Castro do Couto de Ouro / Castro de Romarigães
| IPA.00005261 |
Portugal, Viana do Castelo, Paredes de Coura, Romarigães |
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Aglomerado proto-urbano. Povoado da Idade do Ferro. Povoado fortificado / castro situado em vale, até agora com duas linhas de muralhas e uma outra confirmadas, torreão de vigia e habitações circulares. Trata-se de um povoado de vale, um dos de menor altitude implantados na área do N., a imponência das muralhas, o material com a qual são construídas (terra), caso único na região, e ainda o torreão de vígia, que considera inédito. O não aparecimento de espólio romano aponta para a sua fraca romanização. |
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Número IPA Antigo: PT011605190007 |
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Registo visualizado 2436 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto urbano Aglomerado urbano Povoado Povoado da Época do Ferro Povoado fortificado
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Descrição
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Povoado, ao que parece, de planta ovalada, com zona da acrópole no cimo do monte de estrutura circular, fortificado por duas linhas de muralhas, em terra e muito pouca pedra, e uma outra na encosta de pequeno declive formando um círculo fechado, seguindo os contornos do monte. São duplas, em toda a área do monte, excepto a N., onde se unem numa só. A primeira linha de muralha, em talude, talvez terminasse externamente em fosso. No cimo do monte, existe ainda espécie de torreão, de configuração cónica, aberta a NE. e foi também construída em terra com alguma pedra. A entrada do povoado localizar-se-ia a NO. e o talude que o defendia orientava-se na direcção N. convergindo para o talude externo, unindo-se a este de modo a vedar o acesso. |
Acessos
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Romarigães, Estrada da Casa Grande de Romarigães. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,874022; long.: -8,628007 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 26-A/92, DR, 1.ª série-B, n.º 126 de 01 junho 1992 |
Enquadramento
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Rural. Ergue-se no monte do Couto do Ouro, de altitude média e que se estende no sentido N. - S. coberto de mata e tendo na proximidade algumas construções. O povoado ocupa a metade S. da elevação. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Época Construção
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Idade do Ferro |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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Idade do Ferro - fortificação do povoado com muralhas e torreão de vigia; séc. 01 - fraca ocupação romana. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes |
Materiais
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Granito e terra |
Bibliografia
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CUNHA, Narciso C. Alves da, No Alto Minho. Paredes de Coura, Braga, 1979; ALMEIDA, Anibal, Coura é Notícia. Escavações no Castro de Romarigães in Correio do Minho, 1-8-1992; s.a., Paredes de Coura. Escavações Arqueológicas no Castro de Romarigães, Diário do Minho, 3 - 8 - 1992; s.a., Iniciadas Escavações no Castro de Romarigães, Jornal de Notícias, 5 - 8 - 1992; s.a., Paredes de Coura Intervenção Arqueológica, Notícias de Viana, 6 - 8 - 1992; s.a., Paredes de Coura "Campanha Arqueológica" teve resultados positivos, Jornal de Notícias, 9 - 9 - 1992; VIANA, Miriam, Campanhas Arqueológicas em Paredes de Coura revelam importante património histórico, 1º Janeiro, 12 - 9 - 1992; s.a., P. Coura. Campanhas Arqueológicas têm resultados positivos, Falcão do Minho, 24 a 30 - 9 - 1992; s.a., Campanhas Arqueológicas em Paredes de Coura, O Vianense, 30 - 9 - 1992; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. 3, Lisboa, 1993; SILVA, Maria de Fátima Matos da, O Povoado fortificado de Romarigães - resultados da campanha de 1992, in Cadernos de Arqueologia e Património, Paredes de Coura, 1995 - 1997, p. 9 - 38; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74858 [consultado em 11 janeiro 2017]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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1992 - Campanha de limpeza e escavações arqueológicas em algumas áreas do castro sob direcção da Drª. Fátima Silva, arqueóloga técnica superior do Instituto de Arqueologia da Universidade Portucalense Infante D. Henrique e pelo Dr. Aníbal Almeida, responsável pelo Centro Cultural e do Gabinete de Arqueologia e Património da Câmara Municipal. Contou-se ainda com a colaboração de professores e alunos da E.S.T. de Tomar, licenciados e alunos da Universidade Portucalense e da E.S.E. Jean Piaget, além de vários "OTL" do Concelho e funcionários da autarquia. |
Observações
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A escolha do local de implantação do povoado deveu-se às suas condições naturais de defesa, bons recursos naturais, com abundânica hibrida, proximidade de bons solos e fornecimento de matérias primas (pedra, metal e barro). As escavações realizadas em 1992 forneceram mais dúvidas do que certezas, devido aos elementos inéditos e sem paralelos que foram recolhidos. No entanto os seguintes elementos apontam para um povoado de cronologia bastante antiga, bem como uma romanização muito fraca - se a teve - e um abandono precoce: - o tipo de cerâmica indígena de fabrico manual e micáceo; a fíbula tipo "Santa Luzia" com tipo de fabrico e forma de presão da mola, diferente dos paralelos conhecidos, podendo indicar-nos uma variante regional deste tipo e de ter um fabrico local; o tipo de construção, de aparelho irregular, da Estrutura 1, de fabrico muito tosco; a não detecção, até ao momento, de mós rotativas mas rebolos de mós manuais; o tipo de construção das linhas de defesa em talude, provavelmente com fossos; o "torreão" de vigia; a coerência dos materiais encontrados; e o quase não aparecimento de espólio tipicamente romano. O facto da via romana passar na base do povoado foi um elemento de "expulsão" que forçou ao abandono do povoado. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 / 1999 |
Actualização
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