Pelourinho de Bertiandos
| IPA.00003529 |
Portugal, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Bertiandos |
|
Arquitectura de comunicações, romana. Marco miliário romano, epigrafado, transformado em pelourinho de pinha cónica embolada na centúria de seiscentos ou setecentos, com soco de um degrau quadrangular e remate em pináculo cónico, encimado por pinha. Pelourinho de origem senhorial constituído por um marco miliário romano, o nº 47 da série Capela, reparoveitado para pelourinho, a que foi acrescentado o remate, pouco comum, constituído por dupla pinha cónica, seccionada. |
|
Número IPA Antigo: PT011607080003 |
|
Registo visualizado 3176 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Estrutura Transportes Marco Marco miliário
|
Descrição
|
Estrutura em cantaria de granito, composta por soco quadrangular de um único degrau baixo, sobre o qual se ergue marco miliário, constituído por coluna monolítica de secção circular, a alargar para cima e inscrita, encimada por duas molduras, convexas inscritas e côncovas. Remate cónico duplo, seccionado e terminando em pequena pinha gomeada. |
Acessos
|
Bertiandos, EN 202. WGS84 (graus decimais) lat.: 41.760061; long.: -8.625643 |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 23 122, DG, 1.ª série, n.º 231 de 11 outubro 1933 |
Enquadramento
|
Rural, isolado, junto à estrada. Implanta-se no terreiro relvado do Solar de Bertiandos (v. PT011607080024), em frente do mesmo e delimitado por buxo. Nas imediações e do outro lado da estrada corre o rio Lima. |
Descrição Complementar
|
Inscrição do marco miliário: "IMP. CAES. G. IVL. VERS / MAXIMINUS. P. F. AVG. GERM / MAX. DAC. MAX. SARMATIC. MAX / PONT. MAX. TRIB. POT. V / IPM. VII. P. P. COS. PROCOS. ET / C. IVL. VERVS. MAXIMINUS. NO / BILISSIMVS. CAES. GERM. MAX. / DAC. MAX. SP. M MAX (sic) / PRINC. IVENTVTIS. FILIVS. IMP. D. N. G. IVL. VERI. MAXI MINI. P. F. AVG. VIAS. ET / PONTES. TEMPORES / VETVSTATE COLLA. / SOS. RESTITVERVN T / CVRANTE Q. D. / LEG. AVG. PR. PR. AE E (sic) / A BRAC. M. P. XVIII". Leitura - "Imp(erator) Caes(ar) G(aius) Iul(ius) Verus / Maximinus P(ius) F(elix) Aug(ustus), Germ(anicua) / Max(imus), Dac(icus) Max(imus) Sarmatic(us) Max(imus) / Pontifex Max(imus), Trib(unicia) Pot(estate) V / Imp(erator) VII. P(ater) P(atriae) Co(n)s(ul), Proc(n)s(ul) et / C(aius) Iul(ius) Verus Maximinus, No / bilissimus Caes(ar), Germ(anicus) Max(imus), / Dac(icus) Max(imus), Sarm(aticus) Max(imus) / Princ(eps) Iuventutis, Filius / Imp(eratoris) D(omini) N(ostri) G(aii) Iul(ii) Veri Maxi / mini P(ii) F(elicis) Aug(usti) Vias et/ Pontes Tempores / Vetustate Co(n) la / (p)sos Restituerunt / Curante Q(uinto) D(ecio) / Leg(ato) Aug(usto) Pr(o) Pr(etore) / A Brac(ara) M(ilia) P(assuum) XVIII". |
Utilização Inicial
|
Transportes: marco miliário |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 03 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido. |
Cronologia
|
235 / 238 d.C. - feitura do marco miliário, do tempo dos Imperadores Maximino e Máximo, erguido junto à estrada romana que ia de Braga a Tuy; 1641 - o marco foi encontrado enterrado no Campo de Santo Amaro (freguesia da Feitosa) e mandado trazer para Bertiandos por Frei António Pereira Lima, irmão do morgado Francisco Pereira da Silva; como o monólito tinha de passar para a margem oposta do rio Lima, a Câmara Municipal da vila obrigou o fidalgo a lavrar uma escritura responsabilizando-se pelos prejuizos que pudesse causar na ponte; em Bertiandos o marco foi "alindado", acrescentando-se um remate que o encimava com cruz de ferro, e juntaram ao texto romano algumas linhas de memorando; séc. 17 - António Pereira Pinto d'Eça, senhor de vínculo e casa de Bertiandos manda dourar as letras deste padrão; 1750, 13 Abril - decreto elevando Bertiandos a vila, na sequência do qual é possível que se tenha adaptado o marco miliário a pelourinho; 1758, 29 Maio - segundo o abade Manuel de Andrade nas Memórias Paroquiais, a freguesia pertencia ao rei, comarca "secular de Valença" e "secular de Viana"; tinha 164 pessoas de sacramento e 24 menores; refere a existência de um padrão com 15 palmos de altura e de grande grossura, com um letreiro de letras douradas, em frente das casas de Damião Pereira da Silva de Sousa Meneses, nas margens do rio Lima; 1795 - constituindo-se o Couto de Bertiandos (que era constituído por esta freguesia e as de Esporãos e Santa Comba), "colocaram o marco junto da cadeia e próximo do rio, destinando-o para pelourinho do concelho"; 1835 - extinção do couto; 1886 - o Conde Gonçalo Pereira, delineando o parque defronte da casa, ali colocou o pelourinho, resguardado por uma sebe, mas bem visível ao público. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural autónomo. |
Materiais
|
Estrutura em cantaria de granito. |
Bibliografia
|
ARAÚJO, José Rosa da, Caminhos Velhos e Pontes de Viana e Ponte de Lima, Viana do Castelo, 1962; AURORA, Conde d', Roteiro da Ribeira Lima, Porto, 1959; CAPELA, José Viriato, As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005; CHAVES, Luís, Os Pelourinhos e os Cruzeiros in Arte Portuguesa - As Artes Decorativas, Lisboa, s.d., p. 75 - 104; idem, Pelourinhos do Distrito de Viana do Castelo, Viana do Castelo, 1934; MALAFAIA, E. B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; MELO, Maria de Fátima da Silva, Arqueologia do Concelho de Ponte de Lima (Dissertação de Licenciatura em História) s.l., 1967; SOUSA, Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Viana do Castelo, Viseu, 2001. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
|
Nada a assinalar. |
Observações
|
|
Autor e Data
|
Paula Noé 1992 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |