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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro feminino Ordem das Irmãs de Nossa Senhora do Monte do Carmo - Carmelitas
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Descrição
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Planta longitudinal, composta, irregular. Volumes articulados, disposição horizontal das massas. Coberturas diferenciadas. Fachada principal orientada a O., mostrando à esquerda a portaria e em plano mais avançado a igreja. Portaria: Frontaria com entrada rectangular ladeada de pilastras e rematada por um nicho, com uma escultura de Santa Teresa. Mostra 4 frestas deitadas no nível mais baixo, correspondente às lojas, seguidas de outras tantas janelas de entresolho e de cinco, maiores, com cornija, do andar nobre. No ângulo esquerdo do edifício destaca-se acima da cimalha o mirante de desafogo, com as rótulas de pedra. INTERIOR: Mostra roda conventual. Igreja: Fachada principal dividida por pilastras em 2 panos: o dos coros, com dois registos de janelas simples; o do corpo, com o portal aberto entre dois altas frestas; o do corpo com o portal aberto entre dois altas frestas. O portal, com data de 1633, tem vão rectangular entre pilastras dóricas e é rematado por um nicho com uma Santa Teresa de pedra, ladeado por dois pináculos. Do lado oposto da rua, encostada ao coro, levanta-se a pequena torre. INTERIOR: Espaço diferenciado em corpo, capela-mor e coros. Corpo e capela-mor cobertos por abóbada de pedra em quartelas. Arco cruzeiro de molduras e ornatos clássicos. A capela-mor mostra janela gradeada do comungatório aberta à esquerda entre dois postigos, com avental e frisos decorados. Retábulo-mor em madeira, de tribuna central e duas colunas laterais; abriga duas imagens dos Santos Elias e Eliseu. Retábulos laterais do cruzeiro só de duas colunas, mostrando o da esquerda um Crucifixo e o da epístola uma Senhora do Carmo, entre outras. Num nicho lateral vê-se um São João da Cruz. No pavimento há campas, sendo visíveis apenas duas delas, uma cronografada de 1795. Um alizar de azulejos policromos de tapete percorre as paredes da igreja. Coros: Abrem-se para a igreja por duas grandes janelas rectangulares sobrepostas, com grades de ferro, sendo duplas as inferiores. No coro de baixo, encostam-se às paredes quatro pequenos retábulos, um deles de madeira, tendo colunas de enrolamentos de acantos e uma Santa Teresa de pedra. O coro de cima cobre-se de madeira em forma de gamela, repartido em painéis, sendo o central rebordado de um largo rótulo em relevo; num letreiro pode ler-se: ESTA OBRA MANDOV FAZER A R ( EVEREN ) DA M ( ADR ) E IGNES DE JESUS M ( ARI ) A EX PRIOREZA 1757; guarda cadeiral singelo de quarenta e três cadeiras. |
Acessos
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Rua Dr. Armando Gonçalves |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria nº 581/2011, DR, 2ª série, n.º 113, de 14 de junho de 2011 |
Enquadramento
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Urbano, frente a pequeno largo com calçada portuguesa e árvores, rodeado de casario baixo, em harmonia com o meio. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro feminino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Coimbra) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ESCULTOR: António Gomes (1580). MESTRE DE OBRAS: Jerónimo Francisco (1584-1585), Tomé Velho (1584-1588). PEDREIROS: António Rodrigues (1586); Estevão Fernandes (1586); Gaspar Rodrigues (1586); Manuel João (1586). |
Cronologia
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1560, 16 Julho - data provável do início da construção do convento, sob invocação de Nossa Senhora da Natividade, com dinheiros do hospital de Tentúgal, por iniciativa de D. Francisco de Melo, 2.º Conde de Tentúgal (DIAS, 1991); 1565, 15 maio - entram no convento as 3 primeiras religiosas provenientes do Convento de Nossa Senhora da Conceição em Beja; 1580 - o escultor António Gomes recebe 6 000 reais; 1584 - 1588 - período em que decorreram as obras de construção com participação de Mestre Tomé Velho; cal fornecida por Gaspar Pires Negrete; pedra trazida por Pero de Malva, Miguel Mateus, Marques Simões, Francisco Rodrigues, Manuel Fernandes, Jorge Vaz (DIAS, 1991); areia fornecida por Rui Lopes, Jorge Vaz, João Gonçalves, João Fernandes, António Vaz; 1584 - D. Francisco de Melo, 2º Conde de Tentúgal dá 200 mil reais para ajuda das despesas; 1585 - o mestre de obras Jerónimo Francisco, morador na rua Corpo de Deus em Coimbra, é pago com 1 500 reais pela traça da obra; Mestre Tomé Velho é pago com 1 000 reais pela sua deslocação à obra (DIAS, 1991); 1586, abril - Mestre Tomé Velho recebe 1 500 reais; trabalham na obra os pedreiros Manuel João, Estêvão Fernandes, António Rodrigues de Ançã, Gaspar Rodrigues e António Rodrigues; 1588 - igreja já funciona; 1632 - 1633 - reforma do edifício, conforme datas gravadas na porta e no friso; séc. 19, início - o convento foi muito destruído e espoliado durante o período das Invasões Francesas; 1834 - extinção das ordens religiosas; 1898 - falecimento da última freira, sendo o edifício entregue à Fazenda Pública; 2001, 15 fevereiro - proposta de classificação da CM de Montemor-o-Velho; 2003, 03 abril - proposta de abertura do processo de classificação pela DRCoimbra; 08 abril - Despacho de abertura do procedimento de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 2004, 30 janeiro - proposta da DRCoimbra para a classificação como Imóvel de Interesse Público; 2006, 12 dezembro - nova proposta da DRCoimbra; 2008, 01 outubro - parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.; 2010, 20 dezembro - despacho de homologação da classificação do edifício pelo Secretário de Estado da Cultura; 2017, 18 julho - a Confraria da Doçaria Conventual de Tentúgal lança uma campanha de angariação de fundos com vista à requalificação do telhado do mosteiro, que durará até julho de 2018. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Alvenaria rebocada e caiada (paredes); pedra (vãos e cobertura interior da igreja); telha (cobertura exterior). |
Bibliografia
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BORGES, Nelson Correia, Coimbra e Região, Lisboa, 1987; CONCEIÇÃO, A. Santos, Terras de Montemor-o-Velho ( 1944 ), Montemor-o-Velho, 1992 ( reedição ); CORREIA, Vergílio; GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Coimbra, Lisboa, 1952; DIAS,Pedro - «A empreitada do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Tentúgal». In Actas do VI Simpósio Luso-Espanhol da História da Arte. Viseu: 1991, pp.33-35; DIONÍSIO, Sant'Anna e outros, Guia de Portugal - Beira Litoral ( 1944 ), Lisboa, 1993 ( 3.ª ed. ); GÓIS, Correia, Concelho de Montemor-o-Velho. A Terra e a Gente, Montemor-o-Velho, 1995; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/10779791 [consultado em 23 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1999 - obras de conservação na igreja com apoio e acompanhamento da CCRC: reparação do pavimento, picagem e reboco das paredes interiores, limpeza do tecto, substituição de parte dos azulejos da nave, reparação da sacristia por detrás do altar, em ruína; obras de conservação da frontaria da igreja e convento (apenas com verbas da Fábrica da Igreja). |
Observações
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Autor e Data
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Francisco Jesus 1999 |
Actualização
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