|
Conjunto arquitetónico Estrutura Religioso Alinhamento
|
Descrição
|
O cromeleque é composto por cerca de 40 menires, de dimensões e morfologias variadas, embora prepondere a forma ovóide . A maioria dos menires estão dispostos segundo uma elipse irregular, com cerca de 15 m. no seu eixo maior, quase orientado no sentido E. - O., e 12 m. no seu eixo menor. No interior da elipse uma linha de cinco menires, em que um é de maiores dimensões, define o eixo N. - S.. A E. um grupo de seis menires forma um alinhamento com 30 m de comprimento. Alguns menires apresentam decorações em superfícies previamente aplanadas para o efeito, onde se identificaram "covinhas" (no topo de três menires); representações em relevo de báculos; composições de linhas incisas, ziguezagueantes e onduladas associadas a semicírculos e a representações antropomórficas; representações solares (menir de maiores dimensões, com cerca de 4 m. de comprimento por 1.30 m de diâmetro); Em quatro dos seis menires de forma estelar, designados também por estátuas - menires, existem representações antropomórficas com figurações do nariz e dos olhos circulares, tendo uma também a representação dos seios. O monumento apresenta ainda c. de 10 menires in situ. |
Acessos
|
Estrada que liga o Alto da Abaneja (estrada Évora - Montemor) ao cruzamento da Valeira, (estrada Évora - Arraiolos). O Alto da Portela de Mogos localiza-se a c, de 3,5Km do Alto da Abaneja, a c. de 200 m. a E. da estrada. O monumento encontra-se na divisão das propriedades Herdade de Mogos, Herdade Vale de Maria das Palanganas e Herdade de Vale Maria de Cima |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997 |
Enquadramento
|
Rural. Situado no interior de um denso sobreiral, no topo de uma encosta suave, em zona de pequeno relevo. |
Descrição Complementar
|
Espólio recolhido nas três camadas arqueológicas reconhecidas após a escavação do monumento: Na primeira camada recolheram-se fragmentos de cerâmicas medievais, modernas e contemporâneas, fragmento de telha romana e cerâmicas da Idade do Ferro. Na segunda camada recolheram-se fragmentos de taças carenadas, com decoração impressa e incisa e material lítico atribuível à Idade do Bronze do Sudõeste. Na terceira camada recolheram-se cerâmicas neolíticas e calcolíticas e artefactos em pedra lascada. Na estrutura de sustentação do menir de maiores dimensões foi encontrado um machado de pedra polida e na estrutura de sustentação de um dos menires do alinhamento foi encontrada uma enxó. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: alinhamento |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
|
Pública : estatal / Privada : pessoa singular |
Afectação
|
|
Época Construção
|
Época megalítica |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Não aplicável. |
Cronologia
|
5000 a.C. - 01 a.C. - construção; 1966 - o monumento foi identificado por Henrique Leonor Pina; 1995 - Realização de trabalhos de investigação arqueológica que consistiram na escavação integral da zona onde se encontravam os menires, com posterior programa de recuperação em que se procedeu à anastilose dos monólitos fragmentados e se recolocaram outros nas primitivas estruturas de sustentação (foram detectadas doze), uma vez que quando se iniciaram os trabalhos apenas dois menires se conservavam erectos e cerca de onze tombados in loco; 1996, 07 de Outubro - Despacho de classificação como Imóvel de Interesse Público; 1997, 31 Dezembro - no decreto de classificação, como imóvel de Interesse Público, surge denominado como Cromeleque da Portela de Modos; 2002, 19 de Fevereiro - por Dec. nº5/2001, DR 42, a designação é corrigida para Cromeleque da Portela de Mogos. |
Dados Técnicos
|
Blocos afeiçoados em granodiorito, com estruturas de implantação constituídas por fossas, com diferentes profundidades, e coroas de blocos em pedra, em alguns casos cobertas por pedras de pequenas dimensões. |
Materiais
|
Granodiorito |
Bibliografia
|
PINA, Henrique Leonor, Novos Monumentos Megalíticos do Distrito de Évora in Actas do 2º Congresso Nacional de Arqueologia 1, Coimbra, 1971; GONÇALVES, José Pires, Roteiro de Alguns Megalitos da Região de Évora, A Cidade de Évora, 58, Évora, 1975; ARNAUD, José Morais, Núcleo dolménico de Graça do Divor in Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; Cromlechs und menhir bei Évora in Portugal, Madrider Mitteilungen, vol. 17, 1976; GOMES, M.V., Cromeleque da Portela de Mogos, um monumento sócio-religioso megalítico in Paisagens arqueológicas a oeste de Évora, Évora, 1997; Aspects of megalitic religion according to the portuguese menhirs, The intelectual expression of Prehistoric man, art and religion, III The Valcamonica Symposium, pp.385 - 401, Capo di Ponte. |
Documentação Gráfica
|
IPPAR: DRE, procº. 2.00.356; Carta Militar 1:25 000, reconstituição de planta (segundo Mário Varela Gomes) |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID; IPPAR: DRE., procº 2.00.356 |
Intervenção Realizada
|
CME: 1995 - programa de estudo e valorização do monumento no âmbito do programa LIFE, com a responsabilidade científica do Arq. Mário Varela Gomes. |
Observações
|
Segundo o responsável pelos trabalhos arqueológicos, o monumento teria sido erguido durante o Neolítico Médio, embora a erecção dos menires do eixo N. - S. e o alinhamento sejam posteriores, bem como alguns dos menires decorados. Os menires transformados em estelas pertencem já ao Neolítico Final. No Calcolítico destruíram-se alguns menires, fase que terá correspondido ao abandono das actividades mágico - religiosas, retomadas mais tarde, na Idade do Bronze. |
Autor e Data
|
Paula Noé 1996 / Paula Amendoeira 1998 |
Actualização
|
|
|
|