Casa do Arco do Bispo / Casa do Arco da Péla

IPA.00000589
Portugal, Castelo Branco, Castelo Branco, Castelo Branco
 
Palácio eclesiástico com sucessivas ocupações e obras, sendo possível que constituísse uma primitiva porta da fortificação, alterada no séc. 16 para residência e ampliada no séc. 17, mantendo um passadiço sobre o arco, constituído por arcos torais de volta perfeita, assentes em pilastras facetadas. É de planta em L, com dois e quatro pisos, adaptando-se ao declive do terreno, rasgada por portais e janelas simples rectilíneos, um deles com vestígios de moldura manuelina e dois seiscentistas, visível na janela de sacada, com remate em cornija e no portal da fachada posterior, com remate em frontão e pináculos. Mantém vestígios de uma janela em arco de querena.
Número IPA Antigo: PT020502050044
 
Registo visualizado 921 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Paço eclesiástico  Paço episcopal  Tipo planta em L

Descrição

Planta em L invertido, de volumes articulados, de disposição na vertical, escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas e uma águas, adossados a edifícios de igual altura. Fachadas em alvenaria de granito, rebocada e pintada, excepto no braço vertical, em cantaria de granito, rematadas em beiral. Fachada principal, voltada a S., com cunhal em cantaria no lado esquerdo e remate em duplo beiral, de quatro pisos, rasgado por vãos rectilíneos com molduras simples de cantaria e caixilharias de madeira e vidro simples, o inferior com portal de acesso, protegido por porta de madeira de duas folhas, em almofadados e vidros na zona superior; o segundo piso tem janela de sacada, com guarda metálica vazada de decoração geométrica, rematando o vão em cornija; tem, no lado esquerdo, janela oval com moldura de cantaria; os dois últimos pisos possuem janelas de peitoril, o inferior com três e o superior com duas. No lado esquerdo e ocupando dois pisos, arco de volta perfeita, reforçado por cinco arcos torais sustentados por pilastras, sobre alto embasamento de cantaria, tendo as juntas das aduelas dos arcos pintadas de branco e mantendo vestígios de ter possuído grades. Na fachada principal, lápide com a inscrição: "CASA DO ARCO DO BISPO / EDIFÍCIO MEADOS DO SÉCULO XIII / RECUPERADO EM 1994 / 1996 / PATRIMÓNIO DA / JUNTA DE FREGUESIA DE / CASTELO BRANCO". Fachadas laterais adossadas, tendo, na fachada posterior, na face N., sobre o arco, duas janelas de peitoril com aresta biselada e caixilharias de madeita. A face O. possui dois panos escalonados, o do lado direito com três pisos, os dois primeiros com janelas de peitoril, a inferior com moldura saliente e a superior de arestas biseladas, tendo, no terceiro piso, amplo vão rectangular, completamente envidraçado. O pano do lado esquerdo, de dois pisos, possui, no inferior, porta de verga recta dintelada, tendo as jambas biseladas, surgindo, no lado esquerdo, ampla porta com o mesmo perfil com moldura recortada, encimada por friso, cornija e frontão triangular, com pináculos laterais, actualmente interrompido por uma janela rectilínea do segundo piso, onde surge um segundo vão, também rectilíneo, enquadrado por moldura em arco de querena, que constituiria o primitivo vão. INTERIOR com espaços diferenciados e completamente remodelados.

Acessos

Praça Luis de Camões, n.º 9 e 10. WGS84: 39º49'32.18''N., 7º29'36.27''O.

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR n.º 42 de 19 fevereiro 2002

Enquadramento

Urbano, a meia encosta e flanqueado, abre para um dos principais largos primitivos da cidade. Próximo localizam-se o Solar dos Cardosos (v. PT020502050042), a Casa da Rua do Arco do Bispo, n.º 14 (v. PT020502050039), o Solar dos Motas (v. PT020502050043), os Paços do Concelho de Castelo Branco (v. PT020502050037) e o Celeiro da Ordem de Cristo (v. PT020502050038).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: paço eclesiástico

Utilização Actual

Residencial: casa / Cultural e recreativa: galeria

Propriedade

Pública: municipal / Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 15 / 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Pêro Sanches (atr.).

Cronologia

1242, Setembro - o bispo da Guarda e a Ordem do Templo acordam, na cidade do Porto, sobre o governo espiritual da vila, ficando sob a alçada da diocese, dando a Ordem umas casas para habitação do bispo, quando se deslocasse ao local; 1245 - O mestre da Ordem do Templo, D. João, escritor no Porto, faz uma concordata com o Bispo da Guarda para a cedência de uma construção de habitação e sua comitiva; séc. 15 / 16 - sofre profundas alterações; construção da casa anexa, atribuível a Pêro Sanches, para residência dos bispos; séc. 16 - o imóvel pertencia a D. Nuno de Noronha; séc. 17 - reforma das modinaturas e do imóvel da fachada posterior.

Dados Técnicos

Estrutura mista e autoportante.

Materiais

Pedra granítica, reboco, madeira, ferro forjado, telha de meia cana, materiais cerâmicos, betão armado, argamassa.

Bibliografia

Guia das Cidades e Vilas Históricas de Portugal - n.º 6, in Jornal Expresso, Lisboa, 1996; LEITE, Ana Cristina, Castelo Branco, Colecção Cidades e Vilas de Portugal, Lisboa, 1991; Mapa de Arquitectura de Castelo Branco, Castelo Branco, 2003; OLIVEIRA, Manuel Alves, Guia Turístico de Portugal de A a Z, Lisboa, 1990; PROENÇA, Raul, Guia de Portugal, Beira - Vol III - Tomo II - Beira Baixa e Beira Alta, 2ª edição, Lisboa, 1994; SANTOS, Manuel Tavares, Castelo Branco na História e na Arte, Castelo Branco, 1958; SILVA Rego da, Pedro, Jardim do Paço - novos contributos para o estudo dos recreios epscopais de Castelo Branco, Castelo Branco, 2001; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72199 [consultado em 26 setembro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMCB

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMCB

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; CMCB

Intervenção Realizada

CMCB: década de 90 - restauro e recuperação completa do edifício para aí instalar a Junta de Freguesia; 1994 / 1996 - obras de intervenção e criação de uma galeria de exposições.

Observações

*1 - supõe-se que a sua utilização inicial não fosse residencial; alguns autores referem este túnel / casa como sendo a porta do Pelame - umas das portas da cidade, existindo também sobre o túnel uma torre defensiva; se assim era, só mais tarde é que veio a ser desactivada, tornando-se habitação do Bispo da Guarda.

Autor e Data

Luís Castro 1998

Actualização

Paula Figueiredo 2005
 
 
 
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