Linhas de Defesa de Lisboa durante as Invasões Francesas / Linhas de Torres Vedras
| IPA.00034579 |
Portugal, Lisboa, Torres Vedras, União das freguesias de Torres Vedras (São Pedro, Santiago, Santa Maria do Castelo e São Miguel) e Matacães |
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Arquitetura militar ou fortificação moderna / contemporânea. Linha defensiva múltipla ligando costa marítima a margem fluvial, composta por obras de fortificação semi-permanente, conjugando fortes, redutos, baterias, posições entrincheiradas, escarpamentos, estradas militares, desenvolvendo em grande escala o princípio do campo entrincheirado. As principais obras fortificadas (fortes, fortes destacados e redutos) apresentam perímetro poligonal, com número de lados muito variável, quase sempre sem salientes mas por vezes recorrendo à forma tenalhada, revelando influência do sistema designado por fortificação poligonal proposto pelo marquês de Montalembert, engenheiro militar francês da 2ª metade do século 18 que reformou em grande parte o conceito da fortificação abaluartada. Estas obras militares, adaptadaram a topografia da zona, bem como algumas construções preexistentes (alguns moinhos foram mesmo convertidos em postos de tiro tipo "blockhouses"), são consideradas o mais eficiente sistema de fortificações de campo da história da arquitetura militar. Foram numeradas de acordo com a ordem cronológica da sua construção e quando completadas eram guarnecidas por 68.000 homens e comportavam 1.000 peças de artilharia. Apesar do secretismo com que as obras foram executadas, na zona de Torres Vedras eram bastante evidentes por decorrerem muito próximo da povoação, tendo assim passado a ser designadas por Linhas de Torres Vedras. As três primeiras linhas estariam armadas com mais de 1 000 peças de artilharia e guarnecidas por mais de 68 000 homens. O exército Português teria cerca de 57.000 homens de 1ª linha, organizados em brigadas independentes ou integradas nas divisões inglesas, pouco mais de 50.000 milícias organizadas em 53 regimentos de 2ª linha e cerca de 70.000 ordenanças de 3ª linha. O exército inglês dispunha de cerca de 25.000 homens, dos quais 18.000 de infantaria e 3.200 de cavalaria. A artilharia dos redutos era composta por peças de calibre 12, 9 e 6 e obuses de 5 ½ (o calibre era o peso da bala em libras, utilizado na época), excecionalmente, na 3ª linha, existiam peças de calibres 20 e 24. Houve variado equipamento para as forças portuguesas trazido de Inglaterra, tais como armas, fardamento e material cirúrgico, mas as peças de artilharia das fortificações foram fornecidas pelos arsenais portugueses. Wellington optou por juntar unidades inglesas e portuguesas, havendo em cada uma oficiais ingleses e portugueses, o que permitia um bom entendimento da linguagem, das táticas e das metodologias utilizadas. Para além da possibilidade de comunicação entre os redutos através das estradas militares construídas para esse efeito, foi implementado um sistema de comunicações telegráficas, que permitia a transmissão de mensagens gráficas a partir de códigos. Este sistema, criado especificamente para as Linhas de Torres, foi concebido pelo almirante Berkeley a pedido de Wellington, tendo como base o código naval da Royal Navy, Popham. |
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Número IPA Antigo: PT031113150104 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Militar Linha defensiva
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Descrição
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As Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular ou Linhas de Torres Vedras compreendem três linhas, integrando um total de 152 obras de fortificação, que se entendiam por cerca de 80 quilómetros. As duas primeiras linhas localizavam-se entre o Vale do Tejo, na zona de Vila Franca de Xira e o Atlântico, em Torres Vedras, assegurando a defesa da costa atlântica e do estuário do rio. A terceira linha, localizada no concelho de Oeiras, protegia a entrada na barra do Tejo. Pensadas inicialmente como uma única linha acabaram por formar duas linhas principais avançadas a norte de Lisboa e uma terceira linha em Oeiras, para proteção de uma eventual retirada das tropas britânicas, existindo ainda mais duas linhas a sul de Lisboa, em Almada e Setúbal. Tendo como objetivo fundamental a defesa estratégica da península de Lisboa, a disposição das várias obras de fortificação possibilitava o fogo cruzado, tendo as distâncias entre os vários fortes sido planificadas de acordo com o alcance dos tiros de artilharia. Inicialmente Arthur Wellesley delineou uma linha defensiva entre o rio Tejo e a costa atlântica, com um pequeno número de posições isoladas avançadas. Estas primeiras posições acabaram por constituir uma primeira linha avançada para proteção da linha principal (que corresponde à chamada segunda linha). A terceira linha, não tendo o mesmo cariz de defesa do território das duas primeiras, dispunha-se em torno da fortaleza de São Julião da Barra, local costeiro destinado sobretudo a proteger uma eventual retirada forçada do exército inglês. Assim, a solução final apresentava três linhas sucessivas de defesa a Norte do Tejo: a 1ª linha, com cerca de 46 km, começava na margem direita do rio Tejo, na zona de Alhandra, terminando