Mosteiro de Santo Tirso / Igreja Paroquial de Santo Tirso / Igreja de Santa Maria Madalena / Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento / Museu Municipal Abade Pedrosa
| IPA.00005145 |
Portugal, Porto, Santo Tirso, União das freguesias de Santo Tirso, Couto (Santa Cristina e São Miguel) e Burgães |
|
Arquitetura religiosa, gótica, seiscentista e barroca. Mosteiro beneditino composto por igreja de planta cruciforme e zona regral composta por dois claustros, dispostos no enfiamento do lado esquerdo da igreja, surgindo o corpo da hospedaria perpendicular à fachada principal, envolvido por ampla cerca, definida pelo rio. Igreja crucífera, composta por nave, antecedia por galilé, transepto e capela-mor, com sacristia adossada ao lado esquerdo, antecedida por ante-sacristia e duas torres sineiras bastante recuadas relativamente à fachada principal; tem coberturas interiores em abóbadas de berço, iluminada por amplos janelões, protegidos interiormente por sanefas de talha. Fachada principal com estrutura maneirista, baseada nos tratados de Vignola, com corpo central ladeado por aletas e remate em frontão triangular, contendo janela termal, existindo um jogo entre linhas retilíneas e curvas, com semelhanças nítidas com o Mosteiro beneditino de Tibães (v. PT010303250015). Interior com coro-alto amplo, assente em três arcos de volta perfeita, contendo cadeiral com duas fiadas, de decoração tardo-barroca, prolongando-se numa tribuna com órgão, no lado da Epístola. Confrontantes, as capelas laterais com retábulos de talha rococó e dois púlpitos, tendo o presbitério marcado por uma grade de ferro, do mesmo período. Sobre supedâneo de degraus centrais, o retábulo-mor de talha dourada de estilo barroco nacional. Sacristia com dois amplos arcazes, oratório e lavabo na ante-sacristia. A zona regral desenvolve-se em torno de dois claustros quadrangulares, com dois pisos, o principal gótico, tendo arcadas abertas no inferior e janelas de varandim no superior; ao centro, chafarizes do tipo centralizado. As escadas regrais acedem ao segundo piso com alas e corredores com tetos de madeira. A hospedaria desenvolve-se de forma simétrica, apresentando uma estrutura de final do séc. 18, com janelas de molduras recortadas e dispostas de forma aparentemente simétrica. Possui inúmeras afinidades no campo decorativo com o Mosteiro de Rendufe (v. PT010301180004), São Miguel de Refojos de Basto (V. PT010304140002) e Santa Marinha da Costa (v. PT010308120020), revelando a mobilidade dos artistas e mestres-de-obras, nomeadamente Frei José de Santo António Vilaça, que imprimiu uma grande unidade decorativa entre todos eles, obedecendo a esquemas iconográficos e estruturais rígidos, impostos pelos estatutos reformados da Ordem. Mosteiro beneditino rural, antecedido por amplo terreiro, marcado pelo cruzeiro, semelhante ao de Tibães e Bustelo, e pelo corpo da antiga hospedaria, autónomo e claramente de execução tardo-setecentista, com vãos em arco abatido, dinamizando a fachada, marcada, no lado esquerdo pelo portal de acesso, decorado por pilastras e encimado por janela de sacada, esquema que se repete na portaria, esta marcada por colunas, encimadas por sacada corrida. Os vãos possuem amplas molduras recortadas, sendo as entradas encimadas pelas insígnias da Ordem. A fachada principal da igreja é, comparativamente, bastante simples, sendo uma sobrevivência da estrutura maneirista, tripartida e formada por vários registos de vãos, os inferiores correspondentes ao acesso à galilé, encimados por nichos com santos da Ordem, janelas e, no remate, uma enorme janela termal, marca das construções seiscentistas. Ainda da estrutura maneirista, as coberturas abobadadas, a da nave marcada por arcos formeiros e a da capela-mor pintada, a imitar pedraria. O transepto tem adossada capela lateral, de estilo barroco nacional, com vão pintado a brutesco dourado, sendo o interior uma gruta de ouro, com teto, ilhargas e retábulo de talha dourada, com profusa decoração de acantos. No coro-alto, mantém o cadeiral de talha tardo-barroco, com a fila exterior encimada por espaldares ornados por painéis pintados a representar um ciclo de São Bento. Junto a este, órgão de tubos, com três castelos e com ampla consola, decorada por figura mecânica. As capelas laterais, que se mantêm protegidas por teias de ferro, ostentam retábulos de talha dourada de estilo rococó, cujas molduras se prolongam superiormente, formando as sanefas das janelas, sendo o primeiro do Evangelho algo distinto, devido a reforma recente, da mesma época, os púlpitos confrontantes, encimados por Virtudes Cardeais e assentes em amplas mísulas de talha. Os braços do transepto apresentam estruturas retabulares e, sobre o arco triunfal, amplo sanefão com as insígnias da Ordem. De realçar a existência da grade do presbitério, em ferro forjado com decoração de padrões rococós, encimada por cruz e tocheiros, criando uma falsa iconostase. O retábulo-mor é de talha barroca nacional, de planta côncava e três eixos, mas com decoração renovada no final de setecentos. O claustro principal, medieval, apresenta arcadas abertas em duas faces, sobre colunas grupadas, sendo de destacar a decoração individualizada dos capitéis que as compõem. Ambos possuem chafarizes seiscentistas, o principal mais exuberante e datado. Possui vários lavabos, o da ante-sacristia, esta com pavimento preenchido pelas sepulturas dos abades, e o da hospedaria, bem como várias lápides que permitem aferir as épocas de construção dos vários espaços. A sacristia ostenta retábulo-relicário, fechado por volantes pintados. Destaca-se pela exuberância decorativa a antiga Casa do Capítulo, revestida a azulejo figurativo rococó, com as figuras em bicromia e as molduras policromas, sobre rodapés de pedra torta. A cerca é ampla, marcada pelo rio, ao longo da qual surgem várias latadas e caminhos pontuados por jogos de água. Segundo Mário Barroca, a memória sepulcral que D. Miguel da Silva encomendara para o túmulo do conde D. Martim Gil de Sousa e de sua mulher e as inscrições existentes na Capela de São Bartolomeu (v. IPA.00033653), também em Santo Tirso, e na da Capela de São Miguel o Anjo (v. IPA.00003862), que o prelado mandara construir, constam entre os "mais precoces exemplos portugueses de utilização do alfabeto capital, de inspiração clássica" numa época em que o panorama epigráfico nacional "continuava dominado pelo alfabeto gótico minúsculo anguloso" (BARROCA: 2001, p. 27). |
|
Número IPA Antigo: PT011314220005 |
|
Registo visualizado 8811 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro masculino Ordem de São Bento - Beneditinos
|
Descrição
|
