Paço dos Duques de Cadaval / Paço do Infante D. Pedro / Paço dos Condes de Tentúgal
| IPA.00005214 |
Portugal, Coimbra, Montemor-o-Velho, Tentúgal |
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Casa nobre tardo-gótica, de corpos salientes, com vãos góticos e altas chaminés. Capela de nave única com paramentos altos, empenas muito acentuadas e vãos ogivais, que fazem dela a 1ª de um ciclo tardo-gótico que tem na igreja do Convento de Santiago de Palmela (v. 150802001), de que D. Pedro terá sido mentor e inspirador, uma lógica sucessora (SILVA, 1993). O portal é do mesmo tipo do da Igreja Matriz, tendo inclusivamente o óculo também moldurado a sobrepujá-lo (v. 061011006). Arquitectura civil, agrícola, renascentista. Celeiro do final do séc. 16, com portal clássico e interior de 3 naves com colunas dóricas e arcos redondos. Chaminés tipologicamente distintas, destacadas na fachada principal. Os arcos do piso térreo, as arcadas do pátio e a varanda têm colunas de mármore branco com capitéis de folhas decoradas com motivos importados da Andaluzia. A Capela, de invocação a São Miguel, tinha coro. |
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Número IPA Antigo: PT020610110019 |
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Registo visualizado 2048 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre
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Descrição
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Planta longitudinal, composta, irregular. Volumes articulados, disposição horizontal das massas. Coberturas diferenciadas. Paço: volumetria complexa de 2 pisos; fachada principal a N.; vãos em arco quebrado quase equilátero; chaminés destacadas na fachada; fachada S. com varanda alpendrada de 5 colunas com base cinzenta, e capitéis de folhagem. Capela: planta rectangular, composta de nave e capela-mor, mostra paredes de grande altura e empenas muito inclinadas; portal de arco quebrado equilátero, composto de 3 pares de colunas finas com base mas sem capitéis nem impostas, acompanhadas de finas molduras que se prolongam nos arcos; acima pequeno óculo redondo ampliado de molduras. INTERIOR: Espaço diferenciado. Nave com 2 portas travessas simples, de molduras chanfradas; outras 2 portas, mais pequenas ao nível do coro-alto; 2 frestas simples junto ao arco cruzeiro. Este é igualmente ogival, de arestas chanfradas, em volta dobrada. Capela-mor de 3 faces, com uma fresta alta e estreita em cada uma das duas laterais. Celeiro: planta rectangular, longa, porta de topo N. formada por 2 colunas sobrepujadas de 2 colunelos abrigando o brasão ducal; grande janela a S., de vão rectangular e grades. INTERIOR: Espaço dividido em 3 naves de 13 tramos, com colunas dóricas lisas ligadas por arcos de volta perfeita. Quinta: cantarias de interesse designadamente um recanto a E. da capela, mostrando porta de verga recortada em arco conupial rebaixado, de arestas chanfradas e outro, a O. do celeiro, com arco quebrado, simples, chanfrado, numa composição datada de 1948 e articulada com as cantarias antigas; no interior nicho pequeno vazio. |
Acessos
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EN 111, Coimbra-Figueira da Foz. WGS84 (graus decimais) lat.: 40.216996, long.: -8.579674 |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 516/2013, DR, 2.ª série, n.º 146 de 31 junho 2013 |
Enquadramento
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Rural, isolado, implantação em pequena colina a S. da povoação, entre terras de cultivo e densa vegetação e arvoredo, com perspectiva aberta para os campos do Mondego, desfrutando-se ampla panorâmica. Propriedade constituída pela casa, eira, celeira e capela. Paço ao fundo de arruamento central e em frente à Vala Real, antecedido por grande pátio. Capela à esquerda e celeiro à direita do actual acesso principal. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 15 / 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Estevão Gomes (atrib.) |
Cronologia
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1413, 15 Outubro - D. João I doa ao Infante D. Pedro, ainda muito jovem, o lugar, paços e reguengo de Tentúgal (MORENO, 1984); 1415 - no regresso da tomada de Ceuta D. Pedro é nomeado Duque de Coimbra; 1417, 11 Janeiro - D. Pedro obtém a jurisdição da vila de Tentúguel ; a partir desta altura deve ter promovido a construção da Igreja Matriz da vila e mandado erguer a capela do seu paço; 1476, 28 Julho - o paço, casas anexas e celeiros são objecto de uma troca entre o príncipe D. João, futuro D. João II, e D. Álvaro de Portugal, pai do 1º Conde de Tentúgal, D. Rodrigo de Melo, título dado por D. Manuel I em 1507; séc.15 - provávelmente neste período o acesso principal ao Paço é feito em ligação directa aos campos do Mondego, como testemunham escadaria e caminho existentes no interior da propriedade, com pedra de armas da Casa de Cadaval; Séc. 17 - data da janela do celeiro, encimada por pedra de armas; 1648 - o Conde de Tentúgal, D. Nuno Álvares Pereira de Melo, é nomeado 1º Duque de Cadaval, título concedido por D. João IV; 1721 - já se encontrava em ruínas; 1834 - o paço é incendiado pelos liberais; séc. 19 - sofre profundas alterações; 1944 - a propriedade do Paço de Tentúgal mantem-se na Casa de Cadaval, antigos senhores de Tentúgal (CONCEIÇÃO, 1944); 1997, 09 dezembro - proposta de classificação do CEMAR; 1998, 11 março - proposta de abertura do processo de classificação pela DRCoimbra; 17 março - Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 2000, Outubro - levantamento para elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN (não executada); 2004, 09 julho - proposta da DRCoimbra para classificação como Imóvel de Interesse Público; 2008, 10 novembro - nova proposta de classificação pela DRCCentro; 2009, 07 janeiro - parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Paredes em alvenaria de pedra rebocada e caiada, molduras dos vão em pedra calcária, cobertuta em telha de canudo, pavimento entre pisos em madeira (parcialmente sustituída por betão). |
Bibliografia
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CONCEIÇÃO, A. Santos, Terras de Montemor-o-Velho (1944), Montemor-o-Velho, 1992 (reedição), p. 329-332; DIONÍSIO, Sant'Anna e outros, Guia de Portugal - Beira Litoral (1944), Lisboa, 1993 ( 3.ª ed. ); CORREIA, Vergílio; GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Coimbra, Lisboa, 1952; DIAS, Pedro, A Arquitectura de Coimbra na Transição do Gótico para a Renascença, 1490-1540, Coimbra, 1982; BORGES, Nelson Correia, Coimbra e Região, Lisboa, 1987; MACEDO, Francisco Pato de, O Infante D. Pedro: patrono e mecenas, Biblos, vol.LXIX, Coimbra, 1993; DIAS, Pedro, Escultores e pintores que trabalharam para o Infante D. Pedro, Duque de Coimbra, Biblos, vol. LXIX, 1993, p. 491-505; COELHO, Maria Helena da Cruz, O Infante D. Pedro Duque de Coimbra, in Biblos, vol.LXIX, Coimbra, 1993; L.GÓIS, Correia, Concelho de Montemor-o-Velho. A Terra e a Gente, Montemor-o-Velho, 1995; SILVA, José Custódio Vieira da, Paços Medievais Portugueses, Lisboa, 1996; IDEM, O Fascínio do Fim, Lisboa, 1997; CABRAL, Luis Pedro, Palácio Real à Venda, Jornal O Independente, 28 Maio, 1999; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/155788 [consultado em 23 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; GTL Montemor-o-Velho |
Documentação Administrativa
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GTL Montemor-o-Velho |
Intervenção Realizada
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Proprietário: 1990, década - colocação de alguns pavimentos em laje pré-esforçada. |
Observações
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Autor e Data
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Francisco Jesus 1999 |
Actualização
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Anouk Costa 2001 |
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