Chafariz das Laranjeiras
| IPA.00005087 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, São Domingos de Benfica |
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Arquitectura infraestrutural, pombalina. Chafariz urbano, adossado a edifício posterior, fronteiro a palácio, construído no âmbito de fornecimento de água a Lisboa, a partir das Águas Livres, de espaldar rectilíneo, com o centro liso, flanqueado por gigantes em silharia fendida, com remate em friso e cornija contracurvada, onde surge o escudo português, tendo duas bicas, que vertem para tanque rectangular, de perfil galbado e bordo saliente. |
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Número IPA Antigo: PT031106390352 |
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Registo visualizado 4305 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo espaldar
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Descrição
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Chafariz de planta rectangular simples, em cantaria de calcário, composto por espaldar com embasamento saliente, tendo dois panos laterais em silharia fendida, formando falso rústico, rematado por friso e cornija, curvos e elevados na zona central; o pano central é em cantaria lisa, marcada por dois apainelados rectilíneos e recortados, o inferior liso e com enrolamentos nos ângulos superiores; o segundo é delimitado por friso saliente, com a base interrompida por botão e marcada por duas falsas mísulas laterais, terminadas em pingentes, e ornado, superiormente, por enrolamentos em cascata; é rematado por friso e cornija, sobre os quais surge o escudo português, de onde pende, em laçaria, uma cruz de Cristo, tudo envolvido por concheados, enrolamentos e folhas de palma. Adossadas à silharia fendida, duas estípides, rematadas por urnas com fogaréus e tendo, na base, protegidas por pequena cornija angular, a do lado direito parcialmente partida, as bicas boleadas, que vertem para tanque rectangular, com a mesma largura do espaldar, de perfil galbado e com bordo saliente, tendo os ângulos reforçados por gatos de ferro; no interior, surgem dois plintos de cantaria, para sustentar o vasilhame. O conjunto é flanqueado por pequenos panos de muro, recuados, em silharia fendida e mais largos na zona inferior, rematados por cornija. |
Acessos
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Estrada das Laranjeiras; Calçada da Palma |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5 DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 |
Enquadramento
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Urbano, adossado a um muro, integrado num gaveto de um quarteirão de prédios de rendimentos de várias cérceas, os do lado esquerdo, mais baixos, e os direitos, mais recentes, de maiores dimensões. Está implantado em zona de pendor fortemente inclinado, junto ao cruzamento da Calçada de Palma com a Estrada das Laranjeiras. Encontra-se protegido por dois frades em cantaria de calcário. Fronteiro, o Palácio do Conde de Farrobo / Palácio das Laranjeiras e Teatro Tália (v. PT031106390086). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PEDREIROS: Honorato José Correia de Macedo e Sá (1791-1795). ARQUITECTO: Francisco António Ferreira Cangalhas (1791-1795). |
Cronologia
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1791, 12 Dezembro - provisão régia determina que se procurasse água no local e que se encanasse, sendo muita, que se fizessem dois chafarizes, um no ângulo oposto ao Convento da Convalescença e outro nas Laranjeiras; caso a água fosse pouca, que se encanasse para o aqueduto Geral pelo encanamento de São Domingos, se construísse o chafariz e se desse os sobejos ao barão de Quintela; a provisão vem na sequência de um pedido deste, que se ofereceu a pagar todo o encanamento; a água era pouca e fez-se o chafariz da Convalescença; para o das Laranjeiras, optou-se por aprofundar o Poço de Palma de Baixo (tinha apenas 43 palmos e a bica que o senado mandara fazer no muro da Quinta de D. Vicente de Sousa Coutinho, uma vez que a água vinha encanada por dentro desta, em 1769, estava quase sempre seca) e abrir duas minas, conforme parecer do vedor João Esteves Penafirme; 1792, 1 de Junho - iniciativa para se construir um chafariz no sítio das Laranjeiras conforme projecto de Honorato José Correia de Macedo e Sá (1754 - 1827), com obra de Francisco António Ferreira Cangalhas; Julho - início da obra, que levou o poço até 68 palmos; o proprietário da Quinta protestou, optando-se por fazer um encanamento novo, fora da Quinta; 1795 - a obra encontrava-se concluída, incluindo uma clarabóia a meio do troço, o chafariz das Laranjeiras e a sua Casa de Água, implantada em frente ao palácio do Conde de Farrobo *2; 1940 - conforme um inquérito realizado às águas de Lisboa, é revelado que constituía uma água salobra, sulfatada e cloretada, tendo sido suspeita de inquinação; 7 Dezembro - perante este relatório, a água foi desviada da bica; séc. 20, década de 50 - provável transferência para o local onde na actualidade se encontra e ligação do chafariz à rede pública de abastecimento de água. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Estutura, estípides, urnas, elementos decorativos, tanque, bicas e cornija em cantaria de calcário; elementos fixadores das torneiras em bronze; gatos de ferro. |
Bibliografia
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PINHO, Bernardino de, Inventário das Minas, Poços, Furos e Cisternas da área da Cidade de Lisboa, in Boletim da Comissão da Fiscalização das Águas de Lisboa, III série, n.º 36, Lisboa, Ministério das Obras Públicas, 1955, pp. 111-129; ANDRADE, José Sérgio Veloso de, Memória Sobre Chafarizes, Bicas, Fontes e Poços de Lisboa, Belém, e Muitos Logares do Termo, Lisboa, 1851; CHAVES, Luís, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, s.d.; PROENÇA, Pe. Álvaro, Benfica Através dos Tempos, Lisboa, 1964; CAETANO, Joaquim de Oliveira, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, 1991; FERREIRA, Jorge M., São Domingos de Benfica. Roteiro, Lisboa, 1991; CONSIGLIERI, Carlos e OUTROS, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa, Lisboa, 1993; FLORES, Alexandre M. e CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, Edições INAPA, 1999. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Nada a assinalar. |
Observações
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*1 - o Decreto de 19 de Fevereiro de 2002, vem alterar a redacção do decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que classificava o "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte DOF: " Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa.", compreendendo, assim, todos os troços, chafarizes e mães de água, relacionados com as obras do Aqueduto das Águas Livres (PT031106100001) *2 - estava rodeado por alto muro de alvenaria, rebocada e pintada de branco, com embasamento saliente e remate em platibanda plena; no lado direito, surgia um vão quadrangular, que rasgava o muro. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Paula Figueiredo 2007 |
Actualização
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