Capela do Senhor da Boa Morte / Santuário do Senhor Jesus da Boa Morte
| IPA.00005596 |
Portugal, Lisboa, Vila Franca de Xira, Vila Franca de Xira |
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Arquitetura religiosa, manuelina e barroca. Santuário formado por igreja de planta retangular irregular composta por nave, antecedida por amplo nártex, capela-mor semicircular e vários anexos adossados. A capela-mor constitui o corpo mais antigo do conjunto, profunda e de perfil semicircular, cuja estrutura remete para a construção da primitiva igreja paroquial no local, intramuros do castelo, no final do séc. 12, e que as escavações arqueológicas levadas a cabo no local vieram confirmar. Os sucessivos terramotos que assolaram a região de Lisboa no séc. 14, especialmente o de 1531 provoca sérias ruínas na igreja e a existência de um novo templo no sopé do monte, originam a construção, no local, de uma pequena capela, sobre a cabeceira da antiga igreja, patrocinada pelo Senhor de Povos e Conde da Castanheira, com palácio anexo, e cujo portal axial manuelino se mantém no estreito arco triunfal, em cantaria policroma, formado por feixes de colunelos e arco apontado. A cabeceira possui cobertura em cúpula cega sobre trompas, de que restam os exemplares junto à parede do arco, estando a estrutura escorada por mísulas construídas mais recentemente e por contrafortes exteriores, provavelmente datados da reforma do séc. 17. Deste período data a nave, cujo corpo nasce do grande afluxo de população ao local, em busca da milagrosa imagem do Senhor da Boa Morte, com cobertura recente em masseira, e púlpito sobre coluna toscana, bem como o corpo anexo, de dois pisos. A intempérie de 1750 e o terramoto de 1755 terão provocado danos graves no templo, obrigando à reconstrução da nave, sendo rasgadas amplas janelas na fachada lateral direita para iluminação do interior, à qual foi adossado um nártex, de fachada exterior cega e tripartida, rematada em frontão triangular, sobre o qual surge um amplo coro-alto. Dá origem a que, do interior, seja visível a fachada principal primitiva, rematada em empena e com os vãos rasgados em três eixos compostos por portal axial e janelão, e por dois amplos postigos. Nesta data, foi, ainda, executada sobre a fachada principal, uma sineira com remate em cornija de inspiração borromínica, apontado para uma construção deste período. No interior, foram colocados três retábulos, o mor e dois colaterais, destacando-se estes dois pela qualidade dos marmoreados e pela dos painéis pintados que integram no eixo central. Na envolvência são visíveis vestígios das primitivas muralhas do castelo de origem islâmica, o cemitério medieval com sepulturas antropomórficas escavadas na rocha, e as ruínas do Palácio dos Condes da Castanheira, totalmente arruinado em 1755. |
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Número IPA Antigo: PT031114090021 |
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Registo visualizado 1713 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Complexo composto pelo templo e respetivos anexos, amplo terreiro e uma casa de apoio, a norte. IGREJA de planta retangular irregular composta pelo corpo do templo com nave, antecedida por nártex, capela-mor semicircular com sacristia adossada, e por anexos adossados à fachada lateral esquerda; apresenta volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciados em telhados de uma (anexos) e duas águas (nave), sendo em domo gomado, rebocado e pintado de branco, na capela-mor. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por faixa pintada de cinza, com os elementos arquitetónicos pintados por faixas cinzas, rematadas em cornijas no corpo da capela-mor. Fachada virada a ocidente cega, rematada em frontão triangular com cruz latina em cantaria no vértice. Encontra-se tripartida por três faixas pintadas, assentes em socos salientes. Fachada norte marcada pelos corpos anexos, o maior de dois pisos, rasgado irregularmente por janelas de peitoril retilíneas com molduras de cantaria, três no inferior e quatro no superior, surgindo, na face nascente, um pequeno janelo; no lado esquerdo, um corpo alpendrado, com acesso por escadas na face posterior, com a estrutura assente em pilares de betão, com guardas metálicas e tendo, na base, porta de verga reta; junto a este é visível o corpo da sacristia, com janela jacente rasgada na face nascente. Fachada sul com dois registos de vãos retilíneos emoldurados a cantaria no corpo do nártex, formando uma janela de peitoril