Complexo monacal composto pela igreja e zona regral no lado direito, desenvolvida em torno de dois claustros, desenvolvidos perpendicularmente ao templo, integrando torre sineira e, perpendicular à fachada principal da igreja, o corpo da antiga hospedaria, atual museu; possui ampla cerca, delimitada pelo rio. IGREJA de planta em cruz latina, composta por nave, flanqueada por torres sineiras, transepto pouco saliente, praticamente inscrito, capela adossada ao lado esquerdo e capela-mor, de volumes articulados e escalonados, tendo coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, sendo em coruchéus piramidais, revestidos a cantaria nas torres. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos de cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados, da ordem toscana, firmados por pináculos piramidais, e rematadas em frisos e cornijas. Fachada principal virada a SO. rematada em frontão triangular truncada por cruz latina sobre plinto paralelepipédico, contendo o tímpano vazado por janelas termais; este assenta em dois pares de pilastras grupadas sobre amplo plinto paralelepipédico; o corpo da fachada é tripartido, com os eixos definidos por pilastras, no registo inferior, é marcada pelos três arcos de acesso à galilé, de volta perfeita e protegido por grades de ferro; na zona superior, três nichos de volta perfeita, encimados por janelas retilíneas e molduras simples em cantaria. A galilé com as paredes rebocadas e pintadas de branco, tendo abóbada de arestas, também rebocadas e pavimento em lajeado, possui o portal axial retilíneo, com moldura recortada, em cantaria, e encimado por friso e frontão semicircular. No lado direito, porta retilínea e com moldura recortada, de acesso à antiga Portaria. As torres são rasgadas, superiormente, por ventanas de volta perfeita, rematando em frisos e cornija, encimadas por guarda balaustrada, tendo pináculos de bola e gárgulas de canhão nos ângulos; têm coberturas em coruchéus piramidais, revestidos a azulejo. Fachada lateral esquerda rasgada por três janelas no corpo da nave, a primeira desativada pelo adossamento da torre sineira; possuindo três janelas e pequenos vãos no corpo da capela-mor; o corpo da capela adossada remata em empena, com pequena fresta no topo, tendo, na face SO., janela retilínea. Fachada lateral direita parcialmente adossada ao claustro, com o corpo da nave rasgado por duas janelas retilíneas e três no da capela-mor. Fachada posterior em empena com cruz latina no vértice, rasgada por três janelas retilíneas, dispostas em eixo. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, com coberturas em falsas abóbadas de berço, marcadas, no coro-alto e presbitério, por arcos torais, também rebocadas e pintadas, a da capela-mor com pintura decorativa; pavimentos em taburnos de madeira e réguas de cantaria na nave, sendo em lajeado no sub-coro, coxias, elevadas e protegidas por grades em ferro forjado, e na capela-mor. As janelas e portas encontram-se encimadas por sanefas de talha dourada ou pintada. O coro-alto assente em dois pilares toscanos, contendo pias de água-benta concheadas, e mísulas laterais, formando três arcos de volta perfeita, tendo guarda de madeira torneada, contendo pequena maquineta com o Crucificado. Tem pavimento em soalho e possui duas portas confrontantes, de verga reta e moldura simples, encimadas por sanefas pintadas com elementos em marmoreados fingidos, formando friso e espaldar recortado e vazado por acantos. Possui cadeiral de madeira, disposto em U, que centra uma estante de coro. Portal axial protegido por guarda-vento de madeira e vidro, ladeado por bancos de madeira e espaldares recortados. No lado do Evangelho, o batistério, formado por nicho côncavo e acesso por vão retilíneo, encimado por sanefa semelhante às das portas do coro-alto, contendo pia batismal em cantaria de granito, composta por coluna galbada e com folhagem na zona inferior, com taça gomada e com bordo saliente, liso e facetado; no lado do Evangelho, nicho de alfaias embutido no muro. No lado oposto, junto ao coro-alto, um órgão de tubos. Nas paredes da nave, cinco capelas embutidas no muro, compostas por retábulos de talha, quatro delas confrontantes, dedicadas ao Sagrado Coração de Jesus, São Bento e Nossa Senhora das Graças (Evangelho) e a Santa Escolástica e Nossa Senhora de Fátima (Epístola). Ainda confrontantes, os púlpitos, com acesso por escadas de cantaria, a partir dos braços do transepto. O presbitério encontra-se marcado por grade de ferro forjado, dando acesso ao cruzeiro e braços do transepto, estes marcados por amplos arcos de volta perfeita, protegidos por sanefões de talha de marmoreados fingidos, de rosa, vermelho e dourado, compostas por duplos frisos, pendentes e elementos recortados e vazados por folhagem, tendo, ao centro, glória de querubins. O braço do lado do Evangelho é marcado pela Capela de Nossa Senhora da Piedade, tendo, laterais, duas estruturas retabulares; o braço oposto possui a porta de acesso ao espaço regral, protegida por guarda-vento de madeira e encimada por vão retilíneo, enquadrado por arco de volta perfeita, tendo, no lado do Evangelho, capela. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, encimado por sanefão de talha pintada de branco e dourado, possuindo friso curvo e vários elementos recortados e volutados, que centram cartela com as armas da Ordem, encimadas por cornija de perfil contracurvo, de inspiração borromínica. Capela-mor com painéis pintados a representar cenas da vida de Santo Tirso, possuindo as janelas encimadas por sanefas de talha dourada. Sobre supedâneo de cinco degraus centrais, o retábulo-mor de talha dourada, de planta côncava e três eixos definidos por quatro colunas torsas, ornadas por pâmpanos, assentes em plintos paralelepipédicos com as faces decoradas por folhagem, as exteriores sobre consolas amplas. Ao centro, tribuna de perfil contracurvo e moldura simples, contendo trono expositivo de cinco degraus, ornados por festões, encimado pro baldaquino de colunas coríntias; o fundo e ilhargas estão decorados por acantos. Os eixos laterais possuem mísulas enquadradas por frisos retilíneos, formando apainelados e encimadas por baldaquinos simples. A estrutura remata em frisos de querubins, cornijas e por quatro arquivoltas, duas delas torsas, a prolongar as colunas do corpo do retábulo, unidas por aduelas decoradas por querubins. Altar paralelepipédico, sustentado por colunas, ladeado pelas portas de acesso à tribuna e encimado por sacrário embutido na estrutura, sobrepujado por nicho com imagem. No lado da Epístola, porta de acesso à ante-sacristia, com pavimento preenchido por lápides sepulcrais, teto de madeira em caixotões, possuindo bancos de pedra e lavabo, com porta de ligação à sacristia; esta tem cobertura em abóbada de berço em caixotões de pedra, assente em frisos e cornijas, e pavimento em lajeado, com dois arcazes laterais, oratório, retábulo-relicário. As torres sineiras têm três registos definidos por frisos e cornijas, rasgadas por ventanas de volta perfeita, assentes em impostas salientes, rematando em balaustrada com pináculos e gárgulas de canhão angulares; têm coberturas em coruchéus piramidais. A ZONA REGRAL é composta por dois corpos retilíneos desenvolvidos em torno de dois claustros, evoluindo em dois pisos, rasgado uniformemente por janelas retilíneas, as dos pisos superiores de varandim e guardas metálicas. Adossado à fachada da igreja, o corpo da portaria, com dois registos de vãos, separados por entablamento, o inferior com portal de perfil côncavo flanqueado por colunas de fustes lisos e capitéis coríntios, assentes em plintos paralelepipédicos, rematando em entablamento com as armas da Ordem; está ladeado por óculos ovalados e molduras recortadas; no segundo piso, sacada corrida de perfil contracurvo, para onde abrem três portas-janelas com molduras recortadas e remates em frontões interrompidos. Dá