Igreja dos Congregados

IPA.00005467
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Arquitectura religiosa, barroca. Igreja barroca de planta longitudinal e nave única. Axialidade na composição da fachada, variedade de frontões, alguns deles interrompidos e presença de azulejos decorativos. Da antiga capela a actual aproveitou-a para capela-mor embora tivesse sido reedificada em 1823. Altares colaterais e o mor da nave neoclássicos; os que ladeiam o arco triunfal são barrocos.
Número IPA Antigo: PT011312120178
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Congregação do Oratório - Oratorianos

Descrição

Igreja de planta em cruz latina, composta de nave única e capela-mor rectangular. Volumes articuladas por coberturas diferenciadas em telhado de duas águas. Apresenta a fachada principal orientada a S. dividida em dois registos por cornija saliente; o primeiro é em cantaria de granito marcado por um portal encimado por frontão interrompido por pedra de armas, já sobre a cornija, ladeado por dois janelões engradados com frontões circulares interrompidos. O segundo registo é ritmado por pilastras, que são duplas nos extremos da fachada e simples a meio, formando assim três panos; em cada um abrem-se janelas alongadas e esguias, duplamente emolduadas e encimadas por frontões circulares e triangular no centro, sendo decoradas com vitrais. Entre as molduras das janelas um friso de azulejos lisos amarelos. Na restante superfície e a envolver os vãos, painéis de azulejos figurativos, azuis e brancos figurando cenas alusivas à vida de Stº António, emblemas eucarísticos, do Santo Sacrifício da Missa e a adoração do Santíssimo Sacramento. Remata a fachada frontão triangular, com tímpano revestido a azulejos e tendo ao centro nicho de frontão curvo ladeado por dois vãos e volutas. No interior, coro-alto sobre três arcos assentes em colunas jónicas estriadas, tendo no sub-coro dois altares de mármore; colateralmente quatro capelas de arco pleno com retábulos e sanefas de talha encimadas por tribunas e dois púlpitos quadrados com guardas e sanefa de talha. Nos braços do transepto abrem-se portais de arco pleno sobre pilastras estriadas assentes em pedestais elevados, e frontões partidos. Duas capelas com retábulos de talha dourada ladeiam o arco triunfal sobrepujado por sanefa de talha e enquadrado em estrutura retabulística com pilastras estriadas apoiando cornija encimada por nicho envolto em profusão decorativa e pináculos. As paredes e tecto, em abóbada de canhão, possuem pinturas decorativas. Capela-mor com paredes ritmadas por pilastras jónicas tendo nos intervalos dez painéis figurando cenas da vida de Santo António, e retábulo com painel de João Baptista Ribeiro representando Assunção da Virgem. Tecto em granito abobadado com lanternim. Na sacristia destacam-se dois arcazes em pau preto, com guarnições metálicas, e uma tela representando a Virgem e o Menino.

Acessos

Praça de Almeida Garret

Protecção

Incluído no Centro Histórico (v. PT011312140163) e na Zona Histórica da Cidade do Porto (v. PT011312070086), e na Zona de Protecção da Estação de São Bento (v. PT011312140090)

Enquadramento

Urbano, adossado. Insere-se entre dois edifícios de cércea mais reduzida. Faz parte do ângulo entre a Praça da Liberdade a O. e da Rua de Sá de Bandeira a E.. Localiza-se na frente N. da Praça Almeida Garret. Na proximidade encontra-se a Estação de São Bento (v. PT011312140090).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: Igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Domingos Nunes (atr.) desenho da Igreja; Manuel Fernandes (construtor); José dos Santos e Gabriel Ribeiro (carpintaria); Jorge Colaço (azulejaria); Robert Léone (vitralista); Acácio Lima (painéis da capela-mor)

Cronologia

1657 - A confraria de Stº António de Lisboa compra terreno para construir capela; doou-o à Câmara do Porto com a condição de esta levantar a capela-mor e retábulo; 1680 - conclusão da capela; a Câmara doou-a à Congregação de São Filipe de Nery, bem como terreno para construção do convento; 1863 - Príncipe D. Pedro contribuiu com 3000 cruzados para a construção; 1683 - D. Pedro concedeu-lhe protecção régia e esmola anual de 46000 rs; 1694 - Decisão de construir uma Igreja maior; 5 Ago. - Lançamento da primeira pedra; 1703 - Conclusão da actual Igreja; 1823 - Reedificação da capela-mor; 1827 - Execução das pinturas murais da capela-mor por Acácio Lino; 1832 / 1835 - Durante o Cerco do Porto as tropas liberais utilizaram o Templo para armazém do material de guerra e serviu de hospital; 1834 - com extinsão das ordens religiosas, o convento foi vendido com a sacristia e torre a um particular; 1836 - A Irmandade solicita à Rainha D. Maria II a entrega do templo; 12 Jan. - É entregue por despacho real à Irmandade; restauro do interior: altares laterais da capela-mor e altares do transepto; 1842 - Demolição da Torre; 1853 - Novos estatutos da Irmandade; 1920 - Execução dos vitrais da fachada por F. Mendes de Oliveira da autoria de Robert Léone; Séc. 20 - Execução de guarda vento, porta principal e janelas laterais com vidro e ferro forjado da autoria do Arqº. Rogério de Azevedo; Execução do frontal do altar-mor e banqueta em prata cinzelada; Colocação do órgão; 1927 - colocação dos painéis na capela-mor.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de pardes portantes.

Materiais

Paredes exteriores de alvenaria de granito aparente pelo lado exterior e revestidas a azulejo; Pavimento em madeira; Paredes interiores estucadas com pinturas (nave); Tecto em estucado com pinturas (nave); Tecto em granito (capela-mor); Cobertura em estrutura de madeira e revestida a telha de barro; Grades em ferro forjado; Caixilharias de madeira e / ou chumbo (vitrais).

Bibliografia

SANTOS, Eugénio dos, O oratório no Norte de Portugal (1673 - 1834), Porto, 1977; ALMEIDA, José António Ferreira, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; MARINHO, Joaquim J. B., ALVES, Natália Ferreira e ALVES, Joaquim Ferreira, Aspectos Artísticos da Igreja dos Congregados em meados do Séc. 18, in Revista de História, Porto, Vol. IV, actas do Colóquio, O Porto na época moderna, vol III, 1981; Catálogo dos Livros de Plantas, Arquivo Histórico da C. M. do Porto, Porto, 1982; COSTA, Agostinho Rebelo da, Separata do Boletim Cultural da Câmara Municipal do Porto, 2ª Série, vol. 2, 1984; ALVES, Joaquim S. B. Ferreira, Elementos para a história e construção da casa e Igreja dos Congregados da Congregação do Oratório do Porto: 1680 / 1703, in Revista da Faculdade de Letras, 2ª série, vol. 10, Porto, 1993; Porto a Património Mundial, Porto, 1993; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal Cidade do Porto, 1995.

Documentação Gráfica

Arquivo Histórico da CM do Porto

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1995 - Limpeza da fachada.

Observações

A designação desta Igreja tem a ver com o facto de ter sido fundada pela Congregação de S. Filipe de Nery - padres da Congregação Oratório. O padroeiro principal é Santo António, fundador da Congregação. Na época da construção do Convento, o terreno correspondia ao campo junto à entrada da Porta de Carros da muralha Fernandina. A actual Igreja foi construída sobre uma antiga capela, existente desde 1657, para sede da Confraria de Santo António, mas que afinal não se chegou a lá instalar, aproveitando-se parte dessa capela para a capela-mor. O convento foi demolido para a abertura da R. de Sá da Bandeira. Algumas peças de ourivesaria do séc. 18 e 19 pertencem a esta Igreja: um missal com encadernação de prata lavrada, um cálice de filigrana de prata lavrada, banquetas de prata maciça, cálice e píxide de prata, uma custódia decorada com minas novas e rubis e um gomil e bacia em prata.

Autor e Data

Isabel Sereno 1995

Actualização

Paula Noé 1997
 
 
 
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