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Conjunto urbano Aglomerado urbano Povoado Povoado romano Civitas
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Descrição
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Povoado fortificado proto-histórico, localizado num pequeno outeiro a S. da igreja, do qual somente se conhecem algumas estruturas habitacionais de planta circular. Em algumas destas as paredes da estrutura aproveitam o afloramento que, afeiçoado, é integrado na construção. O povoado romano, denominado Tongobriga, extravasa largamente o perímetro do pré-romano ocupando as abas do outeiro, com uma dispersão de vestígios numa área superior a 32 ha. Do povoado romano a zona habitacional escavada, a N. na área junto à igreja, revelou algumas casas compostas de vários compartimentos de planta rectangular, alguns centrados em páteos lajeados e possuindo sistema de esgotos, revelando toda a área uma profusa ocupação e uma longa diacronia, perdurando até ao Baixo Império. Junto a esta zona, num afloramento conserva-se um lagar escavado na rocha. Também próximo da igreja, encontram-se dois núcleos de sepulturas escavadas na rocha. A zona termal é a melhor conhecida, com uma área global de c. de 1400 m2, conservando alguns muros uma altura máxima de 5 m. Era constituída por um frigidarium, uma natatio descoberta, com pórtico envolvente, estando a área aquecida repartida por dois compartimentos, cada um com o seu praefurnium, sendo instalados numa área coberta, abobadada. A cisterna fica localizada na zona NE. Em espaço contíguo às termas, a E., encontra-se um pequeno balneário pré-romano, com a característica de estar totalmente escavado num grande bloco granítico. Apresenta um forno de planta circular, câmara de aquecimento rectangular, ligada à antecâmara por uma pedra formosa que aproveita igualmente o afloramento, na qual foi aberto um orifício para encaixe de uma pedra móvel com abertura circular, que constitui a passagem. Esta apresenta a abertura semi-circular emoldurada por uma decoração em corda dupla. A antecâmara apresenta os bancos escavados no afloramento, sendo o pavimento de todo o conjunto constituído pelo afeiçoamente deste, assim como a canalização se encontra cavada na rocha. Precedendo as termas, a S., poderá encontrar-se a Palestra, da qual se passaria para o Forum, a O., por uma porta. O Forum, com c. de 112 x 75 m, possuiria duas plataformas a nível superior, que o delimitavam segundo o seu eixo maior, e para as quais se acederia por escadas. No espaço central do Forum encontram-se alguns elementos arquitectónicos do que poderá ter constituído um templo. A S. das termas detectou-se uma necrópole de incineração e de inumação. |
Acessos
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Freixo, estrada de acesso à povoação ao km 14 da EN 211 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 1/86, DR, I Série, n.º 2, de 3 janeiro 1986 |
Enquadramento
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Urbano, ocupando a área em que se instala a povoação do Freixo. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DRCNorte/DSBC, Despacho n.º 10442/2022, DR, 2.ª série, n.º 165, 26 agosto 2022 |
Época Construção
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Proto-história / Época romana |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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Porto-história - construção do povoado; séc. 01 - 05 - ocupação romana que corresponderá à cidade de Tongobriga; Época medieval - continuação da ocupação; 1981 - instalação de um centro de investigação; 1990 - instalação da Escola Profissional de Arqueologia; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Norte, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245; 2009, 24 agosto - afetação do imóvel à DRCNorte pela Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes; muros das construções em dois paramentos, com silhares unidos com argamassa; arcos do hipocausto em aduelas de granito e com lateres; cobertura das termas em abóbada de betão. |
Materiais
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Construções em granito e tijolo; cobertura de construções com tegula e imbrex; abóbada das termas em betão; pavimentos das construções em saibro, barro, opus signinum e tijoleira; caleiros de lajes graníticas; capitéis e fustes de colunas em granito. |
Bibliografia
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VIEIRA, José Augusto, O Minho Pittoresco, vol. 2, Lisboa, 1887, p. 496 - 497; SARMENTO, Francisco Martins, Epigraphica, Boletim da Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portugueses, 2ª série, 4, Lisboa, 1884, p. 105 - 106; VASCONCELLOS, José Leite de, Sepulturas romanas em Marco de Canaveses, O Archeologo Português, 5, Lisboa, 1900, p. 32; VASCONCELOS, Manuel de, Apontamentos arqueológicos do concelho de Marco de Canaveses, O Archeologo Português, 19 (1 - 6), Lisboa, 1914, p. 14 - 16; VASCONCELOS, Manuel de, Apontamentos arqueológicos do concelho de Marco de Canaveses, O Archeologo Português, 21, Lisboa, 1916, p. 323 - 326; VASCONCELOS, Manuel de, A Vila de Marco de Canaveses. Notas para a sua história, Lisboa, 1935, p. 3; CARDOZO, Mário, Catálogo do Museu de Martins Sarmento. Secção de epigrafia latina e de escultura antiga, Guimarães, 1972, p. 34; ENCARNAÇÃO, José d', Divindades indígenas sob o domínio romano em Portugal, Lisboa, 1975, p. 195 - 197; DIAS, Lino A. Tavares, Estação romana de Freixo - Marco de Canaveses, Arqueologia, 9, Porto, 1984, p. 86 - 90; CENTENO, Rui M. S., Circulação Monetária no Noroeste de Hispânia até 192, Porto, 1987, p. 135; DIAS, Lino A. Tavares, Tongobriga (Freixo - Marco de Canaveses), Arqueologia, 19, Porto, 1989, p. 143 - 146; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69712 (Consultado 22.08.2014). |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMNorte/DM |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMNorte |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DREMNorte |
Intervenção Realizada
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1980 / 1994 - Escavações arqueológicas sob a responsabilidade de Lino A. Tavares Dias; 1987 - construção de um edifício para a instalação do Gabinete da Área Arqueológica do Freixo. |
Observações
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A zona termal encontra-se coberta por uma estrutura metálica. O povoado ocupa a área onde se instala a povoação de Freixo. O espólio desta estação é constituído por fragmentos de cerâmica comum, da Idade do Ferro e romana, cerâmica de importação, recipientes em vidro, tegula, imbrex, mós manuárias rotativas, elementos numismáticos, artefactos metálicos. No Freixo foram recolhidas uma ara ao Genio Tongobricensium, uma ara a Iuppiter Optimus Maximus, uma ara a Fortuna, um miliário do séc. III ou IV d.C. e uma outra inscrição ininteligível. A ara ao Genio Tongobricensium encontra-se no Museu Da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarâes; o miliário foi destruído. Pelo Decreto-Lei nº 13/99 de 11 de Janeiro, a "Área Arqueológica do Freixo", é transformada num serviço dependente do IPPAR, com a designação de Estação Arqueológica do Freixo. |
Autor e Data
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Isabel Sereno / Paulo Amaral 1994 |
Actualização
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