Igreja Paroquial da Senhora da Conceição / Igreja de Nossa Senhora da Conceição
| IPA.00005574 |
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória |
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Arquitectura religiosa, eclética. Igreja revivalista neo-gótica, de planta longitudinal e três naves, nártex, baptistério, coro alto e dez capelas laterais; fachada principal flanqueada por duas torres assimétricas. Principalmente influenciada pelo estilo gótico, nos arcos em ogiva e presença constante de Vitrais. Igreja de construção tardia dentro do revivalismo neo-gótico. No exterior destaca-se uma das torres, com cerca de cinquenta e seis metros a contar do ponto mais elevado. Na decoração interior algumas referências à arte bizantina e árabe como o rendilhado dos arcos e frisos nas colunas. |
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Número IPA Antigo: PT011312120188 |
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Registo visualizado 2172 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Igreja de planta rectangular alongada, de três naves, flanqueada por duas torres, uma de planta octogonal e outra quadrangular. Volumes articulados, coberturas em telhado diferenciadas, sendo a da nave central de duas águas e as laterais de uma água. Tanto a cobertura da torre sineira de contorno octogonal, como a lateral são em granito de forma piramidal. Fachada principal orientada a E., em cantaria lavrada, de empena triangular, ladeada por duas torres, possuindo a mais alta 56 metros e a mais baixa 31. Na composição, salientam-se quatro contrafortes que ladeiam as três portas de acesso ao interior, onde estão colocadas as esculturas de Santo António, São João de Deus, Beato Nuno Álvares Pereira e São João de Brito, com dois metros e meio de altura, cada. As portas são de contorno curvo. Por cima do arco de cada porta surge uma zona com catorze postigos de secção quadrangular e cinco triangulares, preenchidos por vidros hialinos pelo exterior e amarelos no interior, e na parte superior, entre as esculturas apresenta nove pequenos vãos rectangulares com remate angular. A encimar a empena da fachada um alto-relevo com a representação da Imaculada Conceição, ladeada por dois anjos em atitude de adoração. Nas fachadas laterais abrem-se, a meio, vãos com parte superior em pinha geométrica e no interior dos quais rasgam janelas. Superiormente, sobre cornija, abrem-se uma série de janelas corridas com parte superior em empena encimadas por recortes geométricos na caixa murária. Torre sineira situada do lado esquerdo relativamente à fachada principal, apresenta planta octogonal, janelas estreitas nas faces planas e mostradores do relógio. No corpo superior aos mostradores do relógio, surgem aberturas de dimensão considerável, parcialmente fechadas por placas inclinadas que têm o objectivo de proteger os sinos e ainda provocar um certo afastamento do som produzido por eles. Num nível superior, em cada vértice do octógono despontam pináculos piramidais e arcos botantes. A coroar a torre apresenta cobertura piramidal esguia encimada por cruz latina. Situada do lado direito relativamente à fachada principal a torre pequena de secção quadrangular rematada por corpo octogonal, com varandim e cobertura piramidal. Interior antecedido por nártex com ligação através de três portas interiores envidraçadas. O interior apresenta-se dividido por três naves, separadas por duas ordens de seis colunas de secção octogonal que se ramificam nos quatro sentidos originando arcos alongados e vazados. Na zona de transição entre a ábside e as naves, existe um arco profusamente decorado, arco triunfal. Numerosas janelas de forma pentagonal, preenchidas por vitrais permitem a entrada de luz natural criando um efeito cénico. Os tectos de todas as naves são abobadados, separados por vigas com recortes circulares côncavos. Estas vigas prolongam-se do arco cruzeiro até à parede da fachada principal. Nas naves laterais surgem dez capelas todas com a mesma estrutura, com a parede central decorada com azulejos figurativos evocativos da devoção à Virgem Maria emoldurados com embutidos de mármore de várias cores. Existe um desnível entre o pavimento das naves laterais e o pavimento das capelas laterais correspondente a um degrau. Todas as capelas apresentam como pavimento mármore preto. Na parte superior dos arcos de acesso às capelas destacam-se catorze painéis representativos