moldinaturas semelhantes às anteriores. Fachada lateral direita, virada a NE., rebocada e pintada de amarelo, com dois panos, o do lado esquerdo evoluindo em três pisos, vencendo o desnível do terreno, cada um deles rasgado por nove janelas de peitoril, em arco abatido e moldura recortada, rematada em cornija. O pano do lado direito, recuado, abre para um terraço pavimentado a terra batida e com guarda em platibanda balaustrada, de um piso, para onde abrem sete portas - janelas; no ângulo formado por ambos, surge um pano de dois pisos, divididos por friso de cantaria, subdividido em três panos por pilastras toscanas colossais, com um corpo formado por portal de verga recta e moldura de cantaria, que se prolonga superiormente, emoldurando um grande janelão, rematado por cornija e volutas. Os panos laterais possuem, em cada piso, quatro janelas de peitoril, com molduras recortadas e rematadas por cornija, possuindo caixilharia em guilhotina. Este corpo desenvolve-se em torno de dois pátios, um no corpo central, de dois pisos, e outro no corpo do lado direito, denominado "Pátio da Lontra". O CORPO central, por onde se processa o actual acesso ao edifício, é composto por uma ampla ala de um piso, rebocada e pintada de rosa, com a fachada principal virada a NE., formada por cinco panos, alguns ligeiramente salientes, definidos por pilastras, encimadas por fogaréus ou urnas, rematados em cornija e falsa patibanda, rasgada por óculos lobulados e almofadados de cantaria. Nesta fachada, rasgam-se quatorze janelas de peitoril, uma delas umas antiga porta, parcialmente entaipada, com moldura recortada, formando falso frontão almofadado, rematado em cornija contracurvada, de inspiração borromínica e prolongando-se inferiormente, formando falsos brincos. Tem, ainda, três portas com o mesmo tipo de modinatura e o portal de acesso à capela, em arco de volta perfeita, com moldura recortada, mais larga na zona inferior, flanqueado por pilastras, a que se adossam consolas, que sustentam cornija contracurva. Descentrado e côncavo, o acesso ao imóvel, com pano central em arco de volta perfeita, flanqueado por dupla pilastra, que sustenta cornija recta, abaixo da qual se formam almofadados e um óculo circular com elemento fitomórfico; sobre a cornija, evolui um espaldar contracurvado, vazado por óculo circular e encimado por vaso florido. Os eixos laterais formam dois arcos de volta perfeita, rematados em meios-frontões e platibanda plena, ornada por elementos ovalados em relevo. Os arcos estão protegidos por portões de ferro forjado e o conjunto dá a ilusão de um arco triunfal, rematado por frontão triangular. Interiormente forma um átrio, pavimentado a calçada à portuguesa e cobertura em tecto de madeira, para onde abrem cinco vãos, um deles frontal, com perfis em arco de volta perfeita ou abatido, flanqueados por pilastras toscanas, a que se adossam consolas, que sustentam frontão semicircular no frontal e cornijas angulares nos laterais; no espaço, surgem bancos e vasos de cantaria. Fachada lateral esquerda parcialmente adossada, sendo visíveis quatro portas - janelas em arco abatido, com molduras recortadas e orelhas volutadas, rematando em friso, cornija e elementos vegetlistas; a fachada oposta encontra-se adossada. A fachada posterior abre para o Jardim de Malta, rematada em falsa platibanda balaustrada, de desenvolvimento simétrico a partir de um eixo central de dois pisos, divividos em três panos, por pilastras de fuste liso e capitéis coríntios, sobre duas ordens de plintos, os inferiores paralelepipédicos e almofadados e os superiores cúbicos, o central composto por alto portal côncavo, em arco de volta perfeita, encimado por almofadado e escudo decorado por elementos vegetais e concheados, flanqueado por duas colunas da ordem colossal, com fustes lisos e capitéis coríntios, sobre bases semelhantes às anteriores; estas sustentam fragmentos de frontão; o pano é rematado por frontão contracurvado, de perfil borromínico, no centro do qual se rasga uma janela em arco de volta perfeita, flanqueada por pilastras e rematada por cornija e elementos fitomórficos. O portal é flanqueado por portas - janelas em arcos abatidos, com molduras salientes, encimados por espaldares curvos, vazados por falsos óculos ovalados, rematando em cornija, encimado por janela de peitoril em arco de volta perfeita e moldura de cantaria boleada e fecho saliente. Os panos laterais são rasgados por portas - janelas em arco abatido, com molduras recortadas e orelhas volutadas, rematando em friso, cornija e elementos vegetalistas, encimadas por janelas de peitoril semelhantes às anteriores. Cada uma das alas laterais possui cinco portas - janelas semelhantes às anteriores. O CORPO do extremo esquerdo ou Pavilhão D. Maria I, evolui em dois pisos, divididos por friso de cantaria, com fachadas rebocadas e pintadas de rosa, percorridas por embasamento de cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados e rematadas em friso, cornija e beirada simples. A fachada principal divide-se em três panos por duas ordens de pilastras toscanas, o central rematado por frontão triangular; é rasgado por portal em arco de volta perfeita, encimado por elemento almofadado e flanqueado por pilastras toscanas, flanqueado por duas janelas em arco abatido, com moldura recortada, rematadas por friso e cornija contracurvada de inspiração borromínca; às pilastras do portal adossam-se consolas que suportam uma sacada corrida, protegida por guarda de ferro, para onde abrem três janelas, a central mais alta e em arco de volta perfeita, flanqueada por duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, rematada por frontão semicircular que invade o frontão do pano, ornado pelo escudo português; as janelas laterais são em arco abatido, moldura recortada e com orelhas volutadas, com friso alteado e rematado por cornija angular. Os panos laterais são semelhantes, tendo, no piso inferior, uma porta e duas janelas com modinaturas semelhantes às do corpo central, e, no superior, três janelas de sacada com modinaturas semelhantes às do segundo piso do pano central. Fachada lateral esquerda com três panos, o central saliente, rasgado, no primeiro piso, por cinco janelas de peitoril, com molduras recortadas e rematadas por cornija, surgindo outras tantas no segundo piso, as três centrais a abrir para uma sacada comum, com guarda em balaustrada de cantaria. Fachada lateral direita com três janelas em cada piso, semelhantes. Fachada posterior com uma porta e nove janelas no primeiro piso, com molduras recortadas e remate em cornija contracurvadas, que, no caso das janelas, se prolongam inferiormente, formando falsos brincos, surgindo, na superior, outras tantas janelas de sacada, com bacia em cantaria, guarda em ferro forjado e vão em arco abatido, encimado por cornija angular. No lado direito, abrem-se seis respiradores rectilíneos, aproveitando o declive do terreno. Este corpo liga-se ao central por um de pequenas dimensões, com fenestração semelhante à anteriormente descrita. O PAVILHÃO ROBILLION situa-se na extremidade do primeiro corpo descrito, virado para a quinta e para o Jardim Pênsil, adaptando-se ao forte desnível do terreno, com um e dois pisos; as fachadas são rebocadas e pintadas de rosa, flanqueadas por fortes cunhais de cantaria, em silharia fendida, encimados por panóplias, rematadas por balaustrada, interrompida por acrotérios encimados por urnas e açafates de flores, três delas percorridas, no piso inferior, por colunata, por vezes saliente, de colunas toscanas, algumas agrupadas e assentes em plintos comuns, que sustentam friso dórico e varanda, protegida por balaustrada, com os acrotérios encimados por estatuária, com alegorias às "Quatro Estações", "putti" ou esfinges. A fachada principal tem dois panos de dois pisos, separados por gigante em silharia fendida, o do lado esquerdo de menores dimensões e tendo, no piso inferior, três portas - janelas em arco abatido, a central de maiores dimensões, com molduras recortadas; no segundo piso, três portas - janelas semelhantes, mas rematadas por farto friso vegetalista. O pano do lado direito tem sete portas - janelas no primeiro piso, a central de volta perfeita e as demais em arco abatido, com molduras rcortadas, encimadas por outros tantas, com molduras envolvidas por motivos fitomórficos. A fachada lateral esquerda apresenta o mesmo tipo de modinaturas das anteriores, existindo, em cada piso, quatro portas - janelas, as inferiores de volta perfeita e as superiores em arco abatido. No ângulo desta fachada com a principal, enorme escadaria (Escadaria dos Leões) que liga ao terreno da quinta, tendo, no primeiro lanço a base mais larga e o topo estreito, levando a um patim, que diverge em dois lanços que ligam a cada uma das fachadas. A fachada lateral direita é em cantaria de calcário aparente, de dois pisos, o inferior com três portas rectilíneas, com molduras simples em cantaria; o superior é marcado por seis pilastras coríntias, tendo, ao centro, porta - janela em arco de volta perfeita, flanqueado por duas colunas coríntias, que sustentam friso florido e frontão semicircular, em cujo tímpano aparece um relevo, representando uma cena de Baco, e, sobre o qual, surgem duas figuras femininas; o conjunto é flanqueado por duas janelas em arco abatido, com molduras simples e com fecho marcado por um pavão, enquadrado por elemento almofadado. INTERIOR composto por várias salas intercomunicantes e articuladas, ornadas por pinturas, talha dourada, estuques e azulejo, destacando-se os compartimentos do Pavilhão Robillion e alguns do corpo principal, surgindo a Sala do Conselho ou do Despacho, a Sala de Espera ou das Açafatas, o Toucador e o Quarto da Rainha, o Oratório; surge, ainda, o Quarto de D. Quixote, a Sala das Merendas; efectuando a articulação entre a ala O. e a ala N., surge a Sala dos Embaixadores ou das Talhas ou dos Espelhos. Na ala N., surge a Sala da Tocha, a Sala dos Archeiros, a Sala do Bilhar, a Sala dos Particulares, o Corredor das Mangas. Efectuando a articulação entre a ala N. e a ala E., a denominada ala das Princesas, surge um conjunto de compartimentos, destacando-se a Sala de Entrada, o Quarto da Princesa, um Oratório e a Sala da Escultura a Sala do Café, a Sala de Fumo e a Sala de Jantar, surgindo, ainda a Sala do Lanternim. No ângulo da ala E., a Capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição; nesta ala, a Sala de Música ou das Serenatas e a Sala do Trono. No Pavilhão de D. Maria I, surge uma escadaria central, sustentada por colunas e pilastras, e várias salas pintadas ou ornadas por azulejo, destacando-se a Sala Pompeana. |
Acessos
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Queluz de Baixo. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,750446, long.: -9,258224 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2.ª série, n.º 200 de 24 agosto 1968 *1 |
Enquadramento
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Peri-urbano, destacado e isolado, implantado em zona plana, rodeado por vias públicas, a S. a IC19, a E. a via, pavimentada parcialmente a calçada de basalto, que acede ao palácio e à Torre do Relógio / Pousada D. Maria I (v. PT011111070050), fronteira, a O., um ramal da IC19, que liga a Queluz, com acesso à via que o flanqueia a N., esta separada por amplo jardim, em cota inferior à via pública, composto por canteiros relvados, várias árvores de médio porte, bancos de jardim e candeeiros de iluminação pública. Este espaço, prolonga-se para o lado oposto da via que se inicia junto ao Palácio, a E.. Além da pousada, situam-se junto ao edifício, o Palacete Pombal (v. PT031111070039), a Fonte da Carranca (v. PT031111070251) e o Quartel de Queluz (v. PT031111070244) No largo, surge uma zona de parque de estacionamento, pavimentada a calçada de basalto, surgindo, no lado N., uma estátua da rainha D. Maria I, integrada num canteiro de relva e flores, rodeada pelos Continentes. |
Descrição Complementar
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O corpo central da fachada principal acede ao interior tendo, no lado direito as bilheteiras e, no oposto, uma loja, bar e o acesso ao percurso museológico do imóvel. O PÁTIO do corpo principal é rectangular e evolui em dois pisos, o inferior com três arcadas nos lados menores e com duas arcadas e motivos serlianos nos lados maiores, a que corresponde, no piso superior, uma estrutura arquitravada, com vãos rectilíneos, sustentada por colunas toscanas, assentes em plintos paralelepipédicos, que cortam uma guarda plena, em cantaria, ornadas por almofadados e rosetões; tem as paredes rebocadas e pintadas de rosa e tem as alas revestidas por azulejo de padrão policromo, formando silhar, assente em rodapé de pedra torta em roxo manganês. O piso inferior tem pavimento em lajeado de cantaria e tecto de madeira, tendo o superior pavimento em ladrilho cerâmico e tecto de madeira, pintado de bege; para estas alas abrem portas de verga recta com molduras recortadas. São ligados por uma escadaria em cantaria, de um lanço central, que bifurca em lanços divergentes, com guarda metálica; as colunas de arranque formam pilastras de fustes almofadados, rematadas por urnas; a caixa da escada tem as paredes rebocadas e pintadas de branco, com silhar de azulejo semelhante ao do pátio. No centro do pátio, pavimentado a calçada, surge um tanque quadrado, com os ângulos côncavos, com plinto e coluna central, de onde jorra o jogo de água; encontra-se rodeado por buxo. O PÁTIO DA LONTRA é rectangular, de pequenas dimensões, de um piso único, para onde abrem janelas de peitoril em arco abatido, com molduras recortadas, rematadas por friso e cornija curva ou angular, e quatro portas em arco abatido, flanqueadas por quatro pilastras toscanas que sustentam pequeno frontão triangular; sobre as portas, surgem tabelas recortadas, com florões e falsas mísulas, de onde pendem lacrimais. O pátio encontra-se pavimentado a calçada à portuguesa, no centro do qual se acha um tanque ovalado, em cantaria, com taça circular, assente em coluna do tipo balaústre. A SALA DO DESPACHO tem as paredes marcadas por lambrim pintado de bege e dourado, sobre os quais surgem painéis pintados a óleo, representando ruínas clássicas, que alternam com portas pintadas de branco e dourado, encimadas por sobreportas com o mesmo tipo de pinturas, de ruínas clássicas; tem pavimento em parquet, formando elementos geométricos e tecto plano, com moldura dourada, formada por elementos sinuosos e fitomórficos, que envolve um painel pintado, representando uma alegoria ao "Tempo". O TOUCADOR DA RAINHA tem paredes e lambris pintados de verde e dourado, encimados por apainelados, com espelhos inseridos em rectículas douradas, interrompidas por uma cartela recortada, com moldura de enrolamentos e concheados, possuindo pinturas representando crianças na arte da coqueteria, tema que também surge nas sobreportas, rectilíneas, mas interrompidas por moldura dourada, recortada por enrolamentos e acantos. O pavimento é em parquet, concêntrico, formando elementos geométricos (losangos e estrelas), estrutura que se repete no tecto, plano e ornado por frisos concêntricos, segmentados no sentido do raio, formando pequenos apainelados ornados por elementos fitomórficos; a sanca é curva e apresenta friso em "ferronerie" dourado, onde se entrelaçam grinaldas de flores, interrompido, ao centro, por cartelas lobuladas, decoradas por açafates de flores. A SALA DAS AÇAFATAS, contígua à anterior, tem as paredes pintadas em tom de azul, com lambris de apainelados beges e dourados, encimados por painéis de dimensões variadas, os que ladeiam as portas, ornados por reservas ovaladas, decoradas por paisagens, envolvidas por molduras contracurvadas; nos ângulos, aparecem medalhões em "grisaille"; o conjunto é percorrido por friso decorado por elementos fitomórficos. O pavimento é em parquet simples, sendo o tecto pintado de bege, com rosetão dourado central e friso liso, onde se entrelaçam grinaldas de flores douradas. As portas são pintadas de branco e dourado, com bandeiras espelhadas, em forma de rosácea. O QUARTO DA RAINHA tem pavimento em parquet e encontra-se pintado de verde, marcado por um jogo de pilastras de fustes lisos e capitéis jónicos, assentes em plintos paralelepipédicos almofadados, que sustentam um friso e tecto plano decorado por apainelados e elementos entrelaçados e acantos ao centro. As portas estão pintadas de branco e verde, surgindo, nas sobreportas, espelhos; atrás da cama, amplo arco de volta perfeita espelhado. Todo o conjunto é pontuado por elementos em pasta com prata dourada. Entre este quarto e o de D. Quixote, existe um ORATÓRIO com as paredes pintadas de bege, onde surge um armário e maquineta em talha dourada. O QUARTO DE D. QUIXOTE é rectangular, seguindo o mesmo esquema do quarto anterior, pintado de verde, com lambris da mesma tonalidade, rodeado por elementos dourados, marcado por pilares de fuste envidraçado e capitéis coríntios, assentes em plintos almofadados, os quais sustentam falsa cúpula, com trompas angulares, tendo no tecto a representação de uma alegoria à Música, surgindo, na zona curva, cartelas recortadas a representar cenas das aventuras de D. Quixote; as portas estão pintadas de branco e azul, com almofadas espelhadas, flanqueadas por cariátides douradas e com sobreportas ovaladas, representando a mesma temática da cúpula. Possui pavimento de parquet, concêntrico, com estrela central e elementos radiantes, os centrais dispostos diagonalmente ao centro da circunferência. As representações pictóricas são as seguintes: D. Quixote de armadura e elmo; D. Quixote pede que o armem cavaleiro; D. Quixote confunde os mercadores de Toledo; D. Quixote investe contra um dos mercadores; D. Quixote é sovado por um deles; um lavrador encontra D. Quixote e socorre-o; D. Quixote convence um homem (lavrador) a segui-lo; D. Quixote intervém no suposto salvamento de uma dama; D. Quixote ataca moinhos de vento; D. Quixote sai sem pagar de uma estalagem; folgazões gozam com Sancho Pança; D. Quixote investe