Povoação de Idanha-a-Velha / Conjunto arquitectónico e arqueológico de Idanha-a-Velha

IPA.00005899
Portugal, Castelo Branco, Idanha-a-Nova, União das freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha
 
Núcleo urbano de matriz romana fortificado no Baixo Império.
Número IPA Antigo: PT020505040022
 
Registo visualizado 1332 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoação  Vila medieval  Vila fortificada  Ordem religiosa militar (Ordem do Templo)

Descrição

Núcleo urbano fortificado, delimitado por perímetro de muralhas de traçado oval, interrompido por quatro portas, uma das quais assinalada apenas por vestígios (v. PT020505040080). A malha urbana apresenta uma configuração indiciadora de matriz regular, estruturando-se através de dois eixos ortogonais, um de sentido N. / S. (cardus maximus) e outro de sentido E. / O. (decumanus maximus). À ilharga do cruzamento perpendicular destes eixos forma-se o Largo da Igreja, de planta rectangular, onde se situa a Igreja da Misericóirdia e o pelourinho (v. PT020505040001) . Num eixo diagonal ao decamanus maximus, que se dirige para uma das portas, localiza-se a antiga Catedral / Igreja Matriz (v. PT020505040010), na proximidade relativa da qual se conservam as ruínas do Castelo, cuja torre de menagem assenta na estrutura do pódio de um templo romano. O tipo construtivo dominante refere-se à casa de dois pisos, construída em alvenaria de granito ou xisto, integrando frequentemente materiais romanos. Extra-muros destaca-se a Capela de São Dâmaso, a Capela do Espírito Santo (v. PT020505040079) e a ponte sobre o rio Pônsul (v. PT020505040081). Conservam-seainda as ruínas de um hipotético "balneum" com vestígios de estruturas abobadadas, de um "fornax" com planta rectangular e estrutura também abobadada, bem como uma necrópole com sepulturas escavadas na rocha.

Acessos

EN332

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997

Enquadramento

Urbano e rural. Povoação fortificada situada na margem direita do Rio Pônsul, implantando-se nas terras baixas a S. de Monsanto.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Pública: estatal (estação arqueológica) / Não aplicável

Afectação

DRCCentro, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009 (estação arqueológica)

Época Construção

Séc. 01 / 04 / 06 / 07 / 09 / 10 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Época pré-histórica - povoamento documentado na envolvente; 60 a.C. - hipotética fundação do município por Júlio César; 16 a.C. - existência documentada da povoação romana; 14 d.C. - referência a Civitas Igaeditanorum; séc. 1 - construção da ponte sobre o Ponsul (F. Almeida ) e do "Templo de Vénus"; 105 - referência aos Igaeditani na inscrição da Ponte de Alcântara; séc. 03 / 04 - muralhamento da povoação; 561, cerca de - criação do bispado da Egitânia; 585, cerca de - edificação da catedral, do baptistério e do hipotético paço; 586 / 711 - cunhagem de moeda; séc. 09 / 10 - fontes muçulmanas revelam prosperidade económica; construção da mesquita sobre a catedral visigótica; séc. 10 - hipotética reconstrução da cerca muralhada; 1165 - doação a Gualdim Pais, Mestre dos Templários, por D. Afonso Henriques; 1197 - doação a Lopo Fernandes, Mestre dos Templários; 1199 - transferência da sede episcopal para a Guarda; 1229 - concessão de carta de foral por D. Sancho II; doação a Mestre Vicente, bispo da Guarda; reconversão da muralha; 1244 - doação a Martim Martins, Mestre dos Templários; 1245 - data provável da construção da torre de menagem sobre templo romano; 1497 - obras de renovação na antiga catedral por ordem de D. Manuel; séc. 16 - a igreja encontrava-se já parcialmente enterrada; correcção da orientação do altar-mor ( C. Torres, 1992 ); 1510 - concessão de carta de foral; renovação das muralhas; 1593 - abertura da porta S., na catedral; séc. 16 - edificação da Igreja da Misericórdia; 1624 - autorização de D. Filipe III para António Mascarenhas armar minas nos muros de Idanha; 1708 - estado de ruína das muralhas; séc. 19 - igreja transformada em cemitério da localidade, perdendo a sua função cultual; 1955 - início da prospecção arqueológica, da responsabilidade de Fernando de Almeida; 1992, 01 junho - a estação arqueológica é afeta ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Centro, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245; 2013, 28 janeiro - criação da União das freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha por agregação das mesmas, pela Lei n.º 11-A/2013, DR, 1.ª série, n.º 19; 2017 - escavações no núcleo, para perceber a sua evolução, levada a cabo pelas Universidade de Coimbra e Universidade Nova de Lisboa; 2020, 30 setembro - assinatura do auto de transferência de competência de gestão, valorização e conservação da Estação Arqueológica de Idanha-a-Nova (Egitânia), do Estado para a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