acesso à zona monacal e ao claustro principal, de planta quadrangular composto por dois pisos, o inferior de arcadas e o superior com janelas de varandim, quatro por ala, de perfis apontados e guardas metálicas, possuindo folhas de madeira e bandeiras pintadas de branco, formando falsos espelhos. As arcadas do primeiro registo são em arco apontado, assentes em colunas grupadas, de fustes lisos e capitéis decorados, assentes em muretes de cantaria de granito, abertos no centro de duas das alas, no lado NE. com três arcos e um no lado oposto; os pilares angulares são truncados e apresentam nichos em abóbadas de concha. As alas têm tetos de madeira e pavimentos em lajeado, formando taburnos, a NO., com capela retabular de Nossa Senhora da Assunção e, na SO., um arcosólio e arco de volta perfeita, de acesso às escadas regrais. No centro da quadra um chafariz, enquadrado por canteiros angulares, recortados. No segundo piso, corredores amplos, com pavimentos em soalho e tetos abobadados, ligando às antigas dependências. O segundo claustro evolui em dois pisos, tendo duas alas com arcos de volta perfeita assentes em colunas toscanas, e as outras duas com vãos retilíneos, que se repetem no segundo piso, numa das alas com molduras recortadas e bandeiras em arco abatido. A quadra é de terra batida com canteiros angulares e chafariz central, tendo, nas alas, pavimento em lajeado e teto de madeira; na ala norte amplo salão, onde funciona o refeitório, correspondente à antiga cozinha e refeitório dos monfes e, no lado oposto, um laboratório e sala de informática. A atual capela corresponde à primitiva Casa do Capítulo, com as paredes forradas a azulejo figurativo, representando cenas da vida de Cristo, tendo, num dos lados, painéis pintados, com teto em abóbada de lunetas pintada e pavimento em soalho. Possui bancos corridos de madeira e retábulo de talha, ladeado por duas portas em arco abatido e molduras simples. A antiga HOSPEDARIA é de planta retangular simples, com as fachadas principal e posterior a evoluir em dois pisos separados por friso, a principal virada a N., dividida em três panos definidos por duas ordens de pilastras toscanas, encimadas por pináculos; é rasgada por vãos em arco abatido e com molduras recortadas, sobrepujadas por cornijas, as dos panos centrais correspondendo a janelas de peitoril, surgindo, no piso inferior e no pano do lado esquerdo porta de acesso ao espaço, encimado por pequena bandeira, e janelas de peitoril, surgindo, no oposto, janelas de peitoril; no segundo piso, janelas de sacada com guardas metálicas, para onde abrem portas-janelas com molduras recortadas. Fachada lateral direita de um único piso, rematada em balaustrada interrompida por frontão contracurvo contendo as armas do orago; é rasgada por porta em arco de volta perfeita e janela lobulada e moldura recortada. Fachada posterior com porta e dez janelas de peitoril no primeiro piso, todas retilíneas e de molduras recortadas, surgindo, no superior, quinze janelas de volta perfeita e molduras recortadas, duas delas com balcão e duas janelas retilíneas. INTERIOR com quatro salas expositivas com corredores amplos, abobadados, uma sala de serviço educativo, um auditório, uma receção e uma sala de serviços administrativos. |
Acessos
|
Santo Tirso, Largo do Abade Pedroso. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,344724; long.: -8,471779 |
Protecção
|
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 *1 |
Enquadramento
|
Peri-urbano, isolado, implantado numa zona plana, nas imediações do Rio Ave, limite natural da antiga cerca monacal, que se mantém com atividade agrícola, integrando a Escola Agrícola. O edifício abre para amplo largo, orlado pela via pública, em cota superior, que acede a uma rotunda e à ponte de acesso à cidade de Santo Tirso. No largo surgem vários canteiros relvados, árvores e espaço de estacionamento, formando o Jardim Ribeiro de Miranda. No eixo da fachada principal, o cruzeiro monacal, em cantaria de granito aparente, composto por plataforma de cinco degraus, os quatro superiores com focinhos salientes, onde assenta plinto paralelepipédico trabalhado, decorado com almofadas cartuladas, as das faces laterais semelhantes, com losango rodeado por contas, a da face principal com o escudo da Ordem beneditina e o posterior com elemento ovalado enquadrando flor estilizada de quatro folhas, envolto por motivo de contas. O fuste é estriado, com o terço inferior decorado por folhas estilizadas, e o capitel é coríntio, encimado por uma esfera gomeada, na qual assenta a cruz latina, com hastes almofadadas e remate lanceolado. |
Descrição Complementar
|
O CADEIRAL tem duas ordens de cadeiras, dispostas em U, de madeira com assentos simples, com braços de perfis recortados e volutados, sendo as superiores encimadas por espaldares pintados de marmoreados fingidos, definidos por pilastras, encimadas por florões e rematadas em frisos e cornijas, encimadas por espaldares recortados, contendo painéis pintados com a vida de São Bento, surgindo, entre outras, as cenas: "Nascimento de São Bento e Santa Escolástica", "São Bento abandona a casa paterna", "São Bento recebe Mauro e Plácido", "São Bento salva Plácido de afogamento", "São Bento e o rei Totila" e vários milagres do Santo, "Encontro de São Bento e Santa Escolástica", "São Bento e a visão da morte de Santa Escolástica". Ao centro, estante de coro, de madeira marchetada de bronze, com pés volutados, atris simples, encimados por pirâmide central e águia. A MAQUINETA do coro é de talha pintada de branco e dourado, composto por quatro colunas de fustes lisos, com o terço inferior marcado, e capitéis coríntios, que sustentam cobertura curva, antecedida por friso e encimada por enrolamentos de acantos, anel central, formando, simultaneamente um resplendor e uma coroa de espinhos, sobre a imagem do Crucificado. O guarda-vento é de madeira pintada a imitar marmoreados fingidos, de ângulos convexos, ornados por florões, possuindo apainelados decorados por acantos, clássicos ou sinuosos; a estrutura remata em elementos vazados, recortados e volutados. No intradorso, possui teto de talha, ostentando amplos acantos, centrados por falsas molduras de folhagem, em festões. O ÓRGÃO de tubos é um grande órgão, com caixa de madeira, assente em consola do mesmo material, sendo pintadas de marmoreados fingidos, com coreto retilíneo e guarda vazada por falsos balaústres. A caixa é composta por três castelos em meia cana, tendo, na base, os tubos de palheta, dispostos em leque, tendo gelosias vazadas por acantos. Entre os castelos, quatro nichos sobrepostos, com gelosias de enrolamentos e acantos. A caixa remata em frisos, cornija e, sobre os castelos, surgem urnas e peanhas, que, no castelo central, se transforma em pináculo piramidal, encimado por uma águia. Possui consola em janela, com os teclados ladeados pelos botões dos registos. A consola é formada por apainelados, terminando em mísula, tendo, nos ângulos, acantos e querubins, possuindo, ao centro, uma figura articulada, formando um mascarão. As CAPELAS da nave encontram-se embutidas nos muros, com arcos de volta perfeita forrados a talha dourada, com quarteirões decorados por acantos, encimados por entablamentos e dupla moldura em toro, rematando em fragmento de