das passagens da Via-sacra. O cruzeiro apresenta-se decorado com uma pintura a fresco representado a coroação da Virgem como rainha dos Céus. Na face interior do arco, dentro de quadrados com vértices truncados, constituindo um octógono irregular, estão pintados motivos ligados à paixão de Cristo. Na base deste integram-se dois púlpitos construídos num só bloco de pedra ancã. Atrás de cada púlpito existe uma porta de acesso a uma zona que corresponderia ao deambulatório. Nas faces laterais do conjunto que suporta o trono de cinco degraus, existe de cada lado uma porta de acesso à sacristia. No coro alto que se estende por cima do nártex, encontra-se instalado o órgão de tubos e o anfiteatro que o ladeia. No lado esquerdo de quem entra fica a capela baptismal de contorno octogonal exibindo nas paredes cinco frescos e seis vitrais representado cenas de baptismo. As entradas de acesso à torre sineira, torre pequena, coro alto, oratório de Santa Rita e baptistério situam-se no nártex. |
Acessos
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Praça Marquês de Pombal, nº 111 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado. Implanta-se recuado relativamente à praça, criando adro vedado, também utilizado como parque de estacionamento, acessível a partir de três portões integrados em gradeamento assente em murete de granito, apresentando nos limites laterais, junto às construções, alguns ciprestes. A anteceder a fachada surge uma enorme escadaria de três lanços, ladeada por muretes de granito. Para N. desenvolve-se um conjunto de casas do principio do século da autoria do Arquitecto Marques da Silva. Para S. do adro, um espaço vedado arborizado com um palacete onde se encontra instalada a Escola Profissional do Terço. O limite das traseiras do adro é constituído por um edifício modernista com uma ligação à igreja onde funciona um Centro Social. |
Descrição Complementar
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O trono apresenta um conjunto de cinco degraus, construídos em mármore com adornos de bronze dourado. Encontra-se enquadrado por uma faixa branca de contorno hexagonal. O fundo é pintado de verde e raiados dourados. As capelas laterais apresentam painéis de azulejos representativos que expõe várias cenas como: São João que observa uma mulher coroada de estrelas a calcar um dragão; D. Afonso Henriques entrega na enfermaria de S. Vicente de Fora a imagem de Nossa Senhora que o acompanhou em todas as batalhas; D. Nuno Alvarez Pereira no campo de batalha de Aljubarrota tem uma visão do Mosteiro de Santa Maria da Vitória; Primeira festa organizada em Portugal a pedido da rainha Santa Isabel, pelo Bispo de Coimbra, D, Raimundo; Santo António cantando "Ó Gloriosa Domina"; Navegadores na barra do Tejo despedem-se de Nossa Senhora do Restelo; D. Pedro de Meneses, primeiro governador de África, entrega a Nossa Senhora o símbolo do poder, como prova da sua devoção; representação do Arco de Vandoma com Monsenhor Matos Soares e sua mãe; representação de D. João IV proclamando a Imaculada Conceição como padroeira de Portugal; e por último Nossa Senhora de Fátima percorrendo os caminhos de Portugal. O painéis a fresco da Via Sacra apresentam um colorido carregado em que a maioria dos personagens é retratado com tons de castanho ou sépia, exceptuando os tons de vermelho utilizados nos soldados e em Cristo quando lhe é colocado o manto, ou o branco utilizado no cendal de Cristo e nas vestes de sua mãe. Os vitrais ilustram cenas como o "Nascimento de Maria"; a "apresentação de Maria no templo"; a "Anunciação"; a "Visitação"; a "Natividade"; a "Purificação de Maria e apresentação de Jesus no templo"; "A fuga para o Egipto"; a "Descida da cruz"; a "Dormição de Maria" a "Coroação da Virgem" entre outras. Órgão de tubos, de três registos com o total de 2660 tubos dos quais 266 são em madeira e 2394 em metal. Mede onze metros de altura e cerca de sete de largura, com um peso de doze mil quilos. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTURA: Padre Paulo Bellot*1, Rogério de Azevedo; ENGENHARIA: Joaquim Ferreira da Silva, Reis Gonçalves, Joaquim Ribeiro Sarmento. ESCULTURA: Henrique Moreira (esculturas da fachada principal e púlpitos), João Silva (Crucifixos das Capelas Laterais); FRESCOS: Mestre Guilherme Camarinha (painéis representativos das passagens da Via Sacra), Mestre Dórdio Gomes (Frescos do Baptistério), Mestre Augusto Gomes (Coroação da Virgem, do Arco Triunfal); AZULEJOS: Duarte de Menezes, executados na fábrica do Carvalhino (extinta); RELÓGIO: Francisco Cousinha de Almada; VITRAIS: Casa Mamujean de Madrid (extinta); ÓRGÃO: Georges Heintz, organeiro alemão. |