na foz do rio Sizandro, na costa oeste; a 2ª linha rondava os 40 km, começava também junto ao Tejo, a norte da Póvoa de Santa Iria, atravessava Montachique e Mafra, e terminava na zona da Ericeira, na foz do rio Safarujo; a 3ª linha, com uma extensão aproximada de 3 km, circundava o forte de São Julião em Oeiras ligando Paço de Arcos a Carcavelos. A sul do Tejo implantaram-se mais duas linhas defensivas: a 4ª linha, com cerca de 7 km de extensão, localizava-se entre Almada e a Costa da Caparica, pretendendo proteger a capital de uma invasão vinda por mar; a 5ª linha era constituída por sete redutos e implantava-se em redor de Setúbal. Para além das obras fortificadas o sistema defensivo implementado por Wellington previa o aproveitamento da morfologia do terreno, desenvolvendo uma série de ações complementares tais como: construção de posições entrincheiradas, redutos, baterias, estradas militares e represamentos de rios, destruição de pontes e estradas civis. Os restos do desmatamento das áreas circundantes dos redutos, permitindo abertura de vistas para o fogo da artilharia, foram empilhados em zonas de passagem para que esses acessos ficassem intransitáveis. As duas principais linhas pretendiam, sobretudo, evitar o acesso a Lisboa através das vias que as atravessavam e por onde as tropas poderiam avançar: as estradas que ligavam Torres Vedras a Mafra e a Montachique, a estrada de Sobral para Bucelas, e a estrada real ao longo da margem do Tejo que passava em Alhandra. Pelas características acidentadas do terreno seria muito difícil a passagem da artilharia, ou mesmo da cavalaria, por outros locais. Os fortes e/ou redutos, num total de 141, na sua maioria de planta poligonal, apoiavam-se mutuamente, podendo fazer fogo cruzado. Cada uma destas obras militares encontrava-se adaptada à configuração do terreno e diferenciava-se no tamanho, na forma (variação do número de lados do polígono) e no poder de fogo. Construídos em terra e alvenaria de pedra, os redutos apresentavam parapeitos de 5 pés de altura (cerca de 1,50 m) e banquetas, eram rodeados por um fosso com 15 pés de largura (cerca de 4,50 m) e 10 pés de profundidade (cerca de 3 m) e protegidos por paliçadas, encontrando-se ainda reforçados por pedras, troncos e trincheiras. Para além dos redutos (frequentemente denominados por fortes), foram erigidos baterias (24) e escarpamentos nas duas linhas de defesa entre o rio Tejo e a costa atlântica. Neste contexto as baterias eram constituídas por plataformas, geralmente com um parapeito, onde era possível utilizar artilharia ligeira. Os escarpamentos foram realizados nas cristas de zonas de grande declive, acentuando o relevo e contribuindo para a intransponibilidade do local. Construiu-se ainda uma série de estradas militares que ligava todas estas estruturas, facilitando as comunicações entre si, garantindo a circulação das tropas e da artilharia, assim como o abastecimento de água e mantimentos às tropas. Houve também a preocupação de estabelecer um sistema de comunicações telegráficas, através de onze estações de sinais, que permitia a rápida disseminação de informação e das ordens de comando. O número de homens da guarnição e as peças de artilharia de cada reduto estavam diretamente relacionados com a importância estratégica de cada forte e as suas dimensões. Após a sua construção as obras militares foram numeradas de acordo com a ordem cronológica da sua conclusão. Assim, a primeira linha era constituída pelas seguintes obras: nº 1 - Bateria do Tejo, nº 2 - Bateria do Conde, nº 3 - Forte da Boa Vista (v. IPA.00005595), nº 4 - Bateria de São Fernando, nº 5 - Forte da Serra do Formoso (v. IPA.00034508), nº 5A - Bateria das Antas, nº 5B - Bateria 1ª de Alfarge, nº 5C - Bateria 2ª de Alfarge, nº 5D - Bateria 1ª do Bulhaco, nº 5E - Bateria 2ª do Bulhaco, nº 5F - Bateria 1ª da Serra do Pinheiro, nº 5G - Bateria 2ª da Serra do Pinheiro, nº 6 - Bateria dos Melros (v. IPA.00034510), nº 7 - Forte da Calhandriz / Forte do Chão da Oliveira (v. IPA.00034511), nº 8 - Forte de Trancoso, nº 9 - Forte de São Sebastião da Arruda / Forte do Cego / Forte do Casal do Cego (v. IPA.00034504), nº 10 - Forte da Carvalha (v. IPA.00034505), nº 11 - Forte do Moinho do Céu (v. IPA.00034491), nº 12 - Forte do Passo (v. IPA.00034506), nº 13 - Forte da Caneira, nº 14 - Forte do Monte Agraço (Obra Grande) / Forte do Alqueidão (v. IPA.00034492), nº 15 - Forte da Frente / Forte do Machado (v. IPA.00034493), nº 16 - Forte da Direita / Forte do Trinta (v. IPA.00034494), nº 17 - Forte da Esquerda / Forte do Simplício (v. IPA.00034495), nº 20, 21 e 22 - Forte de São Vicente / Obra grande de São Vicente (v. IPA.00006346), nº 23 - Reduto dos Olheiros / Reduto do Canudo (v. IPA.00014267), nº 24 - Reduto do Outeiro da Forca / Forte da Forca (v. IPA.00034532), nº 25 - Forte de São João, nº 26 - Reduto da Ordasqueira / Reduto do Sarge (v. IPA.00034533), nº 27 - Castelo de Torres Vedras (v. IPA.00006348), nº 28 - Forte de Santo António da Enxara dos Cavaleiros (Norte) / Forte Grande (v. IPA.00034561), nº 29 - Forte de São Sebastião da Enxada dos Cavaleiros (Sul) / Forte Pequeno (v. IPA.00034562), nº 30 - Forte do Grilo / Reduto do Grilo (v. IPA.00034534), nº 31 - Reduto da Alquiteira (v. IPA.00034535), nº 32 - Reduto do Formigal / Forte do Formigal (v. IPA.00034536), nº 111 - Reduto do Passo (v. IPA.00034537), nº 112 - Reduto das Gentias (v. IPA.00034538), nº 113 - Reduto da Foz do Rio Sizandro (v. IPA.00034539), nº 114 - Forte 1º da Subserra (v. IPA.00034520), nº 114A - Bateria Nova da Subserra (v. IPA.00034521), nº 115 - Forte 2º da Subserra / Forte dos Sacos (v. IPA.00034522), nº 116 - Forte 3ª da Subserra, nº 116A - Bateria do Casal da Entrega / Forte do Policarpo (v. IPA.00034523), nº 117 - Forte Novo da Costa da Freira / Forte de Francisca Louro (v. IPA.00034524), nº 117A - Forte 4º da Subserra, nº 118 - Forte do Moinho Branco / Forte dos Sinais / Forte de Maria Joana (v. IPA.00034525), nº 119 - Forte de Os Dois Moinhos de Sarnadas / Reduto das Sarnadas (v. IPA.00034526), nº 119A - Não tem designação conhecida, nº 119B - Forte da Subida da Serra, nº 120 - Forte Novo da Serra do Formoso (v. IPA.00034509), nº 121 - Forte 1º da Calhandriz / Forte dos Brogados / Forte das Bragadas (v. IPA.00034527), nº 122 - Forte 2º da Calhandriz / Forte do Cabeço / Forte Mato Cabeço / Forte de Santa Catarina (v. IPA.00034528), nº 123 - Forte 3º da Calhandriz / Forte do Casalado / Forte do Cartaxo (v. IPA.00034529), nº 123A - Forte 5º da Calhandriz / Bateria do Calhandriz, nº 124 - Forte 4º da Calhandriz / Forte das Calhandras (v. IPA.00021360), nº 125 - Forte do Arpim / Forte da Serra de Arpim (v. IPA.00021361), nº 128 - Reduto do Furadouro / Forte da Archeira (v. IPA.00034540), nº 129 - Reduto da Feiteira / Reduto da Boa Vista (v. IPA.00034541), nº 130 - Reduto de Catefica / Reduto do Moinho de Catefica (v. IPA.00034542), nº 131 - Reduto da Cruz do Varatojo / Bateria da Cruz (v. IPA.00034543), nº 132 - Reduto de Palheiros (v. IPA.00034544), nº 133 - Reduto de Pedrulhos / Reduto do Pelicano (v. IPA.00034545), nº 134 - Reduto do Outeiro da Prata (v. IPA.00034546), nº 135 - Reduto da Carrasqueira / Forte do Cabrito (v. IPA.00034547), nº 136 - Reduto da Milharosa (v. IPA.00034548), nº 137 - Reduto do Outeiro da França / Reduto do Casal da Serra (v. IPA.00034549), nº 138 - Forte do Pombal (v. IPA.00034550), nº 139 - Bateria da Bordinheira, nº 140 - Reduto do Outeiro do Monte (v. IPA.00034551), nº 141 - Forte do Mogo (v. IPA.00034552), nº 142 - Reduto do Bonabal (v. IPA.00034553), nº 143 - Reduto da Carregueira / Forte da Galpeira (v. IPA.00034554), nº 144 - Reduto de Mouguelas (v. IPA.00034555), nº 145 - Reduto de Belmonte (v. IPA.00034556), nº 146 - Reduto da Bececaria / Forte de Bececarias (v. IPA.00034557), nº 147 - Bateria 1ª de Pombal / Bateria da Ponte do Rol I (v. IPA.00034558), nº 148 - Bateria da Ponte do Rol II, nº 149 - Reduto Novo da Ordasqueira (v. IPA.00034559), nº 150 - Reduto da Portela da Ribaldeira / Forte da Ribaldeira (v. IPA.00034560), nº 151 - Reduto da Patameira (v. IPA.00034496), e nº 152 - Forte da Retaguarda / Forte do Alto dos Galhofos / Forte Novo (v. IPA.00034497). A segunda Linha Defensiva era composta pelas seguintes obras militares: nº 18 - Forte Grande da Senhora da Ajuda - Serra de Alrota / Reduto da Ajuda Grande (v. IPA.00021358), nº 19 - Forte Pequeno da Senhora da Ajuda - Serra da Alrota / Reduto da Ajuda Pequeno (v. IPA.00021359), nº 33 - Forte do Salgado, nº 34 - Forte do Curral, nº 35 - Forte da Quintela Pequeno / Forte Pequeno de Quintela (v. IPA.00034512), nº 36 - Forte da Quintela Grande (v. IPA.00034513), nº 37 - Forte da Vinha / Forte da Abrunheira (v. IPA.00034514), nº 38 - Forte da Casa / Reduto da Serra da Albueira (v. IPA.00034515), nº 39 - Forte Reintrante da Serra de Albueira / Forte da Rua Nova / Forte da Quintela Reentrante (v. IPA.00034516), nº 40 - Forte da Aguieira (v. IPA.00034517), nº 41 - Forte da Portela Grande (v. IPA.00034518), nº 42 - Forte da Portela Pequeno (v. IPA.00034519), nº 43 - Bateria do Viso da Serra / Bateria do Vizo (v. IPA.00034479), nº 44 - Bateria da Cachada (v. IPA.00034480), nº 45 - Bateria do Penedo (v. IPA.00021372), nº 46 - Bateria da Oliveira (v. IPA.00034481), nº 47 - Bateria 2ª da Serra do Galvão / Bateria dos Galvões (v. IPA.00034482), nº 48 - Forte do Tojal / Bateria da Espadarinha (v. IPA.00021407), nº 49 - Bateria à barba do Picoto / Forte do Picoto (v. IPA.00034483), nº 50 - Forte do Picoto / Reduto do Quadradinho (v. IPA.00021362), nº 51 - Reduto do Freixal Alto / Reduto de Ribas (v. IPA.00021384), nº 52 - Forte 1º da Prezinheira / Forte do Capitão (v. IPA.00034563), nº 53 - Forte 2º da Prezinheira / Forte da Presinheira (v. IPA.00034564), nº 54 - Forte do Moinho / Reduto do Moinho (v. IPA.00021383), nº 55 - Forte do Outeiro do Vale / Reduto de Montachique (v. IPA.00021382), nº 56 - Forte do Outeiro da Quinta da Atraca / Forte do Permouro (v. IPA.00034565), nº 57 - Forte do Mosqueiro / Reduto do Mosqueiro (v. IPA.00034484), nº 58 - Forte do Carrascal (v. IPA.00034566), nº 59 - Forte do Outeiro do Lobo / Forte do Moinho do Carambola / Forte do Moinho (v. IPA.00034567), nº 60 - Forte 1º de Montachique / Reduto da Achada 1 (v. IPA.00021373), nº 61 - Forte 2º de Montachique / Reduto da Achada 2 (v. IPA.00021374), nº 62 - Forte do Cabeço da Acheira / Forte do Alto do Cheira (v. IPA.00034568), nº 63 - Forte do Casal da Serra (v. IPA.00034569), nº 64 - Forte do Canto do Muro da Tapada Nacional de Mafra / Forte do Valério / Forte do Canto do Muro da Tapada (v. IPA.00034570), nº 65 - Forte de Santa Maria (v. IPA.00034571), nº 66 - Forte da Malveira / Forte da Feira (v. IPA.00034572), nº 67 - Forte do Cabeço Gordo, nº 68 - Forte do Matoutinho (v. IPA.00034573), nº 69 - Forte do Pinhal do Fidalgo / Forte da Quinta do Fidalgo (v. IPA.00034574), nº 70 - Forte da Quinta do Estrangeiro (v. IPA.00034575), nº 71 - Forte da Portela / Forte da Freixeira / Forte da Portela da Freixeira (v. IPA.00034576), nº 72 - Forte da Estacada / Forte do Landoeiras / Forte da Estrada (v. IPA.00034577), nº 73 - Forte da Coutada (v. IPA.00034578), nº 74 - Forte do Casal da Pedra (v. IPA.00034580), nº 75 - Forte da Milhariça da Tapada Nacional de Mafra / Forte da Milhariça (v. IPA.00034581), nº 76 - Forte de Sonível na Tapada Nacional de Mafra / Forte do Sonível (v. IPA.00034582), nº 77 - Forte do Juncal na Tapada Nacional de Mafra / Forte do Juncal (v. IPA.00034583), nº 78 - Forte 1º da Serra de Chipre / Forte do Telhadouro (v. IPA.00034584), nº 79 - Forte do Gio, nº 80 - Forte 3º da Serra de Chipre / Forte da Quinta da Boa Viagem (v. IPA.00034585), nº 81 - Forte da Serra de Chipre, nº 82 - Forte da Murgeira / Forte da Patarata (v. IPA.00034587), nº 83 - Forte do Samoco / Forte do Meio (v. IPA.00034588), nº 84 - Forte da Ribeira Alva / Forte do Curral do Linho (v. IPA.00034589), nº 85 - Forte do Areeiro, nº 86 - Forte de Nossa Senhora da Paz, nº 87 - Forte do Pinheiro, nº 88 - Forte do Cabeço do Neto (v. IPA.00034590), nº 89 - Forte do Moxarro, nº 90 - Forte de Penegache (v. IPA.00034591), nº 91 - Forte da Alagoa (v. IPA.00034592), nº 92 - Forte do Picoto (v. IPA.00034593), nº 93 - Forte de Marvão, nº 94 - Forte de Ribamar, nº 95 - Forte das Casas Velhas / Forte do Zambujal (v. IPA.00034594), nº 96 - Forte da Carvoeira (v. IPA.00034595), nº 97 - Forte de São Julião da Ericeira (v. IPA.00034596), nº 126 - Forte Novo do Cabo da Serra da Albueira / Forte do Cabo / Forte da Arroteia (v. IPA.00034530), nº 127 - Forte do Moinho da Boca da Lapa / Forte do Moinho Velho (v. IPA.00034531), Escarpamento de Serves (v. IPA.00034488), Escarpamento dos Picotinhos (v. IPA.00034489), Escarpamento de Ribas (v. IPA.00034490), Estrada Militar de Alrota (v. IPA.00034486), Estrada Militar de Ajuda-Bucelas (v. IPA.00034507), Estrada Militar de Serves (v. IPA.00034485), Estrada Militar de Ribas (v. IPA.00034487). A terceira Linha Defensiva pretendia salvaguardar uma eventual retirada por mar das tropas britânicas e era constituída pelas seguintes obras militares: nº 98 - Forte do Alto do Algueirão (atual quartel-general da NATO), nº 99 - Bateria (integra o complexo do Forte do Areeiro, v. IPA.00006077), nº 100 - Bateria à esquerda do vale de Oeiras, nº 101 e nº 102 - Forte do Alto da Medrosa (v. IPA.00012693), nº 103, nº 104 e nº 105 - Forte do Alto das Antas, nº 106 - à esquerda do nº 98, nº 107 - Forte da Quinta Nova (St. Julian's School), nº 108 - flanco esquerdo da posição nº 107, nº 109 - avançado a Nordeste de Oeiras, nº 110 - linha estendendo-se para a direita do nº 104 ao Forte de São João das Maias (v. IPA.00006075). |
Acessos
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Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras, Vila Franca de Xira |
Protecção
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Em vias de classificação *1 |
Enquadramento
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Rural e periurbano. As linhas de defesa da península de Lisboa localizam-se entre o Oceano Atlântico e o Rio Tejo, em zonas estratégicas do ponto de vista militar, tirando partido das características do relevo, nos pontos mais altos de várias cordilheiras, ladeando desfiladeiros, cursos de água e estradas de acesso à capital do país. Nos finais do século 18 França e Inglaterra confrontavam-se, tendo como aliados, respetivamente, Espanha e Portugal. Aquando da ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder em França, Portugal procurava manter a sua neutralidade, acautelando também o comércio com ambos os lados do conflito. A França pretendia quebrar a aliança luso-britânica fechando os portos portugueses ao comércio inglês e decretou o Bloqueio Continental. Esta diretiva veio na sequência da derrota dos franceses frente aos ingleses na batalha de Trafalgar e pretendia atingir a economia britânica, impedindo as mercadorias que vinham das colónias inglesas de entrarem em território europeu. Portugal recusou-se a aderir ao bloqueio devido à aliança com a Inglaterra e também porque, estando dependente do tráfego ultramarino, não poderia entrar em conflito com a maior potência marítima da época. O desrespeito pelo bloqueio levou a França a agir militarmente contra alguns países. No seguimento da assinatura do Tratado de Fontainebleau entre França e Espanha, as tropas francesas, procederam a uma primeira invasão, comandadas pelo General Jean-Andoche Junot (Duque de Abrantes, que tinha sido embaixador de França em Portugal), entrando em Portugal pela Beira Baixa e forçando a diplomacia portuguesa a solicitar o apoio da Inglaterra. A família real portuguesa abandonou o país partindo para o Brasil, antes da entrada das tropas em Lisboa. As tropas luso-britânicas, comandadas pelo general inglês Arthur Wellesley, acabaram por vencer os franceses nas Batalhas da Roliça e do Vimeiro, forçando a rendição de Junot. No ano seguinte as tropas francesas, comandadas