talha recortado e ornado por acantos e concheados, interrompido por enrolamentos de concheados que formam falsas mísulas a sustentar a moldura da janela que se rasga em eixo, ornada por acantos e rematada em sanefa de espaldar recortado por enrolamentos e rocalhas. As ilhargas das capelas ostentam decoração de apainelados e possuem retábulos de talha dourada. O retábulo do Sagrado Coração de Jesus é de planta reta e um eixo definido por duas colunas de fuste liso e percorridas por falsas espiras fitomórficas, de capitéis coríntios e assentes em plintos paralelepipédicos com as faces almofadadas e decoradas por rocalhas. Ao centro, nicho contracurvo com moldura recortada e decorada por concheados e folhagem, rematando em cornija de perfil encurvado. Está ladeada por apainelados côncavos e decorados por acantos, encimados por duas ordens de acantos, prolongando, em friso, a decoração dos capitéis das colunas. A estrutura remata em entablamento e frontão semicircular com acantos e elemento saliente central, formado por enrolamentos, cornija de perfil borromínico e contendo coração rodeado por resplendor. Altar em forma de urna, ornado por cartela de rocalhas e encimado por sacrário embutido na estrutura, flanqueado por elementos auriculares e concheados, tendo a porta ornada por ostensório. Os quatro retábulos restantes são semelhantes, de planta reta e um eixo definido por duas colunas de fuste liso e percorridas por falsas espiras fitomórficas, de capitéis coríntios e assentes em plintos paralelepipédicos com as faces almofadadas e decoradas por rocalhas. Ao centro, nicho em ressalto, de perfil contracurvo com moldura recortada e decorada por concheados e folhagem, rematando em cornija de perfil encurvado. Está ladeada por apainelados côncavos, contendo mísulas enquadradas por apainelados formados por friso saliente, rematando em rocalhas assimétricas. A estrutura remata em entablamento e frontão semicircular com acantos e elemento saliente central, formado por enrolamentos e decoração fitomórfica. Altar em forma de urna, ornado por cartela rodeada por flores e concheados, encimado por sacrário embutido na estrutura, flanqueado por elementos auriculares e concheados, tendo a porta ornada por ostensório. Os dois PÚLPITOS são semelhantes, de talha pintada de marmoreados fingidos rosa e verde, de branco e dourado, quadrangulares e assentes em amplas mísulas decoradas por acantos e rosetões, encimadas por acantos, com guarda plena, com as faces decoradas por apainelados recortados e almofadados contendo cartelas concheadas e festões de folhagem. Têm acesso por portas em arcos abatidos e molduras de talha, encimadas por cartelas de palmas, protegidas por guarda-vozes em cornija, encimados por peanhas que sustentam figuras alegóricas às Virtudes Cardeais, a do Evangelho representando a Fé e a oposta a Caridade; dos guarda-vozes, pendem falsos drapeados a abrir em boca de cena. As GRADES E TEIAS da nave são em ferro forjado, formando módulos de apainelados definidos por falsas pilastras coríntias, sendo cada módulo superior constituído por elementos verticais que se unem, nos extremos, em volutas, enrolamentos e acantos; no topo, surge friso vazado, cornija e cruz ladeada por seis castiçais; os módulos inferiores formam cartelas de enrolamentos e rosetões centrais, rodeados por acantos, enrolamentos e asas de morcego. As SANEFAS dos braços do transepto são de talha pintada de marmoreados fingidos, rosa e azul, e dourados, formando friso, cornija e pequeno espaldar recortado e vazado por decoração de enrolamentos, acantos e palmas, contendo roseta com glória de querubins. A CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE situa-se no topo do braço esquerdo do transepto, sendo profunda, com acesso por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas decoradas com pinturas murais, tendo fundos de marmoreados fingidos, sobrepostos por pequenas flores e, a dourado, decoração de brutesco, em candelabra, formando albarradas, animais fantásticos, acantos, "ferronerie", conchas e, no intradorso do fecho do arco, cartela com a inscrição "IHS". Está encimado por sanefão de talha pintada de marmoreados fingidos vermelhos e dourado, criando um friso de denticulados, encimado por elementos recortados de acantos e enrolamentos, que formam uma falsa cartela central. O interior encontra-se totalmente revestido a talha dourada com as ilhargas a formar dois registos de apainelados de acantos, separados por friso, sendo os inferiores seccionados em quatro painéis em cada módulo; tem cobertura em falsa abóbada de berço de talha, formando caixotões definidos por molduras inscritas de acantos e rosetões, tendo, cada painel, os ângulos recortados em L, que inscrevem quadrados ornados por almofadas e concheados, surgindo, em cada almofada, um símbolo da Paixão de Cristo; pavimento em lajeado de granito, contendo silhar com inscrição delida. Tem retábulo de talha dourada, de planta reta e três eixos definidos por quatro colunas torsas, decoradas por pâmpanos e assentes em consolas, e em duas pilastras com os fustes ornados por acantos, assentes em plintos paralelepipédicos com o mesmo tipo de decoração; prolongam-se em três arquivoltas, duas delas torsas, ligadas por aduelas salientes, gerando apainelados de acantos, que centram almofada pintada, semelhante à da cobertura. Ao centro, amplo nicho de volta perfeita, com o interior decorado por apainelados de acantos, tendo, nos eixos laterais, apainelados de acantos dispostos em módulos simétricos. Altar paralelepipédico com o frontal decorado por folhagem, com sanefa e sebastos marcados, encimado por sacrário embutido na estrutura envolvido por acantos recortados e tendo, na porta, a figura de Cristo Redentor. Possui mesa de altar e bancos em madeira. Nos absidíolos, marcados por arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, onde se rasgam nichos de alfaias de volta perfeita, os RETÁBULOS, semelhantes, de talha dourada, de planta côncava e um eixo definido por quatro colunas torsas, decoradas por pâmpanos e assentes em consolas, e em quatro pilastras com os fustes ornados por acantos, assentes em plintos paralelepipédicos com o mesmo tipo de decoração; prolongam-se em quatro arquivoltas, duas delas torsas, ligadas por aduelas salientes, Ao centro, nicho pouco profundo, de volta perfeita e assente em pilastras com os fustes decorados por acantos e, no lado do Evangelho, possui seguintes marcados por folhagem, surgindo friso de acantos no lado oposto. Altar paralelepipédico com decoração de acantos pintados, ladeado pela estrutura do banco, em cantaria de granito, formando consolas e pequenos plintos paralelepipédicos de faces almofadadas. Sobre o altar do Evangelho, sacrário em forma de templete, marcado por colunas torsas e cobertura em domo, com a porta ornada por Cristo Redentor. Fronteiro ao do Evangelho, pequena ESTRUTURA RETABULAR, enquadrado por quarteirões que integram pequenos atlantes, assentes em consolas e prolongando-se em arquivolta de acantos; o retábulo é de talha dourada, de planta reta e três eixos definidos por duas colunas torsas, decoradas por pâmpanos e assentes em consolas, e por duas pilastras ornadas por enrolamentos, acantos e aves; prolongam-se em duas arquivoltas, a exterior torsa, com o