Capela de São Brás
| IPA.00005825 |
Portugal, Vila Real, Vila Real, Vila Real |
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Capela funerária medieval de planta transversal e interiormente longitudinal, com fachadas terminadas em cornija assente em cachorrada e com portal de arco quebrado. Interiormente os paramentos são rasgados por arcosólios igualmente medievais, de arco quebrado, com ou sem chanfro, excepto um, que é manuelino, de arco polilobado festonado, envolto por decoração vegetalista e enquadrado por duas pilastras interligadas por cornija decorada; na parede testeira possui pinturas murais quinhentistas, formando estrutura retabular, de planta recta e três eixos, delimitados por colunas, e possuindo em cada eixo um nicho com abóbada e imagens de santos, ao imitando imagens de vulto. Pequena capela funerária, construída nas imediações da antiga Igreja Paroquial, caracterizada pela sobriedade exterior, com cornija simples assente em cachorros, alguns deles decorados, e pouco iluminada, uma vez que possui apenas uma pequena fresta na fachada E. e o arcosólio a N., apesar de ter vão aberto para o exterior, era interiormente fechado por portadas de madeira. Os arcosólios possuem estrutura simples e as arcas tumulares com tampa lisa, excepto o da fachada N. que tem figura jacente, mas pouco relevada, e o manuelino, com grande profusão decorativa e com tampa trapezoidal, inscrita. As pinturas murais são de grande qualidade em termos de perspectiva e de desenho. |
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Número IPA Antigo: PT011714230002 |
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Registo visualizado 2837 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Pequena capela de planta rectangular, de massa simples com cobertura homogénea a duas águas. Fachadas de cantaria aparente, em aparelho "vittatum", terminadas em cornijas lisas, sobre cachorrada lisa ou decorada com motivos geométricos, cabeças e bustos humanos, aves e máscaras, sobrepujadas por beiral. Fachada virada a N., comprida, rasgada por porta de arco quebrado sobre impostas salientes, com acesso ao interior, o único actualmente existente, e por vão apontado de um arcosólio, aberto junto ao pavimento, com grade de ferro; junto ao cunhal NO. existe a meio da parede uma mísula com decoração zoomórfica. Fachada O. rasgada num plano baixo por fresta e fachada S. cega. INTERIOR com pavimento de nível rebaixado relativamente ao pavimento do adro, a que se acede por três degraus, e iluminado pela pequena fresta, rasgada no interior de um arcosólio, e pelo vão do arcosólio. O pavimento lajeado, integra várias tampas sepulcrais, uma delas de Ascânio Teixeira de Azevedo e sua mulher, D. Guiomar e herdeiros, decorada com o seu brasão envolta em paquife, possuindo de cada lado uma argola de ferro. Nas paredes, em cantaria aparente, abrem-se cinco arcosólios, dois em cada uma das paredes laterais e outro na do topo poente, de arco quebrado com chanfro côncavo, excepto o que se encontra vasado, do lado do Evangelho, que não tem chanfro, e alberga um sarcófago com tampa decorada com espada entre duas meias luas, que se julga pertencer ao filho de Egas Moniz, D. Lourenço Viegas, cognominado o Espadeiro, ascendente desta família; as arcas dos outros três arcosólios são simples e com as tampas planas. O mais notável é o de João Teixeira de Macedo, aberto na parede do lado da Epístola, que possui arco polilobado festonado, de arquivolta decorada com rosetas, sobre uma coluna e um colunelo de intercolúnio igualmente decorado por rosetas, assentes numa única base, facetada, com cordame, e capitel com motivo semelhante, envolvido por elementos vegetalistas enrolados. O arco é enquadrado por duas pilastras de secção triangular, sobre bases facetadas e terminadas em pináculos com cogulhos vegetalistas, interligadas por cornija ornada com motivos geométricos; nos seguintes surgem dois escudos, o da esquerda com um elmo envolto em paquife e o da direita entre moldura em toro; sob o escudo da esquerda surge ainda um silhar com pequena inscrição numa regra. A arca tumular apresenta a face decorada com elementos fitomórficos enrolados e na tampa, trapezoidal, uma inscrição em gótico minúsculo. Na parede testeira, a E. conserva restos de pintura mural, formando estrutura retabular de planta recta e três eixos, delimitados por colunas de fuste decorado com elementos vegetalistas, assentes em base circulares; em cada um dos eixos foi pintado um nicho com abóbada em quarto de esfera, albergando imagem; ao centro surge a imagem de São Brás, trajando vestes episcopais, pondo a mão direita em posição "de palavra", tendo aos seus pés a figura do doador, ajoelhado, e superiormente enquadrado por dois anjos; no lado do Evangelho surge uma imagem já não identificável e no lado da Epístola a de São Paulo, segurando um livro na mão direita e com a esquerda o seu atributo; a estrutura retabular possui ático com espaldar trilobado sobrre o eixo central; sotobanco com inscrição "DÑO". Tecto de madeira em masseira. |
