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Paisagem Sub Unidade de Paisagem
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Descrição
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A área candidata a património mundial com a designação de Paisagem da Cultura da Vinha da ilha do Pico tem um total de 154,4 ha e está rodeada por uma área de transição de 2445,3 ha. Esta área é composta por dois sítios: o lajido da Criação Velha e o lajido de Santa Luzia. Os lajidos são uma extensa malha de muros de pedra que formam "currais" de vinha (ligada à produção do vinho verdelho). Para a área de transição, estão propostos cinco níveis de protecção, tendo em conta o grau de importância de cada superfície. Estas áreas integram excelentes exemplos da arquitectura tradicional e da construção da paisagem em harmonia com os elementos naturais. As vinhas estão implantadas nas fendas existentes em finas camadas de basalto e o trabalho manual encontra-se intimamente associado a esta produção. Devido à estrutura reticular de muros e às características específicas desta cultura, recorre-se a mão-de-obra intensiva, não só para a sua manutenção, mas também porque não é possível a introdução de máquinas agrícolas. O processo de produção de vinho na ilha repercute-se na paisagem, ou seja, as estações do ano revestem-se de diferentes tonalidades (ao nível da cor, forma e actividade humana) consoante a evolução do vinhedo: no Inverno plantam-se os bacelos, efectua-se o enxerto e podam-se as videiras; na Primavera surgem os rebentos; no início do Verão procede-se ao levantamento da vinha do chão de modo a melhorar o processo de maturação; no fim do Verão realiza-se a vindima recorrendo a mão-de-obra e a métodos tradicionais de apanha da uva. |
Acessos
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Madalena; Rua General António Ribeiro; ER1; Candelária. |
Protecção
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Categoria: PPIR - Paisagem Protegida de Interesse Regional, Decreto Legislativo Regional nº. 12/96/A, DR n.º 147 de 27 junho 1996 / Património Mundial - UNESCO, 2004 |
Enquadramento
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Localiza-se na Ilha do Pico, na segunda maior ilha dos Açores, desenvolve-se numa faixa de território compreendida entre dois concelhos, São Roque do Pico e Madalena. A paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico abrange parcialmente as costas Norte e Sul, e a costa Oeste da ilha, tendo como referência os núcleos de Lajido da Criação Velha e o Lajido de Santa Luzia. |
Descrição Complementar
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As áreas de vinha mais bem preservadas correspondem às áreas candidatas a património mundial, nomeadamente o lajido da Criação Velha e o lajido de Santa Luzia. As dificuldades a curto e a médio prazo para a conservação da estrutura actual devem-se sobretudo aos elevados custos de produção, decorrentes não só da natureza das tarefas, intensivas em mão-de-obra, mas também da própria diminuição da força de trabalho. A preservação da paisagem actual passa pela resolução deste dilema. A extracção de inertes, a importação de materiais de construção e a introdução de espécies exóticas também têm alterado a estrutura da ilha, com impactos profundos na paisagem. Segundo o Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores em 2000, o Pico produziu 6744 hl de vinho de mosto (43% da produção regional). Contudo, estes são valores residuais no contexto nacional, onde a produção açoriana não chega a 1%. |
Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Não aplicável |
Afectação
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Não aplicável |
Época Construção
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Séc. 15 / séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1427 - Diogo de Silves descobre as primeiras ilhas do arquipélago dos Açores; 1460 - o processo de povoamento da ilha do Pico inicia-se pela vila de Lajes (costa S), com o objectivo da produção cerealífera e ao mesmo tempo inicia-se a produção vitinicula; 1562/64 - erupção vulcânica na Prainha; séc. 16 - as ordens religiosas (Franciscana e Carmelita) contribuíram para o desenvolvimento da vinha, na zona Oeste da ilha; séc. 19 (meados) - a produção vitivinicula atinge o seu auge (cerca de 12 a 15 mil pipas), com exportação a partir do porto da Horta para o Brasil, Índias Ocidentais, Alemanha, Inglaterra, Rússia e outros países; 1718 - erupção vulcânica de Santa Luzia e de São João; 1720 - erupção da Silveira; 1866 - a produção decresceu para 100 pipas devido à Filoxera e ao Oidium. Aumento da emigração e alteração da estrutura fundiária: diminuição das grandes propriedades e aumento das propriedades de menores dimensões; 1950 - desenvolvimento de medidas com o intuito de preservar esta actividade; 1951 - criação da Adega Cooperativa Vitivinícola do Pico, com a finalidade de revitalizar e salvaguardar a produção; 1963 - Erupção no mar, a Norte de Cachorro; 1980 - Decreto Regional nº. 25/80/A, de 16 de Setembro, cria a Região Vitivinícola do Verdelho do Pico; 1982 - criação do Museu do Vinho, da associação Círculo de Amigos da ilha do Pico; 1986 - produção de legislação com a finalidade de proteger a arquitectura tradicional; 1994 - Decreto-lei nº. 17/94 aprova o Estatuto das Zonas Vitivinícolas do Pico; 1996 - Decreto Legislativo Regional nº. 12/96/A de 27 de Junho cria a Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha da ilha do Pico; 2019, 07 setembro - a paisagem da cultura da vinha da Ilha do Pico é distinguida com o European Garden Award, obtendo o primeiro prémio na categoria de "Melhor Desenvolvimento de uma Paisagem Cultural de Relevância Europeia, numa cerimónia realizada na Fundação Schloss Dyck, em Dusseldorf, na Alemanha. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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CARQUEIJEIRO, E. (coord.) - Pico - Candidatura a Património Mundial da Paisagem da Cultura da Vinha do Pico, 2001; CRUZ, J. V. - Estudo hidrogeológico da ilha do Pico (Açores - Portugal). Dissertação de Doutoramento apresentada no Departamento de Geociências da Universidade dos Açores. Ponta Delgada: texto policopiado, 1997; «Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico vence prémio europeu». In Jornal Açores 9 Online. 07 setembro 2019; SRA, Plano de Gestão da Paisagem da Cultura da Vinha do Pico, 2001; http://whc.unesco.org/en/list/1117 (consultado a 23-11-2016). |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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EM ESTUDO |
Autor e Data
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Rita Vale 2016 |
Actualização
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