tímpano ornado por acantos, aves e querubins. Ao centro, nicho de volta perfeita, contendo mísula, sublinhada por painel de acantos e querubins; os eixos laterais com os fundos decorados por padronagem de rosetões, possui mísulas. Altar paralelepipédico com frontal pintado, tripartido e com sebastos e sanefa marcados, ornados por folhagem. ARCO TRIUNFAL com sanefão de talha pintada de marmoreados rosa e verde, de branco e dourado, formando frisos, inferiormente recortados, e espaldar recortado e encimado por cornija contracurva, de perfil borromínico no topo, contendo as armas da Ordem Beneditina. O TETO DA CAPELA-MOR possui pintura decorativa, formando um enorme padrão central de acantos enrolados e moldura em quadrifólio, semelhante ao dos azulejos seiscentistas, envolvido por molduras recortadas e volutadas, que centram decoração de pequenos acantos. As SANEFAS da capela-mor são em talha dourada, formando frisos, falsos lambrequins de flores, e estrutura recortada e vazada, decorada por acantos e rocalhas. Entre as janelas, surgem seis pinturas sobre tela a representar o Martírio de Santo Tirso. A ANTESACRISTIA possui seis lápides sepulcrais com as inscrições: "AQVI IAZ O / PADRE FREI GREGORIO / DA MADRE DE / DEOS ABBADE / DESTA CA / ZA / FALECEO A (...) / DE ABRIL DE / 1722"; sucede-se "SEPVLTVRA / DO NOSSO REVERENDO PADRE M.O. / D. FREI JOZE DE SANTA / MARIA GERAL QVE FOI 2 VEZES (...)"; sucede-se a sepultura com a inscrição "AQVI IAZ / O PADRE FREI ROQVE / DA CONCEI / ÇÃO DOM ABBADE / DESTA CA / ZA FALECEU A 25 / DE JULHO DE / 1720". Segue-se a sepultura com a inscrição "SPULTURA / DO NOSSO REVERENDISSIMO PADRE / GERAL FREI / DAMAZO DA / SILVA FI / LHO E ABBADE / QVE FOI DESTA / CAZA ERA / 29 ABRIL / 1650 (?)"; surge, ainda a sepultura com a inscrição "AQVI IAZ FREI / LVIS BAPTI / STA FILHO DE / STA CASA FALECEO / SENDO 2.ª VES / ABBADE DELLA / AOS 6 DE OUTUBRO DE 1680" e a sepultura com a inscrição "AQVI IAZ FREI / ANTONIO DE JESUS / MARIA DOM ABBADE DES / TA CAZA / FALECEO A 2 DE JU / NHO DE 1709". Possui um LAVABO em cantaria de granito enquadrado por duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, que sustentam fragmentos de frontão; o espaldar é formado por nicho de volta perfeita, assente em pilastras de fustes almofadados, rematado em cornija e espaldar recortado, ornado por volutas e pelas armas da Ordem; no nicho, surge bica em forma de acanto, que verte para taça semelhante, na base da qual surgem duas torneiras, com taça assente em consola formada por cinco volutas e de bordo boleado, tendo dois escoadores de água. No degrau de acesso, a inscrição "ESTA FONTE / FOI FEITA NO 1.º TRIENIO DO REVERENDO / JOÃO TAVARES DOM ABBADE DESTE / MOSTEIRO E NATURAL DESTA FREGVESIA". Está ladeado por duas sanefas de talha pintada de bege e dourado, formando friso, cornija e espaldar recortado e vazado, ornado por acantos; nos frisos, as inscrições "ANTE MISSAM" e "POST MISSAM". A porta de acesso à sacristia tem inscrição delida na verga e, no pavimento, a inscrição "ESTA SACRISTIA FOI FEITA NOS TRIENIOS / DOS NOSSOS REVERENDISSIMOS DONS ABBADES PADRE MR LUZ DE MOURA / PADRE CR BENTO DA GLORIA E REVERENDO DAMAZO DA SILVA"; a porta está ladeada por dois bailéus. A SACRISTIA, revestida a azulejo de padrão policromo, tem dois arcazes de madeira, o do lado direito encimado por três painéis pintados a representar "São Paulo Eremita", "Batismo de Cristo" e "São Miguel matando o demónio"; surge, ainda, um pequeno espelho. Sobre a porta, São Bento, surgindo sobre os armários dos cálices e amitos, embutidos no muro, as pinturas de "Cristo atado à coluna" e um "Ecce Homo". No lado oposto, um retábulo-relicário, enquadrado por pilastras toscanas de fustes almofadados e arco revestido a talha, formando painéis de acantos, encimado por estrutura em frontão interrompido por cruz, do mesmo material. Está fechado por dois volantes que representam a Crucificação, sendo o interior composto por nicho central com a imagem de Cristo Redentor, rodeado por vários nichos contendo bustos-relicários. CHAFARIZ do claustro principal do tipo centralizado, de perfil lobulado, assente em plataforma de dois degraus e com tanque de bordo boleado; no centro, a coluna com vários globos, uma albarrada e duas taças, ambas com decoração gomeada, encimada por aves e cupulim gomeado, de onde pende a água; o tanque é ornado por cartelas recortadas, tendo as datas "1641" e "1861". Os CAPITÉIS dos arcos do claustro possuem decoração diversificada e feita em épocas distintas do período medieval, com figuras fantásticas, antropomórficas, cogulhos e decoração vegetalista estilizada. Numa das alas, surgem vários silhares com inscrições latinas, algumas delidas, surgindo numa outra um RETÁBULO dedicado a Nossa Senhora da Assunção, de talha pintada de branco, azul e dourado, de planta reta e um eixo definido por duas colunas com o terço inferior estriado, encimadas por urnas, e duas meias-pilastras, assentes no banco. Ao centro, painel contracurvo e de moldura saliente, contendo um relevo com a Assunção da Virgem, rodeado por anjos de vulto e querubins. A estrutura remata em cornija curva e espaldar também curvo, ornado por folhagem com acantos superiores vazados. Na zona, possui azulejo de padrão policromo, formando silhares e está ladeado por dois medalhões pintados com a inscrição: "FOI / INAUGURADO / SOLEMNEMENTE / A / 17 DE JULHO / DE / 1881" e "FEITO / A / EXPENSAS / DO / EXCELENTISSIMO VISCONDE / DE / SÃO BENTO / BEMFEITOR / D'ESTA / IGREJA". Numa outra ala, um maquineta pintada de verde, sobre dado, contendo a imagem de Nossa Senhora de Lourdes. A ESCADA REGRAL tem a inscrição no degrau de acesso: "ESTA ESCADA FOI FEITA NO 2.º TRIENNIO DO ABBADE/ PLACIDO DE SÃO BENTO DESTE MOSTEIRO"; no fecho do arco de acesso às mesmas, a inscrição "ANNO / 1745". No primeiro patamar, NICHO de talha pintada, assente em mísula e com moldura de pilastras e orelhas recortadas, rematando em baldaquino de falsos drapeados a abrir em boca de cena, contendo a imagem de São Bento, tendo na base inscrição latina. Inserida no patamar da escada de acesso ao coro-alto, conserva-se a lápide mandada executar por D. Miguel da Silva, com a seguinte inscrição: "AQVI IAZ D. MARTIM GIL DE SOVSA CONDE DE BARCELLOS / ALFEREZ MOOR DEL REY D. DINIS E MORDOMO MOOR / DEL REY D. AFONSO SEV FILHO SENDO PRINCIPE E IAZ COm ELLE A CONDESSA DONA VIOLANTE SANCHEZ SVA MOLHER OS QVAIS DERÃO A ESTE MOYSTEIRO DE / S.TY®SSO MUYTAS HERDADES QVE OGE POSSVYE E O / CHÃOM DO COVCE QVE SE TROCOV POR OVTRAS / E POR DINHEYRO DE QVE ESTA IGREIA SE REEDIFICOV / IAZIAM APARTADOS SEM MEMORIA ALGVVA E DOM / MIGVEL DA SYLVA BisPO DE VISEV CORREGENDO ESTA CAS / OS POS NESTA SEPVLTVRA E LVGAR POR SEVS MERECIMENTOS / NA(no) . M . D . XXVIIII". No pavimento do claustro, lápide sepulcral com a inscrição "AQUI JAZ / O REVERENDO / FREI DOMINGOS / DE SANTA / GERTRUDES / MAGNA / MONGE / DE SÃO BENTO / NASCEU NESTA / VILLA EM 1811 / E FALLECEU A 15 / DE SETEMBRO / DE / 1880"; surge, ainda uma segunda lápide com a inscrição: "AQUI JAZ / O REVEREDNO FREI LUIZ / DOS (...) / MONGE / DE SÃO BENTO / NASCEU NESTA / VILLA A 7 DE / NOVEMBRO DE / 1798 E FALLECEU / A 2 DE ABRIL / DE / 1879". Entre as arcadas, uma lápide com a inscrição incisa e avivada a dourado: "ESTE CLAUSTRO FOI / REEDIFADO DESDE / OS FUNDAMENTOS EM / 1897 A EXPENSAS DA / HERANÇA DO EXCELENTISSIMO SENHOR / CONDE DE SÃO BENTO / INSIGNE BEMFEITOR / DESTA IGREJA, POR DE / TERMINAÇÃO DE SEU / NÃO MENOS BENEMERI / TO SOBRINHO EXCELENTISSIMO SENHOR / JOSE LUIZ D'ANDRADE / E POR INICIATIVA DO / EXCELENTISSIMO COMMENDADOR / BERNARDO DA COSTA / E SÁ GENEROSO PRO / TECTOR DA MESMA / IGREJA." No segundo piso, sala com LAVABO de cantaria, com espaldar enquadrado por quarteirões que sustentam entablamento e frontão interrompido por nicho de volta perfeita encimado por frontão triangular. Ao centro, bica em forma de ave que verte para uma taça sustentada por mísula em forma de carranca, surgindo, na base, taça estriada ladeada por folhagem e volutas. A antiga SALA DO CAPÍTULO possui azulejos policromos, com alto rodapé em pedra torta, encimado por friso de apainelados recortados, contendo decoração linear e sinuosa, encimado por painéis em bicromia, a azul e branco, rodeado por moldura em roxo manganês formada por rocalhas e acantos; os painéis representam os "Esponsais da Virgem", "Sonho de São José", "Adoração dos Magos", "Apresentação no templo"; "Circuncisão" e "Fuga para o Egito"; nas sobreportas, painéis com o Menino e Sagrada Família. Ao centro, retábulo de talha pintada de branco e rosa, de planta reta e um eixo formado por duas colunas com o terço inferior estriado, assentes em plintos paralelepipédicos com as faces decoradas por folhagem, e encimadas por urnas. Ao centro, nicho de volta perfeita, rodeado por acantos. A estrutura remata em espaldar curvo, decorado por festões e acantos vazados. Altar em forma de urna com cartela central, encimado por sacrário em forma de caixa, com cobertura em domo. A cobertura apresenta apainelados recortados, o central com monumento e painéis com putti. O CHAFARIZ do segundo claustro é em cantaria de granito, de planta oitavada, composto por degrau facetado e tanque de apainelados com pilares angulares, tendo coluna central em forma de urna, de onde pendem quatro bicas. No EDIFÍCIO MONACAL, duas lápides com as inscrições "INAUGURADO POR SUA MAGESTADE EL REI / D. MANOEL II POR OCCASIÃO DE / SUA VISITA AO ASYLO EM 25 DE / NOVEMBRO DE 1908" e "1913 2003 / 90 ANOS DE ENSINO AGRÍCOLA / ESCOLA PROFISSIONAL AGRÍCOLA / CONDE DE SÃO BENTO, / LÁPIDE DESCERRADA POR / SUA EXCELÊNCIA O MINISTRO DA EDUCAÇÃO / PROFESSOR DR. DAVID JUSTINO / 25 DE JUNHO DE 2003"; surge, ainda, a inscrição: "COMEMORAÇÃO DO 75.º ANIVERSÁRIO / DA ESCOLA SECUNDÁRIA DO CONDE / SÃO BENTO / 1913 - 1988"; aparece, ainda, uma lápide com acantos e a inscrição: "ASYLO AGRICOLA / CONDE DE SÃO BENTO / CRIADO PELO BENEMERITO / JOSE LUIZ D'ANDRADE / QUE PARA TAL FIM DOOU AS QUINTAS DO / MOSTEIRO DE SANTO THYRSO Á / MISERICORDIA D'ESTA VILLA / EM 21 DE FEVEREIRO DE 1894.". No MUSEU, lápide com a inscrição: "MUSEU MUNICIPAL / ABADE PEDROSO / SOLENEMENTE INAUGURADO POR SUA EXCELÊNCIA / O SENHOR VICE PRIMEIRO MINISTRO / ENGENHEIRO EURICO DE MELO, COM A PRESENÇA / DA SECRETÁRIA DE ESTADO DA CULTURA. / ESTE EDIFÍCIO FOI MANDADO RECUPERAR / PELA CÂMARA MUNICIPAL. / 10 DE MARÇO DE 1989". |
Utilização Inicial
|
Religiosa: mosteiro masculino |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja paroquial / Educativa: escola profissional / Cultural e recreativa: museu municipal |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) (Igreja e 1.º claustro) / Pública: municipal (Museu) / Privada: Misericórdia (2.º claustro e cerca) |
Afectação
|
Sem afetação |
Época Construção
|
Séc. 14 / 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITETO: Álvaro Siza (2016); Frei Cipriano da Cruz (1698); Eduardo Souto Moura (2016); Frei João Turriano (séc. 17). EMPREITEIRO: Afonso Ferreira de Oliveira (1978); Ferreira dos Santos & Rodrigues, Lda. (1976-1977); firma CARI - Casimiro Ribeiro & Filhos, Lda. (1990-1993). ENSAMBLADORES: António de Azevedo Fernandes (1693, 1697); Domingos Nunes (1693); Domingos Rodrigues Álvares (1698). ENTALHADOR: Gabriel Rodrigues (atr., 1725-1728). DESENHADOR: Frei José de Santo António Vilaça (1767-1770). ENSAMBLADORES: António de Azevedo Fernandes (1692-1695); Domingos Rodrigues Álvares (1698). MESTRES: Francisco João (1599); Gregório Lourenço (1599). ORGANEIROS: António José dos Santos (1874); António Vieira (1927); Frei Domingos de São José Varela (1798). VIDREIRO: João Baptista Antunes (1978). |
Cronologia
|
978 - provável fundação do Mosteiro, por D. D. Unisco Godinhes e seu marido Aboazar Lovesendes; 1060 - anulação da doação feita por Gonçalo Pais ao Mosteiro, por não terem tratado do seu pai, Paio Gonçalves, como ficara estipulado; 1092 - inauguração de uma nova casa, adotando a Regra Beneditina; 1097 - doação de carta de couto a Soeiro Mendes da Maia, patrono do Mosteiro, por D. Henrique; 1217, cerca - doação do couto de São João da Foz ao Mosteiro, por D. Mafalda, filha de D. Sancho; 1312 - D. Martim Gil, Conde de Barcelos deixa, em testament, verba para a construção da igreja; 1529, cerca - D. Miguel da Silva, abade comendatário do Mosteiro de Santo Tirso, manda reformar a capela-mor e encomenda diverso mobiliário, nomeadamente novas cadeiras para o coro, um candeeiro com peças de latão e mais de 30 "lumes", que ardiam diante do Santíssimo "pendurado no cruseiro", e uma estante de latão com lavores e laçarias, taão alta como as que servem nos coros; D. Miguel da Silva encomenda uma inscrição para o cenotáfio do conde D. Martim Gil de Sousa e de sua mulher, D. Violante Sanches, inicialmente destinada à capela-mor; 1591 - inauguração da igreja; 1599, 03 março - contrato de quitação das obras feitas no mosteiro por Gregório Lourenço e Francisco João; 1646 - data da fonte do claustro; 1647 - compra de uma harpa e de um manicórdio; 1650 - feitura dos foles e colocação de novos tubos no órgão; execução do chafariz do segundo claustro; 1656-1659 - reconstrução da igreja e início de uma grande reforma do edifício, conforme planos de Frei João Turriano; 1665-1668 - termina a obra da sacristia e ante-sacristia; 1679 - data na empena da fachada principal da igreja; 1683 - feitura das escadas de pedra, de acesso ao coro-alto, abobadadas; execução da tribuna do órgão; 1686-1689 - construção do corpo exterior da igreja e da capela lateral de Santo Tirso; 1692-1695 - feitura das grades do coro-alto e oratório por António de Azevedo Fernandes; 1693, 02 maio - contrato com António de Azevedo Fernandes e Domingos Nunes para a feitura das grades de coro, contendo um oratório, por 1:070$000; 1697 - feitura de uma estante para o coro, atribuível a António de Azevedo Fernandes; 1698, dezembro - ajuste da obra do forro do claustro por Domingos Rodrigues Álvares, por 250$000, conforme planta de Frei Cipriano; 1699, 29 novembro - contrato com Pascoal de Sousa para a pintura e douramento do retábulo-mor por 350$000; 1713 - feitura do retábulo de Santo Cristo, no coro, por 33$600; obras no coro-alto e douramento do órgão, retábulos da igreja, sacristia e Santo Cristo do coro por 144$820; feitura de um armário para os livros do coro, por 6$000; 1716 - acrescento de cinco registos ao órgão, por 13$410; 1722-1725 - colocação de imagens da fachada principal e na sacristia; 1725 - 1728 - execução da talha da capela do Santíssimo Sacramento, possivelmente por Gabriel Rodrigues; 1734 - construção de dois cubículos no Noviciado; 1740 - obra do coristado, uma ampla sala situada antes do dormitório, com 256 palmos de comprido; 1743 - reforma integral do órgão, com feitura de um novo someiro, foles e registos; aquisição de um monicórdio para o coristado; 1743-1746 - feitura da escadaria do coro-alto e reorganização da botica; 1752, 30 abril - feitura de um dossel de brocado para a tribuna, para a exposição do Santíssimo; feitura de um esquife para o enterro do Senhor; 1745 - deslocação da inscrição mandada executar por D. Miguel da Silva para o claustro; 1755, 30 abril - colocação, no coristado, de um Senhor com coroa de prata e bronze e um São José do Patrocínio; feitura das imagens de Nossa Senhora e São José; 1758-1761 - feitura de uma imagem de São Sebastião; 1758, 14 abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Frei José do Pilar, é referido que a paróquia é dedicada a Santa Maria Madalena e a igreja tem o altar-mor, com as imagens de Nossa Senhora da Assunção, de São Bento e Santa Escolástica; tem os altares de Santo Amaro, São Bento e Nossa Senhora das Angústias, com o Santíssimo da comunidade religiosa, no lado do Evangelho, surgindo, no lado oposto, os de Santa Gertrudes e Santo Tirso; sucedendo às grades, surgem as capelas de Santa Maria Madalena com os Santíssimo dos fregueses e com as imagens de São Sebastião e São Brás, surgindo, no lado oposto, o de Nossa Senhora do Rosário, com as imagens da Fuga para o Egito; o pároco é vigário monge de São Bento, apresentado trienalmente pelo abade do Mosteiro de Santo Tirso; tem a Capela do Senhor dos Passos, situada no terreiro do Mosteiro e pertencente ao mesmo; 1761-1764 - feitura de uma estante dourada para a sacristia; 1764-1767 - acabamento da obra do órgão; colocação de nove imagens de Cristo nos altares; 1767-1770 - abertura de dois arcos e alteamento de outros dois, para colocação dos retábulos laterais, feitos sob o risco de Frei José de Santo António Vilaça; feitura de uma imagem de São Bernardo para a igreja; 1770 - execução dos dormitórios e celas; 1770-1773 - colocação de um contador de pau-preto na Cela dos Prelados; feitura da livraria nova por 400$000; termina a feitura das duas dependências da Casa da Cera e Cartório, todos sob a nova livraria; 1773-1776 - execução da grade da nave; 1777 - 1780 - douramento dos retábulos laterais; 1783 - obra no coro da capela-mor, com duas ordens de bancos em talha de pau-preto e dourado; construção do noviciado e Casa do Capítulo com cinco janelas e lunetas para o lado da livraria, dividida da sacristia por uma nova parede; feitura de duas estantes; execução do sino das vésperas, tendo-se fundido um sino quebrado para o efeito; feitura de novos tetos, substituindo as abóbadas por um novos, em madeira de castanho e florões azuis no dormitório e capelas do noviciado; 1786-1792 - colocação de 6 painéis com a vida de Santo Tirso na capela-mor; 1789 - feitura de uma escada para a livraria; 1795 - colocação de cortinas de damasco vermelho com galões de seda amarela no coro, sendo as velhas tingidas de roxo; colocação de cortinas de Ruão, cor-de-rosa, nas frestas do coro; feitura de dois sinos, um para as vésperas e outro para as meias-horas; 1798 - obras no coro-alto, com a execução de uma cadeira nova para o abade e colocação de painéis com a vida de São Bento no espaldar; feitura de um novo órgão, feito por Frei Domingos de São José Varela, monge no Mosteiro, com ecos e registos novos, aproveitando os tubos antigos; colocação de sanefas nas portas e remates do coro; reforma da caixa do órgão e mísula, dourado e pintado; colocação de rótulas pintadas na janela do coro; feitura da coluna do círio pascal; séc. 18, final - descrição do Mosteiro, como tendo três claustros, dispostos em linha reta, com varandas, tendo, ao comprido, dois dormitórios, fechados por um mais pequeno, situado a E.; no fim do dormitório, no lado do rio, o coristado com 14 celas, capela e lavabo; para o terreiro, abre o dormitório de galerias, com celas no interior, havendo mais um dormitório com celas para os hóspedes; o dormitório da comunidade tem 49 celas e o dos hóspedes 10; existência de uma grande botica e casas junto ao horto, tendo, no meio, um chafariz; a Casa do Capítulo tem sacristia e altar; ocupando uma das alas do claustro, a livraria; possui um refeitório grande para a comunidade e um pequeno para os hóspedes; a igreja é paróquia, com capela-mor e coro, tendo duas ordens de assentos; no cruzeiro, a Capela do Santíssimo, fechada por grades de ferro, feitas por um francês; tem oito altares e uma sacristia grande, com abóbada de pedra em caixotões; a cerca interior tem horta pequena, com ruas, uma capela, um lago, um escadório e, sobre o rio, um passeio de latadas com varanda e umas escadas para recreio dos monges; a comunidade é composta por 43 monges, 3 pertencentes ao Priorado da Foz do Douro; o Coristado tem um jardim, o Jardim de Santo António, mandado fazer por Frei José de Santa Rosa de Vasconcelos; 1800 - contribuição de 640$000 do mosteiro para a guerra; 1801 - o mosteiro contribui com 160$000 para a guerra; construção do muro junto ao rio e do Jardim de Santo António; 1802 - o mosteiro contribui com 500$000 para a guerra; 1804 - colocação de um cano de chumbo na torre, junto ao órgão, para felicitar a respiração e evitar a humidade; 1807 - acrescento do órgão novo e someiro; 1810 - colocação de cortinas nas frestas do coro; 1822 - colocação de um realejo novo no cruzeiro, dando-se o velho para desconto; 1841 - 1842 - adaptação do edifício da antiga hospedaria a tribunal e paços do concelho, tendo sido feito um acrescento no topo O., e destruída uma janela; 1861 - data inscrita no lado O. do tanque do chafariz do claustro; 1881 - restauro do claustro principal, a expensas de Manuel José Ribeiro; 1882 - aquisição da zona monacal pelo Visconde de São Bento, Manuel José Ribeiro; 1886 - o Visconde passa a Conde de São Bento; 1894, 21 fevereiro - José Luís de Andrade doa as quintas do mosteiro à Santa Casa da Misericórdia para fundação da Escola Asilo Agrícola do Conde de São Bento, que visava receber os órfãos do concelho; 1908, 25 dezembro - inauguração da Escola Agrícola por D. Manuel II; 1911 - a Misericórdia cede o usufruto da Escola ao Estado Português; 1915 - criação de um núcleo museológico no claustro do mosteiro, com espólio arqueológico recolhido pelo padre Joaquim Augusto Fonseca Pedrosa; 1927 - o órgão tem dois teclados manuais; 1940 - doação da coleção arqueológica do Abade Pedrosa à Câmara Municipal de Santo Tirso; pedido de obras na igreja, que se acha arruinada, sendo solicitadas obras na residência paroquial, com parecer do arquiteto Baltazar de Castro; 05 fevereiro - deslocação de Baltazar de Castro ao local para verificar as necessidades de intervenção; 1951, 06 novembro - o Decreto n.º 38 491, DG, 1.ª série, n.