Castelo de Pena de Aguiar / Castelo de Aguiar da Pena
| IPA.00005795 |
Portugal, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Telões |
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Arquitectura militar, românica. Castelo roqueiro românico composto por três espaços distintos, a barbacã, torre ou sala de seteira e acrópole, circundado por uma linha de muralha que forma um recinto inferior de planta sensivelmente circular. Castelo com aparelho de silhares, muitos deles siglados, com tratamento do paramento diferenciado: irregular na 1ª fase e mais perfeito na 2ª fase. O recinto muralhado inferior parece não ter tido estruturas fixas de habitat, servindo antes para o refúgio ocasional das populações vizinhas e dos seus bens. |
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Número IPA Antigo: PT011713110004 |
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Registo visualizado 2278 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo
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Descrição
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O castelo é constituído por dois tipos de estruturas: a parte monumental, na zona mais elevada, e outras estruturas defensivas na zona inferior. Existem vestígios de uma linha de muralha que formava um recinto inferior de planta sensivelmente circular que circundava o castelo. Esta muralha interrompe-se de encontro a enormes batólitos graníticos. Uma outra muralha forma uma compartimentação interna que dificultava o acesso ao reduto central da fortaleza. Esta muralha possuía uma porta - existem os encaixes da tranca, abertos num rochedo - e, sensivelmente a meio, os alicerces de um torreão circular. Na zona mais elevada, o núcleo monumental da fortaleza, é composto por 3 espaços distintos: barbacã, sala de seteira e acrópole. A barbacã forma um recinto quase rectangular a que se acede por uma porta de arco quebrado. Uma escada de pedra conduz, depois a um patamar intermédio e à sala de planta quase rectangular que possui na parede menor a única seteira ainda conservada. A porta da barbacã para a sala da seteira é em arco quebrado, representando a remodelação de uma anterior de arco de volta perfeita. A porta da sala da seteira para o último recinto que coroava a zona mais elevada conserva só uma das ombreiras. O último recinto é rodeado por uma muralha que acompanha a configuração do rochedo. Uma escada adossada permitia o acesso ao adarve. Aí se conserva o único compartimento ainda coberto, possuindo uma abóbada de canhão e uma abertura quadrangular superior. Sobre este compartimento abobadado - provavelmente utilizado como cisterna - existia uma sala de que resta apenas parte do seu piso lajeado. |
Acessos
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Lugar de Castelo, EN 2 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 |
Enquadramento
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Rural, isolado no alto de um penhasco granítico de difícil acesso, da serra do Alvão, junto da aldeia do Castelo, dominando o vale fértil de Vila Pouca de Aguiar. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural / Cultural e recreativa: centro interpretativo |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 12 / 13 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 01 d.C. - Construção de um fortim militar romano para vigia da importante via Aquas Flavias (Chaves) a Lamecum (Lamego); séc. 11 - aquando da reconquista cristã da região, os reis de Leão recuperaram e reestruturaram a administração visigótica, recuperando a figura dos condados, altura em que se devem ter construído casas fortificadas que servissem de abrigo e protecção aos condes, senhores da terra; séc. 12, inícios / séc. 13 - construção da actual estrutura do Castelo de Aguiar; o castelo apoiou D. Afonso Henriques, tendo assim desempenhado um papel importante na independência nacional; séc. 14, finais do - obras na barbacã e na sala da seteira, evidentes no aparelho construtivo, desconhecendo-se porém se correspondem a uma ampliação dos espaços ou a trabalhos de consolidação; séc. 15, fins / 1527 - abandono definitivo da estrutura castelar; 1804, 28 Dezembro - informação de que a Província de Trás-os-Montes não tinha praça, forte ou fortaleza ou artilharia alguma de préstimo, devido à invasão espanhola de 1762 ter arruinado a Praça de Chaves, a de Bragança e a de Miranda, assim como alguns castelos; 1861, 23 Setembro - circular do Ministro da Guerra sobre a situação das fortificações da Província; |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Muralhas, paredes, escadas e lajeados em granito. |
Bibliografia
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BARROCA, Mário Jorge, MORAIS, António J. Cardoso, A Terra e o Castelo - Uma experiência arqueológica em Aguiar da Pena, Portugália, Nova Série, vol. VI - VII, Porto, 1985 - 1986, p. 35 - 116; JORGE, Susana Oliveira, Povoados da Pré-História Recente (IIIº - Inícios do IIº milénios a.C.) da Região de Chaves - Vila Pouca de Aguiar, Porto, 1986, p. 573 - 633; VERDELHO, Pedro, Roteiro dos Castelos de Trás-os-Montes, Chaves, 2000; Vila Pouca de Aguiar recupera Castelo Romano, Correio da Manhã, 31 Agosto, 2000. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN; Arquivo Histórico Militar: 3ª divisão, 9ª Secção, Cx . 24, nº. 26 |
Intervenção Realizada
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1982 / 1984 - Intervenções arqueológicas realizadas no castelo, da responsabilidade de Mário Jorge Barroca e António J. Cardoso Morais; 1982 / 1984 - Intervenções arqueológicas realizadas por Susana Oliveira Jorge na área do povoado Pré-Histórico; Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar: 2000 - recuperação da área envolvente, coordenadas pelo Instituto Português de Arqueologia e co-financiadas pelo programa comunitário Leader II; criação de um Centro de Interpretação através da recuperação da casa junto ao castelo; criação de segurança no castelo. |
Observações
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O castelo foi cabeça militar da terra medieval de Aguiar da Pena. As escavações arqueológicas centraram-se no núcleo monumental do castelo, tendo também sido realizada uma sondagem na zona inferior. Para além do estudo da estrutura do monumento, a intervenção detectou a ocorrência de abundante espólio cerâmico e metálico de uso quotidiano, destacando-se ainda a documentação de uma linha de fundição de prata. Várias pontas de dardo e de seta evidenciam o carácter bélico da fortaleza. Numa plataforma inferior, a c. de 200 m do Castelo, existem vestígios arqueológicos de um povoado com várias fases de ocupação, apresentando estruturas habitacionais e defensivas desde a Pré-História Recente, Idade do Bronze Tardio e Final e de época Romana. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Ricardo Teixeira 1994 |
Actualização
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Paula Noé 2003 |
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