Forte de Âncora / Forte da Lagarteira

IPA.00004110
Portugal, Viana do Castelo, Caminha, Vila Praia de Âncora
 
Arquitectura militar, seiscentista. Dada a sua planimetria, integra-se no grupo de fortes seiscentistas de planta estrelada, de pequenas dimensões e alçado simples. Cruzava fogo com o Forte de Santiago. Denota persistências de formas de carácter medieval, observável no balcão fechado, e sua conciliação com um concepção planimétrica e militar completamente distinta e de cariz seiscentista.
Número IPA Antigo: PT011602170009
 
Registo visualizado 2231 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Forte    

Descrição

Planta estrelada formada por 4 baluartes laterais e bateria ressaltada, de 3 faces encimadas por eirado, na fachada posterior, voltado ao rio. Muros em talude, corridos em toda a sua extensão por moldura curva encimada por parapeito, interrompido nos cunhais por guaritas, facetadas e coroadas por bola sobre plinto, e por canhoeiras na bateria. No baluarte virado a N. sobressai da muralha balcão fechado sobre 3 modilhões e com bueiros. Ao centro da face recta do frontespício, portal de arco pleno, de aduelas marcadas e sobre pés direitos, encimada pelas armas de Portugal, coroadas e com volutões laterais. No interior, pequena praça de armas enquadrada por 3 construções com cobertura a 1 água e 2 rampas de acesso ao adarve e eirado. Quartéis abobadados e com lareira.

Acessos

Vila Praia de Âncora, Avenida Dr. Ramos Pereira. WGS84 (graus decimais): lat.: 41,815525; long.: -8,867876

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967

Enquadramento

Borda d'água. Ergue-se na margem direita do rio Âncora sobre maciço rochoso, junto ao porto, e no lugar designado de Lagarteira.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: forte

Utilização Actual

Segurança: capitania portuária

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Época Construção

Séc. 17 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1640 / 1668 - Época provável da sua construção, durante a Guerra da Restauração; 1690 - data apontada pelo Engº Bastos Moreira para a sua edificação, sob ordem de D. Pedro II; 1939, 16 Novembro - cedência do forte ao Ministério da Marinha; 1967, 24 janeiro - decreto classifica o forte erradamente no concelho de Viana do Castelo; 10 março - retificação do diploma anterior com localização corrigida para o concelho de Caminha, nº 47 508, DG, 1.ª série, n.º 59.

Dados Técnicos

Estrutura mista em cantaria com aparelho "mixtum vittatum" e "vittatum".

Materiais

Granito. Cobertura de telha.

Bibliografia

BEÇA, Humberto, Os Castelos de Entre-Douro e Minho, Famalicão, 1923; GUERRA, Luís de Figueiredo, Castelos do Distrito de Viana, Coimbra, 1926; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; MOREIRA, Bastos, O Forte da Lagarteira (Âncora) in Jornal do Exército, Lisboa, Jan. 1984; GIL, Júlio, Os Mais Belos Castelos e Fortalezas de Portugal, Lisboa, 1986; MOREIRA, Rafael, Do Rigor Histórico à Urgência prática: a arquitectura militar in História da Arte em Portugal, vol. 8, Lisboa, 1986, p. 67 - 85; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987; NUÑEZ, Estanislao Fernandez de la Cigoña, Teoría e Proyecto sobre les Fortificationes Militares al Norte del Duero, s.l., Gabinete de História e Arqueologia de Vila Nova de Gaia, 1987.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

DGEMN: 1955-Execução de obras de conservação pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação; 1980 / 1981 - obras de consolidação; 1982 / 1983 - beneficiação do muro interior; 1984 - trabalhos de beneficiação; 1997 - conservação dos paramentos exteriores, caminho e ronda e beneficiação do adarve; revisão da instalação eléctrica; iluminação do caminho de ronda.

Observações

Este imóvel foi classificado como Forte da Lagarteira pelo Despacho de Maio de 1973. Foi uma das fortalezas construídas no séc. 17, durante o reinado de D. Pedro II, para o reforço da costa portuguesa perante a ameaça espanhola, integrando-se na linha defensiva estrategicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da Costa atlântica. A sua planta estrelada com baluartes faz deste imóvel uma verdadeira fortaleza, tornando-se, portanto, incorrecta a designação de forte. Segundo Nuñez (1987), este imóvel, bem como outras fortificações levantadas no século 17 na costa portuguesa entre Vila Praia de Âncora e Esposende, reúnem as mesmas características constituindo na prática um modelo, representam um avanço no sistema de defesa e vigia e possivelmente resultam da elaboração do mesmo arquitecto ou projectista. O autor não exclui a hipótese deste sistema se estender até ao Guadiana, como plano integrado de uma política de defesa da costa definida a partir da capital do reino.

Autor e Data

Paula Noé 1992 / Filomena Bandeira 1996

Actualização

Paula Noé 1998
 
 
 
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