Castelo de Amieira

IPA.00004576
Portugal, Portalegre, Nisa, União das freguesias de Arez e Amieira do Tejo
 
Arquitectura militar, medieval. Castelo de planta quadrangular com barbacã munida de adarve, e porta falsa no paramento oposto ao da entrada principal a E., quadrela flanqueada por torres de secção quadrada e Torre de Menagem a N., com adarve de ligação entre si, e com Porta da Traição junto à Torre SO.; capela renascentista na liça, junto à entrada principal (v. PT041212020036) e grande cisterna na Praça d'armas. As torres não maciças, com masmorras ou outras utilizações no piso térreo, parecem ser características das construções da Ordem do Hospital em Portugal, já que a torre do Mosteiro de Leça do Balio ( v. PT031308040001 ) e a do Castelo de Belver ( v. PT041209020001 ) apresentam esta característica. A Toore do Sanguinho e do Pandeirinho apresentam vestígios de Pinturas murais medievais em alguns alçados interiores de carácter geométrico e figurativo (cenas de cavaleiros). As pinturas murais medievais nas Torres do Pandeirinho e Sanguinho.
Número IPA Antigo: PT041212020003
 
Registo visualizado 3423 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo    

Descrição

Planta central, composta por barbacã pentagonal imperfeita, quatro quadrelas flanqueadas por 4 torres de secção quadrada: no sentido inverso ao dos ponteiros do Relógio, Torre de Menagem a NE., Torre do Pandeirinho a NO., Torre do Sanguinho a SO. e Torre de São João a SE.. Cobertura diferenciada em telhado de 4 águas nas torres. Barbacã rodeando o castelo, com ameias de tipo primitivo e adarve, apresentando a porta principal, de arco quebrado, no paramento E. descentrada; falsa porta a SO., também de arco quebrado. Entrada para a praça d'armas através de portal em arco quebrado na quadrela E., descentrada, junto à torre de menagem; dando seguimento à porta falsa da barbacã, porta da traição no paramento O. da quadrela, junto à Torre do Sanguinho, em arco abatido do lado da Praça d'Armas e em arco gótico do lado da liça; adarves com ameias de tipo primitivo intercomunicam as torres através de portas de arco redondo. Praça d'Armas com grande cisterna central e duas escadas adossadas aos paramentos S. e N. da quadrela, dando acesso aos adarves. No paramento E. da quadrela, vestígios de habitações pertencentes ao antigo Paço.Torres rasgadas por várias, frestas e janelas de diferente abertura e recorte, descentradas ou axiais; com molduras rectas ou em arco ligeiramente apontado com molduras boleadas; na Torre de menagem, destaca-se, ao nível do último piso, janela mainelada em arco quebrado; ameias de corpo largo ao nível dos eirados.Torre de São João de dois pisos; Torre do Pandeiro e do Sanguinho com masmorras, desde a base até ao nível dos adarves.

Acessos

Praça de Nun'Alvares. EN 359; A6 - saída de Torres Novas, IP6 até Abrantes, EN 118 na direcção de Nisa, sair em Arez. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,508103; long.: -7,816258

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 8 477, DG, 1.ª série, n.º 233 de 10 novembro 1922 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 266 de 16 novembro 1949

Enquadramento

Urbano, isolado, em terreiro calcetado e ajardinado, com parque automóvel; em terreno plano excepto a O. em declive; casario a N. e E., terrenos agrícolas a S. e a O.. , No interior da liça, à esquerda da entrada da barbacã, pequena Capela (v. PT041212020036).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo

Utilização Actual

Cultural e recreativa: monumento

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCAlentejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Séc. 14 / 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1256 - Amieira já é vila com foral atribuído pelo Prior do Hospital D. Frei Gonçalo Viegas; séc. 14, meados - construção ou reconstrução e reabilitação a paço pelo Prior da Ordem do Hospital, D. Frei Alvaro Gonçalves Pereira; séc. 14 - provável construção duma primitiva capela de São João ( v. PT041212020036); 1358/1359 - cartas de D. Pedro I, provando que naqueles anos já o castelo existia e se estavam fazendo cauas & barbacas, não necessariamente apenas no castelo, mas em cada uma das Villas do Crato e da Amieira; 1488 c. - prováveis obras de reparação, a mando de D. João II; 1512 - foral novo de D. Manuel para a vila de Amieira; 1515 - D. Manuel nomeia Vasco Anes como vedor das obras reais em Amieira; 1556 - construção da capela de São João ( v. 1212020036); sécs. 15 - 16 - servia de prisão; séc. 17 - construção de habitações no interior do castelo; 1724 - obras de beneficiação e recuperação (torre de menagem), sob o patrocínio do alcaide-mor da vila, o Conde de Aveira; 1755 - estava o castelo e o palácio arruinados; 1846 - instalação do cemitério da aldeia; 1937 - construção do novo cemitério da vila; 1940, 29 de Julho - Despacho de cessão a título precário do Castelo à Junta de Freguesia da Amieira; 1942 - 1949 - obras de recuperação e de reconstrução pela DGEMN incluindo demolição de barracas adossadas à barbacã e torre de menagem.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes. Muralhas e torres perpendiculares ao solo construídas com alvenaria de pedra disposta à fiada e argamassa de cal

