Igreja Paroquial de Proença-a-Velha / Igreja de Nossa Senhora da Silva
| IPA.00004804 |
Portugal, Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Proença-a-Velha |
|
Igreja paroquial de características eminentemente regionais patentes, essencialmente, na fachada principal, com empena muito acentuada e torre com dupla sineira, adossada ao lado O.. De uma única nave, com a capela-mor mais baixa e estreita e sacristia adossada. Cobertura em masseira. Retábulos de talha dourada do estilo nacional e tardo-barrocos. De destacar o Calvário, constituído por três imagens de madeira, atribuídos ao séc.13. |
|
Número IPA Antigo: PT020505110018 |
|
Registo visualizado 655 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
|
Descrição
|
Planta longitudinal composta por nave, capela-mor mais estreita, torre sineira a NO., sacristia e anexo a SE.. Volumes articulados de disposição horizontal, excepção da torre sineira de disposição vertical. Coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, excepção ao anexo com aba corrida e à torre sineira em cúpula. Muros exteriores rebocados e pintados a branco limitados por pilastras na nave, sacristia, torre sineira e anexo. Pilastras em pedra com aparelho almofadado e encimados por pináculos à excepção do anexo. O volume da capela-mor em pedra com aparelho almofadado. Fachada principal voltada a N. com embasamento em pedra com aparelho almofadado e rematada por empena e cornija encimada por cruz latina. Ao centro, portal de frontão curvo interrompido encimado por inscrição: "ECCE / TABERNACVLVM / DEI. APXXI / MDCCLXIV", à qual se sobrepõe um nicho, ladeado por duas janelas de sacada gradeadas com sacada, suportada por duas mísulas, e lintel em arco abatido coroado por cornija simples. Volume da torre sineira com dois vãos em arco perfeito onde se localizam os sinos e coroado por cornija simples. Fachada O. com uma porta de duas folhas com frontão ondulado e entrecortado e duas janelas gradeadas com lintéis e soleiras em arco perfeito na nave. Na capela-mor, uma janela de guilhotina e uma fresta de rampa gradeada, ambos os vãos com lintéis rectos. Na nave, embasamento pintado a cinzento e rematada por cornija e beiral, e, na capela-mor, remate com cachorrada e beiral. Fachada S. rasgada por uma fresta na capela-mor e uma porta dintelada no volume da sacristia. Fachada E. com uma janela de duas folhas gradeada na sacristia. No anexo, uma janela de duas folhas gradeadas e uma janela gradeado, e na nave, duas janelas gradeadas e com lintel em arco perfeito, encontrando-se uma delas com a soleira entaipada pelo volume do anexo. Na visível, a soleira é em arco perfeito. Remate em cornija e beiral na sacristia e nave e beiral no anexo. INTERIOR com piso em lajeado de granito e estrado em madeira. Friso em azulejos e tecto de madeira, em masseira, assente sobre cornija. Coro-alto em madeira suportado por duas colunas de granito. Dois púlpitos com guarda em madeira entalhada, suportados por duas mísulas, dois confessionários embutidos e dois altares laterais, um de cada lado da nave. A ladear o arco triunfal, os colaterais, em ângulo. Tanto os altares como o arco triunfal com lintéis em arco perfeito com impostas e pedra de fecho salientes, sendo o arco triunfal encimado por cruz de cristo. Altar-mor com retábulo em talha dourada. Sacristia com pavimento em lajeado de granito e janela conversadeira. |
Acessos
|
Largo da Igreja e Rua da Amoreira |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 |
Enquadramento
|
Urbano, isolado. Próximo localiza-se o cemitério. Junto à fachada lateral, cruzeiro com caveira e a data "ANNO DE 1650". |
Descrição Complementar
|
Lápide no pavimento da porta da sacristia. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica (Diocese de Portalegre - Castelo Branco) |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido. |
Cronologia
|
