Muralhas de Serpa / Castelo e cerca urbana de Serpa
| IPA.00000579 |
Portugal, Beja, Serpa, União das freguesias de Serpa (Salvador e Santa Maria) |
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Castelo de fundação medieval, com reconstrução ducentista e e fortificação seiscentista. De planta subrectangular, incluíndo a norte as muralhas da alcáçova de planta idêntica, com torre de menagem adossada a sul; rodeado por barbacã, de que subsiste parte do arranque que envolvia a alcáçova e que se continuava até à muralha a sul do Palácio dos Melos (v. IPA.00014467), definindo uma plataforma ovalada que incluía a Igreja de Santa Maria e a vizinha Torre do Relógio (SOARES, 1986); panos verticais reforçados por cubelos e rasgados por 2 portas monumentais defendidas por torreões; outrora além destas, a de Beja e Moura, existia a da Corredoura, de Sevilha e a Porta Nova. A alcáçova era inicialmente rodeada por um forte dispositivo de defesa, com uma porta falsa aberta para a barbacã e para o exterior da cerca, através de corredores em cotovelo; a torre da Horta, no perímetro da alcáçova, aproveitou uma anterior torre em taipa; a maior parte da povoação continua a inscrever-se na zona intramuros. Sobre o pano da muralha este assenta o Palácio dos Melos e o Aqueduto (v. IPA.00014467), sobre arcada que se continua até à extremidade sul, onde remata numa nora apoiada no bocal de um poço. A fortificação seiscentista, da autoria de Nicolau de Langres, aproveitava parte da antiga cerca flanqueando-a com 5 baluartes. |
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Número IPA Antigo: PT040213040002 |
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Registo visualizado 5706 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo e cerca urbana
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Descrição
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Castelo de planta poligonal, subretangular; a alcáçova, de planta quadrangular, implanta-se junto à muralha norte, na zona mais elevada. Muralha vertical, reforçada por cubelos e torres de planta quadrangular e semicircular, rematada por merlões prismáticos, com 2 portas monumentais flanqueadas por 2 torreões cilíndricos chanfrados, estes com merlões de remate pentagonal; outros vãos rasgam a muralha, 1 a nascente, 1 a poente, 3 a sul. O pano poente é encimado por aqueduto assente em arcada de vão redondo, entre o Palácio dos Melos (v. IPA.00014467) do lado norte e uma gigantesca nora assente num poço, junto ao ângulo sudeste. A muralha da alcáçova é reforçada pela torre de menagem, quadrangular, adossada ao pano sul, de que resta a parte inferior, por cubelo semicircular do mesmo lado e por torre retangular no ângulo sudeste, junto à qual é ainda visível parte da barbacã que a envolvia. Na praça fronteira à vizinha igreja de Santa Maria ergue-se a imponente Torre do Relógio, quadrangular, com remate de planta idêntica, onde se ergue a sineira, com coruchéus de remate cónico rodeados por merlões chanfrados. |
Acessos
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Vias de acesso a Serpa; entrada pelas portas de Beja, de Moura ou pelas várias ruas que franqueiam o acesso à zona intramuros |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 39 521, DG, 1.ª série, n.º 21 de 30 janeiro 1954 / Incluído na Zona Especial de Protecção do Núcleo intramuros de Serpa (v. PT040213050023) |
Enquadramento
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Urbano, outeiro. Integradas na área urbana, implantam-se numa elevação a c. de 6 km. do Guadiana, na sua margem esquerda. No sopé do monte corre a ribeira Chouchou. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo e cerca urbana |
Utilização Actual
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Cultural: Museu (antiga Casa do Goverrnador) / Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal / Privada: pessoas singulares |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 12 / 13 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Nicolau de Langres (Forte de São Pedro) |
Cronologia
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1166 - Quando conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques era já povoação fortificada; 1230 - 2ª ocupação por D. Paio Peres Correia, mestre dos Templários; Séc. 13 - é Senhor de Serpa D. Fernando, irmão de D. Sancho II; 1295 - Serpa recebe Foral por D. Dinis que manda reconstruir a cortina de muralhas, aproveitando parte das muralhas em taipa na zona da alcáçova; 1513 - Foral Novo por D. Manuel; 1555 - por morte do Infante D. Luís, duque de Beja e Senhor de Serpa, a Vila volta à posse da Coroa; 1641 - por doação ao futuro D. Pedro II Serpa é incorporada na Casa do Infantado; Séc. 17, meados - projecto de Langres para uma fortaleza abaluartada de reforço, apenas parcialmente executada (forte de São Pedro, concluído em 1668); 1707 - foi sitiada pelo Duque de Ossuna, deixando-a em grande estado de ruína; 1870 - deram-se grandes desmoronamentos nas muralhas e torres; 1954 - compra da parte da muralha que pertencia à Condessa de Cuba; 1984 - instalação do Museu Arqueológico na antiga Casa do Governador; 2000 - em consequência dos temporais, derrocada troço de muralha; 2000 - em consequência dos temporais, derrocada troço de muralha; 2004, 14 Janeiro - abertura concurso pela DGEMN - DREMS para obras de consolidação; 2006 - encerramento do Museu Arqueológico; 2016, 24 março reabertura do Museu Arqueológico após as obras de requalificação erenovação do espólio |
Dados Técnicos
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Materiais
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Alvenaria de pedra, cantaria, taipa. |
Bibliografia
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AFREIXO, J. M. Graça - Memórias Históricas do Concelho de Serpa. Serpa. 3ª ed. fac-similada, 1993 (1ª ed. 1884); ALMEIDA, J. - Livro das fortalezas de Duarte D'armas (reprodução anotada). Lisboa, 1943; IDEM - Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses. Lisboa 1948, vol. 3; LEAL, Pinho - Portugal Antigo e Moderno. Lisboa, 1880, vol. 9; MATTOS, Gastão de Mello de - Nicolau de Langres e a sua obra em Portugal. Lisboa, 1941; MOREIRA, Bastos - «Monumentos de evocação militar - Castelo de Serpa». Jornal do Exército, 1976, dezembro; SOARES, António Monge e BRAGA, José Rodrigues - «Balanço provisório da intervenção arqueológica já realizada no Castelo de Serpa». Arquivo de Beja. Beja, 1986, vol. 3, 2ª série. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DREMS |
Intervenção Realizada
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1958 - consolidação do troço do aqueduto junto às portas de Beja; 1973 - aquisição de prédios para desobstrução das muralhas; recuperação do troço da Rua das Varandas; 1974 -consolidação de muralhas junto às portas de Moura, reboco da torre do relógio; 1977 - reparação de muralhas na Rua das Varandas; 1980 - reparação de panos de muralha na zona do castelo, reconstrução da abóbada sobre a porta de entrada no castelo; 1981 / 1982 - reparação de panos da muralha na zona do castelo; 1983 / 1984 - recuperação em zonas do Castelo e a Norte; 1985 / 1986 - obras de recuperação; 1988 - consolidação e recuperação; DREMS: 2001 - 2002 - reconstrução troço de muralha aluído e áreas adjacentes com consolidação de alvenarias, preenchimento de rombos, remoção de vegetação e preenchimento de juntas; desmonte parte superior de troço de muralha incluindo o adarve e sua reconstituição. |
Observações
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Autor e Data
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Isabel Mendonça 1994 |
Actualização
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Rosário Gordalina 2003 |
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