Igreja Paroquial de Vila do Conde / Igreja de São João Baptista
| IPA.00005249 |
Portugal, Porto, Vila do Conde, Vila do Conde |
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Arquitectura religiosa, gótica, manuelina, renascentista. Igreja tardo-gótica de planta em cruz latina com 3 naves de diferente altura e cabeceira tripla, com portal axial manuelino, muito semelhante ao da Igreja de Azuaga na Estremadura espanhola. Torre sineira renascentista. As paredes que formam a nave central e a capela-mor, em toda a sua extensão, estão coroadas por duas ordens de merlões. Grande torre sineira quadrangular, impondo-se à frontaria e a toda a igreja pelo volume e quase ausência de ornamentação, com excepção para o balcão de balaústres assente em mísulas. Pia manuelina. Capela lateral inteiramente forrada a azulejo do séc. 17. O janelão voltado a O. mostra uma cena de Cristo de fortes efeitos cromáticos. Vitrais do princípio deste século executados em Paris, representando a vida de S. João Baptista. |
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Número IPA Antigo: PT011316280003 |
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Registo visualizado 4329 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta composta em cruz latina com três naves, transepto e cabeceira salientes, sendo esta formada por ábside e dois absidíolos, e apresentando o transepto duas capelas. Volumes articulados com coberturas diferenciadas e telhados de uma, duas e quatro águas. As paredes que formam a nave central e a capela-mor, em toda a sua extensão, estão coroadas por duas ordens de merlões. Na fachada O., pórtico, de três arcos trilobados e um grande arco conopial, ornado de folhagem, limitado por finos botaréus acogulhados e fechado por um cordame entrançado que coincide com a ponta do arco de querena. No tímpano pode ver-se sob um grande dossel rendilhado uma escultura de pedra, figurando S. João Baptista, assente numa mísula esculpida e ladeada pelos símbolos dos evangelistas. No espaço que se sobrepoe ao último arco vemos esculpidos vários adereços: a N. as armas de D. Manuel ladeadas por duas esferas armilares, a S. o escudo de Vila do Conde. A N. grande torre sineira quadrangular, voltada para O.,e impondo-se à frontaria e a toda a igreja pelo volume e quase ausência de ornamentação, com excepção para o balcão de balaústres assente em mísulas. Portal lateral de arquivolta ogival, assente em colunas torsas de capitéis vegetalistas. No INTERIOR, três naves, sendo a central mais alta e mais larga que as laterais, e separadas por quatro arcos de volta inteira suportados por colunas oitavadas alternando faces planas e côncavas, com finos colunelos nos ângulos. Pavimento em soalho de madeira e tectos de madeira. Capela-mor coberta com abóbada de aresta ricamente artesoada. O absidíolo do lado do Evangelho, tem abóbada de pedra com lanternim, sendo o do lado da Epístola coberto por uma pequena abóbada de nervuras. Nesta notam-se alguns baixos relevos policromados. As duas capelas transeptais cobertas por abóbadas artesoadas firmadas por bocetes e abertas por arcos de volta perfeita recamados por folha de parreira são obra quinhentista. Conservam retábulos de talha dourada com colunas salomónicas enquadrando imagens. A Capela da direita, dedicada a Nª Sª da Boa Viagem (1542) é toda forrada a azulejo do séc. 17. A outra capela, dedicada a Nº Sª da Assunção, tem na parede do lado E. a imagem gótica de S. João Baptista. A figura que assenta numa mísula trabalhada ostenta um nimbo com um dístico em caracteres góticos. A iluminação do interior faz-se por um grande janelão de volta perfeita que se abre na frontaria e ainda por várias frestas rasgadas nos flancos e no clerestório. |
Acessos
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Vila do Conde, Rua da Igreja |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2.ª série, n.º 26 de 02 fevereiro 1960 |
Enquadramento
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Urbano, isolada, destacada em plataforma elevada. Circundada por amplo adro lajeado e ajardinado junto à fachada posterior. É marcado junto à fachada principal por muro de cantaria ritmado por pilares encimados por pináculos, com abertura ao centro e laterais. Confronta a O. com a Praça Vasco da Gama, onde se localiza a Câmara Municipal (v. PT011316280034) e o Pelourinho de Vila do Conde (v. PT011316280007). Na proximidade, a Igreja da Misericórdia (v. PT011316280019) a NO., o Aqueduto de Vila do Conde (v. PT011316280006) a E. e a Igreja e Mosteiro de Santa Clara (v. PT011316280004 e PT011316280058) a SE.. |
