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Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ponte / Viaduto Ponte ferroviária Tipo arco
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Descrição
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Constituída por um arco parabólico de grande abertura onde apoia um tabuleiro de 354.375m. Apoia-se em três pilares do lado de Gaia e dois pilares do lado do Porto. Outros dois pilares mais curtos apoiam no próprio arco. Os 5 pilares de apoio de estrutura reticulada e formato tronco-piramidal assentam em alvenaria de granito, tendo o primeiro 14.980m de altura, o segundo e o quinto de 35.980m e o terceiro e o quarto que estão na nascença do arco com 42.980m. Apresenta assim seis vãos, três dos quais de 37.390m do lado de Gaia e dois de 37.400m do lado do Porto, sendo o vão de 167.000m, considerado o de eixo a eixo dos pilares principais. |
Acessos
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Bonfim, Km 334.561 da Linha do Norte; do lado do Porto entra num túnel com bifurcação para a Estação de Campanhã no sentido E. ou para a Estação de São Bento no sentido O.; do lado de Vila Nova de Gaia e após a passagem do túnel de Quebrantões entra na Ponte |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 28/82, DR, 1ª série, n.º 47, de 26 fevereiro 1982 |
Enquadramento
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Urbano. Lançada sobre o Rio Douro, com as margens em escarpa, ligando o monte do Seminário, no concelho do Porto, à Serra do Pilar, no concelho de Vila Nova de Gaia, sendo estas pouco ocupadas por construções. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Transportes: ponte |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: Estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CONSTRUTOR: Eiffel & Cª. de Paris; ENGENHEIROS: Gustave Eiffel e Seyrig, Manuel Afonso Espergueira e Pedro Inácio Lopes. |
Cronologia
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1875 - Adjudicação da construção da ponte *1;1876, 5 Janeiro - início da construção; 1877, 28 Outubro - conclusão da montagem do tabuleiro; 1878, 30 Outubro - conclusão da obra; 1878, 31 Outubro - realização de testes regulamentares; 1 Novembro / 2 Novembro - realização de testes regulamentares; 1878, 4 Novembro - inauguração pelo rei D. Luís I e pela rainha D. Maria Pia, que lhe deu o nome; 1897 / 1898 - a integridade da ponte preocupava os técnicos ferroviários, devido à sua largura - 3,10m -, a interrupção das vigas principais no fecho do arco, a sua leveza - 6 ton/m - e à sua grande sensibilidade elástica; 1890 - é criada em Ovar, a Oficina de Obras Metálicas para apoio dos trabalhos de reparação e reforço; 1900 /1906 - a ponte apresentava restrições de carga, 14 ton/eixo, e de velocidade, 10 Km; 1907 - consulta ao engenheiro francês Manet Rabut, especialista em estruturas metálicas, que concluí que o arco estava em estado satisfatório e que os trabalhos de reforços e as restrições impostas, tornavam segura a circulação; 1916 - criação de uma comissão para o estudo de uma segunda via entre Vila Nova de Gaia e o Porto; 1928 - a ponte criava um verdadeiro entrave à circulação; 1950, 1 Novembro - a CP promove obras na ponte para permitirem a passagem de locomotivas da série 070; 1990 - a ponte foi classificada pela American Society of Engineering (ASCE) como Internacional Historic Civil Engineering Landmark; 1991 - fim da circulação ferroviária na ponte, pelo facto de possuir apenas via única e restrições de velocidade de tráfego, não se podendo ultrapassar por condições de segurança a velocidade de 20 km/h, ou de carga por eixo. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Ferro pintado em todos os elementos de suporte e guardas, alvenaria de granito nos suportes dos pilares. |
Bibliografia
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BORGES, Luís, A Ponte D. Maria Pia; CP Ponte Maria Pia, 1877 - 1977, Lisboa, CP - Caminhos de Ferro Portugueses, 1977; ALMEIDA, Pedro Vieira de, FERNANDES, José Manuel, Episódio Arte Nova e a Arquitectura do ferro in História da Arte em Portugal, vol. 14, Lisboa, 1986, pp. 90 - 103; PRADE, Marcel, Pontes et viaducs au XIXe S., techniques nouvelles et grandes realisations, collection Art & Patrimoine Sélection, Paris, 1988; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. 2, Lisboa, 1993; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto, Lisboa, 1995; REIS, Baía, Ponte Maria Pia com futuro iluminado, Correio da Manhã, 5 Novembro 1997; GUERRA, Francisco Carvalho, O Porto e as suas Pontes in O Tripeiro, 7ª Série , Ano XXII, n.º 1, Porto, Janeiro 2003. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMN/DM |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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CP: 1900 - Alterações ao tabuleiro da ponte, segundo o Engenheiro Maurício Koechlin por iniciativa do engenheiro Xavier Cordeiro; 1901 / 1906 - substituição das barras de triangulação das vigas contínuas por pessoal da oficina de Ovar; 1911 - por iniciativa do Professor Vicente Ferreira, modificaram-se as carlingas, por forma, a torná-las acessíveis à pintura e modificaram-se e reforçaram-se os pilares; 1948 - por iniciativa do mesmo Professor, o Engenheiro João de Lemos executou os seguintes estudos: estudo do tabuleiro (longarinas e carlingas), análise das vigas contínuas de rótula e o estudo de beneficiação dos aparelhos de apoio sobre o arco, tendo todos os trabalhos propostos sido realizados; 1963 - Análise das condições de estabilidade da ponte pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC): injecção de cimento e refechamento de juntas nas alvenarias e encontros dos pilares e outras reparações com cuidada vistoria de todos os elementos metálicos; remoção da pintura não aderente e substituídos ou beneficiados todos os elementos com corrosão; pintura geral com mínio (aparelho) e duas demãos de tinta metálica de cobertura; reduzido o peso por metro de guardas e passeios, eliminação de estrados de visita do arco e da linha aérea (telefones) e do circuito registador da velocidade das composições sobre a ponte; 1966 - estudo analítico do tabuleiro e vigas principais considerando novas locomotivas eléctricas (Bò-Bó) que levaria a conclusão da electrificação da linha do Norte; 1969 - Verificação "in loco" da determinação experimental de tensões como complemento do trabalho analítico anteriormente efectuado; 2009 - obras de conservação. |
Observações
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Alexandre Gustave Eiffel (1832 - 1923) nasceu em Dijon e frequentou a Ecole Central des Arts et Manufactures de Paris de 1852 a 1855, onde se formou em engenharia química. O peso da Ponte D. Maria, incluindo arco, tabuleiro e pilares é de 1500 toneladas, tendo sido executada por 150 operários. Está previsto, já para 1998, a reabilitação e iluminação da ponte. Será atravessada por um comboio puxado por uma máquina antiga para realizar um percurso turístico entre o Museu dos Transportes e a zona das Caves do Vinho do Porto, num percurso de 1,8km, utilizando o túnel sob o Centro Histórico do Porto desactivado há muitos anos. *1 - Quando da aprovação do projecto para a construção da ponte, João Crisóstomo de Abreu e Sousa, membro da Junta Consultiva das Obras Públicas, considerou que o tabuleiro deveria possuir duas vias. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1994 |
Actualização
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