Castro do Couto de Ouro / Castro de Romarigães

IPA.00005261
Portugal, Viana do Castelo, Paredes de Coura, Romarigães
 
Aglomerado proto-urbano. Povoado da Idade do Ferro. Povoado fortificado / castro situado em vale, até agora com duas linhas de muralhas e uma outra confirmadas, torreão de vigia e habitações circulares. Trata-se de um povoado de vale, um dos de menor altitude implantados na área do N., a imponência das muralhas, o material com a qual são construídas (terra), caso único na região, e ainda o torreão de vígia, que considera inédito. O não aparecimento de espólio romano aponta para a sua fraca romanização.
Número IPA Antigo: PT011605190007
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoado  Povoado da Época do Ferro  Povoado fortificado  

Descrição

Povoado, ao que parece, de planta ovalada, com zona da acrópole no cimo do monte de estrutura circular, fortificado por duas linhas de muralhas, em terra e muito pouca pedra, e uma outra na encosta de pequeno declive formando um círculo fechado, seguindo os contornos do monte. São duplas, em toda a área do monte, excepto a N., onde se unem numa só. A primeira linha de muralha, em talude, talvez terminasse externamente em fosso. No cimo do monte, existe ainda espécie de torreão, de configuração cónica, aberta a NE. e foi também construída em terra com alguma pedra. A entrada do povoado localizar-se-ia a NO. e o talude que o defendia orientava-se na direcção N. convergindo para o talude externo, unindo-se a este de modo a vedar o acesso.

Acessos

Romarigães, Estrada da Casa Grande de Romarigães. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,874022; long.: -8,628007

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 26-A/92, DR, 1.ª série-B, n.º 126 de 01 junho 1992

Enquadramento

Rural. Ergue-se no monte do Couto do Ouro, de altitude média e que se estende no sentido N. - S. coberto de mata e tendo na proximidade algumas construções. O povoado ocupa a metade S. da elevação.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Idade do Ferro

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

Idade do Ferro - fortificação do povoado com muralhas e torreão de vigia; séc. 01 - fraca ocupação romana.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Granito e terra

Bibliografia

CUNHA, Narciso C. Alves da, No Alto Minho. Paredes de Coura, Braga, 1979; ALMEIDA, Anibal, Coura é Notícia. Escavações no Castro de Romarigães in Correio do Minho, 1-8-1992; s.a., Paredes de Coura. Escavações Arqueológicas no Castro de Romarigães, Diário do Minho, 3 - 8 - 1992; s.a., Iniciadas Escavações no Castro de Romarigães, Jornal de Notícias, 5 - 8 - 1992; s.a., Paredes de Coura Intervenção Arqueológica, Notícias de Viana, 6 - 8 - 1992; s.a., Paredes de Coura "Campanha Arqueológica" teve resultados positivos, Jornal de Notícias, 9 - 9 - 1992; VIANA, Miriam, Campanhas Arqueológicas em Paredes de Coura revelam importante património histórico, 1º Janeiro, 12 - 9 - 1992; s.a., P. Coura. Campanhas Arqueológicas têm resultados positivos, Falcão do Minho, 24 a 30 - 9 - 1992; s.a., Campanhas Arqueológicas em Paredes de Coura, O Vianense, 30 - 9 - 1992; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. 3, Lisboa, 1993; SILVA, Maria de Fátima Matos da, O Povoado fortificado de Romarigães - resultados da campanha de 1992, in Cadernos de Arqueologia e Património, Paredes de Coura, 1995 - 1997, p. 9 - 38; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74858 [consultado em 11 janeiro 2017].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

1992 - Campanha de limpeza e escavações arqueológicas em algumas áreas do castro sob direcção da Drª. Fátima Silva, arqueóloga técnica superior do Instituto de Arqueologia da Universidade Portucalense Infante D. Henrique e pelo Dr. Aníbal Almeida, responsável pelo Centro Cultural e do Gabinete de Arqueologia e Património da Câmara Municipal. Contou-se ainda com a colaboração de professores e alunos da E.S.T. de Tomar, licenciados e alunos da Universidade Portucalense e da E.S.E. Jean Piaget, além de vários "OTL" do Concelho e funcionários da autarquia.

Observações

A escolha do local de implantação do povoado deveu-se às suas condições naturais de defesa, bons recursos naturais, com abundânica hibrida, proximidade de bons solos e fornecimento de matérias primas (pedra, metal e barro). As escavações realizadas em 1992 forneceram mais dúvidas do que certezas, devido aos elementos inéditos e sem paralelos que foram recolhidos. No entanto os seguintes elementos apontam para um povoado de cronologia bastante antiga, bem como uma romanização muito fraca - se a teve - e um abandono precoce: - o tipo de cerâmica indígena de fabrico manual e micáceo; a fíbula tipo "Santa Luzia" com tipo de fabrico e forma de presão da mola, diferente dos paralelos conhecidos, podendo indicar-nos uma variante regional deste tipo e de ter um fabrico local; o tipo de construção, de aparelho irregular, da Estrutura 1, de fabrico muito tosco; a não detecção, até ao momento, de mós rotativas mas rebolos de mós manuais; o tipo de construção das linhas de defesa em talude, provavelmente com fossos; o "torreão" de vigia; a coerência dos materiais encontrados; e o quase não aparecimento de espólio tipicamente romano. O facto da via romana passar na base do povoado foi um elemento de "expulsão" que forçou ao abandono do povoado.

Autor e Data

Paula Noé 1992 / 1999

Actualização

 
 
 
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