e porta no primeiro registo e duas janelas no segundo; o corpo da nave possui porta de verga reta, centrada por duas janelas com o mesmo perfil; no lado direito, o corpo da capela-mor, com janela retilínea, encimada por sineira em arco de volta perfeita e remate em cornija contracurva de inspiração borromínica, tendo aletas volutadas na base. O corpo da capela-mor é marcado por três contrafortes escalonados, rematados por pináculos fusiformes, assentes em altos plintos sobrepujados por merlões decorativos. INTERIOR com amplo nártex, tendo as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo de padrão, com cobertura de madeira e duas portas confrontantes, de acesso ao interior no lado direito e de acesso aos anexos no lado oposto. Neste espaço perceciona-se a estrutura da antiga fachada principal, rematada em empena e rasgada por portal, flanqueado por dois amplos postigos. Sobre o nártex, surge amplo coro-alto com vão poligonal, tendo guarda de balaústres pintados de castanho, o acesso é feito por porta de verga reta no lado do Evangelho. Nave com paredes rebocadas e pintadas de branco, com teto de madeira em masseira, rebocado e pintado de branco, com friso castanho, reforçado por tirantes de madeira; pavimento em ladrilho. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular assente em coluna toscana, com bacia em cantaria e guarda balaustrada de madeira, tendo acesso por porta de verga reta, a partir do corpo anexo. Arco triunfal apontado em cantaria policromada, composto por feixe de colunelos, tendo capitéis ornados de folhagem e bases côncavas e convexas, percorridas por toros. Está encimado por escudo assimétrico, de Portugal e com coroa encimada por cruz. É flanqueado por duas capelas retabulares colaterais, dedicadas a Nossa Senhora do Rosário (Evangelho) e São José (Epístola). Capela-mor com as paredes revestidas a azulejo de padrão policromo, com cobertura em cúpula cega, pintada de azul, assente em trompas, com nervuras em argamassa e tijolo, que descarregam em mísulas. Na parede testeira, retábulo de talha pintada de marmoreados fingidos, de planta reta e três eixos, definidos por duas colunas coríntias e duas pilastras da mesma ordem arquitetónica. Ao centro, tribuna de volta perfeita, contendo trono expositivo de cinco degraus, com a imagem do Crucificado. Os eixos laterais formam apainelados pintados, tendo na base, portas de verga reta de acesso à tribuna. Altar em forma de urna com frontal decorado por atributos da Paixão, encimado por nicho jacente expositivo, sob o qual surge um minúsculo sacrário embutido com a porta ornada por ostensório, flanqueado por almofadados. Ao centro, mesa de altar de madeira. |
Acessos
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No Lugar de Povos do Ribatejo, com acesso pela Estrada do Senhor da Boa Morte |
Protecção
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Categoria: SIP - Sítio de Interesse Público, Portaria n.º 420/2011, DR, 2.ª Série, n.º 54, de 17 março 2011 / ZEP, Portaria n.º 1622/2006, DR, 2.ª Série, n.º 191 de 3 outubro 2006 *1 |
Enquadramento
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Periurbano, isolado, no topo de um monte, o Monte do Senhor da Boa Morte, situado a sudoeste do núcleo urbano de Povos do Ribatejo, tendo no horizonte o rio Tejo e as lezírias. A capela encontra-se envolvida pelas ruínas da casa do conde da Castanheira, por um troço de muralhas do antigo Castelo de Povos e por um cemitério, composto por várias sepulturas antropomórficas, escavadas na rocha, surgindo, ainda, uma casa particular e vestígios de uma construção residencial, atribuível ao período islâmico. A casa senhorial surge referenciada pela primeira vez, numa carta de D. João III, datada de 24 de fevereiro de 1537 e pertencia a D. António de Ataíde (1500-1563), primeiro conde da Castanheira, tendo sido destruída pelo terramoto de 1755, estando, a partir desta data, abandonada. |
Descrição Complementar
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Os retábulos colaterais são semelhantes, de talha pintada de marmoreados fingidos rosa e azul e dourado, de planta reta e um eixo definido por dois estípites encimadas por folhagem, e com orelhas de perfil curvo. Ao centro, painel pintado com moldura curvas, encimado por cornija contracurva e pequeno espaldar vazado, surgindo, no do Evangelho, a referência aos Sagrado e Imaculado Coração, envolvidos por glória de anjos, e, no lado oposto, Santa Bárbara. Altares em forma de urna ornados por cartelas. |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: santuário |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PINTOR: Jorge de Lemos (1893). |