pelo marechal Nicolas Jean de Dieu Soult, procederam a uma segunda invasão entrando em Portugal pela zona de Chaves, sendo de novo obrigadas a retirar pelo general Arthur Wellesley (recebendo este o título de Visconde de Wellington por esta vitória). Foi nessa altura decidida a construção de uma linha de defesa de Lisboa, edificada por ordem de Wellington, na expectativa da ocorrência de novas invasões das tropas francesas. A 10 de abril de 1809, começa a construção, em segredo, das primeiras fortificações em Torres Vedras. A terceira invasão francesa em território português começa em meados de 1810 ocorrendo a Batalha do Rio Côa, sob o comando de Massena, sendo a primeira ocasião em que o exército português entra no conflito. Em setembro o exército anglo-luso, ganha a Batalha do Buçaco, retirando em seguida para as Linhas de Torres Vedras. |
Descrição Complementar
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O primeiro reduto a ser terminado situava-se nas margens do Tejo, a sul de Alhandra, e consistia apenas em trincheiras e parapeitos, tendo uma guarnição de 1000 soldados de infantaria e 13 peças de artilharia. O último a ser terminado, após a partida dos franceses, foi o nº 152, um posto avançado na posição de Monte Agraço, tendo sido concebido para 250 soldados e 6 peças de artilharia. A 1ª linha encontrava-se guarnecida por 18.683 homens e 319 peças de artilharia: distrito nº 1 - desde a posição nº 1, junto ao rio Tejo até ao forte nº 11, em Alhandra, sobre a estrada de Arruda, inclusive; comportava 6.280 soldados e 96 peças de artilharia; distrito nº 2 - desde o forte nº 12, na escarpa rochosa sobre a estrada da Arruda, até à posição nº 152, à esquerda do Sobral de Monte Agraço; era guarnecida por 3.090 soldados e 55 bocas-de-fogo; distrito nº 3 - entre o reduto nº 151, na zona da Patameira e o reduto sul da Enxara dos Cavaleiros nº 29; tinha uma guarnição de 1.900 homens e 24 peças de fogo; distrito nº 4 - do Forte Novo da Ordasqueira nº 149, sobre Matacães, à esquerda do desfiladeiro de Runa, até à posição nº 113, junto ao mar, na foz do rio Sizandro; contava com 7.413 soldados e 144 peças de artilharia. Nesta linha encontravam-se posicionadas duas divisões comandadas pelo general Hill na zona de Alhandra; no centro da linha, o marechal Wellington com três divisões e com quartel-general em Pero Negro, e o marechal Beresford com quartel-general em Sobral de Monte Agraço; na zona de Torres Vedras, estava o general Picton; em Enxara de Cavaleiros, o general La Romana, com duas divisões espanholas, e em Runa o barão Eben, com a Leal Legião Lusitana. A 2ª linha era guarnecida por 15.442 homens e 215 bocas-de-fogo: distrito nº 5 - desde o reduto nº 33, junto à margem do rio Tejo, próximo de Alverca, ao desfiladeiro de Bucelas, reduto nº 19; era guarnecido por 3.502 soldados e 72 bocas-de-fogo; distrito nº 6 - do desfiladeiro do Freixial, onde se localizava a bateria nº 49, até ao reduto nº 73, à direita do desfiladeiro de Mafra; este distrito era defendido por 5.640 homens e 73 peças de artilharia; a defesa deste distrito, com quartel-general em Mafra, era comandada pelo capitão Ross e o tenente Hulme; distrito nº 7 - do Forte do Casal da Pedra nº 74, no desfiladeiro de Mafra, até ao reduto de São Julião da Ericeira nº 97, junto ao mar; comportava 6.300 soldados e 70 peças de fogo. A 3ª linha, constituída apenas por um distrito, tinha 5.350 soldados e 94 peças de artilharia: distrito de Oeiras - estende-se desde a fortificação principal do Alto do Algueirão nº 98, onde atualmente se localizam as instalações da NATO, até à posição nº 110, à direita do Forte de São João das Maias. O sistema defensivo das Linhas de Torres encontrava-se equipado com um sistema de sinais codificado baseado no sistema Popham utilizado na Royal Navy. Este código, desenvolvido em 1803 pelo almirante Sir Home Riggs Popham, comandante da marinha inglesa, consistia num sistema de sinais de bandeiras em código, tendo sido adaptado para um sistema de mastros em madeira, com esferas içadas por cordas. O sistema de telégrafo das Linhas de Torres era constituído por onze postos principais de sinalização, erigidos nas cotas mais altas. Este serviço ficou sob a direção do tenente Leith, da Marinha Britânica. A estação telegráfica central, instalada na Serra do Socorro, enviava as ordens para os fortes da 1ª linha de defesa - Forte dos Sinais nº 118, Forte do Alqueidão nº 14, Forte da Archeira nº 128, Forte de São Vicente reduto nº 21, Forte do Grilo nº 30, para os fortes da 2ª linha - Forte de Sonível nº 76, Forte da Serra do Chipre nº 80 e Forte de São Julião nº 97, e ainda para dois postos sem redutos, o Cabeço de Montachique e a Serra de Serves. A comunicação feita através destes postos de sinais permitia a rápida disseminação de informações e das ordens de comando, estimando-se que uma mensagem transmitida desde o quartel-general de Wellington, em Pero Negro, pudesse chegar a todas as posições das linhas em menos de uma hora. O castelo medieval de Torres Vedras pela sua posição estratégica e características defensivas foi incluído na 1ª linha, tendo sofrido nessa altura algumas adaptações e sendo identificado pelo nº 27. O Forte de São Vicente ou Obra Grande de São Vicente, em Torres Vedras, funcionava como ponto avançado das linhas