Cividade de Afife-Âncora / Cividade de Âncora
| IPA.00003609 |
Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, Afife |
|
Aglomerado proto-urbano. Povoado proto-histórico da fase mais recente da Idade do Ferro, de grande dimensão e com indícios de romanização, constituindo uma das estações arqueológicas castrejas mais importantes do Noroeste Ibérico, não só devido à área que ocupa, mas também ao espólio encontrado nas diversas intervenções arqueológicas. o povoado, circundado por duas linhas de muralhas, com casas de planta circular ou oval, com bancos de pedra em redor dos muros e suporte de pedra para poste de sustentação da cobertura. Possui ainda construção com um forno, um conjunto habitacional com uma fonte de mergulho e recinto funerário com caixas sepulcrais. A Cividade de Afife-Âncora, juntamente com outros povoados mais pequenos, controlava a linha de costa entre Santo Izidoro (Moledo) e Montedor (Carreço), os vales e estuários do Âncora e de Afife e o acesso ao estanho e ouro (Moledo) e Montedor (Carreço), os vales e estuários do Âncora e de Afife e o acesso ao estanho e ouro das serras de Santa Luzia e de Arga. |
|
Número IPA Antigo: PT011609010050 |
|
Registo visualizado 3096 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Conjunto urbano Aglomerado urbano Povoado Povoado proto-histórico Povoado fortificado
|
Descrição
|
Povoado fortificado circundado por duas linhas de muralhas construídas em aparelho poligonal e irregular, com silhares assentes em seco, constituídas por dois paramentos paralelos preenchidos interiormente com pedra miúda, apresentando uma espessura de cerca de 1,5m. Construções, em aparelho irregular, de planta circular, com ou sem vestíbulo, e planta sub-retangular, sendo as estruturas habitacionais integradas por várias destas construções dispostas em torno de um pátio, por vezes lajeado, com cisterna ou fonte, enquadradas pelos arruamentos e definidas por um muro, formando um quarteirão. Uma destas unidades familiares integrava um recinto funerário. As construções têm as paredes de dois paramentos, o interior de algumas habitações rebocado, com pavimentos em terra batida e barro e a cobertura com materiais perecíveis e com "tegula" e "imbrex". Os arruamentos são pavimentados com lajes graníticas. |
Acessos
|
Afife, Lugar de Subidade, estradão desde Afife, a partir do Km 78 da EN 13. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,786342; long.: -8,853965 |
Protecção
|
Em vias de classificação |
Enquadramento
|
Rural, isolado, num outeiro com a altitude máxima de 187m, coberto de pinhal e giestas, sobranceiro a um ribeiro afluente do Rio Âncora, a 1250m da orla marítima. Implanta-se na fronteira das freguesias de Afife (concelho de Viana do Castelo) e de Âncora (concelho de Caminha). |
Descrição Complementar
|
O espólio desta estação é constituído por fragmentos de cerâmica comum, da Idade do Ferro e romana, cerâmica de importação romana, fragmentos de vidro, ânfora, tegula, imbrex, mós manuárias rotativas, elementos numismáticos, escória de ferro, artefactos metálicos, fíbula em bronze tipo Aucissa, objectos de adorno e elementos arquitectónicos. |
Utilização Inicial
|
Não aplicável |
Utilização Actual
|
Não aplicável |
Propriedade
|
Privada: pessoa singular |
Afectação
|
|
Época Construção
|
Idade do Ferro |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Não aplicável |
Cronologia
|
Idade do Ferro - constituição do povoado; séc. 02 - 01 a.C. - período de maior ocupação e importância; prolongando-se pela fase inicial do período romano; séc. 18 - já o Pe. António Carvalho da Costa (1650-1715) menciona a cividade; 1879 - Martins Sarmento visita a estação arqueológica, a partir da freguesia de Âncora, por estar instalado no concelho de Caminha, em Vila Praia de Âncora, e, talvez por desconhecer os limites das freguesias de Afife e Âncora, passa a denominá-la de Cividade de Âncora; 1980 - a estação arqueológica passa a denominar-se de Cividade de Afife-Âncora; 2018, 03 maio - publicação da abertura do procedimento de classificação da Cividade de Âncora em Anúncio n.º 66/2018, DR, 2.ª série, n.º 58/2018; 2020, 07 julho - publicação do projeto de decisão relativo à classificação como sítio de interesse nacional, com a designação de Monumento Nacional em Anúncio n.º 147/2020, DR, 2.ª série, nº 130. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Muralhas e construções em granito; construções com pavimentos em terra batida e barro e os arruamentos com lajes graníticas; cobertura das construções com materiais perecíveis e com "tegula" e "imbrex"; lareiras estruturadas com lajes graníticas ou com barro, caixas sepulcrais em granito; cobertura das construções com materiais perecíveis e com "tegula" e "imbrex". |
Bibliografia
|
CARDOZO, Mário - «2ª campanha de escavações arqueológicas em castros do Norte de Portugal (Cividade de Âncora e Monte do Cútero) dirigida pelo Prof. Dr. Christopher Hawkes da Universidade de Oxford (7 a 26 de Setembro de 1959)». In Revista de Guimarães. Guimarães: 1959, 69 (3 - 4), pp. 522-546; «Cividade de Afife - âncora, votada ao abandono». Associação de Protecção e Conservação do Ambiente / APCA. 24 agosto 2009 (https://afifeambiente.blogs.sapo.pt/5466.html), [consultado em 4 maio 2018]; SARMENTO, Francisco Martins - «Observações acerca do Vale do Âncora». In O Pantheon. Porto: 1880, 1, p. 63; SILVA, Armando Coelho F. da - A cultura castreja no Noroeste de Portugal. Paços de Ferreira: 1986, pp. 48-51; VIANA, Abel - «Cividade de Âncora: sua importância. Explorações de 1960 e 1961». In Lucerna. Porto: 1963, 3, pp. 167-178. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
1879 - escavações arqueológicas por Martins Sarmento; 1959 - escavação arqueológica de responsabilidade de Christopher Hawkes; 1960 / 1961 - escavação arqueológica de responsabilidade de Abel Viana; 1978 / 1982 - escavação arqueológica de responsabilidade de Armando Coelho Ferreira da Silva; 1984 - escavação arqueológica da responsabilidade de Armando Coelho Ferreira da Silva. |
Observações
|
Possui espólio arqueológico depositado no Museu Municipal de Caminha e no Museu Municipal de Viana do Castelo. O lintel e ombreira decorados com cordoame, que Martins Sarmento encontrou, foi levado pelo mesmo para o Museu de Guimarães. |
Autor e Data
|
Paulo Dordio e Paulo Amaral 1995 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |