Igreja do Mosteiro de Nossa Senhora da Oliva

IPA.00004300
Portugal, Viseu, Sátão, Sátão
 
Mosteiro feminino dominicano, de que resta a igreja, bastante adulterada, pelo desaparecimento dos coros, que apenas surgem marcados exteriormente, e parte do antigo mirante. A igreja é de planta retangular composta por nave, capela-mor mais estreita e corpo dos coros, com marcação exterior ainda visível, tendo sacristia adossada à capela-mor. Fachada principal marcada pelo portal, de verga recta e rematado por frontão triangular, sendo a restante fachada rasgada, mais ou menos regularmente por janelas rectilíneas em capialço. Sobre os coros, um campanário duplo. Interior revestido a azulejo de tapete, de padrão policromo, com coberturas diferenciadas, a da nave em masseira e de feitura recente, sendo a da capela-mor em falsa abóbada de berço, em caixotões. Possui púlpito quadrangular e com acesso pelos anexos, no lado do Evangelho. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras, flanqueado por retábulos de talha dourada de planta recta e um eixo, do estilo barroco joanino. Capela-mor com supedâneo de três degraus, onde surge o retábulo-mor, de talha dourada e do mesmo estilo dos anteriores, mas de três eixos. O arco triunfal e intradorso das modinaturas das janelas apresentam pinturas murais barrocas.
Número IPA Antigo: PT021817100008
 
Registo visualizado 545 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de São Domingos - Dominicanas

Descrição

Mosteiro de que subsiste a igreja, de planta longitudinal composta por nave, capela-mor mais estreita e sacristia, de volumes articulados e disposição horizontalista das massas, com coberturas diferenciadas em telhados de uma e três águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, excepto a principal, em cantaria aparente, em aparelho isódomo, com cunhais apilastrados, alguns revelando um alteamento, e rematadas em cornija e beirada simples. Fachada principal, voltada a SE., marcada pelos corpos da nave, ao centro, o dos coros, no lado esquerdo e o da capela-mor no direito. O corpo da nave é rasgado por portal de verga recta, com moldura recortada e almofadada, rematado por friso com inscrição: "DEDICADO A NOSSA SENHORA DA OLIVA A 6 DE ABRIL 1633", e frontão triangular, surgindo, sobre o eixo do portal, uma cruz latina sobre plinto tronco-piramidal e bola. Encontra-se flanqueado por duas janelas rectilíneas em capialço. A capela-mor é mais alta, rasgada por janela rectilínea, em capialço, tendo adossado o corpo da sacristia, separado por pilastra toscana, iluminada por uma janela semelhante à anterior. No lado esquerdo, o corpo dos coros, de dois pisos, o inferior com porta de verga recta e o superior rasgado por duas janelas rectilíneas em capialço, que se prolonga um muro, onde se verifica a existência de uma antiga porta rectilínea, entaipada a tijolo, sobre o qual surge o campanário, assente em cornija, com duas sineiras de volta perfeita, rematada por cornija e pináculo de bola sobre plinto paralelepipédico. Fachada lateral esquerda, virada a SO., em empena recta cega. Fachada lateral direita, virada a NE., em empena recta, com porta de verga recta, de acesso à sacristia. Fachada posterior de três panos, o do lado esquerdo, iluminado por seis janelas jacentes, que iluminam dependências incaracterísticas que se adossam à capela-mor. INTERIOR com as paredes da nave recobadas e pintadas de branco na zona dos antigos coros, encontrando-se a nave totalmente revestida a azulejo de tapete, de padrão policromo, com cobertura de madeira em masseira e pavimento em lajeado de granito, onde se marcam as primitivas sepulturas. Possui coro-alto de madeira, com acesso por escada de um lanço, do mesmo material, com guardas vazadas, formando falsos balaústres. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular, com bacia em cantaria, assente em mísula e possuindo guarda plena de talha pintada, com pilastras nos ângulos e formando cartelas e elementos fitomórficos; tem acesso por porta de verga recta com moldura de cantaria, rematada por sanefa de talha. Fronteira, a porta principal de acesso ao templo, encimado por sanefa de talha dourada. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, com o intradorso pintado com apainelados, revestido a azulejo de tapete; encontra-se flanqueado por duas capelas colaterais, dedicadas à Virgem (Evangelho) e ao Crucificado (Epístola). A capela-mor encontra-se elevada por um degrau, com as paredes forradas a azulejo de tapete, semelhante ao da nave, com pavimento em cantaria e cobertura em falsa abóbada de berço de madeira em caixotões pintados, tendo a janela com vestígios de pinturas murais, e, no lado da Epístola, porta de verga recta, de acesso à sacristia e a outras divisórias incaracterísticas. Sobre supedâneo de três degraus, o retábulo-mor de talha dourada e policroma, de planta recta e três eixos definidos por quatro colunas salomónicas, assentes directamente no sotobanco, rematadas por friso e cornija. No eixo central, tribuna ovalada, rodeado por acantos, contendo peanha para a imagem do orago e, ao fundo, enorme resplendor; nos eixos laterais nichos semicirculares, cobertos por abóbadas de concha, contendo mísula com imaginária e rematado por cartelas e enrolamentos. Na base da tribuna, o sacrário embutido, de perfil contracurvo e rematado em cornija. A estrutura retabular remata em forma de tímpano, acompanhando o perfil da cobertura, totalmente revestido por elementos decorativos, como enrolamentos, fragmentos de frontão, concheados, plumas, anjos de vulto; altar paralelepipédico, com o frontal pintado. No extremo esquerdo da igreja, visluumbra-se um corpo torreado, que formaria, certamente, o antigo mirante das monjas e ligaria aos dormitórios.

Acessos

EN 229, Viseu - Sátão, 2 Km à saída do Sátão na povoação do Tojal

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 41 191, DG, 1.ª série, n.º 162 de 18 julho 1957

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado em superfície plana, separado da via pública por espaço ajardinado, estando envolvido por terrenos de cultivo.

Descrição Complementar

Os retábulos colaterais são semelhantes, de talha dourada e policroma, de planta recta e um eixo, com o corpo côncavo, definido por quatro colunas salomónicas, assentes em consolas, que centram nicho ovalado, contendo peanha com imaginária. Remate emarco de volta perfeita, profusamente ornado por acantos, concheados, plumas e cartela central. Altares paralelepipédicos.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ESCULTOR: Frei Paulo de Sousa (séc. 17).

Cronologia

Séc. 17 - provável fundação do convento; 1633 - construção da igreja, conforme se deduz de uma data epigrafada no portal principal; 1640 - inauguração do convento; feitura da imagem do orago pelo escultor Frei Paulo de Sousa; 1706 - datação lateral no pórtico, podendo corresponder à obra de reforma da decoração da igreja, com feitura das estruturas retabulares, caixotões da capela-mor e pintura do arco triunfal; 1830 - passagem para a alçada do Estado que 20 anos depois o vendeu; 1958, 06 dezembro - retificação da localização do Decreto de classificação, que situa o imóvel em Vila de Igreja e que passa a indicar Tojal, Decreto n.º 42 007, DG, 1.ª série, n.º 265.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, rebocada e pintada; fachada principal, cunhais, pilastras, modinaturas, pavimentos, bacia do coro, arco triunfal, frontão em cantaria de granito; coberturas, portas, coro-alto em madeira; azulejo tradicional; cobertura em telha.

Bibliografia

SOUSA, Albano Martins de, Terras do Concelho do Sátão, Sátão, 1991

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, 2.ª metade - construção do coro-alto.

Observações

Autor e Data

João Carvalho 1996

Actualização

 
 
 
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