Cronologia
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Séc. 04, cerca - primeira ocupação do Monte do Senhor da Boa Morte durante o final do período romano; séc. 10 - o monte torna-se o núcleo central da vila de Povos, com a construção do castelo, cujas sondagens arqueológicos revelam ser uma obra omíada (CATARINO, 2000, p. 45); 1147 - a conquista das cidades de Lisboa e de Santarém, determinam a passagem de Povos para a esfera cristã; 1195 - D. Sancho I concede foral aos "moradores do castellum de Povos"; o monte é objeto de uma campanha de povoamento, de que subsiste o cemitério escavado na rocha, com várias sepulturas antropomórficas; séc. 12, final - é edificada a igreja matriz de Povos, possivelmente fundada pelos Templários *2, no local onde supostamente existia um antigo morábito *3; 1218 - D. Afonso II confirma, em Santarém, o foral da vila de Povos; séc. 14 - a igreja pertence ao padroado real; séc. 16 - com a crescente importância do local e afluxo de gente, é transferida a função de igreja paroquial da vila para o aglomerado no sopé do monte e altera-se o nome da freguesia para Nossa Senhora da Assunção; 1510 - D. Manuel I contempla as vilas de Castanheira e Povos com um foral novo; 1531 - a igreja é destruída por um terramoto, tendo D. António de Ataíde, entretanto agraciado com o título de conde da Castanheira e senhor de Povos (1522), mandado edificar a capela sob a invocação do Senhor da Boa Morte no local onde antes se elevava a Matriz de Povos; 1537, 24 fevereiro - primeira referência à casa senhorial, pertencente a D. António de Ataíde;1554 - 1578 - no reinado de D. Sebastião é criada a Confraria do Senhor Jesus da Boa Morte; 1569 - falecimento de Maria Pinta, sepultada no local; séc. 17, meados - com o falecimento de D. Ana de Lima e Ataíde sem descendência, o título de conde da Castanheira reverte para a Coroa, passando a integrar a Casa do Infantado; 17, final - 18, início - construção do corpo da nave, com a suplantação do culto do Senhor Morto relativamente ao de Nossa Senhora da Assunção de Povos; colocação do revestimento azulejar na capela-mor; feitura do púlpito; 1707 - Frei Agostinho de Santa Maria refere que nesta época a igreja é dedicada a Nossa Senhora, com o título de Povos; 1741 - são referenciados dois milagres obrados pela imagem do Senhor morto; 1747 - o templo é consertado e a imagem de Jesus Cristo Morto passa a apelidar-se de Senhor Jesus da Boa Morte; 1750, 07 janeiro - uma tempestade provoca sérios danos no templo, com a destruição do retábulo; 1755, 01 novembro - o terramoto destrói o Palácio dos Senhores da Castanheira e provoca ruína no templo *4; 1758, 23 abril - nas Memórias Paroquiais assinadas pelo pároco António de Sousa Correia, é referida que a ruína do templo é grande, só subsistindo a capela-mor, de abóbada e com tribuna onde se acha a imagem de Nossa Senhora com 1,60 palmos de altura; tem um capelão com missa às sextas e sábados, em correspondência à instituição de capela pelo capitão-mor de Alenquer, Bartolomeu Lobo; sob o altar, por baixo da tribuna, um túmulo de talha dourada com a imagem do Senhor morto; séc. 18, final - grande campanha de obras, sendo novamente reconstruído o corpo da igreja e construção do nártex e coro-alto; feitura das estruturas retabulares; a designação é alterada para Capela do Senhor Jesus da Boa Morte devido à crescente devoção pela imagem, como o demonstram os inúmeros ex-votos existentes na sacristia *5; 1792 - 1874 - segundo João José Miguel Ferreira da Silva Amaral, delegado e sub-delegado de Vila Franca de Xira, o santuário possuía um rico património e foros em Vila Franca dentro da povoação (CÂNCIO, 1939, vol. III, p. 337); 1826 - menciona-se o orago da Senhora da Assunção; 1840 - Francisco Ferraz de Macedo confirma a origem templária da capela; 1851 - segundo a memória escrita por João José Miguel Ferreira da Silva Amaral é indicada a existência de lápides sepulcrais com a espada e a cruz da Ordem do Templo e dos Cavaleiros da Ordem de Cristo *6; 1876 - funda-se a Casa da Administração da Igreja do Senhor Jesus da Boa Morte que, entre outras atribuições, se encarrega da organização de uma festa anual; 1891 - realiza-se a última festa realizada pela Casa da Administração da Igreja do Senhor Jesus da Boa Morte; 1892 - é criada a Irmandade do Senhor Jesus da Boa Morte, que vem substituir a antiga Confraria; no