Torre de São Vicente / Torre de Belém
| IPA.00004065 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Belém |
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Arquitectura militar e arquitectura financeira, manuelina, maneirista e revivalista, neo-manuelina. Edifício militar manuelino composto por torre quadrangular de 4 andares e baluarte poligonal com merlões, forma que combina a tradição medieval de torre, filiada no modelo da torre de menagem do Castelo de Vincennes, segundo Mário Tavares CHICÓ, conjugada com as novas técnicas de fortificação decorrentes do aparecimento de nova artilharia piro-balística que implicava muralhas fortes e planimetria poligonal, baseado em modelos italianos. À estrutura original foi acrescentado edifício paralelepipédico de linhas simples, maneirista, e, posteriormente, o seu espaço foi ocupado por um claustro rectangular decorado com elementos neo-manuelinos, patentes em todo o monumento, como cruzes da Ordem de Cristo, esferas armilares, rendilhados, pináculos torsos. A sua originalidade reside na implantação, estrutura e planimetría: uma torre de grande altura (30m) provida de baluarte, construída no leito do rio Tejo, nas imediações do Mosteiro de Santa Maria de Belém e da Capela de S. Jerónimo, com os quais se pode estabelecer uma relação directa a nível funcional. As guaritas são salientes e assentam em mísulas esculpidas com animais fantásticos e uma cabeça de rinoceronte, considerada a 1ª representação deste animal no mundo europeu. Ao invés de ser dissimulada na paisagem, a grande altimetria da Torre, a fragilidade e o demasiado decorativismo escultórico (maioritariamente neo-manuelino) que patenteia, não se coadunam com objectivos bélicos, transformando o monumento num dos símbolos expoentes dos Descobrimentos Portugueses. Todas as abóbadas são de tijolo exceptuando a do 4º piso da torre, construída em cantaria. |
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Número IPA Antigo: PT031106320024 |
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Registo visualizado 8916 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Planta composta por torre quadrangular e baluarte de forma hexagonal irregular, de flancos alongados, que se projecta para S em direcção ao meio do rio. Volumes articulados com torre verticalista e baluarte de massa horizontal. Coberturas exteriores em terraço. No ângulo NE um cais com escada protegido por pano de muro coroado de merlões piramidais dá acesso, por ponte levadiça, ao baluarte através de portal de arco pleno com decoração vegetalista e de grutescos, encimado por pedra de armas com brasão real e flanqueado por colunelos rematados por esferas armilares. O baluarte possui muralhas com jorramento onde se rasgam 17 canhoneiras quadradas, de capialços abertos para o exterior, e um óculo a N; coroamento em muro baixo com merlões em forma de escudo curvo com cruz da Ordem de Cristo a envolver terraço; nos vértices guaritas cilíndricas em ressalto, sobre mísulas zoomórficas, cobertas por domos de gomos. Caixa murária e guaritas cintadas por friso torso com grande nó a N. No interior do baluarte uma cave, com acesso por escada em caracol a N, 2 salas contíguas com abobadilhas de berço suportadas por arcos plenos de cantaria, 4 paióis e instalações sanitárias. No 1º piso casamata de pavimento lageado inclinado em direcção ao exterior e cobertura em abobadilhas de berço e de aresta com nervuras, apoiadas em arcos e pilastras de cantaria; perifericamente situam-se os compartimentos onde se rasgam as canhoneiras, de pés-direitos e angulações assimétricas, cobertos de abóbadas rebaixadas. Para o claustro abrem-se 2 arcos plenos, a N e S, e 6 arcos quebrados, a E e O, intercalados por pilares inferiormente quadrangulares, facetados a meia altura, com gárgulas, e rematados em pináculos torsos ligados por balaustrada com cruzes da Ordem de Cristo ao nível do terraço, acantonada por colunas com esferas armilares e tendo a S nicho com imagem de Nossa Senhora com o Menino. Torre a N com 4 registos marcados exteriormente por fenestrações e um adarve e, no interior, um piso inferior constituído por uma cisterna abobadada. No 1º registo, porta rectangular a S, janelas em arco pleno a E e N e guaritas nos cunhais NE e NO. No 2º, varanda a S sobre cachorrada com matacães, constituído por arcada de volta perfeita provida de balaustrada rendilhada e coberta por alpendre de cantaria; a E, N e O janelas de sacada em arco pleno com balcão de duplo-arco mainelado, sobre cachorros; nos cunhais NE e NO nichos com estátuas de S. Vicente e S. Miguel. No 3º, janelas geminadas de duplo-arco pleno mainelado, a E, N e O, e 2 janelas de arquivolta plena, torsa, com balaustrada, intercalando 2 esferas armilares e grande pedra de armas com brasão real. O 4º registo é recuado e rodeado por caminho de ronda ameiado sobre cachorrada com matacães; a N porta em arco pleno e meio óculo, a E janela de peito em arco pleno. O terraço é circundado por muro baixo com merlões piramidais e acantonado por pequenas guaritas. A O torreta cilíndrica que abriga escada de caracol que liga os pisos, embebida na caixa murária e iluminada por frestas. INTERIOR: 1º piso, Sala do Governador, com poço octogonal que abre para a cisterna, nos cantos NE e No estreitos corredores conduzem às guaritas, embebida na parede a O pequena porta de acesso à escada; no 2º, Sala dos Reis, com pequena lareira cantonal; no 3º, Sala das Audiências também com lareira. Os 3 pisos são cobertos com abobadilhas rebocadas. No 4º, Capela de pavimento lageado e cobertura em abóbada polinervada com bocetes com emblemática manuelina, apoiada em mísulas esculpidas. |
Acessos
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Avenida de Brasília |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 10-01-1907, DG n.º 14 de 17 janeiro 1907, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria n.º 44/92, DR, 2.ª série, n.º 36 de 12 fevereiro 1992 / Património Mundial - UNESCO, 1983 |
Enquadramento
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Urbano. Ribeirinho. Implanta-se, isolado, no leito do rio Tejo, junto à margem direita, entre a Doca do Bom Sucesso e Pedrouços, sobre um afloramento basáltico do denominado "complexo Lisboa - Mafra", tendo nas imediações, a E, o Mosteiro de Santa Maria de Belém (v. PT031106320005), a O. o Forte do Bom Sucesso (v. PT031106320616) e, a N, a Casa do Governador da Torre de Belém (v. PT031106320289), a Antiga Residência do Governador do Forte do Bom Sucesso (v. PT031106320290) e a Capela de S. Jerónimo (v. PT031106320054). Liga-se a terra por uma ponte sobre lençol de água retido por um dique semi-circular com amplos degraus. |
Descrição Complementar
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Dos elementos manuelinos originais, destacam-se o portal de entrada, a fenestração, as mísulas das guaritas e a abóbada da sala do último piso (Capela). O portal é em arco de volta perfeita de arquivolta única decorada com grutescos (taças, elementos florais, aves, animais fantásticos e volutas de folhagem) emoldurada por toros recamados de folhas, o interior sobre bases facetadas e o exterior encimado por 2 cogulhos que ladeiam pedra de armas com brasão real, sendo o colunelo da dir. inferiormente estriado. Flanqueiam o portal 2 colunas embebidas, rematadas por esferas armilares. Nas janelas predominam os arcos de volta perfeita, simples ou geminados, de molduras chanfradas ou com colunelos lisos ou torsos com rosetas, encimados por capitéis vegetalistas e enastrados. Os 7 arcos do varanda S. apoiam-se em colunelos lisos com capitéis de enastrado torso. Nesta e nas janelas de sacada acrescentaram-se balaustradas rendilhadas, algumas com Cruzes da Ordem de Cristo. As guaritas do baluarte assentam em mísulas esculpidas com animais fantásticos (grutescos) e a de NO. com cabeça de rinoceronte. A Capela da Torre possuí abóbada de perfil rebaixado, polinervada estrelada, de pontas duplicadas nos cantos NE e NO, emoldurada por arcos decorados com meias-esferas, assente em mísulas com motivos vegetalistas e máscaras, e com bocetes heráldicos (esferas armilares, cruzes da Ordem de Cristo e brasão real no fecho) emoldurados por coroas de folhagem. As molduras das portas da torre e das guaritas são em arco polilobado. |
Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: monumento |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DGPC, Decreto-Lei n.º 114/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012 |
Época Construção
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Séc. 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Francisco de Arruda |
Cronologia
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Séc. 16, 1ª met. - Garcia de Resende, na Crónica de D. João II, afirma que este rei considerando as defesas de Lisboa insuficientes e querendo dotar a barra do Tejo de fortificações eficazes, ordenou "fazer uma forte fortaleza", de que o próprio cronista chegou a fazer o debuxo. O rei, porém, morreu e foi D. Manuel, 20 anos mais tarde, que retomando a ideia do seu antecessor, mandou construir a Torre de Belém; 1513 - Carta de Lourenço Fernandes que refere que uns amigos de Boitaca disseram que o rei ordenara a este que construísse uma torre em Restelo Velho, por ser muito necessária; 1514 - Início da construção, sobre um afloramento basáltico que se situava, então, a alguma distância da margem, sendo parte da cantaria utilizada aparelhada nos estaleiros do Mosteiro de Santa Maria de Belém; 1516 - Francisco de Arruda é documentalmente referido como "mestre do baluarte do Restelo", aí recebendo 763 cantos de cantaria lavrada e 504 varas de pedra aparelhada, entregues por Diogo Rodrigues, almoxarife e recebedor; 1519 - Ano apontado como o da conclusão da obra, aí residindo desde então Gaspar de Paiva, irmão do aio do rei; 1521, 15 Setembro - Nomeação oficial de Gaspar de Paiva como 1º capitão-mor e alcaide, que colocou a fortaleza sob a invocação do padroeiro da cidade, chamando-lhe Castelo de São Vicente a par de Belém; 1571 - Francisco d'Holanda aconselha o rei sobre a construção de uma "fortíssima e expugnável" fortaleza que defendesse convenientemente a capital do reino e que a Torre de Belém "devia ser fortalecida, reparada e acabada (...) que tanto tem custado sem estar bem acabada", e desenha-a com um baluarte rectangular, acantonado por guaritas paralelipipédicas; 1580 - Depois de poucas horas de combate, a Torre rende-se às forças espanholas comandadas pelo Duque de Alba; 1580 a 1830 - As masmorras servem de prisão do Estado; Séc. 16, último quartel - Em data indeterminada é construída uma casa, "quartéis filipinos", de planta rectangular, com 2 pisos rasgados por janelas rectangulares, sobre o terraço do baluarte, patente em todas as representações do monumento até ao séc. 19, que igualmente mostram a inexistência de balaustradas nas varandas, de merlões amoriados com a Cruz da Ordem de Cristo e de domos de gomos nas guaritas; 1589 - D. Filipe II ordena ao eng. italiano Fr. João Vicenzio Casale que projectasse poderosa fortaleza para ser construída no local do "inútil castelo de S. Vicente", tendo este apresentado 3 propostas em que o baluarte era envolvido por outro de maiores dimensões, obra que não chegou a concretizar-se; 1633 - Numa planta da Torre de Belém inserta num Códice da Casa de Cadaval não figuram os arcos cruzados da casamata e nos 4 arcos maiores do topo S. surge marca de divisória; 1655 - Data inscrita numa lápide colocada na parede N. do claustro, que atesta uma função aduaneira e de controle da navegação mercantil da Torre, devendo-lhe as embarcações estrangeiras pagar 1 cruzado à saída do porto, imposto que foi progressivamente aumentado; 1780 / 1782 - Sob reinado de D. Maria I, o Gen. Guilherme de Valleré construiu o Forte do Bom Sucesso, cuja bateria ligava à partede O. do baluarte da Torre através de corredor muralhado; 1808 / 1814 - As invasões francesas motivaram algumas alterações para aquartelamento de tropas; 1832 - Lord Beresford aconselha que se fortaleça de artilharia todos os fortes da barra do Tejo, com especial cuidado na Torre de Belém, onde deveriam ser colocadas fortes baterias dos lados do baluarte, sobre carretas atravessadas para melhor cobrir os soldados, visto os muros serem muito baixos; 1833 - Abolição do imposto devido pelas embarcações estrangeiras; 1845 / 1846 - Em consequência dos protestos de Almeida Garrett sobre o estado de ruína do Monumento e esforços do Duque de Terceira, então Ministro de Guerra, foram efectuadas obras sob tutela de D. Fernando II, como o atesta lápide, dirigidas pelo Eng. Militar António de Azevedo e Cunha, tendo sido demolidos os "quartéis filipinos e acrescentados elementos revivalistas como os merlões armoriados, a balaustrada do varandim S., o claustro com platibanda rendilhada e o nicho com imagem da Virgem e o Menino; 1865 / 1867 - Colocação de um farolim na extremidade SE. do terraço; a Torre foi utilizada como estação dos serviços telegráficos; instalação da fábrica de Gás nas imediações, emanando fumos, o que causou grandes protestos; 1940 - Passa para a alçada do Ministério das Finanças tendo sido efectuadas algumas obras de conservação; 1953 - 1958 - Projecto e execução da envolvente paisagística pelo Arquitecto Paisagista António Viana Barreto; 1960, 14 janeiro - Portaria a fixar a primeira Zona Especial de Proteção do edifício, publicada no DG, 2.