Castro do Monte do Castelo de Neiva
| IPA.00004980 |
Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, Castelo do Neiva |
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Aglomerado proto-urbano. Povoado da Idade do Ferro com significativa ocupação romana e medieval. Povoado fortificado / castro com cinco linhas de muralha e casas com planta circular. Apresenta grandes dimensões, admitindo-se que as estruturas arqueológicas se estendam até junto do Rio Neiva. Integra castelo românico com torre de menagem, em pedra, e rodeada por muralha (ainda não se sabendo se de madeira ou pedra), expressando assim um género de defesa passiva. A habitação principal era, ao que parece, coberta por xisto e os anexos seriam de madeira, explicando a inexistência de vestígios de habitações no topo. |
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Número IPA Antigo: PT011609230020 |
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Registo visualizado 2459 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto urbano Aglomerado urbano Povoado Povoado da Época do Ferro Povoado fortificado
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Descrição
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Povoado de grandes dimensões, constituído por cinco linhas de muralhas, reforçadas pelo lado nascente por torreões dispostos em conformidade com os acidentes do terreno ou onde a necessidade de defesa a isso obrigava. As casas têm planta redonda, algumas com vestíbulo e separadas por ruas lajeadas. Uma das casas tinha banco corrido coberto por placas de ardósia de forma rectangular, ligeiramente afeiçoadas. No sector C existem muretes de reforço. Num dos caminhos que, da capela de Nossa Senhora das Oliveiras, conduz ao sector O. do povoado encontra-se rochedo escavado com a Pia dos Mouros. Na encosta E., no enfiamento da quarta muralha, fica a Cadeia do Rei e, já fora da muralha mais exterior, o Penedo das Chaves. Do castelo são ainda visíveis os sulcos onde assentavam os muros da torre (edifício de pequenas proporções), os penedos cortados no declive N. cortados (possivelmente troços do muro da cerca) e a terra surribada, de modo a dificultar a chegada ao cume, e o caminho de acesso, estreito e sinuoso, entre penedos no lado N. |
Acessos
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Castelo do Neiva, EN. Porto - Monte da Guilheta - Valença do Minho. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,628149; long.: -8,794576 (à freguesia) |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 251/70, DG, 1.ª série, n.º 129 de 03 junho 1970 |
Enquadramento
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Rural, isolado, implantação harmónica. O povoado castrejo e castelo implantam-se no Monte do Castelo, situado na margem direita do rio Neiva, próximo da foz, ao qual era sobranceiro e de onde se dominava extensa planície costeira e se vigiava a navegação. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Afectação
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Época Construção
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Idade do Ferro |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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Idade do Ferro - erecção do castro, conhecendo depois algumas fases evolutivas; séc. 01 a.C. - 01 - alcança o seu apogeu; sofre forte romanização; 1110 - 1ª referência ao Castelo, sendo então alcaide, às ordens do Reino de Leão, D. Mem Gonçalves; 1127 - sendo alcaide Nuno Soares, dali saíu Egas Moniz para ajudar D. Afonso Henriques, então cercado em Guimarães; 1373 - reconstruído a mando de D. Fernando; 1385, 24 Abril - atacado pelo condestável D. Nuno Álvares, por ter tomado partido por D. Beatriz contra o Mestre de Avis, rendendo-se depois do alcaide, Álvaro Gomes Barcelos ser morto; o condestável ali deixou depois Pero Afonso do Carol com certos homens de armas e de pé; 1391 - transferida a sede do julgado de Neiva, o castelo perde importância política, entrando em declínio e ruína; séc. 15, 1ª metade - completamente desactivado; 1710 - ainda se encontravam vestígios dos muros da entrada. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes |
Materiais
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Granito. Aparelho de pedra miúda, tipo "mamposteira" irregular, à excepção do sector C, onde as paredes são mais espessas e o aparelho é formado por pedras de maiores dimensões e de execução mais cuidada. |
Bibliografia
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GUERRA, Luís de Figueiredo, Castelos do Distrito de Viana, Coimbra, 1926; ARAÚJO, José Rosa de, Caminhos Velhos e Pontes, Viana do Castelo, 1962; NEVES, Leandro Quintas, Os Castros do Norte de Portugal, Porto, 1965; PERES, Damião, A Gloriosa História dos mais Belos Castelos de Portugal, Porto, 1969; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Castelo de Neiva in Boletim Cultural de Esposende, nº 1, 1982, p. 13 - 24; RAMOS, Ilídio Eurico Gomes, O Castelo de Neiva in Vale do Neiva. Subsídios Monográficos, Barcelos, 1982, p. 415 - 417; SILVA, Eduardo Jorge Lopes da, e MARQUES, José Augusto T. Maia, Escavações no Castro de Moldes. Castelo de Neiva - Viana do Castelo (Notícia Preliminar) in Cadernos Vianenses, vol. 8, Viana do Castelo, 1984, p. 33 - 48; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987; LEAL, António J. Cunha, Roteiro Arqueológico de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 1992; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69749 [consultado em 11 janeiro 2017]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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1982 / 1983, Ago. - escavações arqueológicas inseridas no plano de actividades do Grupo de Investigação Arqueológica do Norte (GIAN) com apoio do IPPAR, Câmara Municipal de Viana do Castelo e Instituto de Arqueologia da Universidade Livre do Porto, sob a responsabilidade de Eduardo Jorge Lopes da Silva e José Augusto T. Maia Marques; 1982 - os trabalhos consistiram sobretudo na determinação de 2 sectores (A e B) com abordagem sumária de um terceiro (C); 1983 - escavações no sector C. |
Observações
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O Monte do Castelo de Neiva constitui um local com longa ocupação humana, ainda anterior à Idade do Ferro, Pré-Romana, Romana e Medieval. Os sectores N. e O. do castro, onde se erguia a grande maioria dos bairros são actualmente os mais alterados pelas construções modernas. Durante a Idade Média o local foi escolhido para a construção de um castelo roqueiro que, com o tempo, foi ganhando importância na região, assumindo-se como "cabeça" da terra de Neiva. Desempenhando importante acção na reconquista, entrou em declínio em finais do séc. 14 por motivos políticos, militares e à reorganização administrativa. Os materiais provenientes da estação arqueológica encontram-se expostos numa das salas do edifício da Junta de Freguesia de Castelo de Neiva. Do espólio ali recolhido destacamos elevado número de mós, algumas moedas da Época do Imperador Augusto, fíbulas, 2 arranques de asa de ânfora Halterr 70, copos e 2 capacetes de bronze. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 |
Actualização
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