Castelo de Lamego e cisterna / Castelo e cerca urbana de Lamego

IPA.00005000
Portugal, Viseu, Lamego, Lamego (Almacave e Sé)
 
Castelo de montanha medieval, rodeado por perímetro muralhado circundante de planta irregular, que se adapta à morfologia do terreno; torre de menagem, alcáçova e muralhas circundantes em plano inferior. Cisterna relativamente distante da alcáçova.
Número IPA Antigo: PT011805010003
 
Registo visualizado 4518 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo e cerca urbana    

Descrição

Planta poligonal irregular, com torre de menagem voltada a O., de planta quadrada, com porta de acesso em nível superior, a c. de 3 m. do solo, possuindo pequenas frestas nos alçados e algumas fenestrações (aproveitando vãos antigos) e porta a nível térreo. É ameada e de três pisos de madeira, comunicantes entre si por escadas do mesmo material. Compondo a alcáçova, adossa-se pela sua face interna a perímetro amuralhado, hexagonal e irregular, com adarve e porta de acesso de arco quebrado, orientada sensivelmente a E.. Um segundo pano de muralha, bastante mais extenso contorna a cidadela, prolongando-se, para sul, a cotas bastante inferiores. Para E., entre significativos troços de muralha, a Porta da Vila ou dos Figos, também denominada do Aguião, do Norte ou dos Fogos, formada por dois torreões laterais e, em plano mais recuado, porta de arco apontado, sobre o qual na sua face interna e superior se construíu um oratório de madeira. À esquerda, as escadas de acesso ao balcão onde estava o sino e, no topo, a torre da antiga Câmara. No extremo S., a Porta do Sol, em pano de muralha de avultadas proporções, composta por arco quebrado, possui um nicho epigrafado, e que, tal como a outra, são os acessos aos dois mais importantes eixos viários do tecido urbano do perímetro muralhado. Junto a um troço de muralha, na R. com o seu nome, a CISTERNA de pedra lavrada e siglada, abobadada em cantaria de ogiva nervada com quatro arcos apoiados em pilares laterais, no eixo dos quais tem uma pequena abertura para iluminação. Lateralmente a meia altura, possui uma porta de acesso, com escada interior, estando ligada a um resto de pano de muralha. Próximo, a Praça de Armas, com c. 90 m. de perímetro, formando um polígono hexagonal irregular.

Acessos

Rua do Castelo *1, Rua da Cisterna. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,099207, long.: -7,808767

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 (Castelo) / Decreto n.º 38 491, DG, 1.ª série, n.º 230 de 06 novembro 1951 (Cisterna) *2

Enquadramento

Urbano, implanta-se a 543 metros de altitude, em monte de afloramentos graníticos e de xisto, destacado, harmonizado e inserido, os dois panos de muralha, interior e exteriormente, na malha urbana. Deste, avistam-se os rios Coura, Balsemão e Varosa.

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES:Inscrição comemorativa da construção de um arco; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: ANTÓNIO DE CASTRO SOARES MANDOU FAZER ESTE ARCO ANO 1642.

Utilização Inicial

Militar: castelo e cerca urbana

Utilização Actual

Cultural e recreativa: associação cultural e recreativa / Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Câmara Municipal de Lamego, auto de cessão de 21 Outubro 1950

Época Construção

Séc. 12 / 13 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

CAIADORES: Bernardo Cardoso e Francisco de Moura (1789). FUNDIDORES: Mateus Gomes (1789), Narciso António (1875), Adriano Loureiro (1914). SERRALHEIRO: António Luís (1696).

