Solar da Família Vaz Osório / Casa Vaz
| IPA.00005977 |
Portugal, Vila Real, Peso da Régua, União das freguesias de Peso da Régua e Godim |
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Arquitectura residencial, barroca. Solar de planta rectangular irregular, com o esquema comum das casas do Douro, conservando no piso térreo a adega e lagar e no segundo o andar nobre. Fachadas de dois pisos separados por friso, com pilastras toscanas nos cunhais e terminadas em duplo friso e cornija, sendo regularmente rasgadas por vãos rectilíneos de molduras simples. A fachada principal surge na face mais estreita do rectângulo, sendo rasgada no piso térreo por dois portais laterais e no segundo por quatro janelas de sacada, assente em mísulas, encimadas por friso e cornija e com guarda em ferro, centrando o brasão de família. A fachada lateral esquerda virada à estrada apresenta o mesmo esquema, mas com pequenos janelos e uma porta central no piso térreo; a fachada oposta, virada a uma viela é mais irregular, tendo pano rasgado por portal encimado por friso e cornija, entre janelas de peitoril. Acesso ao interior por portal descentrado, possuindo no andar nobre tectos entalhados. Solar construído no séc. 18, mas seguindo a tradição maneirista, de linhas sóbrias. Os vãos denotam essa simplicidade, sobretudo os do piso térreo, cujas molduras são simples, valorizando-se os do andar nobre com um friso e cornija superior e com as mísulas decoradas sustentando as sacadas, também elas inferiormente decoradas. A fachada virada a uma viela é mais simples e irregular, apenas parcialmente rematada em friso e cornija e com janelas de peitoril a enquadrar portal, correspondendo, possivelmente, a uma reforma do séc. 19 / 20. |
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Número IPA Antigo: PT011708070006 |
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Registo visualizado 659 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta retangular
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Descrição
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Planta rectangular irregular, de massa simples com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, de um ou dois piso, separados por friso, com pilastras toscanas nos cunhais, e terminadas em duplo friso e cornija sobreposta por beirada simples, sendo rasgadas regularmente por vãos rectilíneos, com molduras simples. Fachada principal virada a O. com o piso térreo rasgado por dois portais laterais largos e, o andar nobre, por quatro janelas de sacada com a verga terminada em cornija, encimada por friso e cornija, com caixilharia de duas folhas e integrando bandeira, e com portadas de madeira, e a sacada assente em três mísulas decoradas, frontalmente dispostas a friso de cantaria e tendo inferiormente, no intervalo das mísulas, almofadas rectangulares; possuem guardas em ferro. Ao centro possui brasão de família, tendo nos topos friso e cornija recta. Fachada lateral esquerda, virada à estrada, com o piso térreo rasgado por cinco janelos quadrangulares, gradeados, e portal central, e o andar nobre rasgado por dez janelas de sacada iguais às da frontaria. Fachada lateral direita com o corpo mais avançado de um só piso, rasgado ao centro por portal de verga recta encimado por friso e cornija, enquadrado por quatro janelas de peitoril, as duas do lado direito com grades de ferro, formando losango envolvido por volutas estilizadas, pintadas de verde; nos restantes panos da fachada, terminados apenas em beirada simples abrem-se janelas de peitoril. Fachada posterior rasgada por portal central de verga recta. No INTERIOR conserva alguns tectos entalhados nas salas do andar nobre. |
Acessos
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Pêso da Régua, Rua Dr. Manuel de Arriaga, Largo Dr. Manuel Vieira de Matos, Rua da Boa Morte |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280 de 30 de novembro de 1993 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, na zona alta do Pêso, numa encosta, assente num socalco exposto a N., adaptado ao declive acentuado do terreno. Integra-se num terreno de planta triangular, vedado por muro, formando junto à fachada principal pequeno jardim abandonado, acedido por portão central de ferro. Numa cota superior à fachada lateral direita, ergue-se a Igreja Paroquial (v. PT011708070037) e existia o Passeio Público, hoje um jardim; nas imediações, ergue-se ainda o antigo hospital da Misericórdia (v. PT011708070042). |