contra um rebanho de ovelhas; D. Quixote intervém a favor de presos agrilhoados; D. Quixote, Sancho Pança, o cónego o cura e o barbeiro; estes conseguem acalmar D. Quixote; D. Quixote pede que libertem um casal de leões; D. Quixote embarca; D. Quxote pendurado no beiral, tenta montar Rocinante: D. Quixote e Sancho Pança. A SALA DAS MERENDAS é quadrada e de pequenas dimensões, com as paredes pintadas de verde e lambris a verde, bege e dourado, com pavimento em parquet e tecto plano, constituindo alvéolos ornados por rosetões dourados, assente em sanca curva, com consolas e festões em pasta dourada; os nembos apresentam duplas molduras douradas, que centram quatro quadros, representando cenas relacionadas com as refeições, alusivas às "Quatro Estações do Ano"; embutidos nas paredes, armários com a baixela da família. As portas são almofadadas, pintadas de bege, verde e dourado, com sobreportas ovaladas, pintadas com naturezas mortas. A SALA DOS EMBAIXADORES é ampla, rectangular, iluminada por portas - janelas de ambos os lados, separadas por pilastras de fustes espelhados, encimados por elementos pintados, com pavimento em mármore preto e branco, formando axadrezado, tendo as paredes pintadas de verde e tecto plano, com pintura central em "trompe l'oeil", octogonal e com moldura de rosetões, representando a Família Real a assistir a um serenim, sendo flanqueados por dois painéis a representar uma alegoria à "Música" e um "Concílio de Deuses"; a sanca apresenta enrolamentos em pasta dourada e painéis pintados com "chinoiserie". Em cada um dos topos, um estrado de madeira, contendo tronos, sobre os quais surgem falsos dosséis circulares, sustentados por duas colunas de fustes espelhados, marcadas por anéis e espira fitomórfica dourada, com capitéis coríntios, assentes em plintos paralelepipédicos, de faces almofadadas, marcadas por drapeado; os tronos são enquadrados por elemento côncavo, espelhado e com moldura de apainelados com rosetões dourados, flanqueada por painéis ornados por quatro reservas espelhadas, com molduras douradas entrelaçadas. O tecto sobre os tronos é composto por painel circular, onde evoluem anjos a sustentar grinaldas. O conjunto é flanqueado por portas em arco de volta perfeita espelhadas. AS SALAS DA TOCHA, ARCHEIROS e DOS PARTICULARES constituem três dependências intercomunicantes, muito descaracterizadas pela renovação após o incêndio, com paredes pintadas de bege, com pequena moldura de entrelaçados e lambril com marmoreados fingidos, tendo tectos planos pintados da mesma tonalidade e pavimento em ladrilho cerâmico. As portas estão pintadas de branco ou de bege, com elementos dourados e almofadas espelhadas. O CORREDOR DAS MANGAS é, actualmente, uma sala ampla, com tecto plano, ornado por apainelados pintados de bege e pavimento em ladrilho cerâmico, com as paredes totalmente revestidas por painéis de azulejos policromos, assentes em silhar de azulejos em monocromia, azul sobre fundo branco, alguns de preenchimento de espaço e outros com cenas de caça, com molduras recortadas internas, sobre rodapé de pedra torta, em roxo manganês; os painéis superiores representam as "Quatro estações", os "Quatro Continentes", cenas mitológicas, "singeries", e, nos vãos das janelas, cenas orientais. O espaço encontra-se decorado por amplos vasos de faiança, assentes em plintos galbados de cantaria, com as faces almofadadas. A ALA DA PRINCESA MARIA FRANCISCA BENEDITA possui algumas salas, que constituíram a residência oficial da mesma, com a SALETA, de planta rectangular e paredes forradas a papel, com lambris pintados, rematadas por friso de acantos, com os ângulos marcados por pilastras de fustes espelhados e capitéis coríntios, tendo pavimento em tijoleira e tecto plano ornado por reserva central circular, rodeado por elementos vegetalistas, de onde irradiam painéis ornados por festões e por elementos lineares e sinuosos, vegetalistas, com figuras humanas estilizadas e drapeados, surgindo, nos ângulos, figuras híbridas a ladear liras. As portas estão pintadas de bege e dourado e têm as almofadas espelhadas. O QUARTO DA PRINCESA tem as paredes forradas a papel, com lambris pintados a "grisaille", alguns policromos, com figuras híbridas e esfinges, percorridas, superiormente, por friso fitomórfico; tem pavimento em tijoleira cerâmica e tecto plano, com painel concêntrico, com elementos fitomórficos, rodeado por festões e elementos vegetalistas sinuosos. Entre estas salas e outros aposentos privados da Família Real, surge um oratório, com as paredes forradas a papel vermelho, a imitar brocado, com lambril apainelado, tendo pavimento em ladrilho cerâmico e tecto plano. No topo, uma estrutura retabular em talha dourada, de planta recta e um eixo, composto por duas pilastras com os fustes ornados por grotesco e duas colunas coríntias, sobrepujadas por urnas, que sustentam friso liso e cornija, encimada por elementos fitomórficos vazados. O nicho rectilíneo é marcado por festões e contém uma peanha com a figura do orago, Nossa Senhora del Cármen; possui dupla banqueta, a superior dourada e a inferior com o fundo pintado de verde, onde evoluem enrolamentos e acantos dourados, a qual sustenta pilastra volutada nos costados; possui altar paralelepipédico. Os restantes aposentos reais *1 são a SALA DE ESCULTURA, com paredes forradas a papel e lambris pintados de fundo azul, com elementos a "grisaille", com friso de acantos e palmetas; tem pavimento em ladrilho cerâmico e tecto plano, com painel circular, decorado por elementos fitomórficos e festões, rodeados por uma decoração linear e de "ferronerie"; as portas estão pintadas de marmoreados fingidos e têm as almofadas espelhadas; sucede-se a SALA DE FUMO, com as paredes forradas a papel, com lambris pintados por elementos fitomórficos e estípides, encimados por frisos de enrolamentos, com pavimento em ladrilho cerâmico e tecto plano com decoração de painéis semicirculares em "grisaille", de temática mitológica, encimados por vasos floridos, surgindo, nos ângulos, "espagnolettes", com longos drapeados, festões e grinaldas de flores. A SALA DE CAFÉ tem as paredes forradas a papel, com lambril pintado, representando cabeças femininas, penachos, festões e laçarias, encimada por friso de enrolamentos; tem pavimento semelhante aos anteriores e tecto com painel rectilíneo, com "putti" e vasos nos extremos, ladeado por lunetas com pintura semelhante às dos lambris. A SALA DE JANTAR *2 tem as paredes forradas a papel, com lambris percorridos por motivos lineares e sinuosos pintados, com friso de entrelaçados e tecto plano com apainelados geométricos e moldura de tendência vegetalista. Junto à Capela, a SALA DO LANTERNIM com as paredes pintadas de amarelo e lambris ornados por acantos, palmetas e penas pintadas, com remate em friso e cornija, de onde evolui o tecto, rebocado e pintado de branco e rasgado por um lanternim; tem pavimento em ladrilho cerâmico e portas pintadas de branco e dourado, com as almofadas espelhadas e sobreportas rectilíneas, decoradas por açafates e acantos enrolados; esta sala ligava à tribuna da CAPELA. Esta tem planta longitudinal composta por nave, com os ângulos curvos, centralizando o espaço, e capela-mor mais estreita, com as paredes pintadas em marmoreados fingidos vermelhos e verdes, pontuados por elementos dourados, com coberturas diferenciadas, em abóbada de berço na nave e em cúpula, rasgada por óculos, na capela-mor, com pavimentos em lajeado de calcário e tijoleira. O tecto da nave é plano na zona central, onde surge um painel recortado, pintado com glória de anjos e querubins, que adoram as iniciais "AM". Na parede fundeira, tribuna de perfil contracurvado, assente em quatro estípides e duas consolas, com guarda vazada por estrelas, acantos e concheados, tendo o acesso pelo topo, através de uma grade que liga a uma sala anexa. No lado do Evangelho, o acesso exterior, encontra-se protegido por guarda-vento em talha, na forma de pilastras, que sustentam uma estrutura de vidro, rematando em urnas e resplendor que envolve uma glória; está ladeado por pia de água benta em calcário vermelho, em forma de concha. No lado oposto, porta de acesso à nave, pelo interior do edifício, em arco de volta perfeita, com sobreporta ornada por encanastrados e cornija; no mesmo lado, o púlpito, de planta contracurvada, e guarda com elementos decorativos vazados, com acesso por porta em arco de volta perfeita; encontra-se envolvido por apainelado de perfil curvo, encimado por motivos concheados e cartela com decoração de encanastrados. Arco triunfal de perfil abatido, ornado por consolas e resplendores, assente em colunas coríntias, tendo, no terço inferior, estriado distinto, assentes em plintos cúbicos, com as faces almofadadas e teia plena, com marmoreados fingidos e elementos geométricos. É flanqueado por dois altares laterais, dedicados a São Pedro e São Paulo (Evangelho) e a São Francisco de Paula (Epístola). Apresentam estruturas semelhantes, compostas por telas, a primeira representando a "Prisão de São Pedro e São Paulo", envolvidos por molduras douradas e elementos fitomórficos, surgindo, no topo, um fragmento de cornija, de onde evoluem espaldares curvos, ornados por motivos fitomórficos e rematados por cornijas e anjos de vulto, que centram resplendores e glórias. Altares em forma de urna, com os frontais decorados por apainelados e cruz. Capela-mor com cobertura em cúpula, assente em friso e cornija, com os panos ornados por querubins, festões e acantos dourados, surgindo dois óculos e dois espelhos, os quatro encimados por elemento concheado. No lado do Evangelho, sacristia, separada por teia de madeira. Retábulo-mor de talha dourada e pintada de azul, de planta convexa e um eixo definido por duas estípides e orelhas com enrolamentos e acantos, que enquadram um painel pintado, representando uma Senhora da Assunção, envolvido por moldura dourada; a estrutura remata em fragmentos de frontão ornados por profusão de elementos fitomórficos, que centram um espaldar curvo, decorado por asas de morcego e resplendor central, sobrepujado por cornija contracurvada, de inspiração borromínica. Altar paralelepipédico, com o frontal apainelado e flanqueado por volutas. A estrutura é ladeada por duas portas em arco de volta perfeita, com moldura simples, encimado por pequeno friso e cornija contracurvada, de inspiração borromínica, encimada por medalhões ovalados, representando um "Cristo Salvador do Mundo" e um "Coração inflamado". A SALA DA MÚSICA ou SALA DAS SERENATAS *3 tem uma planta em meia elipse, com as paredes forradas a seda, marcadas por quatro colunas de fuste liso marmoreado, com capitéis coríntios e assentes em plintos ornados por grotescos, elementos que se repetem nos lambris e nas pilastras que enquadram o conjunto. Tem pavimento em ladrilho cerâmico e tecto de perfil curvo, com decoração em talha alusiva à Música, rodeado por apainelados decorados por concheados, alguns em cascata, florões e "ferronerie" envolvida por laçarias e elementos fitomórficos, "espagnolettes" e troféus de instrumentos musicais. Possui portas pintadas de bege e dourado, com almofadas espelhadas. A SALA DO TRONO é rasgada por portas - janelas, que dão para o Jardim de Malta e várias portas, todas pintadas de bege com elementos concheados dourados e almofadas espelhadas, encimadas por festões e encanastrados, com sobreportas recortadas, com molduras douradas, representando vasos com flores; estão flanqueadas por pilastras e estípides de fustes espelhados, assentes em plintos paralelepipédicos pintados de falsos marmoreados verdes, as dos ângulos com atlantes, que sustentam a cobertura. Esta tem a sanca curva, com vários apainelados de diferentes dimensões, ornados por vasos de flores, animais fantásticos, aves, concheados, acantos, "ferronerie" e zonas pintadas com alegorias várias, surgindo, no topo S., a Fé, o Sol e a Esperança, e, no oposto, a Fortaleza, a Justiça e Caridade; no centro, uma zona côncava, ornada por rosetões, acantos, palmetas e concheados. |
Utilização Inicial
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Residencial: paço senhorial |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Parques do Monte da Lua, Decreto-Lei nº 205/2012, DR, 1.ª série, n.º 169 |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARMADOR: João Pedro Alexandrino Nunes (1784). ARQUITECTOS: Francisco António de Sousa (1802); Inácio de Oliveira Bernardes; Jean Baptiste Robillion (1758-1782); Manuel Caetano de Sousa (1785-89); Manuel da Costa Negreiros (séc. 17, final); Manuel Joaquim de Sousa (1819-21); Mateus Vicente de Oliveira (1752-1784); Petronio Mazzoni (1778). BARRISTA: Fábrica Viúva Lamego (séc. 20); Nicolau Albanese (1760); Real Fábrica do Rato (1784). CANTEIROS: Agostinho José Gomes (1774-1802); André Claro (1758); Diogo Ferreira (1758); Diogo Francisco (1758); Filipe da Costa (1758-1774); Gregório das Neves (1752); João Ferreira Machado (1774); Manuel António (1774). CARPINTEIROS: José Monteiro (1752); Manuel António (1778); Pedro Caetano do Rego (1763-64); Vitoriano Gaspar (1784). EMPREITEIRO: António João (1758-1763); Bernardino de Sena (1763); Francisco António (1764); Manuel da Silva (1771). ESTOFADOR: Manuel Roiz Grilo (1821); DECORADOR: José Francisco Gentoli Martelli (1802). ENGENHEIRO: Manuel da Maia (1754); Pedro Gualter da Fonseca (1758); ENSAMBLADOR: Jean François Cragnier (1757-60). ENTALHADORES: António Ângelo (1776-1802); Crispim Luís de Mendonça (1768); Francisco António de Araújo (1768); João António (1768); Manuel José Sequeira (1768); Pierre Larrie (1757); Silvestre Faria Lobo (1752-1777); Tomás de Aquino (1802-03) José Emídio Maior (séc. 20-1940). ESCULTOR: Filipe da Costa (1760); Jacques Antoine Colin (1757-60); Joaquim Machado de Castro (1783). ESTUCADOR: Guillaume Lautier (1758). FERREIRO: Manuel de Avelar (1774). MARCENEIRO: António Rodrigues Portugal (1794). PEDREIROS: Francisco António (1784); Francisco João Pardal (1784). PINTORES: André Gonçalves (1752); André Monteiro da Cruz (1819-21); António Berardi (1774); Bruno José do Vale (1761-62); Fernando Mardel (1940); Francisco de Melo (1757-62); Giovanni Berardi (1757-62); Inácio Oliveira Bernardes (1774-78); Jacinto da Costa Freire (1760); Jerónimo Gomes Teixeira (1762); João de Freitas Leitão (1768-74); Joaquim José (1774); José Caetano (1789); José Carvalho (1752); José Dias (1774); José Gonçalves (1752-74); Lourenço Ferreira (1753); Manuel da Costa (1774-1807); Manuel do Nascimento (1774). PINTOR de AZULEJO: Francisco Jorge da Costa (1784); Manuel da Costa Rosado (1764). PINTORES - DOURADORES: Apolinário de Almeida (1778); Gaspar António (1778); Guilherme Baptista (1778); Jerónimo Gomes (1765); João de Deus (1778); José Caetano (1778); José dos Santos Carvalho (1762); José Gonçalves Soares (1752); José António Narciso (1778-1790); Manuel da Fonseca (1762); Simão Caetano (1768). RELOJOEIRO: José Rodrigues Leitão (1819). SERRALHEIRO: António João (1778). TAPECEIRO: Hugh e Charles Goodhair (1821); Paul Boffinet (1759). VIDRACEIRO: Armazém Guilherme e João Stephens /1774); Francisco da Costa Ferreira (1752). DECONHECIDO: Manuel Álvares (1763). |
Cronologia
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Séc. 16, finais - construção de um pavilhão de caça no local por Cristóvão de Moura; séc. 17, década 30 - é transformada em quinta de veraneio, pelo filho, D. Manuel de Moura, com a construção de um núcleo, hoje correspondente ao restaurante "Cozinha Velha"; 1642 - os Bragança confiscam os bens a D. Manuel de Moura, que apoiara a causa espanhola; 1654, 11 agosto - por decreto de D. João IV, a quinta é incorporada na Casa do Infantado *4, chefiada por D. Pedro, que a utiliza como quinta de veraneio; a ele sucedem D. Francisco e D. Pedro (futuro D. Pedro III); 1735 - primeiras obras na quinta por ordem de D. Francisco, nas cavalariças, com projeto de Manuel da Costa Negreiros; ampliação do imóvel, com a construção de uma ermida e de um torreão (posteriormente demolidos) e do aqueduto; os bens são devolvidos aos Marqueses de Castelo Rodrigo, pagando a Casa do Infantado, uma renda anual de 5 mil cruzados pela sua ocupação; séc. 18 - pintura de Nossa Senhora da Conceição, São Francisco de Paula e a prisão de São Pedro e São Paulo, para os altares da capela, por André Gonçalves; 1747 - 1748 - início de obras na casa *5, por iniciativa do príncipe D. Pedro, com abertura de alicerces e terraplanagens; 1751, julho - após o incêndio no Palácio Corte Real, o príncipe D. Pedro decidiu intensificar obras na Quinta de Queluz, para se tornar a sua principal residência; 1752 - projeto entregue a Mateus Vicente de Oliveira (1706 - 1785), com adaptação do Palácio Velho e construindo-se, para S., um corpo simétrico, o denominado Corpo Central e a Fachada de Cerimónias; construção da Capela, iniciando Silvestre de Faria Lobo a obra do retábulo e oratórios; André Gonçalves pinta o painel para a capela, oito para um oratório e os painéis dos retábulos laterais; douramento de molduras na capela; pintura do oratório imitando pedras fingidas, e do teto da Capela, por José Gonçalves Soares; colocação de portas e janelas em madeira de pinho, pelo carpinteiro José Monteiro (1:250$850), vidraças aplicadas por Francisco da Costa Ferreira; abril - o mestre canteiro Gregório das Neves termina o assentamento de cantaria no torreão, pilastras, mísulas e as janelas do andar nobre; novembro - pintura das portas, janelas, paredes e escadas em várias dependências por José Carvalho; pintura do oratório, paredes, teto e comódas de madeira, por José Gonçalves; 1753 - pintura das portas e caixilharias por Lourenço Ferreira; 1754 - 1758 - obra de abastecimento de água, com projeto de Manuel da Maia; 1757 - aquisição da Quinta de Queluz e do Palácio do Corpo Santo a Gisberto Pio de Sabóia Moura Corte Real; construção da Sala dos Embaixadores, com projeto de Robillion, decoração de Jean François Cragnier, Pierre Larrie e Jacques Antoine Collin e pintura de Giovanni Berardi e Francisco de Melo; Silvestre Faria Lobo faz um guarda-roupa para a antecâmara; 1754 - Manuel da Maia trabalha na captação de água, com a construção de um tanque e remodelação do antigo aqueduto; 1756 - pintura de painéis por Monsieur Oudry, para servirem de modelo a tapeçarias de Arraz; 1758 - o engenheiro Pedro Gualter da Fonseca faz as medições para a condução da água do aqueduto do Pendão, estando presente o mestre empreiteiro, António João; feitura de elementos de cantaria, com pedra de Coimbra (balaústres e portal) e várias peças de alvenaria na ala O., pelos canteiros Diogo Ferreira, Filipe da Costa e André Claro; Diogo Francisco executa uma pedra furada para o corrimão das escadas; passa a dirigir a obra do palácio o arquiteto francês Jean Baptiste Robillion (1704 - 1782), com inspeções periódicas de Mateus Vicente; recebe 480$000 anuais e é o responsável pela ala O.; executam-se as Salas dos Embaixadores, do Conselho, de D Quixote, da Rainha e abre-se a Fachada de Cerimónia para o jardim, sendo mestre Diogo Ferreira; colocação de telhas por Pierre Larrie e decoração da Sala dos Embaixadores por Jacques Antoine Colin, Guillaumme Lautier (ferreiro) e Jean François Cragnier, entalhador, sendo carpinteiro Bernardino de Sena e os pintores Bruno José do Vale, Francisco de Melo, Giovanni Berardi, José António Narciso; 1759 - conclusão da Casa da Música; André Claro, Diogo Ferreira e Filipe da Costa lavram uma cimalha de balaústres e o portal da varanda em cima da escada do jardim; pagamento ao francês Jean François Cragnier pelas bandeiras das portas da galeria; agosto - são pagos 900$000 a Paul Boffinet 8 panos com a história de Meleagro; paredes interiores forradas com papel, damascos e sedas; início da construção do Quarto D. Quixote; 1760 - casamento de D. Pedro com a futura rainha D. Maria I, passando as obras a ter como objectivo um palácio real; obra de carpintaria da Sala das Talhas, por Jean François Cragnier, tendo como colaboradores Jacques Antoine Colin, o modelador em barro Nicolau Albanese e o pintor Jacinto da Costa Freire; execução de um baixo-relevo representando Baco para o Pavilhão Robillion, por Filipe da Costa; 1761 - 1762 - a Sala das Talhas é coberta de ladrilhos e os tetos pintados com telas de Bruno José do Vale, Francisco de Melo, sendo o painel central de Giovanni Berardi; conclusão da Sala da Música e início da feitura da Sala do Trono, demolindo-se cinco pequenas salas, onde trabalharam os entalhadores Silvestre de Faria Lobo, Crispim Luís de Mendonça, Francisco António de Araújo e Manuel José Sequeira e o pintor João de Freitas Leitão; 1762 - Jerónimo Gomes Teixeira reforma a sala e introduz colunas douradas; colocação de dois aparadores grandes na ante-sala, dourados por José dos Santos Carvalho; pinturas e douramentos de Manuel da Fonseca em partes diversas; 1763 - desmontagem da Casa da Ópera pelo mestre Manuel Álvares (6$500); obras na ala O., pelo empreiteiro Bernardino de Sena, estando as de E. e S. entregues ao empreiteiro António João; feitura de uma mesa de madeira para colocação do órgão que veio de Castela, por Pedro Caetano (9$185); obra de pintura do Pavilhão Robillion por António Berardi, Manuel da Costa e Manuel do Nascimento; Bernardino Rodrigues, Valentim Nunes e Pedro da Silva fazem ornamentos em folha da flandres; 1764 - 1767 - decoração da Fachada de Cerimónias por Jean Baptiste Robillion; 1764 - talhe das cantarias que ornam a fachada principal, pelo empreiteiro Francisco António; colocação de ladrilhos nos quartos novos; feitura de ferragens para as portas que guardam a prata da Casa, colocadas pelo carpinteiro Pedro Caetano do Rego; execução dos azulejos monocromos do Corredor das Mangas, atribuíveis a Manuel da Costa Rosado; 1765 - pagamento ao pintor Jerónimo Gomes pelos douramentos no Palácio; 1767 - Silvestre de Faria Lobo fez a talha dos reposteiros da Sala dos Embaixadores; José da Silva coloca as rosas no tecto da Sala das Merendas; 1768 - Robillion executa a Sala do Trono, tendo demolido alguns aposentos para a sua construção; 1770 - feitura da pedra de armas para o exterior da mesma; alteração da Sala da Música, com substituição da pasta por talha; 1771 - condução de água para o palácio, com o prolongamento do aqueduto, pelo empreiteiro Manuel da Silva; 1774 - projeto do pavilhão Robillion, onde trabalham os canteiros Filipe da Costa, Agostinho José Gomes, João Ferreira Machado e Manuel António; obras de pintura por Jacinto dos Santos, Manuel da Costa João de Freitas, António Berardi, Manuel do Nascimento, José Dias, José Gonçalves, Joaquim José e o imaginário João António; construção da nova Casa da Ópera pelo pintor Inácio de Oliveira Bernardes *6; feitura de ferragens para a mesma por Manuel de Avelar; encomenda de vidros para a Sala do Trono, ao Armazém Guilherme e João Stephens; 1777 - vários pagamentos a Pedro Alexandrino de Carvalho, que substitui o painel de São Francisco de Paula, da Capela; 1778 - decoração da Casa da Ópera com prata e ouro, dirigida por Inácio de Oliveira Bernardes e pelo italiano Petronio Mazzoni, com pintura de José António Narciso, Simão e José Caetano, Apolinário de Almeida; João de Deus, Gaspar António e Guilherme Baptista; carpintaria de Manuel António e serralharia de António João; 17 dezembro - inauguração da Casa da Ópera; 1782 - ocorre a primeira audiência na Sala do Trono, ao Núncio Apostólico, Vicente Ranuzi; 1783 - execução do presépio por Joaquim Machado de Castro; 1784 - após o falecimento de Robillion, Mateus Vicente dirige as obras das Cavalariças Novas; demolição do picadeiro antigo e fortificação das salas que ficavam sobre este, aproveitadas para acomodações de serviçais; execução de portas e janelas de madeira do Brasil, por Vitoriano Gaspar; feitura de um quarto para acomodar o Infante D. João, por Francisco António e Francisco João Pardal; revestimento azulejar do Corredor da Manga, por Francisco Jorge da Costa; feitura dos vasos em faiança pela Real Fábrica do Rato, tendo sido feitas réplicas, no séc. 20, pela Fábrica Viúva Lamego; construção de um pavilhão a S., a prolongar a Sala do Trono, destinado às acomodações do príncipe D. José, demolindo-se a Casa da Ópera, com obra de António Ângelo, do pintor José António Narciso e o armador João Pedro Alexandrino Nunes; 1785 - as obras são entregues ao arquiteto Manuel Caetano de Sousa (1742 - 1802), que construiu um segundo piso sobre a Sala dos Embaixadores até à atual Sala do Café, destinados a aposentos do príncipe D. João e D. Carlota Joaquina, com quartos, oratório anexo e o quarto do infante D. Pedro Carlos; execução de bambinelas, cimalhas, portas, janelas e oratório do quarto da rainha pelo entalhador António Ângelo; demolição parcial do núcleo seiscentista de D. Manuel de Moura para a construção da zona dos serventes; 1787 - feitura de um dossel para a Sala do Trono; 1788 - execução do Oratório de Nossa Senhora del Cármen, com altar da autoria de António Ângelo; 1789 - o pavilhão destinado a D. José, falecido entretanto, veio a ser habitado por D. Maria I, ficando conhecido como Pavilhão da Rainha; 1789 - a pintura de São Francisco de Paula deteriora-se, tendo sido substituída por uma de José Caetano; 1790 - pintura do teto da Sala do Conselho por José António Narciso; 1794 - com o incêndio da Real Barraca da Ajuda, o Palácio passa a ser residência oficial da Família Real, sendo mobilado com móveis do marceneiro António Rodrigues Portugal; 1795, janeiro - D. João (futuro D. João VI) manda fazer para a Sala dos Embaixadores um dossel de damasco, com franja e galões de ouro, com decoração entregue ao armador João Pedro Alexandrino Nunes; o mesmo acrescenta o segundo piso nos corpos da Fachada de Cerimónia; aquisição da Quinta e Casal da Rainha e o Casal do Deão de Baixo, prolongando a Quinta; 1797 - execução de 6 imagens de madeira para a Capela (244$280); 1799 - o Príncipe manda substituir o dossel da Sala do Trono; a Sala da Música é transformada por D. Carlota Joaquina em Sala de Audiência; 1799 - 1800 - D. Carlota Joaquina manda forrar o pavimento do Quarto com alcatifa amarela; restauro das pinturas do Toucador pelo mestre João Valentim, sob a direcção de José Conrado Rosa; as molduras são feitas com pasta dourada; séc. 19 - colocação de pavimento em parquet em várias salas; 1802 - a zona fronteira à capela está adiantada, conforme orientação de Francisco António de Sousa, destinada a acomodar o pessoal; são encomendados a António Ângelo modelos para o galo e cruz da torre; colocação de vasos etruscos nas balaustradas do Pavilhão Robillion, da autoria do figurinista italiano José Francisco Gentoli Martelli e feitos por Agostinho José Gomes; execução de banquetas, sacrário, maquineta e trono para a capela e a caixa do órgão, por António Ângelo; o mesmo acrescenta os coretos e fez várias obras para o oratório da rainha; 1803, 28 agosto - pagamento a Tomás de Aquino, pela colaboração na caixa do órgão (40$000); 1807, 27 novembro - a Família Real parte para o Brasil, ficando o palácio à guarda do almoxarife João Crisóstomo; setembro - retirado mobiliário para decorar o Palácio da Bemposta, onde se instala Junot; abertura de vãos na Sala do Lanternim e pintura de nove salas, com temáticas alegóricas, encomendadas a Manuel da Costa; demolição de vários anexos existentes no terreiro e fecho deste com gradeamento; 1808, julho - saem do palácio várias peças da baixela de prata; setembro - o palácio é transformado em quartel-general dos ingleses; 1809, dezembro - D. João VI ordena que se termine a obra do lanternim da Sala com o mesmo nome, que fora mandado executar por Junot; 1810 - data provável de construção do Pianoforte de Muzio Clementi; 1819 - colocação do relógio na torre, por José Rodrigues Leitão; D. João, ainda no Brasil, manda fazer os arranjos necessários no palácio, prevendo o regresso; 1819 - 1821 - obras na Sala dos Embaixadores, quarto do rei D. Pedro, dependência contígua à capela, dirigidas por Manuel Joaquim de Sousa, com a colaboração de Manuel de Almeida, Francisco Roiz Coimbras e o pintor André Monteiro da Cruz; colocação de 12 pilares com 63 palmos cada na Sala; 1821, junho - chegaram tapetes encomendados a Hugh e Charles Goodhair e várias peças de mobiliário da oficina do estofador Manuel Roiz Grilo; 1826 - D. Miguel assume o senhorio do Infantado; D. Carlota Joaquina passa a habitar o palácio; 1828 - 1832 - D. Miguel habita o Palácio, utilizando a Sala do Conselho para quarto privado; 1829 - morte da Princesa Maria Francisca Benedita; 1830 - morte da rainha Carlota Joaquina; incêndio no palacete da torre, fronteiro à capela, obrigando à sua reconstrução; 1834 - extinção da Casa do Infantado, Queluz passa ao património real; D. Pedro IV morre no palácio, na Sala de D. Quixote; séc. 19, meados - D. Fernando II leva do Palácio recheio e lagos para as Necessidades, Tapada da Ajuda e Alfeite; 1874 - D. Luís I utiliza a Sala do Conselho para quarto de dormir; séc. 20, início - D. Amélia manda construir umas cavalariças; 1901, maio - o Conselho Superior de Monumentos Nacionais alerta para o estado em que se encontra o Palácio; 1905 - a rainha D. Amélia apoia as obras em Queluz; 1908 - por cedência de D. Manuel II, o palácio passa para a Fazenda Nacional; 1911, 03 agosto - o Pavilhão D. Maria passa a albergar a Escola Agrícola de Pomicultura e Horticultura de Queluz; década de 30 - esta muda para a Paiã; 1932 - relatório de Raul Lino criticando a substituição da pasta por talha em algumas salas; 1933, 28 dezembro - relatório sobre as obras a efectuar, elaborado por José de Figueiredo e Raul Lino; 1934, 04 outubro - um violento incêndio destrói parcialmente o palácio, ardendo o segundo piso, dos aposentos que eram destinados ao príncipe D. João, o Pavilhão Robillion e a Fachada de Cerimónias; 1935, fevereiro - elaboração de um relatório sobre o estado em que ficou o imóvel, decidindo-se não reconstruir o segundo piso, por questões práticas e financeiras; 1938 - nomeação do primeiro conservador, o pintor António Ventura Porfírio; 1939 - demolição definitiva dos vestígios das casas dos Moura; 1940 - abertura do Palácio ao público; década de 40 - reconstrução da ala da primitiva casa de Manuel de Moura, segundo projeto do arquitecto Rebelo de Andrade; adaptação do corpo central a residência do Conservador; 1942 - colocação da escultura de D. Maria I na zona fronteira ao Palácio; 1947 - 1950 - adaptação da Cozinha Velha a Sala de Chá; 1949 - aquisição de porcelana Vista Alegre, de mesas, cadeiras e dois frigoríficos para a Casa de Chá; transporte de mobiliário de Cascais e Ajuda para o Palácio; séc. 20, década 50 - o Pavilhão de D. Maria I passa a ser a residência oficial de chefes de estado de visita a Portugal; 1955, 02 julho - carta da Condessa de Almeida Araújo para a cedência de um pequeno jardim junto à Cozinha Velha; 1957 - aquisição de mobiliário, tapetes e acessórios para o Pavilhão D. Maria I; 1983, maio - elaboração da " Proposta de uma nova zona de protecção do Palácio e Jardins de Queluz"*7; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1995 - a Escola Portuguesa de Arte Equestre passa a estar sediada no Palácio; 2000 - aquisição de um presépio a um particular; 2007, 29 março - o imóvel é afeto ao Instituto dos Museus e Conservação, I.P. pelo Decreto-Lei n.º 97/2007, DR, 1.ª série, n.º 63; 2017 - Investimento de 1 milhão de euros pela Parques de Sintra para restauro da Capela Real, bem como nos espaços contíguos, sacristia, salas adjacentes e áreas de ligação entre os pisos. Esta intervenção contempla a reintegração do órgão de tubos executado no mesmo período da capela; 2024, julho - reabertura da Capela Real após as obras
e início da montagem do órgão de tubos. |
Dados Técnicos
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Sistrma estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria mista, rebocada e pintada, em cantaria de calcário e em betão; cunhais, pilastras, colunas, escadarias, pavimentos, modinaturas, lagos, platibandas, pia de água benta, escultura em cantaria de calcário; pavimento da Sala do Trono em mármore, sendo os demais em parquet ou ladrilho cerâmico; portas, coberturas, caixilharias, pavimentos no Pavilhão D. Maria I, tribunas, retábulos, púlpito em madeira; talha e pasta dourada; azulejos tradicionais, revestimento em papel de parede; decoração em estuque pintado, fustes e almofadas das portas espelhadas; janelas com vidro simples; coberturas em telha e em metal sobre a cúpula da capela. |
Bibliografia
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AAVV, Dar Futuro ao Passado, Lisboa, 1993; AFONSO, Simoneta Luz, DELAFORCE, Ângela, Palácio de Queluz. Jardins, Lisboa, 1989; ARAÚJO, Ilídio de, Quintas de Recreio, in Bracara Augusta, Vol. XXVII, Fasc. 63, Braga, 1973; AZEVEDO, Carlos de, Estatuária de Chumbo - Palácio de Queluz, Boletim DGEMN nº 110, Lisboa, 1962; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1988; AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Vol. II, Lisboa, 1963; BARBOSA, Inácio de Vilhena, Queluz, o Palácio e a Quinta Real, in Annuario do Archivo Pittoresco, Vol, VI, Lisboa, 1863; BORGES, Nelson Correia, Do Barroco ao Rococó, in AAVV, História da Arte em Portugal, Vol. 9, Lisboa, 1986; CARITA, Hélder, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, s.l., 1990; CARITA, Hélder, CARDOSO, Homem, O Oriente e o Ocidente nos Interiores em Portugal, Barcelos, s.d.; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatórios da intervenção no Lago dos Macacos, 2 vol., Cacém, 1995; FERRO, Maria Inês, Queluz_O Palácio e os Jardins, Ministério da Cultura - IPPAR, Scala Books, Londres, 1997; FERRO, Maria Inês, Queluz o Palácio e os Jardins, Lisboa, IPPAR, 1997; FERRO, Maria Inês da Franca Sousa, O Pavilhão Robillion do Palácio Nacional de Queluz - História, Arte, Construção e Restauro (1758-1940), [dissertação de Mestrado], -2 vols., Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2000; FRANÇA, José-Augusto, Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, 1983; GIL, Júlio, Os Mais Belos Palácios de Portugal, Lisboa, 1992; GUEDES, Natália Brito Correia, O Palácio dos Senhores do Infantado em Queluz, Lisboa, 1971; IPPAR, Património. Balanço e Perspectivas (2000-2006), s.l., 2000; KUBLER, George, Art and Architecture in Spain and Portugal and Their American Dominians, Harmondsworth, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961, 1º Vol., Lisboa, 1962; MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, DGEMN, Obras em Monumentos Nacionais - Congresso Internacional de História da Arte, s.l., 1949; MACHADO, José Alberto Gomes, André Gonçalves - pintura do Barroco português, Lisboa, Editorial Estampa, 1995; MECO, José, Azulejaria Portuguesa, Lisboa, 1985; MEDINA, Gregório de, Portugal - Roteiro Turístico, Artístico e Histórico, Rio de Janeiro, 1980; O Trono em Queluz, in O Independente, 21 Fevereiro 2003; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota [dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa ], Lisboa, 1998; PIMENTEL, António Filipe, Palácio de Queluz, in PEREIRA, José Fernandes, (dir. de), Dicionário de Arte Barroca em Portugal, Lisboa, 1989; PIRES, António Caldeira, História do Palácio Nacional de Queluz, Coimbra, 1924-26; RESENDE, M. de, Descripção e Recordações Históricas do Paço e Quinta de Queluz, in O Panorama, XII, Lisboa, 1855; SEQUEIRA, Gustavo Matos, Queluz, Porto, 1932; SILVA, Jorge H. Pais da, Páginas de História da Arte, Vol. I, Lisboa, 1986; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. I; WATSON, Walter Crum, Portuguese Architecture, Londres, 1908; GOMES, Paulo Varela, “DAMNATIO MEMORIAE A arquitetura dos Marqueses de Castelo Rodrigo (2001)”, in 14,5 Ensaios de História e Arquitetura, Almedina, Coimbra: 2007, pp.47-87; |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Arquivo Pessoal Francisco Caldeira Cabral; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Arquivo Pessoal de Francisco Caldeira Cabral; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1774, Junho - caiação do Palácio e capela; 1802 - obras no oratório do paço e no palacete que confrontava com a Sala do Trono, onde foram executadas várias pinturas; 1912 - restauro do Palácio, visando a sua abertura ao público, como museu; 1913 / 1914 / 1915 / 1916 / 1917 / 1918 / 1919 / 1920 / 1921 - restauro da talha das Salas do Trono e da Música, Quarto de D. Quixote e Sala das Merendas, por José Emídio Maior; DGEMN: 1931 - restauro da Sala do Trono, Capela e Pavilhão Robillion, com o reforço das estruturas da cobertura e pilares do Quarto de D. Quixote; colocação de soalho nos anexos do quarto e reparação de vãos; consolidação do madeiramento da cobertura do Quarto; 1932 - arranjo das talhas do Quarto de D. Quixote e colocação das antigas telas; feitura de três figuras em gesso para uma sobreporta, de cinco figuras em talha e quinze figuras decorativas; feitura de mísulas para decorar a entrada do Quarto; 1933 - arranjo da Sala das Merendas, com madeiramento do telhado e restauro de oito portas; arranjo de sancas, paredes e restauro de telas; instalação eléctrica; arranjo de várias figuras das sobreportas do Quarto de D. Quixote; douramento do quarto e feitura de marmoreados; arranjo das portas, rodapé e molduras; 1934 - remoção dos painéis da Sala do Despacho para restauro, por Ubaldo Mardel de Araújo; restauro das pastas das Salas das Merendas, do Conselho, Quarto e Toucador da Rainha; na segunda sala, arranjo de carpintaria e estuque; instalação de luz eléctrica; restauro das pinturas do tecto, sobreportas; substituição de espelhos e ferragens; feitura de 2 painéis para os ângulos do tecto do Quarto de D. Quixote; obras significativas de reconstrução e restauro, na sequência de um violento incêndio que destruiu parcialmente o edifício; substituição de cantarias na zona ardida; 1935 - execução do pavimento em betão armado no Pavilhão Robillion; 1936 - feitura das paredes deste e da Sala dos Embaixadores; conclusão das platibandas sobre o Jardim de Neptuno; reforma do troféu esquerdo da fachada que dá para o Quarto de D. Quixote; 1936 / 1937 / 1938 / 1939 / 1940 - execução de novas pinturas, colocação das telas primitivas e decoração em pasta; construção dos parquets e soalhos à inglesa; colocação de vidro belga, a imitar o espelho antigo, no Quarto de D. Quixote; restauro da pintura da Sala do Conselho por Fernando Mardel; 1947 - reparação de caixilharias e dos telhados; instalação eléctrica no Salão de Chá; restauro nos anexos da capela, com demolição das divisórias existentes entre esta e outras dependências; consolidação da cobertura dos anexos; instalação de rede de detecção de incêndios; 1948 - revestimento exterior da cúpula da capela a chapa de cobre; obras de conservação na zona residencial; assentamento de vidraças; instalação eléctrica nos exteriores; reparação dos pavimentos; colocação de vidraças na Sala do Lanternim; aquisição de um fogão para a Casa de Chá; obras diversas em várias zonas do Palácio, com demolição de tectos, escadas; picagem de rebocos exteriores e substituição dos mesmos; tratamento de chaminés; capeamento do acrotério; colocação de cantarias em vergas e lancis; tratamento de tectos, com vigamentos, guarda-pó; substituição de caixilharias; assentamento de portas, janelas e respectivas aduelas; escada do vestíbulo principal, corrimão e colunas de arranque; tratamento de coberturas e beirados; colocação de gatos em ferro e guarda das escadas; tratamento de esgotos; instalações eléctrica, de água e de campainhas; restauro do tecto da Sala das Galés; 1949 - forro de duas banheiras com mármore e uma com azulejo da Fábrica de Sacavém; reparação e pintura do tecto de umas instalações sanitárias e colocação de azulejo; iluminação dos salões nobres do Palácio; trabalhos na zona residencial; reparação de uma garagem, com tratamento de rebocos, pavimentação a calçada portuguesa e colocação de vidraças; construção de um tanque de água; construção de uma escada para o sótão e uma cabine para a telefonista; 1950 - ligação do abastecimento de água ao palácio à rede pública; trabalhos de reparação na Casa de Chá; construção de prateleiras e de um balcão para o vestiário, bem como aquisição de mobiliário variado; retoques nos dourados de algumas salas; arranjo de portas e respectivas ferragens; 1950 / 1951 - pintura de caixilhos e portas de algumas fachadas, nomeadamente a do Quarto de D. Quixote, pelo construtor António Ferreira de Almeida; pintura de caixilhos e portas na fachada posterior da residência dos Chefes de Estado estrangeiros; pinturas e reparações de caixilharias na fachada principal; pintura e arranjo das lanternas e grades; vedação da mata e terrenos extramuros, com muro de alvenaria rebocada; 1952 - instalação eléctrica e de telefones; iluminação das fachadas; arranjo da arrecadação do Pátio da Lontra, transformando-o em instalações sanitárias, com rebocos das paredes, colocação de ladrilho no pavimento, azulejo branco nas paredes; reparação dos telhados; 1953 - pinturas e reparações de caixilharias em várias fachadas; pintura de grades de ferro e da guarda da escada que vai para o sótão da Sala da Música; restauro de um cano nas instalações sanitárias do corpo central, com reconstrução do tecto; arranjo das coberturas e algerozes, pois ocorreram infiltrações em várias salas; abertura de ventiladores no Pavilhão de D. Maria; substituição de pavimentos em soalho e rodapés; restauro de pinturas artísticas e painéis de estuque no interior; revestimento de paredes com cortiça; 1954 / 1955 - reparação dos telhados e beneficiação da Casa de Chá, com abertura de vãos, transformação de uma janela em porta, pintura das portas, tratamento de rebocos, colocação de pavimento em ladrilho e de sistema de ventilação; reparação da instalação eléctrica; reparação dos estragos produzidos por temporal, com desobstrução do colector do Pavilhão D. Maria I, reconstrução das chaminés, tratamento de telhados, recolocação de vidros e de clarabóias; tratamento de rebocos e pinturas; tratamento dos pavimentos; instalação de tectos falsos e de instalações sanitárias; conserto das telas da Sala de Música e do revestimento a seda; trabalhos de douramento nas paredes e tecto da Sala do Trono e do Pavilhão D. Maria; instalação eléctrica e de água quente no pavilhão D. Maria; 1956 - reparação dos telhados e pinturas de caixilharias; experiência de iluminação exterior; reparação da instalação eléctrica na zona residencial, na sala de Música e no pavilhão D. Maria; execução de instalações sanitárias no mesmo; 1956 / 1957 - trabalhos de douramento no pavilhão D. Maria e sala do Trono; restauros de pintura decorativa em diversas salas, reparação da instalação eléctrica até à sala de Música; restauro de mobiliário diverso; execução de bases de candeeiros para colocar na frente do Palácio; colocação de espelhos em portas; grades de ferro para dois vãos do posto de transformação; restauro das instalações sanitárias do pessoal; cobertura de caleiras com chapa em ferro; 1958 - instalação eléctrica da Capela; limpeza das coberturas e substituição das telhas partidas; 1959 / 1960 - reparação dos telhados e reforma da cobertura em cobre da Capela; reconstrução do telhado no pavilhão D. Maria e ala D. Quixote, com renovação do colector no primeiro; beneficiação da instalação eléctrica; pintura e douramento de portas e caixilharias de várias salas; feitura de sancas numa sala e tratamento do guarda-vento do Pavilhão D. Maria I; trabalhos de douramento e pinturas decorativas no pavilhão D. Maria; conservação da instalação eléctrica, danificada pelas chuvadas; reforma dos pavimentos e colocação de alcatifa, semelhante à dos quartos; obras no átrio dos visitantes, com colocação de rodapé e feitura de uma escada para o sótão; 1961 - substituição de coberturas várias e de parte da Sala de D. Miguel; pintura decorativa do vestíbulo e anexo; 1962 / 1963 - obras de conservação na Casa de Chá; adaptação do corpo central a habitação do conservador, com remodelação de pavimentos, divisões, construção de uma chaminé, colocação de silhares de azulejo; reparação dos tectos e coberturas das salas dos Cantos e dos Pássaros; substituição de coberturas; reparações no interior do corpo central; substituição de coberturas na sala do Trono e sala anexa; reparação da instalação eléctrica; 1963 - ampliação da Casa de Chá; remodelação dos telhados em várias salas e na ala D. Quixote; instalação eléctrica no Pavilhão D. Luís I; 1964 / 1965 / 1966 / 1967 - instalação de água quente e fria, aquecimento central e instalação eléctrica na Casa de Chá; remodelação da mesma; reparação da instalação eléctrica do Palácio; remodelação dos telhados; obras de rebocos e pinturas; arranjos de caixilhos; limpeza da mina do Pendão; construção de um colector de esgotos no Pavilhão D. Maria I; trabalhos de douramento na ala D. Quixote; arranjo do pavimento do terreiro fronteiro ao palácio e da zona em volta da estátua da rainha D. Maria I; electrificação do interior do palácio; restauro dos douramentos; reparação das fachadas viradas à via pública; construção de dois estrados na Sala dos Embaixadores; restauros para abrir um circuito diferente ao público, com execução