Igreja Paroquial de Fânzeres / Igreja do Divino Salvador
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Portugal, Porto, Gondomar, União das freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova |
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Igreja paroquial construída nos séculos 17 e 18, para substituir uma medieval, construída junto a um curso de água, o que provocava sucessivas ruínas. Foi remodelada e com rotação do eixo do altar-mor, no final do séc. 20, levando ao desmonte do património integrado, algum preservado em espaço museológico. O templo é de planta poligonal composta por nave, presbitério, anexos, torre sineira no lado esquerdo e, perpendicular à nova nave a Capela do Santíssimo, mantendo um retábulo de talha dourada de estilo barroco nacional, talvez o executado em 1703 por Manuel Martins. Tem coberturas interiores em abas e forro de madeira, assentes em vigas e colunas de betão, iluminada de forma desigual por janelas protegidas por vitral. A fachada principal remata em empena, com os vãos rasgados em eixo composto por portal, rematado por frontão, amputado pela introdução de três janelas amplas e de perfil recortado. As janelas antigas que se mantêm são em capialço. O templo é antecedido por endo-nártex lateral, correspondendo ao espaço do antigo sub-coro, com batistério no lado do Evangelho, transformado em nicho com imaginária. O templo possui batistério junto ao presbitério, sobre o qual surge simples mesa de altar e onde se mantém um ambão de talha recuperada de antigas estruturas. A torre sineira, de três registos e amplas ventanas é construção do final do séc. 19. |
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Registo visualizado 439 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta retangular, composta por nave e presbitério, com eixo longitudinal interno, de construção novecentista, tendo perpendicular à nova nave a capela-mor antiga, tendo vários anexos e torre sineira no lado esquerdo, de volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciadas, em telhados de duas, três e quatro águas, sendo em coruchéu bolboso na torre sineira. Fachadas em alvenaria, revestidas a azulejo de padrão azul e branco, percorridas por socos de cantaria, flanqueadas por cunhais em cantaria e rematada em frisos e cornijas de cantaria, nos corpos mais antigos, e em frisos de betão da estrutura das coberturas nos mais recentes. Fachada principal virada a sudoeste, rematada em empena com cruz latina no vértice; é rasgada por portal de verga reta, encimado por friso e frontão de lanços, truncado pelas três janelas do antigo coro, a central mais elevada e as laterais curvas, com molduras recortadas. No lado esquerdo, a torre sineira de três registos separados por frisos e cornijas, o inferior com cartela tendo inscrição delida, o intermédio ostentando o mostrador do relógio e o superior com quatro ventanas de volta perfeita. A estrutura remata em frisos, cornijas e urnas nos ângulos. No lado direito, corpo anexo, vazado inferiormente por porta e amplas janelas, protegidos por caixilharia metálica e vidro simples. A fachada lateral esquerda é marcada pelos corpos anexos, o do extremo direito correspondendo ao atual presbitério e batistério, surgindo, no lado oposto, a antiga sacristia, remodelada e vazada por três janelas jacentes, sobre friso corrido em cantaria; no meio de ambos e ligeiramente recuado, corpo de dois pisos, o inferior com três portas, duas parcialmente entaipadas e transformadas em janelas de peitoril, encimadas por duas amplas janelas em capialço. Fachada lateral direita marcada por corpo cego. Fachada posterior com a antiga capela-mor rematada em empena com cruz latina no vértice, rasgada por janela em capialço, tendo, no corpo do lado direito pequena porta, de acesso ao Cartório Paroquial, sendo o do lado direito cego. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por faixas pintadas de cinza, com tetos em aba, forrados a madeira, marcados pelas vigas de betão à vista, que descarregam sobre colunas cilíndricas; pavimento em soalho e lajes de cantaria. O portal axial acede a um endonártex, situado no antigo sub-coro, separado por amplo guarda-vento em metal e vidro; tem a antiga parede fundeira em alvenaria de granito aparente com as juntas pintadas de branco e pavimento em calçada. No nicho do antigo batistério, a Capela de Nossa Senhora das Dores, com o vão ornado por apainelados de acantos, em talha dourada; o interior encontra-se forrado a tecido adamascado. O antigo portal está ladeado por pias de água benta embutidas no muro, concheadas. No lado do Evangelho, junto ao presbitério, o espaço do batistério, amplamente iluminada por vitral, contendo a pia batismal em cantaria de calcário, composta por plataforma circular, coluna galbada e taça hemisférica; neste, integra-se a porta de acesso à torre sineira. No lado da Epístola e perpendicular à nave, ergue-se a antiga capela-mor, convertida em Capela do Santíssimo, tendo, sobre supedâneo de três degraus, um retábulo. Elevado por três degraus, o presbitério, tem ambão de talha dourada, formado por pilastras e apainelados de acantos, e mesa de altar em cantaria, composta por pilares e tampo simples. No lado da Epístola, porta de acesso à sacristia e às demais dependências, como o cartório, sala de catequese e museu. |
Acessos
