Torre D'Ares / Torre de Aires
| IPA.00005636 |
Portugal, Faro, Tavira, União das freguesias de Luz de Tavira e Santo Estêvão |
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Torre islâmica, de planta circular originalmente integrada num sistema de monitorização da costa algarvia. Tal como habitual neste tipo de estruturas de vigia, a Torre de Aires implanta-se em local de longo alcance visual *1. Segundo alguns autores, poderá ter estado integrada numa fortificação ou casa senhorial da antiga cidade de Balsa (v. PT050814030010), (NOLEN, 1994), hipótese esta sustentada por referências à existência de um alicerce (com c. de 2m de largura por várias dezenas de metros de comprimento) localizado a c. de 50metros a E. da torre e que hoje em dia não é possível localizar (SOUSA, 2003/2004). |
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Número IPA Antigo: PT050814030034 |
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Registo visualizado 3450 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Atalaia
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Descrição
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Planta simples, circular. massa disposta na vertical, ligeiramente tronco-cónica. Estrutura exterior em aparelho de pedra irregular, argamassado e interior em terra compactada, tipo taipa. |
Acessos
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EN125; EM1343; EM1339. |
Protecção
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Incluído no Parque Natural da Ria Formosa. |
Enquadramento
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Fluvial, isolado, junto a um caminho vicinal, com óptima visibilidade e na proximidade da Ria Formosa, a c. de 2,5Km a SO. da Luz de Tavira ( (v. PT050814030121). Implantado a N. de uma via de trânsito secundária (designada como marginal da Torre de Aires), entre o limite de uma zona de sapal, a S., e a base de pequena elevação, a N., em plena reserva do Parque Natural da Ria Formosa. Ac. de 10m, a NO., o Posto da Guarda-Fiscal da Torre de Aires (v. PT050814030072). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: atalaia |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Época Construção
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Época islâmica (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 08 - 13 - provável edificação da torre (COUTINHO, 1997), originalmente integrada num sistema utilizado para monitorizar a costa; Séc. 16, finais - terá passado a ser conhecida como Torre de Aires (ou de Aires Gonçalves) por associação ao proprietário dos terrenos onde se implantava e da vizinha Quinta das Antas, propriedade de Aires Gonçalves (ANICA, 1991), indivíduo que ainda vivia em 1617 (SANTOS, 2012); 1758 - o pároco Vicente Nunes Leal informa que haviam existido no território da freguesia de Nossa senhora da Luz (Luz de Tavira) um total de "seis torres feitas à antiga, com muita altura", mas que, dessas, somente restava uma, denominada Torre de Aires Gonçalves, uma vez que três delas se haviam desmoronado em consequência do terramoto de 1 de Novembro de 1755 e de outras duas apenas restavam já vestígios; o pároco afirma ainda que a Torre de Aires se encontrava "com alguma diminuição por ter sido cortada" (OLIVEIRA, 1991); 1996 - consolidação e reconstrução de parte da estrutura da torre que se encontrava parcialmente derrubada e em perigo de ruir por completo; 2008 - arranjo paisagístico da área envolvente à torre e da designada marginal da Torre de Aires. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Pedra, terra. |
Bibliografia
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ANICA, Arnaldo Casimiro, Tavira e o seu Termo - memorando histórico, Tavira, Câmara Municipal de Tavira, 1993; COUTINHO, Valdemar; Castelos, Fortalezas e Torres da região do Algarve, Faro, Algarve em Foco Editora, 1997; NOLEN, Jeannette Smit, Cerâmicas e vidros de Torre de Ares - Balsa, Lisboa, Secretaria de Estado da Cultura, 1994; OLIVEIRA, Francisco Xavier de Ataíde, Monografia da Luz de Tavira, Faro, Algarve em Foco Editora, 1991; SANTOS, Marco Sousa, A igreja de Nossa Senhora da Luz de Tavira (texto policopiado, dissertação de mestrado em História da Arte, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, 2011; SÃO JOSÉ, Frei João de, Corografia do Reino do Algarve in Duas descrições do Algarve do século XVI (coordenação de Manuel Viegas Guerreiro e Joaquim Romero Magalhães), Lisboa, Sá da Costa Editora, 1983; SARRÃO, Henrique Fernandes, História do Reino do Algarve in Duas descrições do Algarve do século XVI, Lisboa, Sá da Costa Editora, 1983; SOUSA, Maria José Nobre, A defesa islâmica na Ria Formosa, Anais do Município de Faro, Faro, Câmara Municipal de Faro, vol. XXXIII/XXXIV, 2003/2004. |
Documentação Gráfica
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CMTavira |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1996 - obras de consolidação e reconstrução estrutural tendo o topo da torre sido totalmente nivelado à mesma altura, com excepção de um pequeno troço proeminente e irregular, propositadamente mantido dessa maneira para indicar que a construção original era de maior altura; 2008 - arranjo paisagístico da área envolvente à torre e da designada marginal da Torre de Aires. |
Observações
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EM ESTUDO. *1 - estas torres serviam também para avisar a população, através de sinais luminosos (de noite) ou de colunas de fumo (de dia), sobre quaisquer embarcações inimigas que se aproximassem ou tocassem em terra; por este motivo, algumas delas seriam também designadas como almenaras, palavra de origem árabe que significa farol ou facho (COUTINHO, 1997). Nos meses de Verão, quando os mouros faziam surtidas mais frequentes, a costa algarvia, era vigiada de dia e de noite (SÃO JOSÉ, 1983). |
Autor e Data
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Francisco Lameira 1997 |
Actualização
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Marco Sousa Santos (Contribuinte externo) 2013 |
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