Descrição Complementar
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O brasão de família da fachada principal possui escudo esquartelado, tendo no I quartel as armas dos Pintos, de prata, com cinco crescentes de vermelho, postos em sautor; no II as dos Rebelos, de azul, com três faixas de ouro, cada faixa carregada de uma flor-de-lis de vermelho, e tendo as três flores-de-liz alinhadas em banda; no III as dos Guedes, de azul, com cinco flores-de-lis de ouro, postas em sautor; e no IV as de Vaz, de vermelho, com um castelo de prata assente sobre ondas de prata e de azul. Timbre dos Pintos, com um leopardo de prata saindo de coronel. O escudo é seguro por quatro puttis e envolvido por paquife relevado. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 18 - Construção do solar por José Vaz Pinto Guedes, capitão-mor de Pêso da Régua e Penaguião; 1764, 3 Agosto - carta régia nomeando-o cavaleiro da Ordem de Cristo; o solar e propriedade permaneceram na família; séc. 19 / 20 - provável reforma, nomeadamente na fachada lateral direita; séc. 20, 1ª metade - por legado de Artur Vaz Osório, o solar passou a pertencer a sua sobrinha D. Dulce Vaz Osório de Morais Gomes, casada com José Nogueira Gomes; obras de remodelação interior e alterações na fachada S.; 1973 - aquisição do solar pelo Instituto do Vinho do Porto para instalação do Museu Regional do Vinho do Porto; 1978 - a casa continuava devoluta e a degradar-se, perdendo-se todo o recheio de notável raridade, a riqueza dos seus tectos e peças de mobiliário; 19 Maio - em reunião geral, a Câmara deliberou chamar a atenção ao Instituto do Vinho do Porto para a urgente necessidade de obras de restauro da casa, considerando mesmo que deviam ser feitas até à próxima vindima; 26 Junho - ofício do presidente da Câmara António Renato Cardoso dos Santos Aguiar pedindo com a possível urgência a visita de um técnico da Secretaria de Estado da Cultura para constatar "in loco" a realidade da casa; Julho - informa-se que, devido ao imóvel não ser classificado, o Ministério da Cultura não podia obrigar o Instituto do Vinho do Porto a realizar as obras que impedissem a si ruína total; 1980 - despacho da Secretaria de Estado da Cultura determinando a classificação como imóvel de interesse público do Solar da Família Vaz Osório; 1981 - fotografia desta data ainda documenta a existência de um corpo adossado à fachada lateral esquerda e posterior, ainda que já muito arruinado, com o segundo piso em materiais mais ligeiros, revestido a placas de xisto formando escama. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de xisto rebocada e pintada; pilastras, frisos e cornijas, molduras dos vãos, bacias das sacadas e brasão em cantaria de granito; caixilharia e portadas de madeira; vidros simples; grades e guardas em ferro forjado; pavimentos e tectos do andar nobre em madeira; cobertura de telha. |
Bibliografia
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TÓRO, Bandeira de, O Concelho de Pêso da Régua, Edição do Jornal Ilhstrado "A Hora", 1946; Guia de Portugal, V, II, 5º volume, Coimbra, 1988; PIRES, Joaquim, Nossos Tectos, in, Jornal Arrais, 27 de Fevereiro de 1980; idem, Casa dos Tectos, 28 de Fevereiro de 1980; AZEVEDO, Correia de, Brasões e Casas Brasonadas do Douro, Gráfica de Lamego, Lamego, 1984; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74056 [consultado em 11 janeiro 2017]. |
Documentação Gráfica
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IPPAR: 78 / 3 (79) |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, SIPA; IPPAR: 78 / 3 (79); |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN:DSMN-001-0617/12; IPPAR: 78 / 3 (79) |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Isabel Sereno 1994 / Paula Noé 2009 |
Actualização
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