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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta composta por nave longitudinal e capela-mor quadrangular com sacristia adossada a N. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas. Empenas sobrepujadas por cruz. Fachada principal orientada a E. - O., com um pórtico, de volta inteira, de duas arquivoltas ornamentadas, assentes em impostas sobre dois pares de colunas com capitéis de decoração vegetalista, antropomórfica e zoomórfica. Na parede N., a nave possui uma fresta, e a S. uma porta estreita, com arco em volta perfeita, assente em impostas e duas frestas. A capela-mor apresenta duas frestas laterais e no topo uma fresta que exteriormente tem um arco de volta quebrada, com ornamentações de bolas, assente sobre duas colunas com capitéis, um decorado com folhagens e o outro com motivo zoomórfico, apresentando na base da janela um ornato enxaquetado. Toda a igreja e a sacristia é percorrida por cachorrada com representações faciais humanas, animais, rolos e bolas. No INTERIOR, as paredes da nave e capela-mor estavam integralmente revestidas de pinturas murais, com representações do Novo Testamento e do Agiólogo. Conservam-se as existentes na parede N., alusivas a Nossa Senhora e os Apóstolos, a São Cristóvão, e à Ceia e à Degolação dos Inocentes, enquanto as da parede S. se reportam a uma composição com figuras de santos, ao Baptismo de Cristo, a uma figura de Bispo, à Paixão de Cristo, Descimento da Cruz, Deposição no Túmulo e à Ressurreição. Junto à porta principal, conserva-se a pia baptismal, toda decorada com rosetas e no topo da nave, dois retábulos colaterais confrontantes, em talha policroma. Arco triunfal de volta perfeita moldurada, com a arquivolta exterior decorada com bosantes, encimado por uma cartela com a inscrição indicativa das obras realizadas em 1767. Na capela-mor as pinturas representavam a Anunciação, São Francisco de Assis e São Jerónimo. |
Acessos
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Outeiro Seco, ao km 3 da EM Chaves - Vilarelho da Raia. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,768480; long.: -7,450525 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 28 536, DG, 1.ª série, n.º 66 de 22 março 1938 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 62 de 13 março 1964 |
Enquadramento
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Urbano, na periferia de Outeiro Seco, junto à capela de Santa Ana. Passeio em blocos graníticos rodeia todo o perímetro da igreja. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 13 (conjectural) / 15 / 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1235 - Primeira referência à igreja, cujo padroado pertencia, até ao encerramento do mosteiro anexo, ao Arcepispado de Braga; séc. 14 / 15 - obras de remodelação da igreja; 1535 - data de uma das pinturas interiores a frescos; 1755 - data de uma lápide afixada no arco triunfal, assinalando remodelações; 1767 - remodelação da igreja; 1930, até - o pavimento da igreja integrava 11 tampas sepulcrais, uma delas datada de 1599, uma de 1616 e outra com a cruz dos Pereiras e datável do séc. 14 / 15. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Construção em granito unido por argamassa, com cobertura de madeira telhada. |
Bibliografia
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A colecção de pintura do Museu Alberto de Sampaio, Séc. XVI - XVIII, IPM, Lisboa, 1996; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Primeiras impressões sobre a arquitectura românica portuguesa, Revista da Faculdade de Letras do Porto, 2, Porto, 1971, p. 104; IDEM, O românico, in História da Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1986, p. 103 - 104; ALMEIDA, José António Ferreira de (org.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; CARDOSO, Pe. Luiz, Diccionário Geográfico, vol. XXVI, nº 60, fl. 455; CORREIA, Virgílio, A Pintura a Fresco em Portugal, Lisboa, 1921; IDEM, Esculturas e Monumentos, Lisboa, 1924, p. 91 - 98; DGEMN, Frescos, Boletim nº 10, Lisboa, DGEMN, 1937; DGEMN, Igreja de Nª Srª da Azinheira do Outeiro Seco - Chaves, Boletim nº 112, Lisboa, 1963; DIONÍSIO, Santana (dir.), Guia de Portugal, 5, Lisboa, s/d, p. 426 - 429 e 432 - 434; , p. 437 - 439; GRAF, Gerhard N., Portugal / 2, Madrid, 1988, p. 377 - 379; LOPO, Albino Pereira, Apontamentos Arqueológicos, Braga, 1987, p. 89; MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, DGEMN, Obras em Monumentos Nacionais - Congresso Internacional de História da Arte, s.l., 1949; SANTOS, Reynaldo dos, O românico em Portugal, Lisboa, 1956, p. 113; TEIXEIRA, Ricardo e AMARAL, Paulo, Levantamento Arqueológico do Concelho de Chaves, relatórios anuais de actividades, Chaves, 1985 - 1992; VASCONCELLOS, José Leite de, Por Trás-os-Montes, O Archeologo Português, 22 (1 - 12), Lisboa, 1917, p. 19. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID; Arquivo " Mural da História " |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1937 - Obras de restauro; apeamento da galilé e do campanário da empena da fachada principal; 1937 - remoção dos frescos da parede da igreja; 1938 / 1939 - colocação de lajeado de cantaria, substituindo o anterior, removendo as 11 sepulturas e recolhendo as ossadas; apeamento do coro de madeira; reconstrução das paredes O. e S.; lavagem de cantarias; remoção do altar-mor e apeamento do púlpito; 1940 - alteração do muro envolvendo o adro e plantação de árvores no mesmo; 1959 - reparação do telhado e reconstrução do vitral da capela-mor; 1963 - levantamento topográfico dos terrenos envolventes da igreja para estabelecimento da zona de protecção; 1963 - obras de conservação; 1969 - iluminação exterior da igreja, pela Comissão Regional de Turismo de Chaves; 1976 - trabalhos diversos de conservação; 1984 - beneficiação de coberturas; 1986 - obras de drenagens exteriores do edifício; 1987 - reparação da instalação eléctrica; 1987 - trabalhos de conservação e de beneficiação; 2001 - início da conservação das coberturas; 2021 - obra de reabilitação exterior da igreja, no âmbito de um protocolo celebrado entre a Fundação Iberdrola, a Direção Regional de Cultura do Norte e da Câmara Municipal de Chaves; a obra, orçada em 75 mil euros, realizada pela empresa Reabitarte Reabilitação, Restauro e Conservação, contempla a substituição integral da cobertura, incluindo o reforço estrutural da mesma, a substituição de rufos e caleiras, a limpeza e tratamento das alvenarias exteriores, bem como dos elementos decorativos, restauro de portas, vitrais e grades, drenagem periférica da zona envolvente. |
Observações
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Os frescos, afectados pela humidade e pela fumigação das velas, foram restaurados pelo Instituto José de Figueiredo e estão depositados 3 exemplares no mesmo Instituto, 3 no Museu Nacional Soares dos Reis, do Porto, e 2 no Museu Regional Alberto Sampaio, em Guimarães. No início do séc. 20, o frontispício terminava em empena truncada por dupla sineira de arco pleno e rematada também em empena; possuia sobre o portal friso de apoio a um antigo alpendre e tinha adossado à fachada e da altura da mesma um alpendre, de construção seiscentista ou setecentista, aberto nas três faces por arco pleno. As obras de restauro realizadas, pela DGEMN nos anos 30, ao removerem a sineira e rematarem a fachada por empena simples adulteraram pois a sua tipologia. Aquando do restauro foram removidas para o exterior 4 lápides sepulcrais. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Paulo Amaral 1993 |
Actualização
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Paula Noé 1997 |
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