º 230, limita a classificação apenas ao claustro, situação que viria a ser alterada por Decreto de 1982; 1980 - parte da mata ardeu na sequência do fogo de artifício associado às festas de São Bento; 1988, fevereiro - um terramoto abalou a estrutura da igreja, originando uma fissura na cobertura; 1989, 10 março - inauguração do museu ao público, no espaço da antiga hospedaria, com uma exposição permanente, com a presença do vice primeiro ministro Eurico de Melo; 1991, 18 maio - inauguração das obras de restauro; 1997 - no âmbito de uma candidatura comunitária ao Subprograma C do PRONORTE, os espaços museológicos foram renovados, sendo criado um serviço educativo e uma biblioteca especializada em Arqueologia; 2000 - instalação de um auditório com 72 lugares; 2003, 25 junho - comemoração dos 90 anos da Escola Agrícola, com a presença do ministro da educação David Justino; 2016, maio - inauguração de novo corpo, adossado ao museu, com projeto dos arquitetos Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura; 2017 - atribuição de Prémio Nacional de Arquitetura ao projeto do Museu Municipal Abade Pedrosa, de Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura, no valor de 5000 euros. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; pilares, colunas, sacadas, estátuas, gárgulas, goteiras, modinaturas, pavimentos, sepulturas, lápides, lavabos em cantaria de granito; guardas e grades em ferro forjado; caleiras em zinco, tetos em gesso e madeira, revestidas exteriormente em telha cerâmica; vãos, arcos, painéis e caixotões de tetos, caixilhos, portadas em madeira; vãos com vidro simples; azulejo figurativo; retábulos, púlpitos, órgão, sanefas e sanefões de talha dourada e/ou pintada. |
Bibliografia
|
ALVES, Natália Marinho Ferreira, De arquitecto a entalhador. Itinerário de um artista nos séculos XVII e XVIII, in Actas do I Congresso Internacional do Barroco, vol. I, Porto, 1991, pp. 355-369; ALVES, Natália Marinho Ferreira, Dicionário de Artistas e Artífices do Norte de Portugal, Porto, Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, 2008; BARROCA, Mário Jorge - As Fortificações do Litoral Portuense. Lisboa: Edições Inapa, 2001; BRANDÃO, Domingos de Pinho, Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação, Porto, Diocese do Porto, 1984 e 1987, vols. I e IV; CAPELA, José Viriato, MATOS, Henrique e BORRALHEIRO, Rogério, As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758 - Memórias, História e Património, Braga, Universidade do Minho, 2000; MACEDO, Ana Paula, O Mosteiro Beneditino de Santo Tirso: um polo sócio-cultural na região de Entre Douro e Minho (séculos XVII a XIX), Coimbra, dissertação apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1998, 2 vols.; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1962, 1.º vol., Lisboa, 1963; OLIVEIRA, Eduardo Pires de, O edifício do Convento do Salvador - De mosteiro de freiras ao Lar Conde de Agrolongo, Braga, 1994; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990. , 09 julho 2012; , 09 julho 2012. |
Documentação Gráfica
|
DGPC: DGEMN:DREMNorte, Arquivo Pessoal de Ilídio de Araújo |
Documentação Fotográfica
|
DGPC: DGEMN:DSID, DREMNorte, SIPA; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
|
DGPC: DGEMN:DSID-001/013-1919/2, 001/013-1919/3, DGEMN/DSARH-010/236-0002, 010/236-0009 |
Intervenção Realizada
|
PROPRIETÁRIO: 1647 - conserto do órgão; 1650 - conserto do teto do sub-coro; 1714 - conserto do órgão por 13$410; 1728 - reforma do coro-alto; 1731 - arranjo do órgão por 4$180; arranjo dos telhados e vidraças da capela-mor e coro; 1740 - conserto dos foles do órgão; 1764-1767 - conserto do frontal da Capela da Piedade; 1780 - conserto do órgão grande e realejo; 1783 - caiação do teto da capela-mor, ocultando a pintura; 1792 - arranjo do realejo da capela-mor, afinado, pintado e envernizado; 1798 - pintura da porta da igreja e guarda-vento; 1813 - restauro das cadeiras do coro, chumbadas à parede; 1816 - desmontagem e afinação do órgão; 1874 - retificação do órgão por António José dos Santos; 1927 - reforma e afinação do órgão por António Vieira, do Porto; DGEMN: 1955 - remodelação da parede N, do claustro e abertura de janelas no lado S., semelhantes às existentes nas outras alas, obra executada por Francisco Pinto Loureiro; 1959 - repregamento do teto de caixotões e substituição das molduras degradadas da ala inferior do claustro, obra efetuada por Francisco Pinto Loureiro; 1962 - início das obras de reparação e conservação de todos os edifícios da Escola Prática de Agricultura Conde de São Bento, pelos Serviços de Conservação, com a desobstrução de vãos; PARÓQUIA: 1967 - colocação de telha tipo Marselha na igreja; DGEMN: 1976 - arranjo do vestíbulo e da galeria N. do claustro; fornecimento de vitrais, armados em arame zincado de chumbo; tratamento de rebocos e caiação das paredes e tetos do claustro; picagem e demolição do fasquiado do teto do vestíbulo, com execução de novo teto rebocado e pintado; a obra é levada a cabo por Ferreira dos Santos & Rodrigues, Lda.; 1977 - limpeza de cantarias; substituição do pavimento em soalho do vestíbulo; regularização das cantarias do claustro; desobstrução de uma porta entaipada; reboco e pintura da sala existente sobre o vestíbulo e restauro do teto e pavimento; reboco de vãos de porta entaipadas na ala S. do claustro; limpeza dos coletores das águas pluviais; revisão geral de portas; colocação de tubos de queda de águas pluviais; as obras são levadas a cabo por Ferreira dos Santos & Rodrigues, Lda.; 1978 - reparação de vitrais e revisão de caleiras, obra de Afonso Ferreira de Oliveira; aplicação de dois vitrais pelo vidreiro João Baptista Antunes; DGEMN / PARÓQUIA: 1980 - consolidação dos telhados e do fecho da abóbada da nave, com colocação de novos revestimentos exteriores e forros e colocação de lajetas sobre o extradorso das abóbadas da nave, capela-mor, transepto e Capela do Santíssimo; 1982 - tratamento de rebocos e pinturas; 1990 / 1991 - tratamento de rebocos e pinturas; revisão da instalação elétrica e sonora; recuperação dos pavimentos e telas pintadas; beneficiação das carpintarias e feitura de novos assentos; limpeza de talhas e cadeiral; consolidação das abóbadas; as obras são adjudicadas à firma CARI - Casimiro Ribeiro & Filhos, Lda.; 1992 / 1993 - beneficiações no claustro com conclusão da instalação elétrica, recuperação da caleira de granito; fornecimento e colocação de lajedo de granito nas alas; colocação de guia de betão na definição dos canteiros em terra vegetal; colocação de saibros nos percursos; revisão das redes de abastecimento e drenagem de água; colocação de lajeado nas orlas de contorno dos canteiros; revisão do chafariz; as obras são adjudicadas à firma CARI - Casimiro Ribeiro & Filhos, Lda.; 2004 / 2005 - obras de conservação do imóvel, nomeadamente a nível das coberturas e paramentos exteriores na zona da igreja e claustro anexo; restauro de portadas. |
Observações
|
*1 - DOF: Conjunto formado pela igreja do Mosteiro de São Bento, convento e respetiva cerca e cruzeiro processional em frente daquela. *2 - do acervo arqueológico destacam-se utensílios de pedra dos períodos Neolítico e Calcolítico provenientes de sítios arqueológicos megalíticos existentes na região, materiais cerâmicos e metálicos provenientes da necrópole do Corvilho, várias pelas do Castro do Monte do Padrão e do Castro de Alvarelhos, bem como espólio cerâmico e vidro da necrópole galaico-romana de Rorigo Velho e os monumentos epigráficos de São Bartolomeu e Roriz. |
Autor e Data
|
Paula Figueiredo 2003 / 2012 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto) |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |