Câmara Municipal de Cascais

IPA.00006044
Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Cascais e Estoril
 
Arquitectura política e administrativa, pombalina. Paços do concelho e cadeia de planta trapezoidal. Cobertura com trapeiras a quatro águas, solução pouco comum.
Número IPA Antigo: PT031105030065
 
Registo visualizado 2157 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Político e administrativo regional e local  Câmara municipal  Casa da câmara, tribunal e cadeia  

Descrição

Planta trapezoidal, de volume simples, com cobertura homogénea em telhado de três águas, possuindo três trapeiras no lado direito, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas. Edifício de dois pisos, com fachadas rebocadas e pintadas de creme, percorridas por pequeno soco em cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados e rematada em friso, cornija e beirada simples, com pináculos piramidais com bola. Fachada principal virada a S., dividida em dois registos separados por friso, com os vãos dispostos simetricamente, desenvolvendo-se em três eixos definidos por duas ordens de pilastras toscanas. O eixo central é rasgado por portal em arco abatido e com moldura recortada, encimado por janela de sacada rectilínea e com moldura igualmente recortada, tendo bacia em cantaria e guarda em ferro fundido. Este pano remata por estrutura murária, definida por cunhais em cantaria, firmados por pináculos piramidais, com aletas laterais, que enquadram duas ventanas em arco de volta perfeita e fechos salientes, contendo dois sinos; sob estas, mostrador circular do relógio. Os panos laterais possuem duas janelas de peitoril no piso inferior, com molduras simples que se prolongam inferiormente formando falsos brincos, encimadas por janelas de sacada, semelhantes à do pano central. Fachada lateral esquerda adossada, sendo a oposta, virada a E., rasgada por duas portas em arco abatido e duas janelas de peitoril, todas com molduras simples em cantaria, surgindo, no piso superior, quatro janelas de peitoril e, em cada trapeira, uma janela rectilínea. Fachada posterior adossada, em empena. INTERIOR com amplo vestíbulo, rebocado e pintado de branco, percorrido por azulejo de padrão geométrico, formando silhar. Este vestíbulo acede às várias dependências.

Acessos

Praça 5 de Outubro, nº 13. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,697291, long.: -9,420753

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997 *1

Enquadramento

Urbano, adossado a edifício residencial. Está implantado em zona plana, com a fachada principal a abrir para ampla praça, pavimentada a calçada à portuguesa, com motivos ondeados, virada à baía de Cascais. Fica junto ao Solar dos Condes da Guarda / Câmara Municipal de Cascais (v. PT031105030032) e ao Monumento a D. Pedro I (v. PT031105030303).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Política e administrativa: câmara municipal

Utilização Actual

Política e administrativa: departamento municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

RELOJOEIRO: Sérgio Augusto de Barros (1876).

Cronologia

1364, 07 Junho - D. Pedro I eleva a povoação a vila, na sequência de um pedido dos moradores para se emanciparem do domínio de Sintra; a povoação passa a pagar mais 200 libras anuais à Coroa; 1370 - doação da vila a Gomes Lourenço de Avelar, por D. Fernando I; provável construção do castelo para defender a vila de ataques corsários; edificação de uma igreja no interior de invocação mariana; 1383-1385 - na sequência de uma das guerras com Castela, o castelo ficou bastante danificado; doação da vila e castelo a João das Regras; séc. 15 - surge treferência aos Paços do Concelho; 1600 - grande incêndio nos paços, tendo o arquivo sido devorado pelo mesmo; 1625 - Filipe III encarrega D. Jorge de Mascarenhas da construção do Presídio de Cascais, financiada pela Câmara de Lisboa; 1756, 20 Maio - Frei António do Espírito Santo escreveu sobre os efeitos do terramoto de 1755 em Cascais, referindo que o edifício havia ficado arruinado; 1758 - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo reitor Manuel Marçal da Silveira refere-se que a câmara ficou arruinada, bom comoa cadeia que ficava no piso inferior; 1821 - construção do edifício; 1821 - campanha de obras, assinalada pela colocação da data sobre a verga da janela central do 1º andar; 1876, 2 Janeiro - a Câmara decide mandar arranjar o relógio municipal; 27 Janeiro - perante a opinião dos profissionais, decidem adquirir um novo mecanismo; 3 Fevereiro - o relógio é adquirido a Augusto César dos Santos, de Lisboa; doação do mostrador por Sérgio Augusto de Barros, sendo presidente da Câmara o Dr. Júlio Pereira de Castro; 1899 - edificação de um quiosque fronteiro ao edifício da Câmara, de planta octogonal e cobertura em ferro, com toldo de lona inferior; séc. 20 - funcionam no local as Finanças; década de 80 - escavações no local mostram que o edifício remonta ao final de séc. 15.

Dados Técnicos

Sistema estrutural portante.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira

Bibliografia

ANDRADE, Ferreira de, Cascais Vila de Corte. Oito Séculos de História, Cascais, 1964; ANDRADE, Ferreira de, Monografia de Cascais, Cascais, 1969; BARRUNCHO, Pedro Lourenço de Seixas Borges, História de Cascais e seu Concelho, Lisboa, 1873; Cascais em 1755 - do terramoto à reconstrução, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2005; Exposição Patrimónios de Cascais, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2003; HENRIQUES, João Miguel, História da Freguesia de Cascais: 1870-1908 (uma proposta de estudo), Lisboa / Cascais, Edições Colibri / Câmara Municipal de Cascais, 2004; MARQUES, A.H. de Oliveira, Para a História do Concelho de Cascais na Idade Média, in Arquivo de Cascais, n.º 7, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 1988, pp. 37-46; SILVA, Raquel Henriques da, Cascais, Lisboa, 1988; SILVA, Raquel Henriques da, Cascais, Lisboa, Editorial Presença, 1988; Um olhar sobre Cascais através do seu património, vol. III, Cascais, Câmara Municipal de Cascais / Associação Cultural de Cascais, 1989; SOUSA, Maria José Pinto Barreira Rego, Cascais 1900, Lisboa, Medialivros, 2003.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1886 - recuperação do relógio da Câmara.

Observações

*1 - DOF: Edifício dos antigos Paços do Concelho.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 1998 / Paula Figueiredo 2010

Actualização

 
 
 
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