inventário dos bens, então feito, constam alfaias, paramentos e imagens; obras de beneficiação realizadas no alto do monte, respeitantes ao alargamento do terreiro fronteiro à igreja, com a descoberta de diversas ossadas; recomeça-se a romaria ao Senhor da Boa Morte; 1911 - termina a Irmandade do Senhor da Boa Morte; 1912 - os bens da Irmandade são incorporados no Hospital da Misericórdia e é nomeada uma Comissão Administrativa do Senhor Jesus da Boa Morte; 1940 - a Comissão da Comemoração do Centenário da Nacionalidade ergue um cruzeiro comemorativo atestando importantes batalhas travadas no local; séc. 20, década 60 - as potencialidades turísticas do Senhor da Boa Morte surgem constantemente referidas na imprensa local; 1961 - José Van-Zeller Pereira Palha, defensor do valor turístico do alto do Senhor da Boa Morte, publica no jornal "Vida Ribatejana" um artigo que gera polémica sobre a conservação das ruínas do solar dos condes da Castanheira em detrimento da capela; em oposição, Thomás Franco refere que todo o conjunto (solar, sepulturas e capela) tem inegável valor artístico e que não pode ser dissociado; 1968 - a CMVFX desencadeia um processo de tentativa de proteção legal, dirigido à Junta Distrital de Lisboa e à DGEMN, sobre a possibilidade de classificação do local; durante o processo o diretor da Secção de Arqueologia da Sociedade de Língua Portuguesa, Correia de Campos, alerta a Câmara para a necessidade de salvaguarda da capela-mor do templo, devido às possíveis origens muçulmanas; 1968 - a autarquia de Vila Franca de Xira insiste com a DGEMN na tentativa de uma resposta à necessidade de reabilitar o conjunto edificado; 1969 - a DGEMN refere estar ao dispor da CMVFX para acompanhar e orientar tecnicamente os trabalhos de reposição da capela no seu primitivo estado, caso a entidade o viesse a solicitar; 1971 - o capitão José Augusto Correia de Campos oferece à DGEMN o cata-vento, em forma de crescente, que pertencera à capela e que se pretende vá substituir a armação com os pontos cardiais que na altura rematava a cúpula; 08 janeiro - a pedido do Dr. José Saraiva (representante do governo junto do Banco de Angola), que manifesta especial interesse na aparição do crescente num programa de televisão, o capitão José Augusto Correia de Campos pede à DGEMN que lhe seja cedido o crescente pelo tempo necessário; 1971 - 1973 - o diretor da DGEMN indica que o imóvel reúne condições para ser proposta a sua classificação como Imóvel de Interesse Público; 1972 - o Capitão José Augusto Correia de Campos pede autorização e meios técnicos para, em colaboração com a Câmara, proceder a sondagens arqueológicas na capela, permissão que é concedida pelo MOP; 1980 - primeira referência à saída do andor do Senhor Jesus da Boa Morte em procissão; 1985 - é realizado o primeiro registo de informação relativo ao local no âmbito do "Inventário do Património Arqueológico e Construído no Concelho de Vila Franca de Xira", sob a responsabilidade do arqueólogo Rui Parreira; são colocados os silhares de azulejo no nártex; 1988 - introduzem-se alterações ao programa da romaria, com a vigília da imagem do Senhor Morto na capela de Povos na noite anterior ao dia da romaria, a procissão da capela de Povos para a Ermida do Senhor da Boa Morte e o prolongamento dos horários do arraial; 1991 - 1996 - sondagens arqueológicas confirmam a existência de uma fortificação islâmica com a descoberta de alguns troços de muralhas de taipa terrosa associados a estruturas habitacionais e defensivas e a um conjunto de espólio cerâmico representativo de um período que vai da época Omíada até à Reconquista; descoberta de 17 sepulturas antropomórficas escavadas na rocha; 1993 - a Câmara apresenta ao IPPAR uma proposta de classificação do local; 1995 - o Museu Municipal de Vila Franca de Xira organiza um "Encontro Sobre Arqueologia e História de Povos e Senhor da Boa Morte" onde se faz o ponto da situação dos estudos realizados até ao momento; 1996, 20 agosto - Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 1997, 02 julho - porposta da DRLisboa de classificação como Imóvel de Interesse Público; 1999 - 2000 - por solicitação da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira, com a colaboração da Câmara e com o financiamento do IPPAR, efetuam-se duas intervenções arqueológicas na nave da igreja, dirigidas por Cristina Calais e Pilar Reis, sendo confirmadas as suspeitas da edificação da igreja paroquial de Santa Maria de Povos, no séc. 12, no interior da fortificação; descoberta de um poço de fundição do sino e respetivo molde; surgem vários vestígios de cerâmica islâmica e silos muçulmanos; 2003, 26 abrill - proposta da DRLisboa de fixação da Zona Especial de Proteção; 29 maio - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pelo Ministro da Cultura; 2007, 12 fevereiro - parecer favorável à classificação pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 2009, 21 dezembro - Despacho de homologação da classificação pela Ministra da Cultura. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria mista, rebocada e pintada; modinaturas, arco triunfal, pia de água benta, base e coluna do púlpito, cruz em cantaria de calcário; cornijas interiores em estuque; janelas com grades de ferro forjado; portas, guardas do coro-alto e púlpito, teto da nave e do nártex e mesa de altar em madeira; silhares de azulejo industrial; revestimento da capela-mor com azulejo tradicional; retábulos de talha policroma; janelas com vidro simples; pavimento da nave em tijoleira; coberturas em telha cerâmica. |
Bibliografia
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ALARCÃO, Jorge - Portugal Romano. Lisboa: Verbo, 1977; AZEVEDO, Carlos, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira). Lisboa: Junta Distrital de Lisboa, 1963, vol. III; BANHA, Carlos - «As ânforas da villa romana de Povos» in Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1992, n.º 5, pp. 51-90; BANHA, Carlos - «As cerâmicas do Alto do Senhor da Boa Morte (Povos): estudo preliminar» in Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1997, n.º 7, pp. 77-109; BARBOSA, Inácio de Vilhena - Cidades e Vilas da Monarquia Portuguesa Que Têm Brasão de Armas. Lisboa: Typographia do Panorama, 1860, vol. II; CAMACHO, Clara Frayão - «De Alverca à Castanheira - Cinco Vilas da Estremadura Através das Corografias Setecentistas» in Separata de Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1985, n.º 1; CAMACHO, Clara - «Contributo para a musealização do sítio do Senhor da Boa Morte». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 121-133; CÂNCIO, Francisco - «O Senhor da Boa Morte» in Vida Ribatejana. Vila Franca de Xira: Leonel C. Ferreira, 1940, vol. II, n.º especial; CÂNCIO, Francisco - Ribatejo Casos e Tradições. Lisboa: Imprensa Barreiro, 1949, vol. II; CÂNCIO, Francisco - Ribatejo Histórico e Monumental. S.l.: s.n., 1939, vol. III; CATARINO, Helena Maria Gomes - «O castelo de Povos (apontamentos sobre o período islâmico em Vila Franca de Xira)». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 45-51; CONDE, Manuel Sílvio Alves - «A vila de Povos na Idade Média». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 55-66; CORREIA, Vergílio - Monumentos e Esculturas. 2.ª ed., Lisboa: Livraria Ferin, 1924; COSTA, Américo - Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular. Porto: Edição da Livraria Civilização, 1947, vol. IX; COSTA, José - Roteiro Bibliográfico de Vila Franca de Xira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1998; Foral de Povos - 1195 in Separata de Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1985, n.º 1; GUERRA, Amílcar Manuel Ribeiro, BLOT, Maria Luísa, QUARESMA, José Carlos - «Para o enquadramento do sítio de Povos. Um estabelecimento romano do curso inferior do Tejo». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 31-42; HENRIQUES, Guilherme - Subsídios Para a História do Concelho de Vila Franca de Xira. Vila Franca de Xira; Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1997; LEAL, Pinho - Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Cota d'Armas, 1876, vol. VII; LIMA, Baptista de - Terras Portuguesas. Póvoa de Varzim: Tipografia Camões, 1939, vol. VI; LUCAS, Maria Miguel - «Para uma arqueologia da paisagem - o Alto do Senhor da Boa Morte, um espaço vivido». In Senhor da Boa Morte. Mitos, história e devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 15-28; MACEDO, Lino de - Antiguidades do Moderno Concelho de Vila Franca de Xira. 2.ª ed., Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1992; MAGALHÃES, Fátima (coord. de) - Navegando no Tejo. Lisboa: Comissão da Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo, 1995; MOITA, Irisalva Nóbrega - «Povos. Da proto-História à História» in Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1997, n.º 7, pp. 9-12; MOTA, Álvaro Emanuel Coutinho - «Reflexão teológica sobre o Senhor da Boa Morte». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 97-98; NORMAND, Maria - «O Monte do Senhor da Boa Morte» in Vida Ribatejana. Vila Franca de Xira: Leonel C. Ferreira, 1962 - 1964, vol. XI, n.