Aqueduto da Serra do Pilar / Aqueduto do Sardão

IPA.00005355
Portugal, Porto, Vila Nova de Gaia, Oliveira do Douro
 
Aqueduto construído no final do séc. 18, por iniciativa privada e para abastecimento de água à quinta residencial do seu promotor, constituindo o ex-libris da freguesia. Apresenta grande troço à superfície, com a zona central sobre arcaria, formada por vinte e três arcos de volta perfeita, sobre pilares assentes em plintos, e atualmente interrompido pela abertura de uma estrada. O terceiro pilar a contar da mina possui inscrita a data de construção.
Número IPA Antigo: PT011317120007
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de condução  Aqueduto    

Descrição

Estrutura em alvenaria de pedra, composta por uma arcada com vinte e três arcos de volta perfeita, de grande dimensão, e aduelas regulares em cantaria, assentes em altos pilares, de diferentes alturas, acompanhando os desníveis do terreno, assentes em plintos paralelepipédicos. Para a passagem da "estrada de Avintes", foi aberto um vão no muro do aqueduto, atualmente com viga de de betão. Nos extremos da estrutura, os paramentos são cegos. No topo corre o canal da água, protegido por tampa.

Acessos

Oliveira do Douro, Rua Arcos do Sardão; EN 222

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 35 817, DG, 1.ª série, n.º 187 de 20 agosto 1946

Enquadramento

Urbano, isolado ou adossado. Ergue-se adaptado ao declive do terreno, bordejado por rua, com ou sem passeio separador, parcialmente sobre placa ajardinada, e passando sobre a estrada nacional. Alguns dos arcos possuem no intradorso muro, que delimita propriedade privada, e, num dos arcos, portão em ferro.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: aqueduto

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: Municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1770 - Construção do aqueduto por José Bento Leitão, sargento-mor de Ordenanças, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, e avô materno de Almeida Garret, que obtivera grande fortuna no Brasil; o aqueduto tem o objetivo de conduzir a água ao palacete da Quinta do Sardão, que José Bento Leitão construíra em Oliveira do Douro, e onde cria os seus filhos, nomeadamente, D. Ana Augusta de Almeida Leitão, mãe do poeta; 1881 - descrição da casa, capela e da quinta do Sardão por Gomes de Amorim, autor das Memórias Biográficas de Garret *1; posteriormente, a casa é doada pelos últimos descendentes de José Bento Leitão, aos padres lazaristas ou às irmãs da Caridade, francesas; 1923, 16 setembro - a Junta de Freguesia manda tirar a planta do terreno baldio dos Arcos do Sardão para por em praça; 1966, cerca - interrupção do aqueduto e criação de amplo arco abatido em betão, para vencer a estrada nacional; 1987, finais - destruição parcial do aqueduto devido aos trabalhos efetuados pelas máquinas num empreendimento urbanístico contíguo.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura de alvenaria de pedra onde predomina o granito; aduelas e pilares em cantaria de granito.

Bibliografia

ALMEIDA, Luís Gomes de - Notas Monográficas sobre a Freguesia de Santa Eulália de Oliveira do Douro. Vila Nova de Gaia: Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, 1985; FERRAZ, Paulo, FERNANDES, António - «Empreiteiro e IPPAR no "banco dos réus". Arcos do Sardão em risco». In O Comércio do Porto. Porto: 24 janeiro 1998; PACHECO, Helder - O Grande Porto. Lisboa: 1986.

Documentação Gráfica

DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGEMN:DSID, SIPA, DGEMN:DREMNorte

Documentação Administrativa

DGEMN: DREMN

Intervenção Realizada

Observações

*1 - Gomes de Amorim descreve a quinta como "magnifica e muitas vezes maior que a do Castello. Compõe-se de pomares, terras de pão e matas. Além de outras nascentes, recebe agua com abundancia de um aqueducto, formado por vinte e três arcos, assentes em outros tantos pilares, de estylo romano, semelhantes aos que levam agua para a Serra do Pilar. O arco mais alto terá uns doze ou quatorze metros de altura. São erguidos na extremidade sul da quinta, à beira da estrada de Villar de Andorinho, e fornecem água para um grande depósito, onde concorrem muitas lavandeiras. A água canalisada por baixo do chão, desde o pinhal, entra na mina d'onde passa para o cano do aqueducto, a uns duzentos metros do primeiro arco, vindo de Villar de Andorinho. É deliciosa, fresca e leve como a da fonte da Sabuga, em Cintra. Na parte superior da base do terceiro pilar, contando da mina, está, do lado da estrada, esta data, grosseiramente aberta na pedra, e quasi apagada já pelo tempo" 177U. Supponho ser a data da fundação. Desenhei fielmente os caracteres".

Autor e Data

Isabel Sereno e João Santos 1994

Actualização

Paula Noé 1998
 
 
 
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