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Fânzeres, Largo da Igreja |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado em zona com declive, vencido por plataforma artificial, elevada relativamente à via pública na fachada principal, sustentada por muro em alvenaria rebocada e pintada, capeado a cantaria e tendo grades. Cria um adro, com acesso por escadas frontais e laterais, pavimentado a calçada à portuguesa, formando desenhos geométricos, uma cruz e um cálice encimado por hóstia. A nordeste, ergue-se o Centro Paroquial e a casa do pároco, tendo, a este e a sul, o Cemitério. Ainda a sul, a Junta de Freguesia e um clube desportivo. Nas imediações situa-se a urbanização da Quinta da Igreja. |
Descrição Complementar
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Na verga do antigo PORTAL AXIAL, a data "1701". A CAPELA DO SANTÍSSIMO possui retábulo de talha dourada, de corpo côncavo e um eixo definido por seis colunas torsas, ornadas por pâmpanos e anjos, assentes em consolas, e duas meias-pilastras exteriores, sobre plinto paralelepipédico, que se prolongam em três arquivoltas abatidas e torsas, unidas por aduelas no sentido do raio, surgindo uma arquivolta exterior, claramente amputada. Ao centro, tribuna de volta perfeita e boca rendilhada, contendo trono expositivo de três degraus, com o interior em semicúpula ornada por acantos. Altar em forma de urna, encimado por sacrário em forma de templete facetado, flanqueado por pilastras e rematado em frontão semicircular, com a porta decorada por Cristo Redentor. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENTALHADOR: Manuel Martins (1703). PEDREIRO: António da Costa (1704). PINTOR: Mendes da Silva (séc. 20). PINTOR DE AZULEJO: Jorge Colaço (séc. 20). PINTOR - DOURADOR: David Correia da Silva (1894). |
Cronologia
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Séc. 09 - 10 - a igreja pertence a Gundezindo, rico senhor que é dono de um vasto território nesta área do Porto; 1320 - no âmbito da Bula da Cruzada, a igreja é taxada em 50 libras; 1583 - primeiro registo de batizado; 1600 - inventário das alfaias mandadas pelo bispo para servirem no templo; 1700 - 1701 - construção do novo templo; 1701 - a antiga igreja está situada junto ao rio, ficando a nova numa zona distinta, mais elevada, revelando que o novo templo está concluído, conforme data epigrafada na verga da porta; 1703, 21 agosto - contrato com Manuel Martins para a feitura do retábulo-mor, por 60$000; 1704, janeiro - contrato entre o deão da Sé de Lamego, D. Luís Guedes da Cunha, administrador da Capela de São Nicolau dessa cidade, à qual pertencem os rendimentos da igreja, e o pedreiro António da Costa para a obra de pedraria da capela-mor e da sacristia, por 200$000; 1706 - a igreja pertence à Diocese do Porto e rende 120$000; 1758, 20 abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Tomás Barbosa de Albuquerque, surge referida a igreja de São Tiago Maior, com cinco altares, o do Santíssimo, Senhora do Rosário, São Gonçalo, Senhor Jesus e o das Almas; tem as irmandades do Senhor Jesus e a das Almas; o pároco é vigário apresentado pelo Cabido da Sé do Porto e tem de renda 200$000: séc. 19 - segundo a tradição local, o retábulo-mor veio do Convento de São Bento da Avé-Maria; 1854 - construção do cemitério; 1873 - construção da torre sineira, promovida pela Confraria de São João e Almas; 1894 - douramento do retábulo-mor por David Correia da Silva e pelos seus irmãos; 1910 - a casa paroquial e o passal passam para o Estado; 1923 - empréstimo da Junta da Paróquia para a compra da casa paroquial; 1927 - eletrificação da igreja; séc. 20, década de 40 - existem cinco altares, o da Senhora das Dores com São Vicente de Paulo, o altar das Almas com Santo António, Nossa Senhora de Fátima, Sagrado Coração de Jesus e Santa Luzia; 3 telas no arco com São Pedro, São Paulo e a Virgem, restauradas pelo pintor Mendes da Silva; colocação dos azulejos no exterior, pintados por Jorge Colaço; construção de nova sacristia a norte; 1944 - a Igreja toma posse de todos os bens confiscados, no âmbito da instauração da República; 1992 - ampliação da igreja, com alteração do eixo do altar-mor; 21 junho - bênção do templo. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria e betão, rebocada e pintada, exteriormente revestida a azulejo industrial; mesa de altar, pináculos, urnas, cunhais, frisos, cornijas, modinaturas e pavimentos em cantaria de granito; pia batismal em cantaria de calcário; janelas com vitral; guarda-vento e caixilharias em metal e vidro simples; portas, mobiliário, pavimentos e tetos em madeira; retábulos e ambão em talha dourada; coberturas em telha cerâmica. |
Bibliografia
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BRANDÃO, Domingos de Pinho - Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na diocese do Porto. Porto: Diocese do Porto, 1985, vol. II; GESTA, Serafim - Inventário da Igreja de Gondomar. Ed. do Autor, 1980; MAGALHÃES, Albano, D'ARMADA, Fina e CORREIA, Natália - Monografia da Vila de Fânzeres. Fânzeres: Junta de Freguesia de Fânzeres, 2005; OLIVEIRA, Camilo de - O Concelho de Gondomar (Apontamentos Monográficos). Porto: Imprensa Moderna, Lda., 1931, vol. I. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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SIPA; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Nada a assinalar. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Figueiredo 2015 (no âmbito da parceria DGPC / Diocese do Porto) |
Actualização
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