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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre
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Descrição
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De planta composta pelo núcleo primitivo, de planta em U, a E., e por uma ala rectangular, a O., o edifício apresenta volumetria de paralelipípedos articulados, sendo a cobertura efectuada por telhados a 2, 3 e 4 águas. Embora integrada na ala E. da casa, a capela apresenta relativa autonomia, ao virar o seu alçado principal a S. para a via pública, com acesso independente. A fachada, de corpo único lateralmente delimitado por cunhais de cantaria, apresenta superiormente cornija, acima da qual se eleva, na parte central, frontão triangular e, nas extremas, 2 torres sineiras de secção quadrada. O restante alçado organiza-se em 2 níveis, sendo o inferior constituído por galilé, vazada por 3 arcos, a qual suporta, no 2º nível, em balcão guarnecido de balaustrada. Entre a porta axial, ligada ao coro-alto, e 2 nichos laterais, são visíveis 2 painéis de azulejos historiados, de molduras em asa de morcego, figurando cenas da vida de Cristo. No muro E. abre-se portão, ladeado por pilares encimados por bustos pétreos, de acesso ao pátio em torno do qual se distribuem as várias alas da construção. Em parte da ala N., anexa à capela, localiza-se a zona de serviços, caracterizada pela presença destacada da chaminé. Na ala central, correspondente ao núcleo primitivo, reconhece-se a articulação do alçado S. com o pátio através de terraço, ostentando painéis azulejares historiados monócromos, a cuja frente se apõe uma fonte de tanque curvilíneo. Ao longo do piso nobre da ala O., à qual se acede por escada de lanço único perpendicular à fachada E., desenvolvem-se em linha os principais compartimentos de aparato, ostentando lambris de azulejo, tectos de madeira e estuque. Ao longo do extenso alçado O., em plano inferior, reconhece-se a presença de um tanque rectangular, que antecede o jardim, caracterizado pelo conjunto de pórtico e fonte monumental. Enquanto compartimentos excepcionais merecem menção a capela, de planta organizada pela justaposição axial de 2 rectângulos, nave e capela-mor, cobertas por abóbadas de berço, destacando-se o revestimento azulejar de tipo tapete nos muros e o retábulo integralmente de mármore, e a cozinha, de grandes dimensões, animada pelo revestimento azulejar seiscentista de tipo tapete em 2 níveis e marcada pela presença da chaminé, de uma monumental mesa de cantaria e de um lavabo de 3 pias. |
Acessos
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EN 247-5, Estrada da Quinta, Manique de Baixo. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,733569, long.: -9,366139 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 266/2010, DR, 2.ª Série, n.º 73, de 15 abril 2010 |
Enquadramento
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Rural, destacado, isolado por jardim e terreno murado (v. PT031105010138), na proximidade da ribeira de Manique. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Residencial: casa |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PINTOR DE AZULEJO: Bartolomeu Antunes (atr., 1740); Francisco Jorge da Costa (séc. 18). |
Cronologia
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Séc. 17 - pintura dos azulejos da capela, da cozinha, dos silhares da entrada, do escirtório, quartos, corredor da copa e salas; séc. 17 - 18 - construção da quinta; a nascente, a casa seiscentista que tem a cozinha e capela, surgindo a poente a ala do séc. 18, com o jardim e pavilhão central; c. 1740 - campanha de enriquecimento decorativo, destacando-se a aplicação de revestimento azulejar em alguns compartimentos; 1740 - pintura dos azulejos com cenas de caçada, talvez de Bartolomeu Antunes (FERNANDES, 2003); séc. 18, final - pintura dos azulejos da copa e sala de jantar; pintura dos painéis historiados da fachada da capela, atribuído a Francisco Jorge da Costa; séc. 19 - documentação de 1880 a indicar a propriedade a Sofia Isabel Zahrtmann de Roboredo (1859-1930), marquesa de Minas pelo casamento com Alexandre da Silveira e Lorena (1847-1903) 11º Marquês de Minas, poderá ser deste período a origem da nomeação da Casa da Quinta de Manique também como Casa da Quinta dos Marqueses de Minas; séc. 20, início - aquisição pela condessa de Azambuja, D. Maria Bernardina Manuel de Mendonça Corte-Real (1865 - 1958); 1935 - venda da propriedade ao marquês de Casteja; 1963 - a quinta permanecia na posse da família do marquês de Casteja; 1981, 09 dezembro - proposta da classificação do edifício pela CMCascais; 2003, 12 julho - proposta de abertura do processo de classificação pela DRLisboa; 2003, 16 Julho - despacho do Vice-Presidente do IPPAR determinando a classificação do imóvel como Imóvel de Interesse Público, com Zona Especial de Protecção; 2007, 17 agosto - proposta de classificaçãod o edifício como Imóvel de Interesse Público pela DRCLVTejo e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção; 31 outubro - parecer favorável à classificação pelo Conselho Consultivo do IGESPAR; 2009, 03 março - despacho de homologação pelo Ministro da Cultura. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, madeira pintada e dourada, azulejos (sécs. 17 e 18), ferro forjado, estuque pintado. |
Bibliografia
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ALMEIDA, José António de, (dir. de), Tesouros Artísticos de Portugal, 2ª ed., Lisboa, 1980; AZEVEDO, Carlos, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, 2ª ed., Vol. 2, Lisboa, 1990; FERNANDES, Raquel, A azulejaria da Quinta de Manique, Cascais, CMC, 19 a 20 Setembro 2003; SIMÕES, João Miguel dos Santos, Azulejaria em Portugal no Século XVII, Lisboa, 1971; Idem, Azulejaria em Portugal no Século XVIII, Lisboa, 1979; STOOP, Anne De, Quintas e Palácios nos Arredores de Lisboa, Porto, 1986. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IGESPAR; PT/CMCSC-AHMCSC/AADL/CMC/L-E/001-001/0347 CX 002 |
Intervenção Realizada
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1985 / 1986 - substituição da cobertura da ala central; 1995 / 1996 - pintura de paramentos da ala central e da ala O. (*1) |
Observações
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*1: informação bibliográfica e observação directa |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 |
Actualização
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