1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja taxada em 223 libras com a Capela de São Miguel de Acha, sendo a comenda da Ordem de Cristo taxada em 170 libras; integra o termo do Monsanto e o bispado da Guarda; 1505 - visitação de D. João Pereira e Diogo do Rego, da Ordem de Cristo, sendo capelão Pêro Martins, nomeado pelo comendador Fr. D. Carlos e por ele pago; a igreja era uma construção de alvenaria rebocada e as portas principal e travessa possuíam arquivoltas, sendo coberto por telha vã; havia um campanário separado do edifício; no altar-mor encontravam-se as imagens de Nossa Senhora, já velha, e no arco triunfal um Calvário de vulto, pintado recentemente e com guarda-pó de madeira; num dos altares da nave, as imagens de Santa Catarina, nuito velha, São Miguel e São Brás, surgindo no altar dedicado a São Sebastião a do orago e a de Santo António; existiam várias pinturas, as murais, com Santiago, a história do Espírito Santo e São Cristóvão, surgindo, no altar, Nossa Senhora do Pranto e Nossa Senhora do Rosário; havia um pano flamengo pintado, uma lâmpada com bacia e três bancais que serviam de frontais; a igreja tinha uma cruz de prata com dosi marcos, um cálice com patena, pesando marco e meio, surgindo, ainda, vestimentas, sobrepeliça, frontais e alguns livros; 1537, 9 Outubro - visitação de Fr. António de Lisboa, sendo comendador Pedro de Mascarenhas e vigário Fr. Diogo Fernandes, da Ordem de Cristo, que tinha de côngrua 6$000, dois moios de trigo, duas pipas de vinho e o pé de altar, que zelava por cerca de 30 fregueses e 500 almas; o visitador achou a cobertura imprópria, com o arco triunfal muito baixo, o que originava uma igreja muito escura; existia a pintura mural de São Miguel e um retábulo quase novo, com duas colunas e guarda-pó, tudo dourado, tendo três painéis a representar a "Anunciação", São Pedro e São João Baptista; possuía uma cruz de nove marcos, uma custódia de cinco, ambas pertencentes ao concelho, e dois cálices ofertados pelo mesmo; o visitador aponta a necessidade de ampliar o arco triunfal; 1573 - primeiro registo de óbito; 1575 - primeiro registo de casamento; 1576 - primeiro registo de baptismo; 1712 - o Padre Carvalho da Costa refere que constituía uma vigararia da Ordem de Cristo, tendo a freguesia 180 vizinhos; 1764 - edificação da actual igreja; 1801, 12 Março - ordem do bispo de Castelo Branco para que fossem entregues todos as alfaias e objectos de prata das igrejas, confrarias, capelas e altares; 1995 - recuperação e restauro da igreja, nomeadamente das imagens do "Calvário", encontradas numa banqueta do altar; 1998, 10 Agosto - despacho do Ministro da Cultura, classificando-o como IIP. |
Dados Técnicos
|
Estrutura mista e estrutura autoportante. |
Materiais
|
Pedra granítica, reboco, madeira, ferro forjado, telha de meia cana. |
Bibliografia
|
COSTA, P. António Carvalho da, Corografia Portugueza..., 2.ª ed., tomo II, Braga, 1868 [1.ª ed. de 1712]; HORMIGO, José Joaquim M., Visitações da Ordem de Cristo em 1505 e 1537, Amadora, 1981; Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais, vol. I, Lisboa, 1993; PROENÇA, Raúl, Guia de Portugal - Beira Baixa e Beira Alta, vol. II - tomo II, Lisboa, 1994; CORREIA, João Rosado, Proposta de classificação, Lisboa, 29 de Julho de 1998; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72068 [consultado em 14 outubro 2016]. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID; CMIAN; IGESPAR: IPPAR |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID; CMIAN; IGESPAR: IPPAR |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID; CMIAN; IGESPAR: IPPAR |
Intervenção Realizada
|
PROPRIETÁRIO: 1995 - restauro e recuperação da igreja, nomeadamente do "Calvário". |
Observações
|
*1 - DOF:... incluindo o altar-mor de talha dourada e as três imagens do calvário. |
Autor e Data
|
Luís Castro 1998 |
Actualização
|
Paula Figueiredo 2001 |
|
|
|
|
| |