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Conjunto arquitetónico Edifício Extração, produção e transformação Forno
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Descrição
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Conjunto de construções parcialmente enterradas de tijolo, de secção circular, bojuda, estreitando para a goela; abertura lateral em arco. À frente de cada forno ergue-se um alpendre constituído, na maioria, por 3 ou 4 colunas de pedras e argamassa a cada lado e 2, ao centro, ao centro, que sustêm uma cobertura de telha sobre estrutura de madeira, disposta a 2 águas. Alguns alpendres têm telhado de aba corrida. |
Acessos
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Linha Férrea do Oeste - Pataias Gare |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado, erguem-se no pinhal. |
Descrição Complementar
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As formas de alimentação dos fornos foi alterando ao longo dos anos, no final da sua produção eram já utilizados serradura e mesmo pneus velhos para alimentar a caldeira. As temperaturas elevadíssimas utilizadas provocavam brechas na estrutura do forno sendo os riscos de incêndio constantes. O "empedre" do forno consumia c. de 150 carradas de pedra, extraída pelos cabouqueiros, sendo necessárias cerca de 3 semanas de trabalho para cada fornada. Uma para enfornar (levantar o "empedre" ), outra para cozer e outra para retirar. Principiava-se pelo empedre assentando as armadeiras sobre o peal que rodeava a caldeira. Quando o empedre atingia a altura do portal as pedras começavam a ser descarregadas pela abertura superior. Sobre as armadeiras (pedras que chegavam a atingir 1 m de comprimento) destinadas a estruturar a abóbada, depositavam-se as carregadouras (pedra miúda). O capelo, final do empedre, excedia em cerca de 1,50 m o topo do forno. |
Utilização Inicial
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Extração, produção e transformação: forno de cal |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 19 - a falta de matos utilizados como combustível na cozedura da pedra, levou ao encerramento dos fornos de cal parda ou magra da charneca serrana, sendo esta actividade transferida para Pataias; 1881 - construção dos fornos em Pataias, passando a ser o único centro de produção de cal do concelho, com 13 fornos em funcionamento; 1888 - com a construção da linha férrea, linha do oeste, e a construção de um apeadeiro em Pataias, contribuíram para a expansão desta actividade. Era a partir daqui, utilizando o caminho de ferro, que a cal era transportada, assegurando o abastecimento à Siderurgia Nacional, para a produção do aço; 1933 - estão arrolados 33 fornos em actividade; 1942 - laboravam 25 fornos, fazendo em média 7 cozeduras por ano, cada um, consumindo em cada fornada de 60 a 100 carradas de mutano, conforme eram feitas no Verão ou no Inverno; séc. 20, Década de 50 - aparecem os primeiros armazéns para a cal, que até aí era vendida "à boca do forno". A cal era guardada em tulhas de tijolo, com uma capacidade de c. de 3 t.; 1950 - somente 17 fornos funcionavam; 1982 - funcionavam 5 fornos; 1995 - foi cozida a última fornada, ficando desactivados a partir desta data. |
Dados Técnicos
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Estruturas autónomas (fornos) e autoportantes (alpendres). |
Materiais
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Tijolo, alvenaria, telha. |
Bibliografia
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Alcobaça. Subsídios para uma Monografia, Professoras da Educação Básica de Adultos, 1984; Conhecer Portugal, Abril S.A. Cultural, Ed. de Victor Civita, 1982; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 11, Editorial Enciclopédia Lda., Lisboa, s.d.; MADURO, António, Conjunto de Fornos de Cal de Pataias, in: Espaços e Memória, IV Jornadas do CEPAE, 17 Mar. - 17 Mai. 2001, Batalha, 2003, pp.151 - 157. |
Documentação Gráfica
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CMAlcobaça |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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A riqueza geológica (maciços calcários) e a abundância de material lenhoso na região, favoreceu o aparecimento dos fornos de fabrico de cal. Os fornos tiveram influência no desvio da rota da linha do Oeste (Pataias-Gare) que garantia a drenagem da produção para quase todo o País. Tinham no interior uma grade onde se queimava o combustível, as pedras eram dispostas formando uma abóbada sobre a grelha, por ordem decrescente de tamanhos. A boca do forno era tapada, deixando algumas aberturas para regular a tiragem dos gases. A operação dava-se por terminada quandoas pedras da camada superior estavam cozidas. Actualmente subsistem 29 fornos de cal desactivados. O seu estado de conservação é razoável. Uma intervenção imediata deveria ocorrer no sentido de preservar o conjunto, bem como a sua memória. (MADURO:2003) |
Autor e Data
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Lurdes Perdigão 1995 / Cecília Matias 2009 |
Actualização
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