Cronologia
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1927 - Por provisão de D. António Barbosa Leão, é criada a Paróquia da Senhora da Conceição; 1938, 18 de Dezembro - foi benzida a primeira pedra; 1947 - morte do Padre Paulo Bellot; 1947 - execução dos vitrais; 8 Dezembro - consagração da Igreja; 1951, 14 Dezembro - começou a ser demolida a capela de São Joaquim situada no actual adro da Igreja da Senhora da Conceição; 1998, 11 Outubro - dia da festa litúrgica da Senhora da Vandoma, foi inaugurado o órgão de tubos. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Paredes exteriores de alvenaria em granito aparente na fachada principal e rebocadas as restantes; revestimento da cobertura em zinco tipo camarinha; pavimento interior coberto por taco e por placas de mármore branco e cinza com aplicações de mármore preto; paredes e colunas das naves laterais recobertas por mármore rosa; portas de entrada em ferro forjado com aplicações de bronze; grades de ferro; portas interiores de madeira com vidro temperado; nártex com paredes revestidas a mármore amarelo e pavimento em mármore de lioz adornado com mármore rosa; no interior painéis de azulejos e vitrais. |
Bibliografia
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ALMEIDA, José António Ferreira, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1988; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal: Cidade do Porto, Lisboa, 1995; SEISDEDOS, Virgílio, Paróquia da Senhora da Conceição - Elementos para a sua História, 1927 - 1997, Paróquia da Senhora da Conceição, Porto, 1997; AZEVEDO, Carlos A. Moreira, Passos da Vida de Maria segundo os Vitrais da Igreja da Senhora da Conceição no Porto, Paróquia da Senhora da Conceição, Porto, 2007; SEISDEDOS, Virgílio, Em Louvor da Imaculada. A Igreja Paroquial da Senhora da Conceição no Porto; Paróquia da Senhora da Conceição, Porto, 2007. |
Documentação Gráfica
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Igreja Paroquial da Senhora da Conceição |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Igreja Paroquial da Senhora da Conceição |
Intervenção Realizada
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1946/1947 - Colocação dos vitrais nas capelas laterais; 1970/1971 - transferência do altar-mor para adaptação ao Concílio*2; 1996 - colocação dos vitrais do mestre camarinha ao longo da nave (arrecadados desde a sua execução); 2001 - obras de beneficiação da torre sineira e reparação do relógio; 2007 - substituição da telha por cobertura de zinco, aplicação de novos barrotes de madeira, picagem e reboco de paredes exteriores, recuperação de portas e janelas e substituição de vidros, recuperação dos vitrais e candeeiros, limpeza do alçado principal com jacto de água, afitamento de juntas e impermeabilização do alçado. |
Observações
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A Igreja quando foi delineada pretendia ser construída em tijolo e mosaico policromado, no entanto a comissão de arte e arqueologia da Câmara Municipal do Porto, pelo sentido inovador dos mesmos, reprovou através de pareceres negativos, conduzindo à utilização do granito e mármore. Quase todas as peças ou elementos decorativos da Igreja foram oferecidos à Paróquia como atestam as placas dispersas pelos diferentes espaços. Por exemplo, a colocada na capela-mor diz: "Reconhecimento aos maiores benfeitores desta Igreja, Exmos. Senhores D. Silva Gomes Ferreira, Delfim Ferreira ofereceram: Capela e Altar-mor, portões e janelas da fachada, carrilhão e relógio da torre". A da capela baptismal diz: "Oferecida por: D. Maria Perpétua Bordalo e João Ildefonso Bordalo". *1 Além do Padre Bellot, monge beneditino, autor do projecto inicial, trabalharam nesta igreja, outros técnicos como: os Arquitectos Rogério de Azevedo e Carlos Neves e os Engenheiros José Joaquim ferreira da Silva, Reis Gonçalves e Joaquim Sarmento. *2 Quando se transferiu o altar-mor, foram retirados três baixos-relevos de Henrique Moreira, encontrando-se actualmente dois na sacristia. O outro foi oferecido. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1996 / Ana Filipe 2008 |
Actualização
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