PEREIRA, Félix Alves, Estudos Igeditanos, in O Archeologo Portuguez, XIV, Lisboa, 1909; PROENÇA JÚNIOR, Francisco Tavares, Archeologia do Distrito de Castelo Branco, Leiria, 1910; FONSECA, Crispiano da, A Aegitanea - Idanha-a-Velha, Lisboa, 1927; MARROCOS, A. Manzarra, Idanha-a-Velha: Estudo Antropogeográfico, Famalicão, 1936; CORREIA, Vergílio, Lembrança de Idanha-a-Velha, in Diário de Coimbra, ano IX, n.º 2727, 10/10/1938, p. 1; PIMENTA, Alfredo, Alguns documentos para a História de Idanha-a-Velha, in Subsídios para a História Regional da Beira Baixa, vol. I, Castelo Branco, 1944, pp. 133-198; CORREIA, Vergílio, Idanha-a-Velha, in Mvsev, vol. IV, n.º 9, Porto, 1945, pp. 106-120; MATTOS, Armando de, A basílica de Idanha-a-Velha, in Douro Litoral, 2.ª série, n.º 7, 1947, pp. 32-33; PINA LOPES, F. de, A Egitânia Através dos Tempos, Lisboa, 1951; LANDEIRO, José Manuel, Da Velha Egitânia, in Beira Alta, n.º 11, vol. 1 / 2, 1952, pp. 3-18; Arte Visigoda em Portugal, [catálogo de exposição], Porto, 1955; ALMEIDA, Fernando de, Egitânia, História e Arqueologia, Lisboa, 1956; IDEM, Notas sobre as Primeiras Escavações em Idanha-a-Velha, in Separata das Actas do XXIII Congresso luso-espanhol, Coimbra, 1957; IDEM, Arte Visigótica em Portugal, [dissertação de Doutoramento na FLL], Lisboa, 1962; ALMEIDA, Fernando de e FERREIRA, Octávio da Veiga, "O baptistério paleocristão de Idanha-a-Velha ( Portugal ), in Boletín del Seminario de Estudios de Arte y Arqueologia, vol. XXXI, Valladolid, 1965, pp. 134-136; FERNANDES, A. de Almeida, Paróquias suevas e dioceses visigóticas, Viana do Castelo, 1968; FERREIRA, Seomara da Veiga e COSTA, Maria da Graça Amaral da, Etnografia de Idanha-a-Velha, Castelo Branco, 1970; CASTELO - BRANCO, Manuel da Silva, A Sé egitaniense na Era Quinhentista, in Estudos de Castelo Branco, 1976, pp. 46-53; ALMEIDA, F. de, Ruínas de Idanha-a-Velha, Civitas Igaeditanorum. Egitânea - guia para o visitante, Lisboa, 1977; VELHO, Martim, O Arrasamento da Idanha em 1133, in Estudos de Castelo Branco, n.º 5, Castelo Branco, 1979, pp. 45-47; SALVADO, Pedro, Idanha-a-Velha: das «ruínas de ruínas» a que futuro?, in O estudo da História, 2.ª série, vol. 2, 1986-87, pp. 93-96; CALADO, Maria, Idanha-a-Velha. Memória histórica e património cultural, in Idanha-a-Velha, Lisboa, 1988, pp. 11-16; SALVADO, Pedro, Elementos para a cronologia e para a bibliografia de Idanha-a-Velha, Idanha-a-Velha, 1988; BARROCA, Mário, Contribuição para o estudo dos testemunhos pré-românicos de Entre-Douro-e-Minho, in IX Centenário da Dedicação da Sé de Braga, vol. I, Braga, 1990, pp. 101-145; NEVES, Vítor Pereira, Importante achado arqueológico, in Reconquista, 3/07/1992, p. 17; IDEM, Futuro da Egitânia garantido, in Reconquista, 25/09/1992, p. 19; TORRES, Cláudio, A Sé - Catedral da Idanha, in Arqueologia Medieval, n.º 1, Porto, 1992, pp. 169-178; MARCELO, M. Lopes, Beira Baixa - Novos Guias de Portugal, Lisboa, 1993; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Vol. I, Distrito de Castelo Branco, IPPAR, Lisboa, 1993; REAL, Manuel Luís, Inovação e resistência: dados recentes sobre a antiguidade tardia no Ocidente peninsular, in IV Reunião de Arqueologia Cristã Hispânica, Barcelona, 1995; CORTE-REAL, Artur e POLICARPO, Isabel, Idanha-a-Velha, Processo de Classificação, Coimbra, 1996; NEVES, Vítor Pereira, As Aldeias Históricas de Monsanto, Idanha-a-Velha e Castelo Novo, Lisboa, 1996; TORRES, Cláudio e MACÍAS, Santiago, O legado Islâmico em Portugal, Lisboa, 1998; SILVA, Pedro Rego da, Memórias Paroquiais - Idanha-a-Velha ( 1758 ), in A Raia, n.º 6, Jullho-Agosto, 1998, pp. 20-25; TORRES, Cláudio [ dir. ], Idanha-a-Velha - Sé-Catedral, antiga mesquita, in Terras da Moura Encantada, Lisboa, 1999, p. 68; FERNANDES, Paulo Almeida, O primeiro restauro da Mesquita-Catedral de Idanha-a-Velha, a propósito de uma nota inédita de Fernando de Almeida, in Revista Raia, nº 21, Castelo Branco, 2000, pp. 42-47; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70554 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; IGESPAR: IPPAR

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; IGESPAR: IPPAR

Documentação Administrativa

IGESPAR: IPPAR

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Margarida Conceição 1994

Actualização

 
 
 
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