Termas de São Vicente / Balneário Romano de São Vicente

IPA.00005311
Portugal, Porto, Penafiel, Termas de São Vicente
 
Termas medicinais romanas. Piscina com banco de aresta chanfrada; piscina de topo semicircular; "laconicum" com paredes revestidas de "alveoli"; cobertura de compartimento com topo semicircular com abóbada de tijolo; divisão funcionando como guarda-vento das salas aquecidas; fornalha com grande bacia de bronze para produção de vapor.
Número IPA Antigo: PT011311260046
 
Registo visualizado 794 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Saúde  Termas    

Descrição

Edifício termal composto por edifício único, com muros em dois paramentos, em aparelho regular, de silhares unidos com argamassa, tendo uma cobertura de "tegula" e "imbrex" sobre estrutura de madeira. Apresenta duas entradas, viradas a E., uma das quais acede a um compartimento quadrangular, sala A, do qual se passa a um outro compartimento idêntico, sala B, podendo um destes funcionar como "apodyterium". De qualquer deles se passa para o "frigidarium", sala C, uma sala central de cota inferior, descendo-se a esta através de dois degraus. Esta sala está aberta a E. para um compartimento rectangular, sala D, com uma piscina com c. de 1 m de profundidade, rodeada de banco com aresta chanfrada, em frente da qual se encontra um outro aposento, sala E, com piscina de topo semicircular rodeada de bancada, para a qual se desce por quatro degraus. As salas aquecidas por "hipocaustum" estão no topo S. A sala I é um compartimento com parede de topo semicircular e cobertura em abóbada de tijolo, e a sala H, o "laconicum", é um compartimento quadrangular e com paredes revestidas de "alveoli". Apresentam um pavimento de "tegulae" cobertas de "opus signinum", estando assente sobre os arcos das fornalhas. A fornalha sob a sala I apresenta a particularidade de ter uma grande bacia de bronze para produção de vapor, suspensa do fogo por barras de ferro enterradas nas paredes. Estas salas eram precedidas por um pequeno compartimento rectangular, G, uma divisão que, com um desnível de c. de 24 cm inferior ao pavimento da sala C, funcionaria como guarda-vento das salas aquecidas e pela qual se acedia a estas. A sala F, seria uma divisão com temperaturas tépidas, pela ligação com o "laconicum", a sala H, sendo o aquecimento feito por um tubo de argila que atravessa a parede. As divisões J e K funcionavam como áreas de serviço das termas, tendo formato rectangular, comunicando entre si e apresentando entradas independentes em relação aos banhos. A sala J, para a qual se abria a fornalha sob a sala H, tem o pavimento sulcado por canalizações e dava saída ao esgoto que se dirige para a ribeira. A sala K, para a qual se abria a fornalha sob a sala I, recebia a água da nascente, conduzida em caleiros. A E. do edifício encontra-se a captação de água, sendo esta conduzida em caleiros de pedra cobertos de lajes de xisto ou granito até à zona de serviços.

Acessos

Termas de São Vicente, ao km 36 da EN 106, nos jardins do edifício das Termas

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 619/2020, DR, 2.ª série, n.º 203 de 19 outubro 2020

Enquadramento

Urbano, integrado na povoação, nos jardins do edifício das Termas, junto à Ribeira da Camba.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Saúde: termas

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Época romana

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Época romana - Construção do edifício termal; 1999, 4 Junho - Despacho de abertura do processo de instrução relativo à eventual classificação do imóvel, tendo sido definida ZEP de 30 metros; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública; 2014, 21 novembro - abertura do procedimento de classificação do Balneário romano de São Vicente do Pinheiro em Anúncio n.º 279/2014, DR 2.ª série, n.º 226; 2019, 13 setembro - publicação do projeto de decisão relativo à classificação do Balneário Romano de São Vicente do Pinheiro como Monumento de Interesse Público em Anúncio n.º 158/2019, DR, 2.ª série, n.º 176/2019.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Construções em granito e tijolo; argamassa de barro e de cal hidráulica; cobertura com "tegula" e "imbrex"; cobertura de compartimento com topo semicircular com abóbada de tijolo; paredes revestidas de "alveoli"; pavimentos em lajes de xisto, barro, "opus signinum" e tijoleira; revestimento das piscinas em "opus signinum"; caleiros de granito cobertos de lajes de xisto ou granito; canalizações de chumbo; canalizações de argila; escadas com degraus de granito; arcos do "hipocaustum" em tijolo; pilares do "hipocaustum" em granito; arco de entrada de compartimento em aduelas de granito; bacia de produção de vapor em bronze; barras de ferro para suspensão de bacia de produção de vapor.

Bibliografia

FORTES, José, Balineum luso-romano de S. Vicente do Pinheiro, Porto, 1902; SOEIRO, Teresa, Monte Mózinho. Apontamentos sobre a ocupação entre Sousa e Tâmega em época romana, Penafiel - Boletim Municipal de Cultura, 3ª Série, 1, Penafiel, 1984, pp. 67 - 75; ALARCÃO, Jorge de, Roman Portugal, vol. 2, Warminster, 1988, p. 28.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1902 - Escavações arqueológicas de responsabilidade de José Fortes.

Observações

A c. de 100 m para S., foi descoberta uma necrópole, e num terreno junto da Igreja apareceram restos de um forno de cerâmica de construção.

Autor e Data

Isabel Sereno / Paulo Amaral 1996

Actualização

 
 
 
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