Descrição Complementar
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INSCRIÇÕES: Na Capela do Corpo Santo, lápide, leitura: Esta Capela do Corpo Santo mandaram fazer os mareantes desta vila do conde por sua devoção na era de 1542; VITRAIS: No janelão da fachada principal, representação de uma cena de Cristo, com fortes efeitos cromáticos. Restantes vitrais, historiados modernos, com representação de cenas da vida de São João Baptista. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Pública: Estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 15 / 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CARPINTEIRO: Pedro de Figueiredo (1590). ENTALHADORES: Cristóvão de Sampaio (1688); João Gomes Carvalho (1725, 1734-1735); Manuel da Rocha (1753); Manuel Pereira da Costa Noronha (1740). MESTRES-DE-OBRAS: André Pires (1518); Francisco Luís (1518); Gonçalo Anes (1507); João de Castilho (1511); João de Rianho (1496-1497); João Lopes (1518); Rui Garcia de Penagós (1511); Sancho Garcia (1500); ORGANEIROS: Joaquim António Claro (1908); José António de São Sebastian (1980); Lourenço Rebelo (1606); Salvador Rebelo (1590). PINTOR - DOURADOR: José Francisco da Costa (1765). RELOJOEIRO: Paulo Gomes. |
Cronologia
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953, 26 março - Documento da venda dos bens que Flâmula Deovota possuía na sua vila de Vila do Conde, em que é citada uma igreja dedicada a São João, que se situaria noutro local da vila; 1052 - é edificada uma nova Igreja de São João; 1496 - 1497 - início da construção da atual Igreja, dirigida por João de Rianho, no Campo de São Sebastião, no local onde existia uma capela, da invocação do mesmo Santo, que foi mudada para a implantação da nova Matriz, para substituir a antiga Igreja paroquial, localizada fora do centro do burgo, no Monte Castro de São João; 1500, 26 maio - o mestre biscainho, João Rianho, foi substituído por Sancho Garcia; 1502, 12 outubro - D. Manuel I, passa por Vila do Conde a caminho de Santiago de Compostela, hospedando-se em casa do rico casal Jerónimo Roes e Garcia Dias, onde ouviu uma comissão de moradores que lhe solicitou a sua intervenção e auxílio régio para o prosseguimento da construção da Igreja; 1502, 6 novembro - ata de Sessão da Câmara, em que é citada uma carta do Rei D. Manuel I, que determinava que André Pires e João Lopes fossem os procuradores de tudo quanto se refira às obras da nova igreja em construção, bem como a administração dos fundos a elas destinados; 1502, 5 dezembro - D. Manuel I, no seu regresso da Galiza, fez expedir uma carta de Arrifana da Feira, onde determina um novo plano da obra da nova matriz, alterando a que estava a ser levantada, indicando uma nova planta *1, um plano de arruamentos, mandando abrir uma nova rua, a Rua Nova, hoje Rua do Librador, para a obtenção do dinheiro necessário para a continuação das obras, definia um novo imposto a pagar pelo povo *2 e um donativo régio de trinta mil réis, e decretava a expropriação por utilidade pública dos terrenos necessários à sua edificação; 1506 - conclusão da construção da cabeceira, erguida a expensas do Mosteiro de Santa Clara; 1507 - colaborava na construção da Igreja, Gonçalo Anes, Mestre de Vila Real; 1509 - a construção da igreja era dirigida pelo biscainho Rui Garcia de Penagós, que integrara o grupo inicial; 1511, antes de - conclusão da abóbada da ábside; 1511 - passa a dirigir a obra João de Castilho, a quem foi entregue a responsabilidade de terminar a construção da igreja; 1514 - 1515 - conclusão do essencial da obra de construção; 1514, 3 julho - provisão real para o recebedor da Alfândega de Vila do Conde entregar 10.000 reais ao recebedor das obras da igreja; 1518 - a igreja é aberta ao culto; a torre sineira não estava ainda terminada, onde trabalha João Lopes de Viana, André Pires e Francisco Luís; 1518 - 1519 - o Arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, a pedido do povo e das freiras de Santa Clara, instituiu uma Colegiada Menor para a Igreja, composta por Prior, presidente e quatro beneficiados, chamados raçoeiros, ficando a Madre Abadessa de Santa Clara com a obrigação do altar-mor e da nomeação do sacristão, e tudo o mais era de fábrica própria e da Câmara; 1524 - Breve de Clemente VII, confirmando a Colegiada; 1542 - construção da capela do transepto, do lado da Epístola, pelos mareantes de Vila do Conde, dedicada a Nossa Senhora da Boa Viagem, ou dos Navegantes ou do Corpo Santo; séc. 16, 2.