Palácio da Bolsa / Palácio da Associação Comercial do Porto
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Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória |
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Palácio da bolsa neocllássico, de planta rectangular e alçados de dois pisos e mezzanino, com arcada e frontão triangular no corpo central da fachada principal, denotando certa influência do edifício hospitalar de Santo António. O gabinete da Presidência é decorado em estilo renascença; a sala dos retratos e a sala da Direcção ao gosto francês de Luís XVI; a sala de audiências do tribunal do comércio utiliza uma gramática da renascença francesa; o salão árabe um gosto revivalista multicolor e rico, a mais espetacular realização romântica do estuque portuense. A pintura dos brasões do pátio revela várias mãos e alguns erros de representação, como a bandeira americana, que tem riscas a menos e estrelas a mais para a época; desconhece-se a razão da representação do brasão da Pérsia, visto Portugal não ter relações comerciais com aquele país na época, e o restauro recente pôs a descoberto o brasão do Shogunato do Japão, que terminou na década de 60 do séc. 19, e que foi depois substituído pelo brasão da de Saxónia (atual Alemanha), em homenagem ao rei D. Fernando II. O brasão português monárquico foi também alterado após a implantação da República. |
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Número IPA Antigo: PT011312130051 |
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Registo visualizado 5660 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Serviços Bolsa
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Descrição
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Planta rectangular desenvolvida à volta de um pátio com coberturas diferenciadas em telhados de 4 águas e claraboia. Fachada principal virada a O., toda em cantaria, de 2 pisos e mezzanino superior, com embasamento marcado adaptado ao desnivel do terreno, e 3 corpos, sendo o central mais avançado. Neste, abre-se no 1º piso arcada tripla de arcos pleno, sendo encimada por varanda com balaustrada e 4 colunas toscanas suportando frontão triangular com óculo no tímpano. As janelas da varanda são iguais às dos corpos laterais. Encima este corpo torre quadrada no 1º piso, com 1 janela por face, e redonda no 2º com 4 relógios; coroa-a cúpula hemisférica. Nos corpos laterais, subdivididos nos 2 pisos superiores por pilastras, abrem-se no 1º piso janelas rectangulares, encimados por bandeiras, de perfil curvo e as duas do topo semicirculares; no 2º janelas de sacada com frontão triangular e no mezzanino janelas de guilhotina. Coroamento com balaustrada, alternando os balaustres com acrotérios. A fachada lateral N. organiza-se também em 3 corpos, sendo os laterais de alvenaria rebocada e o central em cantaria sensivelmente avançado. Neste último, abrem-se no 1º piso, 3 arcos plenos e nos superiores, ritmados por pilastras, 3 janelas de sacada com frontão triangular encimados por janelas de guilhotina. Remate em frontão triangular com data de 1859 numa cartela no tímpano. Os corpos laterais têm no 1º janelas rectangulares encimados por 1 pequena de guilhotina de verga curva interligada pela mesma moldura, no 2º janelas de sacada com cornija saliente e no mezzanino janelas de guilhotina. No interior, o vestíbulo dá acesso ao Pátio das Nações, coberto por ampla estrutura metálica envidraçada. Os alçados interiores, são ritmados por pilastras caneladas, tendo no 1º piso arcos de volta perfeita envidraçados, no 2º, percorrido por varanda com balaustrada de ferro, portas de verga curva e frontão de lanços e janelas simples no mezzanino. Sanca pintada com os escudos dos países com os quais Portugal mantinha relações comerciais. Ao fundo, abre-se escadaria de acesso ao andar nobre com balaustrada e que se bifurca em 2 lanços no patim; já no patamar superior, as paredes são ritmadas por pilastras lavradas e os arcos e vãos têm as vergas igualmente lavradas; cobre-a zimbório com um lanternim em arcaria, tendo na base 12 janelas elipticas, emolduradas por medalhões e grinaldas que circundam, no desnivel, 12 brasões de municípios portugueses. Neste piso destacam-se: a Sala das sessões da direcção, coberta por um tecto de estuque dourado; a sala das assembleias gerais, com paredes e tecto decorado por madeira e ornamentações a ouro; o gabinete da presidência que conserva um tecto de estuque e paredes pintadas figurando a Agricultura, a Indústria, o Comércio e a Construção Naval; a sala de espera com os retratos dos últimos Reis de Portugal; e o salão árabe, de planta oval e 2 pisos, com arcadas e tecto de laçaria, em tons azul, totalmente ornada de arabescos, vermelho e dourado. |
Acessos
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Rua de Ferreira Borges e Rua da Bolsa |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 28/82, DR, 1ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 / incluído no Centro Histórico da Cidade do Porto (v. PT011312140163) e na Zona Histórica da Cidade do Porto (v. PT011312070086) |
Enquadramento
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Urbano, adossado. Ergue-se em pleno centro histórico da cidade, na zona da Ribeira, junto ao rio Douro, num espaço com um conjunto de imóveis de grande interesse patrimonial. Adossa-se à fachada lateral da Igreja de São Francisco e a fachada principal abre-se para a praça Infante D. Henrique, um amplo espaço ajardinado, sendo precedida por escadaria de dois braços desenvolvida paralelamente. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Serviços: bolsa |
Utilização Actual
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Serviços: bolsa / Política e administrativa: sede de associação / Cultural e recreativa: edifício multiusos |
Propriedade
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Privada: associação |
Afectação
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Época Construção
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Arquitecto / Construtor / Autor
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Arq. Joaquim da Costa Lima (autor do projecto); Arq. José Luís Nogueira Júnior, Engº Gustavo Adolfo Gonçalves de Sousa, Arq. José Macedo, Araújo Júnior e Arq. Joel da Silva Pereira (direcção das obras); Arq. Tomás Augusto Soler e cenógrafos Luigi Manini e Pereira Júnior (projecto e pintura da clarabóia sobre o claustro); António Ramalho (pintura da abóbada da escadaria); Soares dos Reis (óculos e medalhões da escadaria); António Carneiro (tecto da Biblioteca); Canteiro Manuel Ferreira Cardoso (ornamentação da pedra); Arq. Alcino Soutinho (adaptação do pátio das Nações a Bolsa de Valores do Porto); Arq. António Menéres (Auditório). |
Cronologia
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1833 - Um incêndio destrói grande parte do claustro do Convento de São Francisco; 1834, 15 Outubro - portaria autorizando os negociantes a realizarem nas ruínas do convento a praça comercial; 1 Dezembro - abertura da praça comercial; 1835 - é ali estabelecido o telégrafo marítimo; 1836 - transferência da Associação Comercial para a casa onde reunia a "Juntina" *1; 1839, Março - envia às cortes e ao Governo a planta e orçamento da construção que devia substituir as ruínas conventuais; 1840, 23 Novembro - portaria assinada pelo ministro Rodrigo da Fonseca Magalhães autorizando a obra e estabeleceu que o antigo convento ficava hipotecado como garantia das despesas a efectuar até que as cortes resolvessem em definitivo; 1841 - D. Maria II concede à Associação Comercial do Porto a propriedade do convento; 1842, 06 Outubro - lançamento da primeira pedra; 1848, 9 Novembro - inaugurado, ainda por terminar; 1850 - conclusão do primeiro pavimento e instalação definitiva da sede da Associação; 1853 - conclusão e instalação da casa do tribunal; 1860 - morte do Arquitecto Costa Lima; 1861 - Exposição industrial do Porto no Palácio da Bolsa; 1862 - início da construção de Salão Árabe; 1863 - projecto de Sheilds para a cobertura do pátio do claustro; 1880 - inauguração do Salão Árabe; projecto de Tomé Soller para a cobertura do pátio do claustro; desenho dos brasões da cobertura do pátio por Luigi Manini e finalizados por Silva Pereira e João Batista do Rio; 1891, 21 Novembro - D. Carlos I e D. Amélia inauguram a Bolsa Oficial Geral; 1901 - construção de marquise junto à entrada da fachada lateral; 1908 / 1909 - pintura alegórica da abóbada sobre a escadaria; 1911 / 1918 - ali esteve instalada a Câmara Municipal do Porto; 1918, 10 Janeiro - decreto restituindo o edifício à Associação. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes e estrutura mista. |
Materiais
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Paredes exteriores em alvenaria de granito aparente e revestimento em reboco pintado. Decoração em estuques, ferro, madeira. |
Bibliografia
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ANACLETO, Regina - História da Arte em Portugal. Neoclassicismo e Romantismo. Lisboa: 1986, vol. 10; ALMEIDA, José António Ferreira de - Tesouros Artísticos de Portugal. Porto: 1988; CARDOSO, António - O Palácio da Bolsa. Porto: 1994; COENTRÃO, Abel - "Restauro no Palácio da Bolsa revelou raro brasão do Japão dos samurais". In Público. Porto: 01 março 2015, p. 22; FRANÇA, José Augusto - A Arte em Portugal no século XIX. Lisboa: 1990, vol. 1; OLIVEIRA, Carlos - O Magnífico Edifício - A Arte e a Iconografia do Palácio da Bolsa. 2005; Porto a Património Mundial. Porto: 1993; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho - Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto. Lisboa: 1995; VASCONCELOS, Florido de - Os Estuques do Porto. Porto: 1997;. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1988 - Recuperação do Salão Árabe, trabalhos de beneficiação nas coberturas; 1996 - restauro da clarabóia da escadaria N., levantamento de todo o soalho do sotão, limpeza e aspiração dos sobrados e reinstalação do sistema eléctrico; 1997 - limpeza e conservação da fachada principal e instalação de sistema para impedir a deterioração provocada pelos pombos; 2014 / 2015 - restauro dos 20 brasões dos países pintados sob a cúpula envidraçada do pátio, por uma equipa de seis restauradores sob coordenação técnica de Lara Aladina. |
Observações
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*1 - Os negociantes portuenses inicialmente não tinham um organismo devidamente estruturado. Matriculados na Junta do Comércio, em Lisboa, reuniam particularmente os principais numa casa da Rua Nova, facto que os levou a ser conhecidos vulgarmente por "Juntina". *2 - Foi um dos primeiros edifícios da cidade a iluminar a sua fachada e é o único Monumento Nacional aberto durante a noite aos visitantes. É ainda o único palácio da Península Ibérica a integrar a Rede Europeia de Centros de Conferências em Monumentos Nacionais. |
Autor e Data
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Isabel Sereno / João Santos 1994 / Paula Noé 1998 |
Actualização
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