Cronologia

1057, 29 novembro - conquista da cidade aos mouros por Fernando Magno; séc. 12 - construção da torre de menagem e alcáçova; séc. 13 - construção das muralhas; séc. 15, final - no meio da torre, existia uma janela de assento, mandada erigir por D. Francisco Coutinho, conde de Marialva; 1642 - provável feitura do nicho de Nossa Senhora da Graça, por ordem de António de Castro; 1696, 25 Agosto - contrato para a execução das grades da cadeia, anexa à torre, com o serralheiro António Luís, por 250$000; 1730 - segundo uma descrição, a Porta da Vila era formada por arco com duas torres, onde estava um sino que servia de relógio; a Antiga Casa da Câmara era um antigo baluarte, sendo alpendrada, com colunas de pedra lavrada e com torre; um segundo baluarte, designava-se Castelinho; 1749 - limpeza da cisterna; 1758 - referência ao oratório de Nossa Senhora da Graça, na parte interna do arco da Porta do Sol; a cisterna encontrava-se encerrada por questões de segurança; 1789 - execução de um sino, por Mateus Gomes, por ordem de Câmara da Cidade; 6 Março - contrato com os caiadores Bernardo Cardoso e Francisco de Moura para a obra da torre do castelo; 1824 - autorização para a construção de casas sobre a muralha; execução de um sino; 1834 - negociante da cidade obtem licença para demolir um torreão que estava inserido na sua casa; Câmara Municipal muda de instalações; 1875 - execução de um sino por Narciso António de Braga; 1914 - execução de um sino por Adriano Looureiro, por ordem da Câmara; 1920 - arrematação do relógio para a torre de menagem, subsituindo o primitivo, situado na Porta da Vila; 1940 - 1941 - remoção dos sinos para a Igreja de Santa Maria de Almacave (v. PT011805010002); 2005, Outubro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.

Dados Técnicos

Estruturas autónomas; paredes autoportantes.

Materiais

Granito.

Bibliografia

Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; PERES, Damião, A Gloriosa História dos mais Belos Castelos de Portugal, Porto, 1969; AZEVEDO, Correia de, Arte Monumental Portuguesa, vol. IV, Porto, 1975; COSTA, M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, Vol. I, Lamego, 1977; Guia de Portugal, Vol. V - II, Lisboa, 1988; LARANJO, F. J. Cordeiro, Cidade de Lamego - Castelo, Lamego, 1994; ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vols. I e II, Viseu, 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; BMunicipal do Porto: Cod. 547; Câmara Municipal Lamego: Actas (livros 10, 12 e 16)

Intervenção Realizada

DGEMN: 1940 / 1941 - construção e assentamento de paredes de silhares nas muralhas, de parapeito no adarve da torre, de armação e do telhado da torre; remoção dos sinos; 1943 / 1944 - execução dos pavimentos na torre; CMLamego: 1949 - trabalhos de reparação dos acessos ao castelo; DGEMN: 1955 / 1956 - consolidação da torre, demolição e remoção de casebres adossados às muralhas, demolição do edifício da antiga cadeia, contígua à torre; execução do coroamento da muralha e escada de acesso; restauro do pavimento da muralha encoberto pelo edifício da cadeia; reconstrução da parte da muralha ligada à torre; 1964 - limpeza geral dos paramentos da muralha contígua à Porta do Sol, reconstrução parcial da parede exterior da cisterna, voltada à rua, consolidação de um troço de muralha contígua à Porta do Sol; 1965 - reconstrução parcial do paramento exterior de muralha junto da Torre do Bispo, elevação do coroamento do troço E. da muralha, e reconstrução parcial do adarve; 1966 / 1967 - apeamento de construções recentes que se encontravam adossadas à muralha da torre ao portal da entrada N. e à face da R. do Castelo, reconstrução parcial do coroamento da muralha envolvente da Torre e portal da entrada N. pela R. do Castelo; 1978 - obras de consolidação e limpeza da muralha; 1979 - obras de valorização; 1980 / 1981 - reconstrução de troço de muralha e domolição de casa adossada à mesma, obras de valorização; 1983 - obras de recuperação; 1984 - obras de recuperação e beneficiação; 1989 - consolidação do troço de muralha, situado a Poente da Porta dos Figos; 1990 / 1991 - recuperação das torres circular e quadrada que ladeiam a Porta dos Figos.

Observações

*1 - na R. do Castelo, a Capela do Salvador, era o local que a tradição apontava ter sido o local da primitiva Sé de Lamego no tempo do Bispo Idácio no ano de 435, cuja lápide foi transferida para a Capela de Nossa Senhora do Socorro. *2 - DOF:...situada junto de um troço de muralha, a cerca de 120 metros do castelo.

Autor e Data

João Carvalho 1998 / Marisa Costa 2001

Actualização

Ana Gonçalo 2005
 
 
 
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