ª série, n.º 11; 1962 - o edifício está entregue à guarda da Administração Geral do Porto de Lisboa; 1983 - Várias obras de adaptação para albergar um dos núcleos da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, destacando-se o fechamento do claustro com cúpula de plástico transparente; classificada como Património Mundial pela UNESCO; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1999 - o restauro dos paramentos exteriores foi galardoado com o prestigiado prémio internacional Europa Nostra; 2007, 29 março - o imóvel é afeto ao IGESPAR, pelo Decreto-lei nº 96/2007, DR, 1.ª série, n.º 63; 07 Julho - foi nomeado como uma das Sete Maravilhas de Portugal. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista e paredes autoportantes |
Materiais
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Calcário (lioz), tijolo, madeira, vidro, plástico. |
Bibliografia
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HOLANDA, Francisco de, Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa, Lisboa, 1571 (ed. de 1986); RESENDE, Garcia de, Crónica dos Valerosos e Insignes Feitos del Rei D. João II, Lisboa, 1622, p. 115; s.a., A Torre de Belém, in Serões, Lisboa, 1909, p. 419 - 426; SANTOS, Reynaldo dos, A Torre de Belém, Coimbra, 1922; SILVA, Augusto Vieira da, Torre de Belém, Projectos de Remodelação no séc. XVI, in Revista de Arqueologia e História, vol. 6, Lisboa, 1927 - 1928; SANCHES, José Dias, Apontamentos e Croquis à Pena Sobre o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, Lisboa, 1929; Idem, Belém e Arredores Através dos Tempos, Lisboa, 1940; COSTA, Américo, Torre de Belém, in Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular; vol. 3. Lisboa, 1932; NUNES, J. de Sousa, A Torre de S. Vicente a Par de Belém, Lisboa, 1932; Idem , A Torre de Belém, Lisboa, 1959; ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, fasc. 1, Lisboa, 1944; CHICÓ, Mário Tavares, A Arquitectura em Portugal na Época de D. Manuel e nos Princípios do Reinado de D. João III: O Gótico Final Português, o Estilo Manuelino e a Introdução da Arte do Renascimento, Porto, 1948; RIBEIRO, Mário de Sampaio Ribeiro, A Torre e a Fortaleza de Belém, Separata dos Anais, Lisboa, 1954; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; GONÇALVES, A. Nogueira, A Torre Baluarte de Belém, Sep. da Rev. Ocidente, 67 vol., Lisboa, 1964; NUNES, António Lopes Pires, As Fortalezas de Transição nos Cartógrafos do séc. XVI in Livro do Congresso. Segundo Congresso sobre Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1984, p. 54 - 66; DIAS, Pedro, Os Antecedentes da Arquitectura Manuelina in História da Arte em Portugal, 5 vol., Lisboa, 1986, p. 9 - 91; idem, A Arquitectura Manuelina, Porto, 1988; NÉU, João B. M., Em Volta da Torre de Belém. Evolução da Zona Ocidental de Lisboa, Lisboa, 1994; MOREIRA, Rafael, Torre de Belém in O Livro de Lisboa, Lisboa, 1994; AA. VV., Torre de Belém, Intervenção de Conservação Exterior, IPPAR, Lisboa, 2000; AIRES-BARROS, Luís, As Rochas dos Monumentos Portugueses: Tipologias e Patologias, vol. II, Lisboa, Abril 2001. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREL/DRC, DGEMN/DSEP, DGEMN/DRML; Direcção de Serviço de Fortificações e Obras do Exército |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEN/DSARH, DGEMN/DRML |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1939 - limpeza de cantarias; construção de janelas, substituição de pavimentos; 1940 - reparação de abóbadas e rebocos; 1942 - reparação geral da ponte levadiça, rebocos, cantarias, portas e caixilhos com pintura; 1948 - elaboração de 4 estátuas de Navegadores a colocar no jardim da Torre de Belém, adjudicadas aos escultores Álvaro de Brée, Ernesto Canto da Maia e Leopoldo de Almeida; 1951 / 1952 - diversas obras de reparação; 1954 - reparação dos rebocos e consolidação do varandim do lado poente; 1955 - reparação e pintura de caixilharia; 1956 - Beneficiações diversas: madeiras e caixilharias, portas, tampa da cisterna e mastro; 1957 - substituição de lajedo de cantaria e tijoleira; consolidação de merlões, realização de sondagens; trabalhos de carpintaria; 1958 - iluminação e trabalhos de construção civil; 1959 / 1960 - iluminação exterior; reparação da instalação eléctrica; 1962 - conservação de pavimentos; reparação das escadas da entrada e cunhal N.; substituição de portas; 1963 - reparação de fechos, consolidação de cantarias, pintura em caixilharia e tectos; substituição das cordas na guarda de acesso; obras de reparação, na dependência dos guardas; elaboração de reproduções em gesso de lápides comemorativas; 1964 / 1965 - instalação eléctrica; 1966 / 1967 - diversas obras de conservação; 1969 - consolidação da imagem de Nossa Senhora; reconstrução da varanda da fachada N.; 1970 - consolidação do varandim do lado S.; 1972 - consolidação de cantarias e pinturas; consolidação da varanda N.; porta superior da torre; tectos das salas; reparação nas paredes exteriores, muralha e resguardo; 1973 - Reparação das "bocas" de saídas de água e pavimentos; paramentos das paredes e tectos, e chaminés; 1977 - pinturas de paredes, tectos e abóbadas; alteração dos sanitários na Casamata; 1980 - limpeza geral e pintura de paredes e tectos e abóbada na Casamata e salas diversas; pintura em caixilharia de portas e janelas; fixação dos terminais dos merlões; limpeza nas cantarias; 1985 - beneficiações diversas; 1986 - remodelação da instalação eléctrica na zona do claustro; 1987 - beneficiações diversas. IPPAR: 1994 - em colaboração com o World Monuments Fund e a Direcção do Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, foi constituída uma equipa técnico-científica constituída por elementos da U.N.L., I.S.T. e L.N.E.C., no sentido de se proceder à conservação do exterior do monumento, procedendo-se por etapas: 1º documentação do estado de conservação, 2º diagnóstico dos problemas, 3º ensaios "in situ" com tratamentos, 4º intervenção, primeiro na torre e depois no baluarte; 5º recomendações para manutenção; levantamento do estado de conservação dos paramentos exteriores do imóvel; realização de levantamentos, sondagens e testes de lavagem, através de nebulização com água, e de escovagem e micro-abrasão; micro-enchimento de superfícies e recolocação de argamassa nas juntas; 1997 / 1998 - retomado o projecto com intervenção a partir da avaliação dos resultados obtidos anteriormente, começando pela torre e seguindo-se o baluarte: limpeza geral das superfícies; limpeza, tratamento e refechamento de juntas com argamassas resistentes, porosas, aderentes e sem sais; micro-enchimentos; tratamento final das juntas; intervenções estruturais em fracturas de pedras, consolidadas com varões de aço inoxidável e resina epoxídrica (cachorros do varandim); reforço estrutural dos elementos com manifestações de instabilidade; reposicionamento de blocos desalinhados; consolidação de peças escultóricas; limpeza especial; tratamento final (para impedir a recolonização biológica das áreas vulneráveis aplicou-se hidrófugo de tipo polisiloxano); 1999 - obras de restauro e conservação: execução de posto de vendas; remodelação da instalação eléctrica; beneficiações diversas; projecto de novas instalações sanitárias e bilheteira; conservação interior e sinaléctica (empreitada estimada em cerca de 100.000 contos); remodelação do acesso. |
Observações
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*1 - contrariamente ao que a maioria dos historiadores afirmam, a Torre de Belém parece não ter sido construída com o único propósito de defesa da barra do Tejo; tal é corroborado pela sua indissimulação na paisagem, falta de protecção pelo lado N., gravoso por se localizar originariamente no meio do rio, pela sua notória fragilidade sobretudo da torre, já por si demasiado alta e dotada de uma varanda corrida na fachada S, configuração dos capialços das bombardeiras, abrindo indevidamente para o exterior e muros demasiado baixos; de facto, na documentação abundam referências como cárcere, local de quarentena e de alfândega, da qual ainda se conserva uma lápide inscrita. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 / Lina Marques 2002 |
Actualização
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