de nova entrada; 1967 - substituição de tecidos nas paredes de algumas salas; 1968 / 1969 - reparação e pinturas das caixilharias voltadas aos jardins; douramentos no andar nobre do Pavilhão D. Maria I; beneficiação da instalação eléctrica; 1969 - supressão de uma trapeira no telhado da Sala da Música; substituição de coberturas; restauro da pintura decorativa do quarto D. Quixote e da sala do Conselho; pintura da residência do conservador; refechamento de juntas de cantaria; 1970 - reparação das caldeiras da Cozinha Velha; restauro da pintura decorativa das salas da ala D. Quixote; reparação e pinturas das caixilharias; substituição de coberturas; instalação eléctrica; entaipamento de uma porta no Pátio da Lontra; colocação de lambris de azulejo e mosaico em alguns pavimentos; pinturas decorativas interiores; 1971 - beneficiação da instalação eléctrica no pavilhão D. Maria, com remodelação das canalizações e da cozinha; retoques da pintura da Sala do Conselho; 1972 - fornecimento de um termo-acumulador; reparações no interior do Pavilhão D. Maria I; reparações interiores na Casa de Chá; instalação eléctrica; pintura das fachadas exteriores; 1973 - colocação de cortinas no Pavilhão D. Maria I; douramento de frisos e elementos decorativos; arranjo do fogão a gás e colocação da caldeira em casa própria; arranjo do portal; reparação das instalações eléctricas; arranjo de portas, reparação de pavimentos e dos azulejos das instalações sanitárias; reparação das canalizações na Cozinha Velha; conservação de caxilharias e mudança de um vão de porta; 1974 - reparações no interior da Cozinha Velha; reparação da instalação do ar condicionado e instalação de um na Cozinha Velha; pinturas das fachadas e caixilharias; reparação da instalação eléctrica; 1975- conservação dos dourados; instalação de um sistema de detecção de incêndios; beneficiação da instalação eléctrica; instalação de águas quentes e frias; reparação geral de telhados e respectivos sistemas de drenagem; 1976 - restauro das pinturas e dourados na Sala das Merendas e na Sala do Conselho; obras de beneficiação da Cozinha Velha; conserto das coberturas das salas do Trono e de Música; restauro das pinturas e dourados e das caixilharias da ala D. Quixote; obras nas canalizações do Pavilhão D. Maria I; trabalhos de decoração do Quarto D. Quixote; 1977 - trabalhos de pintura e dourado no Pavilhão D. Maria e várias salas do Palácio; reparação da instalação eléctrica e do sistema de detecção de incêndios; montagem de um ascensor; reparação de telhados; consertos no terraço do Pavilhão D. Maria; 1978 - obras na instalação eléctrica; pintura de caixilharias no Pavilhão D. Maria; arranjo de coberturas em diversas salas e na Capela; 1979 - beneficiação e ampliação do ascensor; reparação da instalação eléctrica; arranjo das coberturas, nomeadamente da capela; obras de conservação no exterior e interior da Cozinha Velha; restauro da capela; reparação das canalizações do Pavilhão D. Maria; 1980 - beneficiação da instalação eléctrica e correcção da potência da mesma; reparação de caixilhos e dourados; instalação de um sistema de controlo do ar condicionado na Cozinha Velha; conservação da sala anexa à Capela; reparação dos telhados e das fachadas; feitura de uma parede na Sala de Café do Pavilhão D. Maria, com colocação de azulejo reaproveitado no rodapé; pintura de várias salas; 1980 / 1981 - arranjo de caixilhos na sala D. Quixote; 1981 - demolição de algumas paredes de alvenaria de tijolo e de pedra e execução de novas em alvenaria de tijolo; beneficiação do fornecimento de água quente; douramento de caixilhos e veda-luzes das fachadas; 1982 - beneficiação do aquecimento na Cozinha Velha; beneficiação de parte da cobertura da Sala de Caça; 1983 - conservação de pintura no Pavilhão D. Maria I; remoção de duas clarabóias; reparação da cúpula da capela; pintura de caixilhos e tratamento de rebocos; obras de recuperação da Cozinha Velha; 1984 - arranjo da cave do Pavilhão D. Maria, com demolição de tectos em fasquiado e arranjo de portas; arranjo dos lustres do Pavilhão e beneficiação da instalação eléctrica; 1985 - reparação das pinturas das salas do palácio, da zona da entrada e do Pavilhão; colocação de azulejo decorativo no Pavilhão; instalação de uma bomba elevatória e ramal de alimentação; obras para instalação de serviços de secretaria; remodelação da zona de serviços de recepção dos visitantes; 1986 - remodelação da instalação eléctrica; 1987 - beneficiações gerais do Pavilhão D. Maria I, nomeadamente das coberturas; 1988 - conservação da instalação eléctrica do sótão e pinturas interiores do Pavilhão D. Maria; fornecimento de tapetes de Arraiolos, cortinados, de um lustre de cristal mobiliário e gravuras; 1989 - restauro de mobiliário; 1991 / 1993 - obras de conservação e restauro dos compartimentos da ala das princesas (substituição do revestimento têxtil das paredes, restauro de pintura decorativa e estuques, reparação e substituição de caixilharias, conservação dos pavimentos), instalação de equipamento de apoio aos visitantes, no jardim; IPPAR: 1996 / 1997 / 1998 - obras parciais de recuperação e remodelação do Pavilhão Robillon; obras de recuperação das coberturas da primitiva entrada; reparação da cobertura junto à Ala da Princesa; reparação das coberturas das salas D. Maria, Pompeia e da Caça; 2000 / 2001 / 2002 / 2003 - intervenções de conservação e restauro na Sala do Trono e na Sala da Música; reparação das coberturas do corpo central; 2007 - pintura da cascata. |
Observações
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*1 - Fixação de Zona de Proteção e Zona "non aedificandi", por Portaria publicada no DG, n.º 62, de 16 março 1948; Alteração dos limites da Zona de Proteção e Zona "non aedificandi" pela Portaria publicada no DG, n.º 291 de 15 dezembro 1961. *1 - as Salas da Escultura, do Café e do Fumo receberam estes nomes, quando adaptadas a estas funções por D. Luís I e D. Maria Pia, que ocuparam, esporadicamente, o palácio. *2 - a Sala de Jantar tinha uma pintura no tecto alusiva a Hércules, desaparecida no incêndio de 1936. *3 - no Inventário de 1776, a sala é referida com tendo 8 tremós de talha dourada, 8 cadeiras ricas e assentos de grade, ornados com Fábula de Esopo, surgindo várias tapeçarias. *4 - antes de chegar à Casa do Infantado, os terrenos de Queluz pertenceram, no séc. 15, a Silvestre Esteves, cónego da Sé de Lisboa, que o vendera a Mafamede Láparo, passando sucessivamente por Isaque Abarbanel, Lopo de Figueiredo. D. Beatriz, mãe do futuro D. Manuel, que a adquiriu e trocou por terrenos da Ribeira a Alfama, com D. Vasco Anes Corte Real; este tinha-a em 1535, incorporada num morgado, passando ao seu filho Manuel Corte Real, que o passou ao filho Vasco Anes Corte Real, cujo filho, morrendo solteiro, passou para a sua irmã Margarida Corte Real, que casou, em 1581 com D. Cristóvão de Moura, 1.º conde de marquês de Castelo Rodrigo; instituíram um morgado no seu filho, Manuel de Moura Corte Real a quem passou em 1613, constando, em 1630, de casas, pomares, laranjeiras, limoeiros e vinha. *5 - a existência de uma pintura da época, permite reconstituir a Quinta, totalmente cercada, com pomares e talhões agrícolas a O., surgindo a casa a E., dentro de um pátio, rodeada por adega, lagar e cavalariças; a casa evoluía em dois pisos, com uma "loggia", a que se acedia por escadaria. *6 - a Casa da Ópera era de madeira, com camarotes, uma tribuna real e plateia, estando ornada por dourados de pasta de papel e figuras alegóricas; *7 - estudo realizado pelo Arquitecto Paisagista Prof. Francisco Caldeira Cabral, tendo sido definidas duas zonas: a zona "non aedificandi et conservande" e a zona de protecção. Na zona "non aedificandi et conservande" consideram-se uma subzona rural e uma subzona edificada.Sobre esta zona, segundo o autor "Julgou-se útil juntar, a título exemplificativo, um apontamento do estudo para resolver o problema criado pelas construções da guarda fiscal. Se for executado, conseguir-se-á um efeito semelhante ao da Matinha, repetido do lado Nascente da estrada nacional e perfeitamente integrado no ambiente geral. É evidente que nos futuros projectos de urbanismo será necessário estudar caso a caso o seu impacto e a moldura vegetal necessária à sua integração no tipo e escala da paisagem.". Quanto à zona de protecção, esta não está vedada à construção, são acauteladas vistas e efeitos em relação à poluição sonora e outros factos incómodos (esgotos, industrias poluentes). Preve-se a fixação de cérceas e a criação de zonas arborizadas formando cortinas em locais adequados.Fizeram-se ainda estudos de arborização e compartimentação da área a poente dos jardins do palácio, integrando as instalações da Guarda Fiscal. Proposta realizada para DGEMN e posteriormente executada. |
Autor e Data
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Paula Noé 1991 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 / Paula Figueiredo 2007 |
Actualização
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