e destaca-se pelas suas características, nomeadamente a grande dimensão, sendo composto por três obras militares: os redutos 20, 21 e 22. De notar que, do monumento faz também parte a Capela de São Vicente, de origem medieval. O Forte do Alqueidão ou Forte do Monte Agraço, obra nº 14, é o de maiores dimensões, existindo no seu interior vários redutos e três paióis, entre outros vestígios de construções. O Forte do Zambujal ou Forte das Casas Velhas, obra nº 95, na zona da Ericeira, destaca-se dos restantes por ser o único com planta composta, constituída por reduto central e bateria avançada, unidos através de um túnel e acesso muralhado. Foi também implementada a chamada política da "terra queimada" em que a população deveria destruir tudo o que pudesse ser útil ao inimigo no seu avanço. Apesar do último forte concluído ser a obra nº 152, o somatório das obras militares que constituem as três primeiras linhas será cerca de 190, se juntarmos os vários tipos construídos. Alguns redutos e baterias, por servirem de apoio a outros redutos de maior importância, tomaram o mesmo número da obra principal, existindo, por exemplo, o reduto 117A ou a bateria 5F. Os escarpamentos e as estradas militares foram identificados pelas letras do alfabeto, sendo o Escarpamento de Ribas a letra Z. Para facilitar a organização da informação sobre os fortes, bem como a sua operacionalidade, Wellington numerou-os no sentido do mar para o rio na 1ª linha defensiva e do rio para o mar na 2ª linha. Foi também criada uma divisão por distritos militares, inicialmente seis, para facilitar a ocupação do ponto de vista logístico. Após a finalização das obras passaram a existir oito distritos, cada um com o seu comando militar: quatro na 1ª linha, três na 2ª linha, e o Distrito de Oeiras, correspondendo à 3ª linha. |
Utilização Inicial
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Militar: linha defensiva |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Não aplicável |
Afectação
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Não aplicável |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CONSTRUTORES: Regimento de Milícias da Figueira da Foz; ENGENHEIROS MILITARES: José Maria Neves da Costa (levantamento do terreno, 1809); Richard Fletcher (comandante do corpo de engenheiros entre 1809 e 1810); John Thomas Jones (capitão, comandante do corpo de engenheiros entre 1810 e 1812); William Ross (capitão engenheiro, responsável pela principal linha de fortificação - 2ª linha); Rice Jones (tenente engenheiro). |
Cronologia
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1799 - ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder em França; 1803 - almirante Sir Home Riggs Popham, comandante da marinha inglesa, desenvolveu um sistema de sinais de bandeiras em código adotado pela Royal Navy, mais tarde utilizado como base para o sistema de telégrafo das Linhas de Torres; 1806, 21 novembro - Napoleão decretou o Bloqueio Continental; 1807, 27 outubro - assinatura do Tratado de Fontainebleau pela França e Espanha, prevendo a invasão e subsequente divisão do território português em três partes; 17 novembro - tropas francesas comandadas pelo General Jean-Andoche Junot entraram em Portugal, pela Beira Baixa; a diplomacia portuguesa solicitou o apoio da Inglaterra; 29 novembro - partida para o Brasil da família real portuguesa; 30 de novembro - chegada dos postos avançados do exército francês a Lisboa; 8 dezembro - instalação no palácio de Mafra de uma divisão do exército francês sob o comando do temido general Loison; utilização militar iniciada nesta época, que virá a manter-se até à atualidade; 1808 / 1809 - execução em apenas três meses de uma carta militar da região de Lisboa, por José Maria das Neves Costa, que acompanhada pela memória militar sobre as posições defensivas do terreno vizinho e do norte de Lisboa (maio 1809) esteve na base do plano de Wellington; 1808 - estudo do terreno pelo chefe da engenharia francesa, coronel Vincent, sob comando de Junot; 9 maio - D. João, Príncipe Regente, declarou formalmente guerra a França e reiterou o seu apoio à Grã-Bretanha; 1ª semana agosto - desembarque na foz do Mondego de uma força expedicionária britânica, comandada por Sir Arthur Wellesley, em resposta a um pedido de auxílio português; 17 agosto - Batalha da Roliça, retirada dos franceses, em inferioridade numérica, sob comando do general Laborde; 21 agosto - Batalha do Vimeiro, vitória das tropas luso-britânicas comandadas pelo general inglês Arthur Wellesley, forçando a rendição de Junot; 30 agosto - convenção de Sintra permitindo a evacuação das tropas francesas, com todos os despojos de guerra, armas e bagagens; 1809, março - vinda de William Carr Beresford para reorganizar o exército português, após a primeira invasão francesa; foi nomeado comandante-em-chefe do exército português, cargo que ocupou até à revolução liberal de 1820; 6 março - segunda invasão francesa comandada pelo marechal Nicolas Jean de Dieu Soult, entrando em Portugal pela zona de Chaves, sendo de novo obrigado a retirar; foi decidida a construção de uma linha de defesa de Lisboa, por ordem do general Wellesley, para acautelar os efeitos de novas invasões das tropas francesas; 29 março - desastre da Ponte das Barcas durante o ataque das tropas francesas à cidade