Igreja Paroquial de Loures / Igreja de Santa Maria
| IPA.00004046 |
Portugal, Lisboa, Loures, Loures |
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Arquitectura religiosa, renascentista, maneirista. Igreja paroquial com estrutura quinhentista, de três naves, cobertura de madeira e sem iluminação directa na central, enriquecida decorativamente, em estilo maneirista, no séc. 17. Os retábulos das naves laterais inserem-se na tipologia dos "Retábulos em forma de edícula" da fase clássica do séc. 16, talvez oriundas de outra igreja, como sugere Robert Smith; organizam-se em 3 ordens sobrepostas, ladeando 9 compartimentos em 3 zonas com telas maneiristas e 1 nicho com arco redondo - tipo de retábulo frequente nas igrejas do Ribatejo e Estremadura. As pinturas das colunas, arcos, enxalços e tectos são tipicamente maneiristas. A talha dos altares colaterais e do mor é barroca, de estilo joanino. O altar- mor é de oficina de Bento da Fonseca de Azevedo; os mármores embutidos do mestre canteiro Manuel Francisco Botelho. A forma esférica do sacrário é bastante inovadora para a época. |
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Número IPA Antigo: PT031107070002 |
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Registo visualizado 4743 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal, composta de 3 naves, capela-mor rectangular seguida de casa da Irmandade do Santíssimo Sacramento, volumes articulados com coberturas escalonadas a 2 e 3 águas; à esquerda adossa-se torre quadrangular com cobertura cónica. Frontispício com cunhais de cantaria, portal de verga recta e frontão triangular encimado e 2 frestas laterais por janela e óculo. Fachadas laterais com altas frestas e portal de frontão triangular. INTERIOR: paredes estucadas formando vários níveis, naves separadas por arcos plenos sobre colunas toscanas pintadas, 2 altares colaterais de talha e 2 retábulos laterais e talha e telas; coro-alto, púlpito circular com baldaquino e baptispério no lado Evangelho. Tectos de perfil semi-circular em madeira, pintada, figurando na da nave central Nossa Senhora da Assunção; sub-coro com caixotões pintados. Arco triunfal pleno envolto por decoração de talha e encimado por "Calvário". Capela-mor com lambril de mármores embrechados, painéis de talha e retábulo de talha com trono e sacrário redondo, cobertura em abóbada artesoada. |
Acessos
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Largo da Igreja. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,832317; long.: -9,179059 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 214 de 12 setembro 1958 *1 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantação harmónica. Ergue-se num largo espaçoso, à saída do centro de Loures, e tendo fronteiro cruzeiro (v. PT031107070003) e a Casa do Adro / Museu e Biblioteca Municipal (v. PT031107070043) |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CANTEIRO: Manuel Francisco Botelho. ENTALHADORES: António Álvares (1688); Bento da Fonseca Azevedo (1718). PINTOR: Bento Coelho da Silveira (séc. 17). |
Cronologia
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1180 - 1220 - construção da primitiva igreja por ordem dos Templários; 1250 - D. Aires Vasquez, elevou-a a matriz de freguesia; 1562 - construção da sacristia do lado da Epístola da acordo com a Ordem de Cristo; 1594 - Manuel Godinho faz capela de Nossa Senhora do Socorro na nave do Evangelho; séc. 17 - pintura de telas por Bento Coelho da Silveira (1630-1708); 1607 - sino refundido e gradeamento para baptistério na capela-mor; 1611 - igreja melhorada devido à ruína; 1615 - igreja estava ao abandono; pia baptismal deslocada para sacristia e o Santíssimo para altar Nossa Senhora da Graça, no cruzeiro; 1619 - medições e planos para acrescentar corpo da igreja; 1620 - 1624 - construção da Torre; 1622 - reparações gerais no interior; 1628 - acabamento do azulejamento da capela-mor, para onde volta a pia baptismal; 1628 - 1637 - douramento do retábulo e conserto do telhado; 1638 - 1690 - acrescentamento da igreja, para a sua ligação com a torre; 1640 - visita do Arcebispo de Lisboa, D. Rodrigo da Cunha; 1643 - restauro do tecto, pintando-se Nossa Senhora da Assunção *1; pinturas nas colunas; 1649 - proibição de enterramentos dentro da igreja; 1674 - muros do adro e arborização; 1680 - 2ª torre com relógio e sino para horas; 1683 - colocação de mais sinos na torre; 1668 - construção da casa-forte, actual sacristia; 01 junho - a Irmandade do Santíssimo Sacramento contrata o mestre entalhador António Álvares, morador à Rua Nova do Almada, para a feitura do arco triunfal da capela-mor, conforme risco do próprio (FERREIRA, 2008, vol. I, pp. 94-96); 1692 - remoção do sacrário e pia baptismal da capela-mor, onde se desmancha parede fundeira; 1695 - construção de uma sacristia do lado do Evangelho; 1708 - arranque dos azulejos das naves e estucagem; 1716 - conclusão dos mosaicos na capela-mor; 1716 - 1718 - obras em talha dourada; 1718 - demanda do entalhador Bento da Fonseca Azevedo com a Irmandade do Santíssimo Sacramento relativa à obra da tribuna do retábulo-mor, que foi avaliada em 4:200$000, tendo a Irmandade apenas pago 700$000 (FERREIRA, 2009, vol. II, p. 489); 1719, 06 dezembro - a Irmandade do Santíssimo paga o que faltava pela obra (FERREIRA, 2009, vol. II, p. 489); 1721, 25 janeiro - a Irmandade contrata o mestre Bento da Fonseca Azevedo para a execução das ilhargas e nichos de talha da capela-mor, por 960$000 (FERREIRA, 2009, vol. II, pp. 489-490); 1723 - D. Tomás de Almeida, 1.º Patriarca de Lisboa (foi quem mandou construir o aqueduto do Tojal, chafariz, palácio-fonte e manda remodelar o palácio v. PT031107140006), visita a igreja, que estava toda restaurada, excepto o Sacrário; 1726 - o carrilhão é completado com mais 6 sinos; 1760 - mármores embutidos na capela-mor; 1776 - colocação de um orgão, no coro, adquirido pela irmandade do Santíssimo; 1777 - desmancha-se capela Nossa Senhora do Socorro para abrir porta *2; 1780 - baptistério no sub-coro; 1781 - reabertura da igreja; 1820 - 1822 - lajes do pavimentos substituídas por soalho; 1835 - pratas velhas vendidas por 800.000 reis, dinheiro que foi usado para o arranjo do telhado e do relógio; 1845 - mudança do orgão da nave da epístola para o centro do coro; 1898 - construção do altar da Ordem Terceira, coro; 1911, 6 julho - bens da igreja arrolados; 1912 - 1931 - fechada ao culto; 1921 - vendidos o passal e a casa paroquial; 1930 - reabertura ao culto, mas estava muito arruinada; 1936 - a torre do relógio é demolida; 1937 - a sacristia do lado da Epístola foi demolida, o lavabo que aí existia, está agora na actual sacristia; 2006 - actualmente encontra-se encerrada, excepto para actos de culto; aderiu ao projecto-piloto "Igreja Segura", da responsabilidade do Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais, que para além da recuperação da fachada e interior, visa garantir a segurança contra furtos e actos de vandalismo. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes (naves e casa da Irmandade) e estrutura mista (capela-mor). |
Materiais
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Calcário, azulejos, talha, pinturas, telas, estuque e mármores embutidos. |
Bibliografia
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AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1963; BRAZÃO, Eduardo, Papel das Áreas Regionais na Formação Histórica de Portugal - A Igreja Matriz de Loures e os Templários, Lisboa, 1975; Carta Arqueológica do Município de Loures, Loures, 2000; CALAVEIRA, Paulo, O contexto da Torre Sineira da Igreja de Santa Maria de Loures / Paulo Calaveira, Martim Lopes In: Arqueologia em Portugal / coord. ed. José Morais Arnaud, César Neves e Andrea Martins - Lisboa : Associação dos Arqueólogos Portugueses, 2020, pp.1937-1947 [não consultado]; FERREIRA, Sílvia, "O Retábulo-mor da Igreja Matriz de Loures: uma obra emblemática do mestre entalhador Bento da Fonseca Azevedo", in Revista de Artes Decorativas, n.º 1, Citar, Porto, 2008; FERREIRA, Sílvia Maria Cabrita Nogueira Amaral da Silva, A Talha Barroca de Lisboa (1670-1720). Os Artistas e as Obras, Lisboa, Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa, 2009; LEAL, Joaquim José da Silva Mendes, Admiravel Igreja Matriz de Loures, Lisboa, Edição do Autor, 1909; PROENÇA, Pe. Álvaro, Subsídios para a História de Loures, Loures, 1949, vol. 1; SMITH, Robert, A talha em Portugal, Lisboa, 1963; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003; VAZ, Maria Máxima, Património Histórico - Artístico, Loures Tradição e Mudança. I Centenário da Formação do Concelho 1886 - 1986, vol. 1, Loures, 1986. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1937 - demolição de paredes de alvenaria; reconstrução de paredes de cantaria silharada; obras de restauro e desafrontamento da igreja; 1947 - reparação dos telhados, reparação dos rebocos exteriores e interiores, caiação; 1949 - obras de restauro; 1955 - reparação das coberturas; 1957 - substituição da cobertura na capela-mor; 1958 - substituição de telhados - 2ª fase; 1961/1963 - escoramento do coro; arranque do soalho do pavimento, novo vigamento; 1967 - reparação dos estragos causados pelo temporal; 1968 - consolidação dos tectos das naves; 1969 - restauro da talha do arco do altar-mor; conservação diversa; 1970 - reparação do telhado e tecto; 1972 - consolidação, restauro de talha do altar-mor e laterais; reparação do telhado e trabalhos interiores; 1975 - instalação eléctrica; 1976 - consolidação do trono do altar-mor; reparação do coro e fixação de peças entalhadas e douradas; obras urgentes de conservação; 1979 - obras de conservação; 1980 - obras de reparação; 1981 - obras de conservação; obras de conservação em talha e dourados; 1982 - conservação dos altares laterais; 1983 - reparação nas coberturas da nave central; 1997 - execução de nova cobertura na nave central; 2006 - em obras |
Observações
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1* DOF: Igreja de Santa Maria, matriz de Loures e respetivo cruzeiro. *2 - junto à porta do lado do Evangelho, conservam-se ainda alguns azulejos maneiristas que revestiam as naves. |
Autor e Data
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Paula Noé 1991 |
Actualização
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Ana Rosa 1997 |
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