Acessos
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Rua de São Dinis |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136 de 23 junho 1910 * |
Enquadramento
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Urbano, adossado. Num remate de esporão, sobranceiro à confluência dos rios Corgo e Cabril, na extremidade S. do antigo núcleo medieval de Vila Real, inserido no interior de um cemitério. Adossa-se à fachada principal da Igreja de São Dinis, do lado poente (v. PT011714230112), possuindo junto às várias fachadas canteiros de flores. |
Descrição Complementar
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Na inscrição em gótico minúsculo que o túmulo de João Teixeira de Macedo possui na tampa, lê-se: "Aque jaz João Teixeira de / Macedo do conselho del Rei, / o qual entre muitos outros as/sinalados serviços que / fez tomou Vilvestre por / combate e o sosteve / tres annos estando muito tempo cercado / pelejando mui / tas vezes, ganhando muita / honra e grande memória / faleceu aos 6 dias de Julho / de 506 annos". Na lápide do pavimento surge a inscrição "SEPULTURA DE ASCANIO / TEIXEIRA D'AZEVEDO E DE SUA MULHER D. GUIOMAR / E HERDEIROS". |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 14 / 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 14 - provável construção da capela; séc. 15 - provável instituição do vínculo de São Brás; 1472, 2 Dezembro - João Teixeira de Macedo, fidalgo da Casa Real, do Conselho do Rei, por se ter destacado nas campanhas africanas, recebe de D. Afonso V carta de confirmação do vínculo de que era cabeça a capela e ele o seu administrador, que a transformou em panteão familiar; a esta data possuía missa quotidiana rezada, sendo a de sábado cantada, com três capelães; séc. 15, finais - com a ampliação da Igreja, tendo sido prolongada, a capela ficou-lhe adossada; 1506, 6 Julho - morte de Teixeira de Macedo; séc. 16 - data de uma das sepulturas rasas existente na capela com inscrição de armas de Ascâncio Teixeira de Azevedo, sua mulher D. Guiomar, e herdeiros; execução das pintura murais na parede testeira; séc. 17, 2ª metade - feitura de um retábulo de talha dourada, em estilo nacional, que encobriu as pinturas murais; 1720 - sepultamento de António Teixeira Lobo de Barbosa, morgado de Vilarinho de São Romão, terceiro neto de Ascânio Teixeira de Azevedo; 1721 - havia na capela uma relíquia de São Brás, venerada como milagrosa, para achaques de garganta; séc. 18 - a capela era de Gonçalo Cristóvão Teixeira Coelho de Melo Pinto de Mesquita, mais conhecido por Gonçalo Cristóvão; 1965 - fotografias antigas ainda mostram a capela com o retábulo de talha, ainda que em muito mau estado *1 e a cobertura interior era em falsa abóbada de berço, em madeira; pouco depois apeou-se o retábulo. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura, pavimento e túmulos em granito; tecto em madeira; porta de madeira; pinturas murais; grades de ferro. |
Bibliografia
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GONÇALVES, António Nogueira, O Gótico Vila-Realense do séc. XV, Coimbra, 1941, p. 12 - 13; AZEVEDO, Correia de, Património Artístico da Região Duriense, Porto, 1972; ALMEIDA, José António Ferreira de (org.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; Fundação Calouste Gulbenkian, Guia de Portugal, Lisboa, 1987, vol. 5, Tomo I, p. 181 - 182; SOUSA, Fernando de, GONÇALVES, Silva, Memórias de Vila Real, vol. 1, Vila Real, 1987. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1965 - Obras de conservação; 1979 - trabalhos de conservação; 1988 - reparações. |
Observações
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* - DOF: Capela de São Brás e o túmulo de Teixeira de Macedo. *1 - O retábulo de talha dourada era de planta recta e três eixos, delimitados por colunas torsas, de capitel coríntio e com o terço inferior marcado e ornado de acantos e querubins, assentes em mísulas com anjos atlantes; no eixo central possuia tribuna de arco em volta perfeita, com boca envolta em friso de acantos, e albergando trono de dois degraus, decorados por acantos e querubins; nos eixos laterais possuia painéis com mísulas; sotobanco com painéis de acantos e sacrário em forma de templete igualmente ornado de acantos. Altar em forma de urna com cartela central recortada com a cruz dos Pereiras, ladeado por portas entalhadas de acesso à tribuna. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Ricardo Teixeira 1994 / Paula Noé 2004 |
Actualização
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