Mercado de Ferreira Borges
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Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória |
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Arquitectura comercial de finais do século dezanove. Arquitectura do ferro. Mercado de planta longitudinal rectangular, de um só piso, formada por três naves espaçosas, com estrutura e superfícies em ferro fundido, com grandes áreas envidraçadas nas fachadas e cobertura. O edifício assenta sobre uma sólida plataforma de granito, adaptada ao declive do terreno. O Mercado Ferreira Borges, constituiu na época, em conjunto com o desaparecido Palácio de Cristal, um desafio e uma grande inovação técnica construtiva. É uma das poucas construções portuguesas da arquitectura do ferro que não está relacionada com os transportes urbanos. A construção, embora num esquema essencialmente prático, não atendeu verdadeiramente às potencialidades expressivas da arquitectura do ferro. É um edifício de grande leveza e transparência devido ao uso do ferro e vidro. As recentes obras de recuperação dotaram o edifício de duas salas de espectáculos, insonorizadas, com uma capacidade para mil pessoas e a outra pode variar entre cento e vinte sentados e trezentos de pé, podendo funcionar as duas em simultâneo sem que o som passe entre elas, uma cafetaria, lounge para eventos e uma loja de marchandising. Os pátios exteriores, fronteiros à fachada principal, foram aproveitados para colocação de esplanadas. |
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Número IPA Antigo: PT011312130055 |
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Registo visualizado 3787 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Comercial Mercado
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Descrição
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Edifício de planta longitudinal rectangular, assente sobre plataforma de granito, em aparelho isódomo, adaptada ao declive do terreno e aproveitada, onde se rasgam várias portas e janelas, com os cunhais da fachada principal arredondados, em silhares de junta fendida. O mercado surge recuado sobre a plataforma, de um só piso, composto por três naves, duas laterais, simétricas, e uma central, mais estreita, definidora de um eixo longitudinal na direcção N. - S. Volumes articulados com coberturas em telhado de duas águas, diferenciados. Construção metálica, com grandes aberturas envidraçadas e grandes aberturas de acesso, cerradas por portas de ferro vazadas, e coberturas também envidraçadas. Elementos estruturais em ferro fundido e elementos decorativos de tipo clássico, caracterizados pelas formas vegetais com alguns ornatos animalistas. Fachada principal antecedida por dupla escadaria convergente, que encaminha à entrada principal a S. e ao pátio protegido por varandim de ferro, que circunda as três fachadas do edifício. As fachadas laterais do edifício fortemente ritmadas pela estrutura metálica, contêm um vão rematado em arco abatido preenchido com lâminas de vidro tipo "veneziana". As colunas de suporte da cobertura possuem capitéis coríntios. Algumas delas conduzem no seu interior as águas pluviais. |
Acessos
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Praça do Infante D. Henrique, Rua de Ferreira Borges, Rua de Sousa Viterbo, Rua Mouzinho da Silveira |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 28/82, DR, 1ª série, nº 47 de 26 fevereiro 1982 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, em pleno Centro Histórico da Cidade, parcialmente adossado na fachada N. a edifícios de maior volumetria. Ergue-se relativamente recuado, circundado por pátio de circulação protegido por gradeamento de ferro, sobre sólida plataforma de granito, onde se rasgam várias portas e janelas em ambas as fachadas. Nas proximidades encontra-se o Convento de São Francisco / Igreja de São Francisco (v. PT011312130005), a Casa da Rua da Alfândega Velha / Casa do Infante (v. PT011312130012), o Conjunto urbano da Praça da Ribeira e suas naturais extensões: Rua de São João, sua transversal e Rua do Infante D. Henrique (v. PT011312130034), o Palácio da Bolsa / Palácio da Associação Comercial do Porto (v. PT011312130051), o Edifício Douro / Edifício da Antiga Companhia de Seguros Douro / Antigo Convento de São Domingos (v. PT011312130189), a Estátua do Infante D. Henrique (v. PT011312130204), o Hospital de São Francisco (v. PT011312130263), o Instituto do Vinho do Porto / Antigo Banco Comercial do Porto (v. PT011312130264), a Feitoria Inglesa (v. PT011312130265) e a Igreja de São Nicolau (v. PT011312130266). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Comercial: mercado |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: edifício multiusos |
Propriedade
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Pública: Municipal |
Afectação
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Hard Club - Centro de Animação Cultural |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: João Carlos Machado. Companhia Aliança, vulgarmente conhecida por Fundição de Massarelos (construção de todos os elementos em ferro) |
Cronologia
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1882 - Surge a ideia de construção de um novo mercado para substituir o velho e degradado Mercado da Ribeira; 1885 - Concurso Público promovido pela Câmara Municipal do Porto, para construção do novo mercado; a obra foi adjudicada à Companhia Aliança (Fundição de Massarelos), pelo valor de 70.900 000 reis; 1888, 17 de Maio - as obras ficaram concluídas mas o mercado praticamente nunca chegou a cumprir as funções para o qual havia sido criado; 1900 - nesta data já se discutia que função atribuir ao edifício, visto que como mercado já não oferecia boas condições para o público; 1904 - 27 Dezembro - a Câmara Municipal levanta a hipótese de ser instalado no Mercado um Museu Municipal ou Museu Colonial, esta última proposta da Associação Comercial do Porto; ambas as hipóteses são abandonadas; 1977 - desafectação do uso inicial e utilização para variadas actividades culturais; 2008, Novembro - entre 171 candidaturas, o HARD CLUB - Centro de Animação Cultural, ganhou o primeiro lugar no Prémio Nacional de Indústrias Criativas; 2010, 16 de Setembro - reinauguração do edifício sob a exploração privada do Hard Club. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Embasamento em alvenaria de granito rebocado; Cunhais e escadarias do embasamento em granito; Estrutura do imóvel em ferro fundido; Superfícies entre vãos exteriores na parte inferior em alvenaria rebocada, seguindo-se de lâminas de vidro e remates em arco abatido em ferro; Cobertura em chapa metálica apoiada em estrutura metálica; Clarabóias em vidro; Guardas das escadas exteriores e espaço de circulação envolvente ao Ex-Mercado em ferro fundido; Pavimento interior em betonilha, Pavimento exterior em lajeado de granito. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Pedro Vieira de, FERNANDES, José Manuel, Episódio Arte Nova e a Arquitectura do Ferro in História da Arte em Portugal vol. 14, Lisboa, 1986 p. 90 - 103; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. II, Lisboa, 1993; Porto a Património Mundial, Porto, 1993; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto, Lisboa, 1995; www.portoxxi.com, 22 de Outubro de 2010. |
Documentação Gráfica
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CMP - Divisão de Obras |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
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CMP - Divisão de Obras |
Intervenção Realizada
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1983 - Conclusão das obras de restauro pela companhia Aliança, subsidiada pela Fundação Calouste Gulbenkian; 2009 / 2010 - obras de requalificação e adaptação às novas funções pelo HARD CLUB em colaboração com o Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana, o edifício pelo exterior foi totalmente preservado e nas intervenções do interior foram utilizadas infra-estruturas amovíveis. |
Observações
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Autor e Data
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Isabel Sereno 1994 / Ana Filipe 2010 |
Actualização
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Paula Noé 1997 |
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