º especial; NUNES, Graça Soares - «A irmandade do Senhor Jesus da Boa Morte (1892-1911)». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 79-94; PELOURO, Júlio - «Vila Franca de Xira - Zona de Turismo» in Vida Ribatejana. Vila Franca de Xira: Leonel C. Ferreira, 1962 - 1964, vol. XI, nº especial; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme - Portugal Dicionário Histórico, Corográfico, Biográfico, Bibliográfico, Heráldico, Numismático e Artístico. Lisboa: João Romano Torres, 1910-1911, vol. V; PINTO, Fernando - «Estruturas de terra - tipologia e origens: o caso dos achados do Senhor da Boa Morte» in Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1997, n.º 7, pp. 151-153; RAMALHO, João Alves - «Apontamentos para o estudo da devoção ao Senhor da Boa Morte - Povos». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 101-117; RIBEIRO, José Alberto - «A capela do Senhor Jesus da Boa Morte». In Senhor da Boa Morte. Mitos, História e Devoção. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2000, pp. 69-76; SALVADO, Maria Adelaide Neto dos Santos - A Devoção do Senhor da Boa Morte na Antiga Vila de Povos. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1983; SANTOS, Ana Cristina Calais Freire dos - «Contributo Para o Estudo das Sepulturas Rupestres do Monte do Senhor da Boa Morte» in Separata de Boletim Cultura Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1993, nº. 5, pp. 13-48; SANTOS, Ana Cristina Calais - «Outeiro de Povos - resultado preliminar das primeiras intervenções arqueológicas» in Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1997, n.º 7, pp. 47-74; «Um Património a Descobrir» in O Concelho em que Vivemos. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 1998; VENTURA, Maria Margarida Garcez da Silva - Poder Régio e Liberdades Eclesiásticas (1383-1450). Lisboa: Colibri, 1993, 2 vols. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMVFX: Museu Municipal de Vila Franca de Xira |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMVFX: Museu Municipal de Vila Franca de Xira |
Documentação Administrativa
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IHRU: PT DGEMN:DSID-001/011-004-1675/17; IGESPAR: IPPAR: Processo n.º 93/3(35); DGLAB/TT: Memórias Paroquiais, vol. 30, n.º 249, fls. 1885-1896; CMVFX: Museu Municipal de Vila Franca de Xira |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1893 - são restaurados por Jorge de Lemos os quadros se São Cristóvão e de Santa Bárbara; CMVFX / DGEMN: séc. 20, 1ª metade - obras de melhoramento na capela e zona envolvente; CMVFX: séc. 20, finais da década de 50, inícios da década de 60 - obras de melhoramento arquitetónico e paisagístico: regularizaçäo do pavimento do adro, plantação de árvores, ajardinamento, construção de cisterna, de coreto, de miradouro, de instalações sanitárias, colocação de bancos e mesas de apoio à romaria e instalação de pombal; durante as obras, são encontrados vários vestígios arqueológicos; IPPAR: 1999 / 2000 - obras de conservação na capela-mor; remodelação no pavimento e restauro de peças de arte. |
Observações
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*1 - DOF: Monte do Senhor da Boa Morte, incluindo Ermida do Senhor da Boa Morte, uma estrutura habitacional da época islâmica, sepulturas antropomórficas escavadas na rocha, uma linha de muralhas e as ruínas de um solar que pertenceu aos condes da Castanheira. *2 - foi encontrado junto da igreja um marco de pedra com a cruz dos Templários numa face e na outra um "signo de Salomão" toscamente esculpidos e várias lápides sepulcrais que tinham no emblema uma cruz e a espada dos cavaleiros do Templo. *3 - segundo a tradição, este templo já existia antes da invasão dos mouros, em 716. *4 - a tempestade e o terramoto foram danosos para a vila, apenas resistindo a ermida de Nossa Senhora de Monte Carmo, ficando a Igreja Paroquial completamente arruinado, o que originou a transferência do culto para a Igreja da Misericórdia. *5 - atualmente, encontram-se no Museu Municipal de Vila Franca de Xira 6 ex-votos pintados sobre madeira, provenientes do local. *6 - o manuscrito encontra-se na Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 / Sara Andrade 2000 |
Actualização
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Paula Figueiredo 2014 (no âmbito da parceria IHRU / Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja) |
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