º quartel - construção da capela do transepto, do lado do Evangelho, dedicada ao Anjo São Miguel, posteriormente dedicada a Nossa Senhora da Assunção; 1590, 09 Dezembro - escritura entre os fregueses e Salvador Rebelo para a execução dos órgãos e caixa por 250$000, que teria que ser semelhante ao de Vilar de Frades, com menos dois registos; feitura da caixa por Pedro de Figueiredo; 1528 - instituição da Irmandade dos Sacerdotes; séc. 17 - construção da torre; revestimento azulejar da capela-mor e da capela do transepto do lado da Epístola; 1606, 30 novembro - escritura do contrato efetuado entre a Câmara e Lourenço Rebelo, filho de Salvador Rebelo, em que este se comprometia a ir todos os anos a Vila do Conde, durante os meses de junho a julho, afinar os órgãos; 1688, 17 dezembro - contrato do retábulo da Capela do Corpo Santo da Igreja Colegiada de São João Batista, com Cristóvão de Sampaio, por 85$000; 1725 - execução do púlpito pelo entalhador de Vila Nova de Famalicão, João Gomes Carvalho; 1734 - 1735 - execução dos retábulos laterais por João Gomes de Carvalho; 1737 - colocação do sino grande; 1740 - execução do retábulo-mor pelo entalhador do Porto, Manuel Pereira da Costa Noronha; 1753, 13 abril - Manuel da Rocha faz retábulo, seis castiçais, dois tocheiros, frontal e taburnos e grades do altar de Nossa Senhora da Conceição, a fazer pelo feitio dos demais; 1758, 14 maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Francisco de Lima Azevedo Camelo Falcão, é referido que a Igreja tem por orago São João Baptista e tem colegiada; tem duas naves colaterais divididas por arcarias, surgindo, no corpo da S. o altar de São José, o das Almas com Irmandade e o de Nossa Senhora da Conceição, cabeça de morgado; no lado oposto, Nossa Senhora da Piedade, com irmandade, Santo António com irmandade e o do Santo Crucificado com a invocação da Paciência; tem um cruzeiro com duas capelas, a S. de Nossa Senhora da Boa Viagem, com irmandade, surgindo no lado oposto, a de Nossa Senhora dos Anjos, cabeça de morgado; as capelas colaterais são dedicadas a Nossa Senhora do Rosário, cabeça de morgado e com irmandade (Evangelho) e o Santíssimo Sacramento (Epístola); junto ao arco triunfal, a Capela de São Gonçalo (Evangelho) e São Pedro (Epístola); na capela-mor, existe um nicho com vidraça tendo a imagem de São João Baptista; num nicho do lado do Evangelho, Nossa Senhora da Madre de Deus, patrona da Irmandade dos Sacerdotes, surgindo, no lado oposto, o Anjo São Gabriel; a Colegiada tem coro e duas sacristias, uma própria e outra da Irmandade do Santíssimo; tem uma torre sineira de cantaria, fundada em rocha viva e com três sinos; o pároco é prior (antigamente reitor) apresentado pelas religiosas de Santa Clara de Vila do Conde, por troca com a Igreja de Murça, tendendo mais de 500$000; tem quatro beneficiados, cada um com 110$000; 1765, 08 agosto - pintura e douramento do retábulo de Nossa Senhora dos Anjos e de São Miguel por José Francisco da Costa, por 127$000, conforme contrato com o administrador João de Vasconcelos de Melo Felgueira Gaio; 1832 - extinção da Colegiada; 1860, 7 dezembro - um raio atinge um dos sinos da torre, entrando pela igreja, durante a missa, não causando danos nem feridos; séc. 19, finais - por morte da última freira do Convento de Santa Clara, por intervenção do Monsenhor José Augusto Ferreira, são trazidas várias peças, nomeadamente, uma custódia de prata, ouro e pedra preciosas, um cálice de prata dourada, do séc. 18, um pálio, um paramento verde, um branco, um roxo e um preto e uma imagem do Senhor Morto; 1908 - execução do órgão do coro por Joaquim António Claro, com oficina em Braga; 1909 - data de execução dos vitrais em Paris; 1911, 7 agosto - data do arrolamento da imaginária, lavrado nos termos da Lei da Separação; 1949, 20 setembro - segundo a DGEMN a igreja carecia de obras de restauro, compreendendo a demolição de anexos, reconstrução total de telhados, demolição de altares, pavimentação da igreja e lajeado de cantaria, tratamento das cantarias das paredes incluindo o restauro de frestas e janelas, a execução e assentamento de vitrais com rede de proteção, restauro do coro, arranjo da torre sineira e do adro, reparação geral dos altares, construção de portas e caixilharias e pinturas gerais; 1951 - estragos nos telhados em consequência de temporal; 1953 - alienação de objetos de culto da igreja pela paróquia, compreendendo os castiçais de talha dourada que se encontravam no trono do retábulo-mor, o resto do cadeiral do coro, dois anjos do retábulo-mor e de imagens incluindo a de Santa Ana; 1957 - um temporal provoca o desmantelamento em alguns pontos do telhado da nave, provocando a entrada de águas pluviais; 1961, dezembro - a igreja encontrava-se em precário estado de conservação, nomeadamente a nível dos telhados, pondo em risco os tetos, altares, soalhos e restantes madeiramentos, e da instalação elétrica; 1962, fevereiro - telegrama da CMVC dirigido à DGEMN, solicitando providencias urgentes para o resguardo do cemitério medieval do adro da igreja; 1963, 7 novembro - carta do Priorado de São João Baptista de Vila do Conde, informando a DGEMN, de que não vê inconveniente na demolição da sacristia localizada no lado O. da fachada S. da igreja; a sacristia é privativa da Confraria das Almas; 1974, novembro - a composição do portal principal encontra-se em adiantado estado de alteração morfológica, devido à exposição solar, variações térmicas e pluviométricas e a salinidade do mar; 1980, 22 novembro - inauguração do órgão do coro, após o restauro, tendo sido adjudicado a Serafim Jerónimo de Braga e executado por José António de São Sebastian em Espanha; 2018, dezembro - queda de parte do retábulo de Santo António. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes na nave e estrutura mista na cabeceira. |
Materiais
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Estrutura de granito aparente; granito nos tectos das capelas da cabeceira, do transepto e em pavimentos; madeira na estrutura dos telhados e no tecto da nave, no coro, nos vãos de porta e janelas, pavimento interior, nos retábulos e no púlpito; azulejo no revestimento de uma capela transeptal, no roda-pé da capela-mor, e de uma capela lateral e na sacristia; telha cerâmica nas coberturas; cartão asfáltico como sub-telha; zinco em rufos e caleiros; chumbo no remate das empenas; bronze em pingadeiras; ferro em caixilharias; chumbo e vidro de vitral em caixilharias de janelas e de frestas. |
Bibliografia
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ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, pp. 573 - 574; BRANDÃO, Domingos de Pinho, Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação, Porto: Diocese do Porto, 1984-1986, vols. I e IV; CAPELA, José Viriato, MATOS, Henrique e BORRALHEIRO, Rogério, As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758 - Memórias, História e Património, Braga, Universidade do Minho, 2000; CHICÓ, Mário Tavares, Arquitectura em Portugal na época de D. Manuel e nos princípios do reinado de D. João III in História da Arte em Portugal, iniciada por Aarão Lacerda, vol. II, Porto, 1948; CORREIA, Virgílio, A Arte: Ciclo Manuelino, in Historis de Portugal, dirigida por Damião Peres, vol. IV, Barcelos, 1932; COSTA, Marisa, A Construção da Igreja Matriz de Vila do Conde, Vila do Conde, Boletim Cultural da Câmara Municipal de Vila do Conde, Nova Série, nº 13, Junho 1994, pp. 32 - 54; FERREIRA, Monsenhor J. Augusto, Vila do Conde e seu Alfoz. Origens e Monumentos, Porto, 1923; FERREIRA, Monsenhor J. Augusto, A Matriz de Vila do Conde, Ilustração Moderna, ano I, nº 7, Porto, 1926; FERREIRA, Monsenhor J. Augusto, Vila do Conde. Notas Históricas, Boletim O Arqueólogo Português, vol. XI, Lisboa, 1906; FREITAS, Eugénio de Andrea da Cunha e, Artistas de Braga na Matriz de Vila do Conde (sec.XVI), Bracara Augusta, vol. V, nºs 1 a 3, Braga, 1954; FREITAS, Eugénio de Andrea da Cunha e, Os mestres biscainhos na Matriz de Vila do Conde, Lisboa, 1961; FREITAS Eugenio de Andrea da Cunha, João de Castilho e a sua obra no Alem Douro, Colóquio, nº 15, Lisboa, 1961; GIL, Júlio, As Mais Belas Igrejas de Portugal, Lisboa, 1992, pp. 66 - 67; MARQUES, Ana Trocado - «Caiu altar de Santo António da Igreja Matriz». In Jornal de Notícias. 