Materiais

Pedra (granito), cal, areia, madeira e telhas.

Bibliografia

KEIL, Luís, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre, Lisboa, 1943; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1946; DGEMN, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 61, Lisboa, Setembro de 1950; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; FIGUEIREDO, José Francisco, Monografia da Notável Vila de Nisa, Sintra, 1956; SOUSA, Tude Martins de e RASQUILHO, Francisco Vieira, Amieira do antigo Priorado do Crato, Lisboa, 1982; MOURA, José Dinis da Graça Mota e, Memória Histórica da Notável Vila de Nisa, Lisboa, 1982; IPPAR, Castelo de Amieira do Tejo - Guia (desdobrável), Lisboa, IPPAR, s.d..

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DREMS; Câmara Municipal de Gavião

Intervenção Realizada

1914 - limpeza da cisterna; Comissão dos Monumentos Nacionais: 1924, a partir de - reparações; 1934 c. - possível intervenção, já que ficou registada a data de 1934, insculpida na janela mainelada da torre de menagem; DGEMN: 1942 - início obras de restauro, incluindo consolidação de muralhas, obras posteriormente interrompidas por falta de verba; 1943 - 1945 - reinício das obras de restauro: demolição de paredes de alvenaria em muralhas e escadas; desentaipamento de vãos; construção paredes de alvenaria;1945 -1946 - aquisição de prédios rústicos e urbanos adossados à barbacã para desafrontamento do castelo; 1946 - 1948 - construção de pavimentos e telhados das torres; desentulhamento pavimento da Torre de menagem até ao nível primitivo; construção escadas na Torre de menagem; apeamento e reconstrução da barbacã junto das casas expropriadas, incluindo reconstrução de muralhas e merlões e reconstituição portas barbacã e praça d'armas segundo elementos de cantaria existentes; assentamento canteiros porta da barbacã; assentamento de 12 vigas sobre cachorros existentes; demolição placa de betão que cobria a Torre de menagem; construção armação e cobertura telhados Torre de menagem; construção de portas reforçadas com ferragens; rebocos interiores Torre de menagem; desentulhamento e calafetamento da cisterna; construção do adarve segundo elementos existentes; 1948 - início demolição das barracas adossadas à barbacã, a O. e S., e à Torre de menagem, a E. e N.; 1948 - 1949, c. de - demolição muretes interiores da Praça d'armas construídos aquando da instalação do cemitério; 1949 - conclusão das obras; picagem e reconstrução rebocos na Torre de menagem; pintura das madeiras de coberturas e soalhos; pintura de portas; construção de portas em casquinha com gonzos de esfera; escavações e remoção de entulhos; 1961 - reparação e reconstrução dos telhados incluindo substituição telhas partidas, limpeza gárgulas e caleiras e arranque de ervas; reparação caminhos de ronda; 1979 - reparação dos telhados e do caminho de ronda incluindo levantamento e reassentamento da calçada; pintura de portas, caixilhos e portadas; construção e assentamento de portas de madeira nas bocas cisterna; refechamento de fendas e consolidação e tapamento de rombos nas muralhas a S. e N.; substituição porta da cobertura da Torre de menagem; 1985 - reparação de telhados e panos de muralha; recuperação e tapamento de rombos em muralhas; refechamento de juntas; pintura de portas e janelas; EDP: 1985 - iluminação pública; 1986 - Instalação eléctrica e iluminação exterior; IPPAR: DRE: 2001- obras de recuperação e valorização.

Observações

Autor e Data

Rosário Gordalina 1992 / Domingos Bucho 1998 / Rosário Gordalina 2005

Actualização

Rosário Gordalina 2006
 
 
 
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