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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Santuário
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Descrição
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Planta composta pela igreja e dependências anexas, cerca, hospedaria, fonte e tanque de Nossa Senhora de Aires no terreiro fronteiro à igreja. Igreja de planta em cruz latina, composta, virada a O. Nave longitudinal dividida em três tramos, de onde sobressaem os braços do transepto e os volumes verticais das duas torres da fachada e do zimbório octogonal. Frontaria imponente, marcada por duas torres sineiras laterais, simétricas, por cinco janelas de sacada e por um frontão contarcurvado, caracteristicamente barroco; esta fachada forma um vasto adro acessível através dum arco central de volta inteira ladeado por dois outros mais estreitos; seis arcos laterais dão igualmente acesso ao adro; cada uma das torres é rematada por uma pequena balaustrada com pináculos nos vértices e por uma cobertura em forma de bolbo. A fenestração é regular, ao longo de todo o corpo, acompanhando a divisão interior em tramos; uma balaustrada em mármore remata todo este volume. O portal de entrada da igreja enquadra, no lintel, uma cartela com a dedicatória, em latim, a Nossa Senhora; é ladeado por duas janelas de grades, com características idênticas. INTERIOR: nave de três tramos separados por pilastras em trompe l'oeil; a capela-mor, de planta circular, assente em colunas em mármore de Viana, é profusamente ornamentada com trabalhos em estuques e pinturas murais; o altar-mor/santuário, disposto no eixo da capela-mor é constituído por quatro altares em forma de urna, sob um complexo baldaquino em estilo rococó. A cobertura da nave é em abóbada de volta inteira, a iluminação é proporcionada pelos janelões da nave; o zimbório, de planta octogonal assente sob trompas, tem oito janelas (quatro delas falsas) e cobertura em cúpula com lanternim de alvenaria. |
Acessos
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Depois de Viana do Alentejo, segue-se pela estrada para Portel; o Santuário situa-se c. de 1500m após o cemitério da sede de concelho, visível da estrada principal e acessível por um estradão que com ele comunica. |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 31-J/2012, DR, 1.ª série, n.º 252 de 31 dezembro 2012 |
Enquadramento
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Rural, destacado, isolado, em planície, que se estende entre Évora e a Serra de Viana. A 200m a NO. a Capela do Cruzeiro (v. PT040713020005) e a 1150m a S. o Cemitério (v. PT040713020043) e a Ermida de Santo André (v. PT040713020042); no terreiro fronteiro à igreja, a Fonte de Nossa Senhora de Aires, anterior à construção do actual santuário, com frontão triangular e pináculos em alvenaria e um vasto tanque-bebedouro, integrando uma lápide de mármore evocativa da Restauração. O Santuário localiza-se num importante ponto de confluência da estrada romana de Ebora/Pax Julia, encontrando-se nas imediações grande quantidade de vestígios romanos e visigóticos, entre eles moedas, fragmentos e peças de cerâmica, esculturas, lápides, cipos, actualmente no Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia *1. |
Descrição Complementar
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TANQUE E FONTE DE NOSSA SENHORA DE AIRES: frontão triangular e pináculos em alvenaria e um vasto tanque-bebedouro, integrando uma lápide de mármore evocativa da Restauração |
Utilização Inicial
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Religiosa: santuário |
Utilização Actual
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Religiosa: santuário |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Évora) |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Padre João Baptista (risco) e Manuel Gomes (mestre de obra); o autor do portal da igreja é Manuel Antunes, de Estremoz |
Cronologia
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Séc. 16 - data provável de construção do primeiro edifício; 1640 - construção da Fonte de Nossa Senhora de Aires, segundo cronograma na mesma; 1743, 29 de abril - dá-se início à demolição do edifício velho; 1744, outubro - conclusão dos alicerces da obra e das colunas do novo santuário, embora só colocadas mais tarde; 1750 - são erguidas as colunas; 1751, 27 setembro - a afluência de peregrinos determina a atribuição de alvará real para a Feira franca de Nossa Senhora de Aires; 1760, 15 de março - inauguração solene da igreja; 1790 - execução da frontaria e das duas torres sineiras; 1804 - conclusão destas obras e celebração da sua segunda sagração; 2008, 23 janeiro - Proposta de abertura de processo de classificação pela DRCAlentejo; 2008, 23 junho - Despacho de abertura do processo de classificação pela Subdiretora do IGESPAR; 2008, 23 outubro - Proposta da DRCAlentejo para a classificação como IIP - Imóvel de Interesse Público e de ZEP; 2009, 30 abril - Parecer do Conselho Consultivo do IGESPAR. a propor a classificação como MN - Monumento Nacional e de ZEP conjunta com a Capela do Cruzeiro (v. PT040713020005); 2009, 28 outubro - novo parecer da SPAA do Conselho Nacional de Cultura relativo à classificação e à ZEP; 2011, 9 de dezembro - publicado no DR nº. 235, 2ª série, o Anúncio nº. 18226/2011 de Projecto de Decisão relativo à classificação como MN do Santuário e da Capela do Cruzeiro e à fixação da respetiva ZEP; 2011 - 2012 - Proposta de redução da área a classificar, apresentada por proprietária de imóveis sitos nas imediações do santuário; 2012, 20 fevereiro - Informação favorável à redução da classificação pela DRCAlentejo; 2017, 11 julho - publicado no DR, 2.ª Série, n.º 132, o Anúncio de procedimento n.º 5892/2017 relativo a Empreitada de obras de conservação e requalificação do Santuário. |
Dados Técnicos
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Paredes portantes reforçadas por cunhais e pilastras em silharia assentes sobre embasamento em pilares e arcaria; tecto em abóbada em meia-laranja. |
Materiais
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Paredes em alvenarias mistas de pedra e tijolo argamassadas, rebocadas e caiadas; cunhais, pilastras e alisares dos vãos em mármore granito; alisares de vãos, frisos exteriores, arcos e portal principal em mármore; caixilharias em madeira e ferro pintadas; coberturas em telha de canudo; tectos em tijolo maciço rebocados e caiados; pavimentos exteriores em calçada de granito e mármore; pavimentos interiores em madeira, ardósia e mármore, e escadas em laje de pedra; ferro nas janelas de sacada. |
Bibliografia
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ESPANCA, Túlio - Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora. Lisboa, 1978; "Santuário de Nossa Senhora de Aires". A Cidade de Évora, nº 60; LEAL, Pinho - Portugal Antigo e Moderno. Lisboa, 1893. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN/DSID; IPPAR: DRE; CMVA; Associação de Reitores dos Santuários de Portugal / Paulinas |
Documentação Administrativa
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DGPC: DRE; CMVA; DRCAlentejo |
Intervenção Realizada
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CMVA - Reparações pontuais: caiações, limpeza de coberturas. |
Observações
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*1 - alguns destes vestígios foram incorporados na construção da igreja, como é o caso das duas aras com inscrições em latim, integradas nos pilares do muro do adro; *2 - Do conjunto fazem parte uma grandiosa hospedaria, hoje totalmente arruinada, e a chamada Alameda dos Romeiros, corpo longitudinal, de um só piso, onde se alojavam o sacristão e o guarda e se guardavam as esmolas de peregrinos e algumas alfaias religiosas; *3 - A imagem venerada como sendo da padroeira é, na verdade, uma pietá em pedra de ança policromada, datável do séc. 15. |
Autor e Data
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Paula Amendoeira 1998 |
Actualização
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