Ponte da Arrábida
| IPA.00005507 |
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos |
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Ponte de arco, construída na segunda metade do séc. 20, em betão armado, de um só tabuleiro, plano, sobre arco suspenso, que, à data da sua construção, constituía o arco de maior vão no mundo realizado em betão armado, excedendo em cerca de 6m a ponte sueca de Sando. O tabuleiro assenta sobre setenta e seis pilares, quatro deles funcionando como elevadores, e duas vigas em arco unidas por uma arcatura com estreitos elementos dispostos em cruz. As esculturas em bronze aplicadas nas faces das caixas de elevador, voltadas ao tabuleiro, são repetidamente utilizadas nas obras de arquitetura modernista. Foi a primeira ponte a ser construída na cidade do Porto apenas por portugueses, sem envolver firmas estrangeiras na sua conceção ou execução. Na sua construção foi utilizado o cimento branco. A ponte caracteriza-se pela expressão delicada, grande plasticidade do material e pelas linhas retas e curvas dos seus elementos, com repetição da forma quadrada na caixa dos elevadores, que apresentam grandes balanços nas palas de saída dos elevadores. |
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Número IPA Antigo: PT011312070105 |
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Registo visualizado 2970 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ponte / Viaduto Ponte pedonal / rodoviária Tipo arco
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Descrição
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Ponte de arco, de betão armado, com tabuleiro superior plano. O tabuleiro apoia-se no arco suspenso, constituindo por duas vigas em arco, unidas por uma arcatura com estreitos elementos dispostos em cruz de betão. Possui 76 pilares, sendo os de maior expressão os quatro que se encontram junto ao apoio do arco, assemelhando-se a grossas colunas quadrangulares, sendo marcados por pequenos quadrados dispostos regularmente ao longo das superfícies exteriores. Estes, no interior, possuem elevadores, que fazem a ligação da cota baixa da estrada marginal ao tabuleiro. As saídas dos elevadores apresentam extensas palas em consola, tanto na cota baixa como na zona superior, e entre os elevadores, encaixam-se guardas em ferro pintado à cor da ponte. Os volumes dos elevadores, na face voltada para o interior da ponte, apresentam adossadas quatro esculturas. O tabuleiro apresenta seis faixas de rodagem para trânsito rodoviário e dois estreitos passeios. |
Acessos
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Massarelos, IC 1, VCI |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 13/2013, DR, 1.ª Série, n.º 119 de 24 junho 2013 / ZEP, Portaria n.º 140/2019, DR, 2.ª série, n.º 34/2019, de 18 fevereiro 2019 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, sobre o Rio Douro, apoiando-se na margem norte na escarpa da Arrábida e na margem sul em uma ravina da zona do Candal. Implanta-se a jusante da Ponte D. Luís (v. IPA.00005548), sendo, das pontes do Porto, a que mais próximo fica da foz do rio Douro. Estabelece a ligação a ligação entre a IC 1, do lado de Vila Nova de Gaia e a Via de Cintura Interna (VCI) do lado do Porto. |
Descrição Complementar
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O vão da ponte apresenta 270m, a flecha do arco é de 52m e o tabuleiro eleva-se a 70m acima do nível médio das águas. |
Utilização Inicial
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Transportes: ponte |
Utilização Actual
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Transportes: ponte |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIROS: Edgar Cardoso; CONSTRUTOR: José Pereira Zagalo; ESCULTORES: Gustavo Bastos, Salvador Barata Feyo. |
Cronologia
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1952, março - adjudicação da elaboração de anteprojetos para a ponte rodoviária, pela JAE ao Professor Edgar António Mesquita Cardoso; 1955 - aprovação do projeto da ponte; 1957, maio - início da construção; 1959, 22 abril - decreto-lei n.º 42 234 autorizando o Ministério das Obras Públicas a promover por intermédio das respetivas Câmaras Municipais, a construção de habitações para o alojamento das famílias de modestos recursos moradoras em casas a demolir, em consequências das obras de construção dos acessos à ponte; 1961, julho - conclusão do cimbre; 1963, 31 março - conclusão da betonagem; 22 Junho - conclusão da construção e inauguração da ponte; séc. 20, anos 90 - desativação dos elevadores; 2011, 16 fevereiro - abertura do procedimento administrativo relativo à classificação da ponte; 2012, 18 setembro - é publicado, através do anúncio n.º 13409/2012, o projeto de decisão relativo à classificação como Monumento Nacional e fixada a respetiva zona especial de proteção; 2016, 24 junho - abre ao público a possibilidade de caminhar sobre o arco da ponte da Arrábida, ideia de Pedro Pardinhas, e após um investimento de cerca de 50 mil euros em equipamento de segurança e transformação de um anexo da ponte numa pequena receção da empresa "Porto Bridge Climb"; 2018, 30 julho - publicação do projeto de decisão relativo ao alargamento do limite da Zona Especial de Proteção da Ponte da Arrábida em Anúncio n.º 129-A/2018, DR 2.ª série, n.º 145/2018, 2.º suplemento; 2019, 15 maio - desprendimento de argamassa de revestimento superficial leva as Infraestruturas de Portugal a proceder à avaliação do estado da ponte e estabelecimento de plano das obras de manutenção e reparação necessárias. |
Dados Técnicos
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Elementos autoportantes. |
Materiais
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Betão armado no tabuleiro, apoios e arco; asfalto no revestimento do tabuleiro; ferro pintado nas portas dos elevadores e guarda; bronze nas estátuas. |
Bibliografia
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Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º e 2º Volumes, Lisboa, 1960; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961, 1º e 2º vol., Lisboa, 1962; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1962, 1º e 2º Vol., Lisboa, 1963; PACHECO, Hélder, Porto, Lisboa, 1984; PIRES, Sérgio - «Porto tem nova atração sobre o Douro. é só subir 262 degraus». In Diário de Notícias. 24 junho 2016, p. 21. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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LNEC: 1959 - Continuação da elaboração dos estudos de estruturas; 1961 - realização de observações geodésicas; trabalhos de controle dos betões aplicados na obra da ponte, pilares e pilastras; JAE: 1961, Julho - conclusão da montagem e fecho dos cimbres; 1962 - construção das auto-estradas de acesso; LNEC: 1962 - medição dos esforços e deslocamentos do cimbre durante a betonagem do arco do montante; realização de quatro campanhas de observação geodésica; utilização do alongametro de milésimos na observação do cimbre da ponte; 1ª fase da montagem do cimbre metálico; construção e descimbragem da costela de montante; JAE: anos 90 - alteração do número de faixas de rodagem. |
Observações
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A construção da ponte custou cerca de 120 mil contos. Quando foi construída apresentava apenas duas faixas de rodagem de 8m de largura, duas faixas para ciclistas e dois passeios laterais para peões. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1996 |
Actualização
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