Igreja Paroquial de Matosinhos / Igreja do Salvador / Igreja do Bom Jesus de Matosinhos

IPA.00004963
Portugal, Porto, Matosinhos, União das freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira
 
Arquitectura religiosa barroca. Igreja barroca de planta em cruz latina, de três naves e capela-mor rectangular, ricamente decorada a talha. Templo quinhentista, totalmente reconstruído no séc. 18. Capela-mor revestida a talha dourada de estilo joanino, de influência portuense.
Número IPA Antigo: PT011308060015
 
Registo visualizado 1911 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta de cruz latina, de três naves e cinco tramos, com capela-mor rectangular. Na fachada principal predomina composição horizontal, ritmada por pilastras que separam os dois campanários laterais do corpo central terminado em frontão interrompido e levitado por quatro fogaréus. Profusamente trabalhada nos remates, frontões e pilastras, apresenta jogos de volutas, curvas contorcidas e fogaréus. É rasgada por três portais de verga recta encimados por frontões interrompidos por cartelas. Nas torres, abrem-se nichos com estátuas. No interior, naves separadas por cinco arcos de volta perfeita assentes em colunas jónicas. Duas delas têm adossados dois púlpitos quadrados de talha. Naves laterais com retábulos de talha dourada, sendo as sanefas e gradeamentos igualmente de talha. O tecto é revestido em caixotões de madeira. No transepto destaque para os retábulos de talha das Capelas do Santíssimo Sacramento, a N. e a Capela do Senhor dos Passos a S. Arco triunfal pleno envolvido por rica decoração em talha dourada. Capela-mor toda revestida a talha dourada.

Acessos

Avevenida D. Afonso Henriques

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 28/82, DR, 1ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 *1

Enquadramento

Rural, destacado, isolado. Separado a O. por adro arborizado e E. por um cemitério.

Descrição Complementar

Do lado N. encontra-se um arcossólio que contém os restos mortais do Bispo de Gra-Pará. Ainda do recheio, há a registar quatro bancos de encosto rococó e uma escultura de pedra de Ança, figurando S. Pedro Patriarca, com vestígios de policromia e que se presume ter saído da oficina do célebre mestre João de Ruão. Órgão de um teclado com os seguintes registos: Flautado de 12, Oitava; Flauta de 2, Superoitava, Voz humana, Quinta, Requinta, Mistura, Símbalo, Trompeta.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja de peregrinação

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto)

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: João de Ruão (1559-1572); Nicolau Nasoni (séc. 18). ENTALHADORES: Ambrósio Pereira (1650); Cristóvão Rodrigues (1710); Luís Pereira da Costa (1726); Manuel da Costa Andrade (1753-1754). ORGANEIROS: António José dos Santos (séc. 19); Miguel Hensberg (1685); Pedro Guimarães (1992). PINTOR: João Lopes da Maia; Manuel da Ponte (1596).

Cronologia

Séc. 16 - xonstrução da Igreja; 1559, 01 Julho - João de Ruão compromete-se com a Universidade de Coimbra, a fazer o retábulo para a Igreja; 1562, 20 junho - novo comprometimento para a execução da estrutura; 1572, 08 julho - os deputados da fazenda da Universidade entregam 30$000 para a conclusão do retábulo e a feitura da abóbada da torre; 09 julho - o artista compromete-se a terminar o retábulo até à Páscoa do ano imediato; 1596 - pintura do retábulo por Manuel da Ponte; 1596, 07 setembro - contrato com Manuel da Ponte para a pintura do retábulo do Crucifixo; 1650, 26 abril - contrato da execução do retábulo de Santo Cristo por Ambrósio Pereira, por 300$000; 1685 - construção do órgão por Miguel Hensberg; séc. 18 - reconstrução; 1710, 27 Março - contrato para a execução da talha do órgão com Cristóvão Rodrigues; 1726, Setembro - o entalhador Luís Pereira da Costa executou o retábulo e talha do arco triunfal; o pintor João Lopes da Maia doura retábulo-mor, a talha do cruzeiro, estofa 18 anjos e 8 painéis, as tarjes do tecto, a tarje do meio grande, as duas imagens a Virgem e São João e dos dois profectas, dois atlantes e dois lampadários; 1746 / 1750 - execução dos retábulos das capelas do transepto; 1753 / 1754 - execução das sanefas e varandas das janelas nasonianas por Manuel da Costa Andrade.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria de granito rebocado, granito aparente, madeira, tijoleira.

Bibliografia

ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vol. I, Viseu, 2001, p. 208; BRANDÃO, D. Pinho, A obra de Nicolau Nasoni no actual Concelho de Matosinhos, Porto, 1964; BRANDÃO, Domingos de Pinho, Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação, vol. I (séculos XV a XVI), Porto, Diocese do Porto, 1984; CLETO, Joel, OLIVEIRA, Maria José, Matosinhos, s.l., 1989; FELGUEIRAS, Guilherme, Monografia de Matosinhos, s.l., 1958; FREITAS, A. Coelho, Tratado da Veneranda e Prodigiosa Imagem do Senhor de Bouças em Matosinhos, Coimbra, 1969; LEITÃO, Joaquim, Guia Ilustrado da Foz, Matosinhos, Leça e Lavadores, Porto, 1907; O Santuário do Senhor de Matosinhos, Porto, 1884; OLIVEIRA, Eduardo Pires de, O edifício do Convento do Salvador - De mosteiro de freiras ao Lar Conde de Agrolongo, Braga, 1994; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. I, Braga, 1990.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Séc. 19 - restauro do órgão por António José dos Santos; 1992 - restauro do órgão pelo organeiro Pedro Guimarães; 1994 - Decorrem obras de conservação das talhas e da cobertura; anos 90 - restauro da talha dourada, pelo técnico Mário Zagalo.

Observações

Desconhece-se o autor do risco inicial da construção da Igreja Paroquial de Matosinhos, também conhecida por Igreja do Bom Jesus. A talha da Capela-mor é da autoria do entalhador portuense Luis Pereira da Costa. Os autores da talha das Capelas do transepto, bem como dos retábulos coevos do corpo do templo foram o entalhador portuense Domingos Martins Moreira e o dourador José da Mota Manso. As obras de conservação que decorrem estão a ocasionar o aparecimento de vestígios arquitectónicos até agora desconhecidos: seis janelas situadas acima dos caixotões de madeira. A identificação destes elementos, afigura-se fundamental para o conhecimento da Igreja quinhentista. *1 DOF: Igreja paroquial de Matosinhos, incluindo o seu recheio.

Autor e Data

Isabel Sereno 1994 / Paula Noé 1996

Actualização

 
 
 
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