do Porto; 10 abril - início da construção das primeiras fortificações em Torres Vedras, que irão integrar a 1ª linha; 18 maio - saída do exército francês comandado por Soult, pela zona de Montalegre; 24 maio - após três meses de levantamento, José Maria Neves Costa, oficial do Real Corpo de Engenheiros, apresentou uma "Memória militar sobre as posições do terreno vizinho e do norte de Lisboa" que serviu de base ao plano de Wellington para a construção das Linhas de Torres Vedras; 27 julho - na sequência da Batalha de Talavera, Wellington decide mandar construir as Linhas de Torres, num último esforço para travar a investida das tropas francesas; 20 outubro - data do memorando dirigido por Wellington a Richard Fletcher, ordenando o reconhecimento do terreno e a fortificação dos pontos mais convenientes e defensáveis; 3 novembro - início da construção do Forte de São Julião da Ericeira, obra nº 97; 4 novembro - início da construção do Forte Grande na Serra do Alqueidão, obra nº 14, no Sobral de Monte Agraço; 8 novembro - início da construção do Forte de São Vicente, obras nº 20, 21 e 22, em Torres Vedras; 1810, 5 a 10 fevereiro - visita de Wellesley e Fletcher às Linhas de Torres; intensificação dos trabalhos; 17 fevereiro - arranque das obras em Mafra, Ericeira, Montachique, Bucelas, Vialonga, Alhandra, Ponte do Rol e São Pedro da Cadeira; 1810, fevereiro / outubro - construção dos fortes da zona de Mafra; aquando da 3ª invasão francesa, os trabalhos encontravam-se concluídos, contrariamente ao que sucedeu em outros distritos; 17 abril - criação, por decreto de Napoleão, do Exército de Portugal (l'Armée du Portugal); 29 abril - André Masséna foi nomeado comandante-em-chefe do Exército de Portugal; 6 julho - o capitão John Thomas Jones substituiu o tenente-coronel Richard Fletcher no comando do Royal Engineers, cargo que manteve até 1812; reforço da 1ª linha de defesa e realização de obras complementares; 24 julho - Batalha do Rio Côa entrando os franceses em território português, sob o comando de Massena, sendo a primeira participação do exército português comandado por Beresford; agosto / outubro - reforço das posições de Torres Vedras e Sobral de Monte Agraço; 15 agosto - início do cerco a Almeida pelas tropas invasoras; 28 agosto - rendição da praça de Almeida; 27 setembro - vitória do exército anglo-luso, comandado por Arthur Wellesley, na Batalha do Buçaco, retirando em seguida para as Linhas de Torres Vedras; 7 outubro - entrada dos corpos avançados dos exércitos aliados nas Linhas; 7 a 9 outubro - chegada dos corpos avançados das tropas napoleónicas à 1ª linha defensiva; encontravam-se construídas 126 obras militares artilhadas com 397 peças, tendo prosseguido os trabalhos até 1812, perfazendo um total de 152 fortificações; 10 outubro - combate de Alenquer; 12 outubro - combate do Sobral de Monte Agraço; confrontos na povoação com vantagem para os franceses; o quartel-general de l'Armée du Portugal chega às Linhas; 13 outubro - combate de Dois Portos (Torres Vedras), envolvendo a divisão do general Solignac e a brigada portuguesa comandada pelo coronel Collins, integrada na divisão do general Cole; 14 outubro - combate de Seramena (Sobral de Monte Agraço); 14 a 16 outubro - combates de Alhandra; 28 outubro - combate do Bulhaco; novembro - começo dos trabalhos de fortificação entre Almada e a Caparica (4ª linha defensiva); 1 novembro - combate de Runa entre soldados franceses e as tropas da Leal Legião Lusitana, sob o comando do capitão Veloso Horta; 14 a 19 novembro - retirada do exército de Massena; 1811 / 1812 - construção de estradas militares ligando todas as estruturas defensivas, permitindo as comunicações entre si e garantindo a circulação das tropas e da artilharia, assim como o fornecimento de materiais e o abastecimento de água e mantimentos às tropas; 1811, 4 março - início da retirada de l'Armée du Portugal do território nacional; 10 maio - evacuação da guarnição francesa de Almeida sob o comando do general Brenier; saída definitiva das tropas napoleónicas de Portugal; as Linhas de Torres deixaram de ter utilização militar começando o processo de degradação destas obras; 17 dezembro - Arthur Wellesley foi agraciado com o título de marquês de Torres Vedras; 1813, julho - expulsão definitiva dos franceses da Península Ibérica na Batalha dos Pirenéus; 1814, abril - Napoleão abdicou do poder e foi exilado na ilha de Elba; 1815, março - Napoleão retomou o poder em França; 18 junho - após a derrota na Batalha de Waterloo Napoleão abdicou definitivamente do poder; 2000 - aproximando-se os 200 anos da construção das Linhas, o IPPAR - Instituto Português do Património Arquitetónico e os seis municípios onde se localizam as obras militares acordaram desenvolver um Programa para a Salvaguarda, Recuperação e Valorização das Linhas de Torres Vedras; este programa não foi executado devido à inexistência de fontes de financiamento; 2005, 15 setembro - despacho de abertura de classificação das Obras Militares sitas nos concelhos de Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa (46 obras militares); 2006 - a DGEMN - Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais assume a coordenação do projeto; 10 maio - sob uma nova designação, RHLDTV - Rota Histórica das Linhas Defensivas de Torres Vedras, foi apresentada uma candidatura ao MFEEE - Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu, cujos Estados doadores são a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega; o Município de Torres Vedras foi o promotor desta candidatura, em representação dos restantes municípios; 16 outubro - constituição da PILT - Plataforma Intermunicipal para as Linhas de Torres, entre os municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira; 2007, 13 dezembro - assinatura do Contrato de Financiamento ao Abrigo do MFEEE para o período entre 2007 e 2011, que incluía a reabilitação de vários fortes e várias atividades paralelas de comemoração da data; ficou definido um financiamento de 1.494.220€, o que representa uma taxa de comparticipação de 74,11% sobre o montante da candidatura, mas apenas 24,46% sobre os custos totais estimados do projeto; 2010, 30 dezembro - procedimento de classificação prorrogado pelo despacho nº 19338/2010, DR, 2ª série, nº 252; 2011, 5 dezembro - procedimento de classificação prorrogado até 31 de dezembro de 2012 pelo Decreto-Lei nº 115/2011, DR, 1ª serie, nº 232; 2012, 22 outubro - parecer da SPAA do Conselho Nacional de Cultura, propondo o arquivamento da classificação; 2012, 20 dezembro - despacho de arquivamento da Diretora da DGPC; 2013, 14 janeiro - abertura do procedimento de classificação das 1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres, nos concelhos de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, pelo anúncio nº 12/2013, DR, 2ª série, nº 9 (128 obras militares); 2018, 25 junho - é publicado o Anúncio n.º 102/2018 referente ao projeto de decisão relativo à classificação como conjunto de interesse nacional/monumento nacional (MN) da 1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres Vedras (DR, 2.ª série, n.º 120/2018). |
Dados Técnicos
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Não aplicável |
Materiais
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Não aplicável |
Bibliografia
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BARATA, Manuel Themudo, TEIXEIRA, Nuno Severiano (dir.) - Nova História Militar de Portugal. Lisboa: Círculo de Leitores, 2004, vol. 3; Carta Arqueológica do Município de Loures. Loures: Câmara Municipal de Loures, 2000; Guia da Rota Histórica das Linhas de Torres. Plataforma Intermunicipal para as Linhas de Torres, novembro 2011 ; MELÍCIAS, André Filipe Vitor - As Linhas de Torres Vedras, construção e impactos locais. Torres Vedras: Câmara Municipal de Torres Vedras e Livro do Dia, Editores, 2008; MIRANDA, M.; SOUSA, A. C.; BERGER, J. P. - “Os Fortes das Linhas de Torres: Arquitetura e utilização no Distrito Militar de Mafra” in SOUSA, A. C., coord. - A Guerra Peninsular em Mafra: Rota Histórica das Linhas de Torres. Mafra: Câmara Municipal, 2011, p. 28-35; MONTEIRO, Miguel Corrêa (coord.) - As Linhas de Torres Vedras: um sistema defensivo a norte de Lisboa. Torres Vedras: PILT (Plataforma Intermunicipal para as Linhas de Torres), 2011; NORRIS, A. H., BREMNER, R. W. - As Linhas de Torres Vedras, as três primeiras linhas e as fortificações ao sul do Tejo. Torres Vedras: Câmara Municipal de Torres Vedras, Museu Municipal Leonel Trindade, British Historical Society de Portugal, outubro 2001; SIDCARTA - Sistema de Informação para Documentação Cartográfica: o Espólio da Engenharia Militar Portuguesa, www.am.exercito.pt ; SILVA, Carlos Guardado da (Coord.) - As Linhas de Torres Vedras / XII Encontro Turres Veteras: as Linhas de Torres Vedras. Lisboa: Colibri, Universidade de Lisboa; Torres Vedras: Município, 2010; ; ; ; ; http://www.cm-loures.pt/Conteudo.aspx?DisplayId=1401#topo ; ; ; http://www.cm-tvedras.pt/artigos/detalhes/processo-de-classificacao-do-patrimonio-edificado-das-linhas-de-torres-vedras-ja-teve/; http://www3.cm-vfxira.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=31843¬iciaId=103064&pastaNoticiasReqId=31825; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/17662366 [consultado em 08 julho 2016]. |
Documentação Gráfica
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DIE / GEAEM |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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AHM |
Intervenção Realizada
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PILT: 2000 - aproximando-se o 2º centenário da construção das Linhas, os seis municípios onde se localizam as obras militares ainda subsistentes, Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, constituíram, com o apoio de fundos europeus, uma Plataforma Intermunicipal para a Gestão da Rota Histórica das Linhas de Torres, tendo com objetivo salvaguardar, recuperar, valorizar e divulgar o património integrante das Linhas de Torres. Nesse âmbito alguns dos fortes sofreram intervenções arqueológicas e foram recuperados, permitindo o acesso facilitado ao seu interior e uma melhor compreensão da dinâmica do sistema defensivo. |
Observações
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*1 - DOF: 1.ª e 2.ª Linhas de Defesa a Norte de Lisboa durante a Guerra Peninsular, também conhecidas como Linhas de Torres, nos concelhos de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa. |
Autor e Data
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Teresa Ferreira 2013 |
Actualização
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