19 dezembro 2018, p. 21; MONTEIRO, Manuel, A Matriz de Vila do Conde. Inícios de uma Restauração, in Jornal O Primeiro de Janeiro, Porto, 13 de Novembro de 1904; NEVES, Joaquim Pacheco, Vila do Conde, Vila do Conde, 1991; PILOTO, Adelina, SANTOS, A. Monteiros dos, Igreja Matriz de Vila do Conde, Meio milénio de história, in O Tripeiro, 7ª Série, Ano XXII, N.º1, Janeiro 2003; SANTOS, Reynaldo dos, O Portal da Igreja Matriz de Vila do Conde, Vila do Conde, nº 3, Vila do Conde, 1961; STATUA, Atelier de Escultura Conservação e Restauro, Estudo sobre o estado de conservação da Igreja Matriz de Vila do Conde, Lisboa, 1997; VALENÇA, Padre Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. I e II, Braga, 1990; VIEIRA, José Augusto, O Minho Pitoresco, tomo II, Lisboa, 1887; NEVES, Joaquim Pacheco, O Pórtico da Matriz, Vila do Conde, nº 5, Barcelos, 1964. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID; IAN/TT: Corpo Cronológico, Parte II, maço 49, doc. 17. |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1947 - diversas obras de restauro; trabalhos de reparação dos telhados, compreendendo a substituição de algum madeiramento que se encontrava em más condições, ameaçando ruir; 1948 - estudo para o arranjo do adro; 1949 - obras de restauro; 1951 / 1952 - trabalhos de reparação ligeira dos telhados; 1953 - reparação dos telhados das naves e dependências anexas, limpeza de algerozes e condutores de águas pluviais, substituição de vidros partidos e pintura dos ferros dos caixilhos; FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL (FIP): 1953 - modificação do guarda-vento da igreja, sendo as portas laterais transformadas em portas de duas folhas; DGEMN: 1954 / 1955 - reparação parcial dos telhados, reparação de portas exteriores e substituição de vidros, compreendendo a substituição de telhas partidas, reparação de rufos, vedações, calões condutores, pintura de portas, reparação das madeiras e ferragens, reposição de ferragens decorativas em falta, substituição de vidros e pintura dos caixilhos; 1958 - reparação parcial dos telhados da igreja; 1959 / 1960 - obras de limpeza e reparação dos telhados, compreendendo a substituição de madeiramentos e de telhas partidas e em falta; CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DO CONDE (CMVC): 1960 - obras de arranjo do adro, 1ª fase; DGEMN: 1961 - estudo de lanterna para iluminação da zona envolvente; CMVC: 1963 - obras de arranjo do adro, 2ª fase, compreendendo a área que envolve a S. a capela-mor, sendo demolida uma pequena dependência (sacristia?); DGEMN: 1963 - estudo referente ao aproveitamento do terreno a N. da igreja; consolidação dos taipais da torre sineira; 1965 - obras de substituição da telha e consolidação das naves central e S. e da capela-mor; levantamento e apeamento das telhas da cobertura das naves central, S. e capela do mesmo lado, incluindo limpeza; reparação das armações dos telhados das naves central, S. e capela do mesmo lado; colocação de telha nacional dupla de fabrico patinado; picagem e desmonte dos beirados e coroamento das paredes da capela S.; execução de alçapões para acesso aos telhados; execução de caleiras e passadeiras nos extremos dos telhados da nave central; tratamento dos paramentos das paredes de empena nos extremos dos telhados da nave central; execução do coroamento das paredes da capela S. com betão pobre para colocação da vedação metálica; reparação do forro e estrutura do telhado da nave lateral S.; CMVC: 1965 - iluminação pública da Praça de Vasco da Gama; DGEMN: 1966 - arranjo da parte N. do adro da igreja, em condições iguais ao lado S.; substituição e montagem de novo pára-raios na torre; CMVC: 1966 - colocação de iluminação festiva no imóvel, sendo fixados aos merlões dos adarves, cornija, cunhais, rosácea e arcos, diversas réguas contendo lâmpadas; DGEMN: 1967 - restauro dos vitrais figurativos em mau estado dos janelões do coro e naves laterais: reparação dos vitrais desmantelados e com vidros partidos, com substituição dos vidros e chumbo e aplicação de vedações apropriadas; reconstrução dos telhados da nave lateral N., absidíolo e capela do mesmo lado: levantamento e apeamento da telha existente, limpeza da telha recuperável, execução de frechais em betão armado, reparação da armação do telhado da nave, incluindo consolidação e substituição de madeiramentos, assentamento de telha nacional dupla de fabrico patinado, limpeza e tomação de juntas em profundidade sobre as abóbadas do absidíolo, impermeabilização do canal de pedra, assentamento de caleiras de chapa de zinco; reconstrução da armação e guarda-pó, assentamento de ripado de madeira de castanho do Minho, construção de alçapão de madeira, caixilharia de cantoneira de ferro e cobertura de zinco para acesso aos telhados, na nave lateral N.; 1968 - conclusão dos trabalhos de reconstrução da cobertura na nave lateral N., com substituição de telhas e fixação de telhas soltas, reparação e consolidação dos madeiramentos e execução de frechais em betão armado e de caleiras em chapa de zinco, impermeabilização do coroamento das paredes entre a abóbada e a cortina de cantaria e execução de lastro para a colocação de caleira de chapa de zinco, assentamento de engra, entre os telhados da capela lateral e nave lateral N., levantamento e apeamento da telha nacional da capela lateral, com assentamento de telha nacional dupla de fabrico patinado, reconstrução da estrutura da armação incluindo o ripado, execução de cinta ligeira de betão armado para amarração superior da abóbada; 1969 - restauro dos vitrais dos janelões do coro e naves laterais; reparação do telhado junto da galeria lateral, com substituição de telhas partidas, fixação de telhas soltas, reparação das vedações de zinco e limpeza do telhado; 1970 - trabalhos de instalação eléctrica, com instalação de circuitos de iluminação e tomadas; reconstrução do telhado da capela-mor, com levantamento e apeamento da telha, arrumo da telha aproveitável, execução de frechais em betão armado para travação das paredes, consolidação da estrutura da armação de madeira, limpeza da abóbada, aplicação de novo ripado, assentamento de telha nacional dupla de fabrico patinado, execução e assentamento de caleiras em chapa de zinco e rufos com junta de dilatação lateral; 1971 - trabalhos de instalação eléctrica, compreendendo a instalação de circuitos de iluminação e tomadas a executar nas naves, capela-mor, capelas laterais e sacristia; 1972 - trabalhos de instalação eléctrica de iluminação e tomadas e instalação de som; trabalhos de reparação dos estragos provocados pelo temporal, com substituição da telha partida e a reconstrução de rufos, vedações, cumes e beirados; 1974 - refechamento de juntas da fachada S.; reparação do telhado da capela-mor, com revisão geral do telhado, reparação geral de vedações de zinco, consolidação da estrutura de madeira e substituição de telha partida ou em falta; 1975 - reconstrução da cobertura da sacristia do lado N. com levantamento e apeamento da telha e armação de madeira, impermeabilização das superfícies, construção de telhado com telha nacional dupla de fabrico patinado e colocação de caleiras e rufos em chapa de zinco; fixação adequada do azulejo decorativo dos absidíolos, com consolidação dos painéis de azulejo com a aplicação de guarda de cimento branco, incluindo o desmonte de azulejos e novo assentamento; 1976 - reconstrução da cobertura da sacristia do lado N., com o levantamento e apeamento de telha, revisão geral da estrutura de madeira incluindo o levantamento do ripado, consolidação geral, assentamento de platex, de ripado de madeira de castanho e de tela asfáltica, aplicação de frechais de betão, assentamento de telha nacional dupla de fabrico patinado; limpeza geral de telhados, incluindo revisão das ligações de zinco e substituição de telha partida; revisão geral do telhados, caleiras, tubos de queda em trinco; pintura de portas; 1977 - reparação dos vitrais das fachadas lateral N. e S. e fachada O. do corpo do lado S.: colocação dos vitrais correspondentes à capela (fachadas laterais N. e S.) em frestas cegas e assentamento dos vitrais, executados em vidro do tipo antigo, armado em arame zincado e chumbo, incluindo rede de ventilação e soleira de chumbo, desentaipamento de vãos de fresta nas fachadas laterais N. e S., descasque de alvenarias em rebaixamento da superfície de frestas para colocação de vitral cego, e revestimento do fundo com argamassa de cal hidráulica e areia na fachada lateral N. e S. da capela; diversos trabalhos de conservação: levantamento e apeamento de telha, com limpeza de telha recuperável na capela-mor, levantamento e apeamento de armação de madeira, incluindo limpeza geral do extradorso da cobertura, abertura de entregas, cofragens e escoramentos na capela-mor, impermeabilização com argamassa de cimento e areia e isolante, incluindo ripado na cobertura do tardoz, construção de telhado e assentamento de telha nacional dupla no tardoz da capela-mor, aplicação de escova de arame de aço em alvenarias para limpeza das escorrências de ferrugem dos caixilhos de ferro de defesa dos vitrais, na fachada lateral S., limpeza, abertura de juntas e seu refechamento e tomação nas fachadas laterais, pintura e trabalhos preparatórios de caixilhos de madeira, grades e porta nas fachadas E. e O. e lateral N.; 1978 - diversos trabalhos de conservação: limpeza de telhados, compreendendo arranque de musgo e vegetação, fixação de telha solta e em falta na colateral N., no lado N. da capela e do absidíolo, aplicação de escova de arame de aço em limpeza de alvenarias e cantarias manchadas pelas escorrências da oxidação do ferro dos caixilhos metálicos de protecção das frestas, assentamento de chapa de zinco em tubo de queda de águas pluviais, construção e assentamento de caixilhos fixos envidraçados e de caixilhos fixos de rede de arame zincado e perfis de ferro metalizado, na torre, reparação de caixilhos de rede de defesa dos vitrais; reparação do vitral da capela do lado N., com vidro antigo armado em arame zincado e chumbo; 1979 - trabalhos de consolidação dos arcos na torre, de conservação em vários pontos e de reparação de talhas; capela-mor: picagem do revestimento de paramentos exteriores de paredes de elevação, incluindo abertura e refechamento de juntas em profundidade, tratamento das cantarias, impermeabilização de superfícies exteriores, execução de emboço, reboco e guarnecimento finamente areado em paramentos exteriores de paredes de elevação, assentamento de caixilhos de madeira de castanho do Minho, incluindo vidraça e rede de latão em ventilação; torre sineira: tratamento das cantarias interiores e da abóbada, assentamento de cantaria apicoada em dados para apoio de vigas de ferro incluindo cortes para adaptação dos fechos, levantamento do lajedo, impermeabilização e novo assentamento, tomação para paramentos à vista de juntas, assentamento de vigas de ferro, desmonte do sino grande e das vigas de madeira e nova colocação; abóbada da torre sineira: revestimento com argamassa de cimento, cal gorda e areia; arco de suporte do pavimento da sineira: consolidação com argamassa rica de cimento e areia, picagem e abertura de juntas, aplicação de elemento resistente de betão armado incluindo abertura de caixa de trabalhos complementares e escoramentos; tratamento de grades de protecção dos vitrais da fachada lateral N; sacristia: consolidação da base da parede do lado N. e pintura, incluindo trabalhos preparatórios, de madeiras antigas e de grades, do lado S.; limpeza de telhados com revisão de vedações de zinco, arranque de vegetação e fixação de telhas soltas e em falta; caiação de paramentos interiores; reconstrução de apainelado de talha dourada com recuperação de peças existentes, no absidíolo do lado da Epístola; pintura, incluindo trabalhos preparatórios, de madeiras novas, e de madeiras de portas existentes; pintura em paredes exteriores rebocadas; 1980 - diversos trabalhos de conservação; colateral N.: limpeza geral e fixação de telha solta; parede E. da sacristia e contraforte da fachada lateral N.: abertura, limpeza e refechamento de juntas em profundidade; fachada lateral N.: abertura e refechamento de juntas em profundidade e consolidação da base da parede com enchimento de espaços vazios; contraforte da fachada principal: tratamento de juntas, aplicação de produto isolante e limpeza da pedra; torre: caiação da abóbada interior, tratamento do extradorso da abóbada incluindo picagem, abertura, limpeza e refechamento de juntas em profundidade, impermeabilização e execução de emboço, reboco e guarnecimento finamente areado nas superfícies do extradorso da abóbada, reconstrução e assentamento de portas exteriores, almofadas e engradadas, incluindo a remoção da existente no 1º piso, reparação de soalho, incluindo consolidação do mesmo no 2º piso, desmonte e reparação de caixilhos de madeira, construção e assentamento na sineira de anteparos de madeira de kâmbala, engradados e assentamento de caixilhos de ferro metalizado e rede de arame zincado, em frestas; fachada lateral S.: aplicação de escova de arame de aço em limpeza de ferrugem, em cantaria; fachadas laterais: pintura dos travessões horizontais dos vitrais figurados; pintura, incluindo trabalhos preparatórios, em madeiras novas de portas e anteparos; FIP: 1980 - obras de reparação e electrificação do órgão do coro, tendo sido substituído o sistema de tubos pneumáticos por condutores eléctricos que accionam as válvulas do órgão por meio de electro-magnetos; DGEMN: 1981 - reparação da sanefa sobreposta ao altar do Santíssimo Sacramento; trabalhos de conservação diversa incluindo parte do coro; 1982 - empreitada de consolidação de parte do coro, compreendendo o escoramento, desmonte das vigas de madeira e abertura entregas com a profundidade necessária, colocação de viga sobreposta ao arco de cantaria para apoio das novas vigas de ferro que vão substituir as de madeira que foram removidas, execução de soalho de pinho tratado; 1983 - trabalhos de conservação, compreendendo limpeza e revisão de telhados das naves central e laterais, capela-mor, absidíolos e capelas laterais, substituição da estrutura do coro e execução de novo soalho em madeira de pinho tratado na parte central do mesmo, arranque do forro do tecto inferior em caixotões do coro, para recolocação do mesmo no fim dos trabalhos; 1984 - trabalhos de conservação com reparação dos paramentos interiores e do tecto da sacristia no 1º piso, compreendendo picagem, demolição dos rebocos existentes, tratamento de juntas e seu refechamento, construção de emboco, reboco e guarnecimento e pintura, demolição de tecto estucado da sacristia e consolidação e reparação do fasquio; 1985 / 1986 - obras de conservação, compreendendo a reparação da cobertura da colateral S., incluindo a revisão do forro, impermeabilização, ripado, colocação de telha em falta e rufos; levantamento e apeamento da telha, e nova colocação com substituição da telha em falta, arranque do ripado, substituição de tábuas de forro, pintura do sobreleito, placas de platex e ripado de madeira de carvalho, chapa de zinco assente em rufo, incluindo aba de dilatação e pintura, defesa parcial dos tectos da colateral S. e dos anteparos do mesmo lado; 1986 - despolimento da torre sineira, lado S. e limpeza de telhados na colateral e absidíolo N.; 1987 - continuação dos diversos trabalhos de reparações; 1993 - obras gerais de conservação, nomeadamente a nível dos telhados, pintura e reparação de portas e colocação de placas platex; 1997 - peritagem e diagnóstico do estado de conservação do granito do portal principal; 2000 / 2001 - obras de conservação das coberturas, incluindo a sua beneficiação com cartão asfáltico; revisão do sistema de condução de águas pluviais, com renovação dos rufos e caleiros e substituição das pingadeiras; colocação de chumbo nos topos das empenas elevadas em relação aos telhados, com excepção das platibandas com ameias onde se optou pelo refechamento das juntas; 2001 - conservação da instalação eléctrica; 2003 - estudo da deterioração e do tratamento da pedra, executado no âmbito do protocolo DGEMN - FEUP; 2005 - conservação do tecto em abóbada da capela-mor e monitorização dos seus movimentos estruturais, sob a responsabilidade do Departamento de Estruturas de FEUP; 2007 - Trabalhos de conservação dos vãos exteriores; 2023, maio - conclusão das obras de conservação e restauro da torre sineira e da cobertura da igreja, orçados em cerca de 464 mil euros e cofinanciados pela União Europeia em 394 mil euros. |
Observações
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A pedra para construção da igreja veio, em maior parte, das pedreiras da freguesia de Vairão, então da Maia e hoje do Concelho de Vila do Conde. A pedra da base da torre sineira foi a que se encontrava na nova igreja de São João, no cimo do castro. *1 - O novo risco, enviado por D. Manuel I, foi adoptado apenas parcialmente, tendo-lhe sido acrescentado capelas absidais e o transepto, também com duas capelas; *2 - os impostos não caducaram com a feitura da Matriz, continuaram por muitos, mercê de disposições régias que os concediam a pedido de Edilidade para acrescentos e reparação da igreja |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1994 / Patrícia Costa 2003 |
Actualização
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Lídia Costa 2005 |
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